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Luto considerado normal

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“Luto normal” = Luto não complicado 
*Engloba uma ampla gama de sentimentos e comportamentos que são comuns depois de uma perda.
*Uma das primeiras tentativas de observar as reações de luto de uma forma sistemática foi de Erich Lindemann, quando chefiava a Psiquiatria no Hospital Geral de Massachusetts.
*Ele descobriu padrões similares, que descreveu como sendo características patognomônicas do luto normal ou agudo. Listou da seguinte maneira:
		1- Estresse somático ou físico de algum tipo.
		2- Preocupação com a imagem da pessoa que faleceu.
		3- Culpa relacionada com a pessoa que faleceu ou circunstâncias de sua morte.
		4- Reações hostis.
		5- Incapacidade para funcionar como fazia antes da perda.
Manifestações
Há 4 categorias gerais:
1- SENTIMENTOS
2- SENSAÇÕES FÍSICAS
3- COGNIÇÕES
4- COMPORTAMENTOS
Sentimentos
 Tristeza: Sentimento mais comum encontrado no luto.
 Raiva: Sentimento de frustração de que não havia nada que a pessoa pudesse fazer para evitar a morte; Tipo de vivência regressiva que ocorre depois da perda de alguém próximo.
Culpa e auto recriminação: Irracional e irá diminuir.
Ansiedade: Desde uma leve sensação de insegurança a um forte ataque de pânico.
Solidão: Mais comum em quem perdeu um cônjuge e estava habituada a um relacionamento diário.
Fadiga: Pode ser sentido como apatia ou indiferença.
Sentimentos
Desamparo: Com frequência nas primeiras fases da perda.
Choque: Ocorre com mais frequência no caso de morte súbita.
Anseio: “Pining”. É uma resposta normal ao luto. Quando ele diminui, pode ser um sinal de que o luto está terminando.
Emancipação: Pode ser positivo após a morte. Num primeiro momento pode ser desconfortável.
Alívio: Com frequência, uma sensação de culpa acompanha esse alívio.
Estarrecimento: Proteção do fluxo de sentimentos.
Sensações físicas
Essas sensações frequentemente não são consideradas, mas têm um papel significativo no processo de luto. Mais comuns:
1- Vazio no estômago.
2- Aperto no peito.
3- Nó na garganta.
4-Hipersensibilidade ao barulho.
5-Sensação de despersonalização.
6-Falta de ar.
7-Fraqueza muscular.
8-Falta de energia.
9-Boca seca.
Cognições
Há diferentes padrões de pensamentos que marcam a experiência do luto.
Descrença: Frequentemente em morte súbita. “Isso não aconteceu”
Confusão: Dificuldade para se concentrar; esquecimento.
Preocupação: Pensamentos obsessivos sobre como recuperar a pessoa falecida.
Sensação da presença: Sensação de que a pessoa falecida ainda está presente no tempo no e espaço. Contrapartida da experiência de anseio.
Alucinações: Visual ou auditiva. Normalmente ocorre poucas semanas após a perda. Verificar se são realmente alucinações ou algum outro tipo de fenômeno metafísico.
Comportamentos
Estão associados a reações normais de luto:
Distúrbios do sono: Fase inicial da perda. Apresentam dificuldade em conciliar o sono ou despertar precoce.
Distúrbios do apetite: Comer excessivamente ou comer muito pouco.
Comportamento aéreo: Agem de forma distraída, tendendo a esquecer das coisas.
Isolamento social: É um comportamento que dura pouco tempo e se resolve por si.
Sonhos: Sonhos bons ou estressantes, podendo ser até mesmo pesadelos.
Evitamento: Evitam locais, objetos ou algo que possa lembrar a pessoa que faleceu.
Comportamentos
Procurando e chamando pela pessoa: Conduta verbal ou não-verbal.
Suspiros: Correlato próximo da sensação física de falta de ar.
Hiperatividade: Inquietação.
Choro: Valor curativo? Aliviam o estresse emocional.
Visitando lugares: Carregam objetos que lembram a pessoa. Medo de esquecer.
Objetos preciosos: A pessoa sente-se confortável usando objetos da pessoa falecida.
Luto e depressão
O luto se parece muito e pode resultar num quadro típico da depressão.
Freud, em seu artigo “Luto e melancolia” abordou esse tema, chamando a atenção para o fato de que depressão e melancolia era uma forma patológica de luto semelhante ao luto normal, com exceção do padrão característico.
De acordo com Gerald Klerman, muitas depressões são precipitadas por perdas, imediatamente após a perda ou mais tarde quando se recorda da perda.
Luto e depressão
Tanto na depressão quanto no luto ocorre: Distúrbio do sono, distúrbio do apetite e tristezas intensas.
Uma síndrome depressiva completa é uma reação normal do luto.
Principais distinções:
Luto não ocorre a perda de auto estima.
Luto tem a culpa associada a um aspecto específico da perda.
 Freud acreditava que no luto, o mundo parece pobre e vazio, enquanto na depressão a pessoa se sente pobre e vazia. No entanto, há pessoas enlutadas que desenvolvem episódios de depressão maior. Esses últimos deverão receber ajuda profissional.
Determinantes do luto
Existem diferenças individuais no processo de luto, sendo para algumas pessoas uma experiência muito intensa, enquanto para outros mais moderada. Em alguns casos, há pessoas em que o luto duram por um curto período de tempo, enquanto para outras parecem ser eterno.
Determinantes mais importantes: 
 Quem era a pessoa
 A natureza da ligação: a força da ligação; a segurança da ligação; a ambivalência da ligação; e os conflitos com a pessoa falecida.
Forma da morte: Categorias de NASH  natural, acidental, suicida e homicida.
Antecedentes históricos: Saúde mental prévia.
Variáveis de personalidade: idade, sexo, características emocionais.
Variáveis sociais: vida social, étnica e religiosa.
Estresses concorrentes: mudanças e crises que ocorrem após a morte.
Processo de luto
Estágios
Não ocorrem em séries.
Fases
Fase I: Período de torpor que ocorre próximo à época da perda.
Fase II: Fase de anseio, desejo que a pessoa falecida retorne
Fase III: desorganização, desespero.
Fase IV: conduta reorganizada, recomeço da vida.
Tarefas
Dá ao enlutado algum sentido de alavanca e esperança de que haja algo que ela possa efetivamente fazer

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