Buscar

Artigos 146 a 148 do CP - Dos crimes contra a liberdade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL 
 
 Entramos nos crimes contra a liberdade individual, 
descrito no Capítulo VI, mas ainda dentro do Título I – Dos 
crimes contra a pessoa. 
 A liberdade individual é também um bem jurídico 
protegido por nossa CF, assim como a vida, honra e integridade 
física. 
 Divide em 4: 
1. Liberdade pessoal 
2. Inviolabilidade de domicílio 
3. Inviolabilidade de correspondência e 
4. Inviolabilidade dos segredos. 
 
1 – DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL 
 
 O art. 5º, caput, da CF, fala do direito à liberdade, 
sendo crime o ato que prejudica este direito. 
 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL 
 
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou 
grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por 
qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não 
fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
 
 NÃO FAZER O QUE A LEI PERMITE: A Lei permite eu 
fumar em locais próprios, andar no parque, passear de bicicleta 
na rua. Aí, o autor, sob violência, grave ameaça ou outro meio 
que reduza a resistência, obriga a não fazer estas coisas. 
 A FAZER O QUE A LEI NÃO MANDA: a lei não manda 
eu cantar em locais públicos, pagar dívidas de jogo, correr em 
uma maratona, lutar em um campeonato. Aí o autor, sob 
violência, grave ameaça ou outro meio, obriga a fazer estas 
coisas. 
 
- Considerações gerais: 
 
 Foi criado no direto romano, mas não se tutelava a 
liberdade pessoal e sim a perturbação da paz e tranquilidade 
pública. 
 Mas o direito à liberdade somente veio a virar direito 
próximo ao século XVIII, pelas ideias iluministas e 
jusnaturalistas. 
 Após, foi o Direito Germânico que conceituou e 
inventou o termo constrangimento, sendo que tal termo foi 
utilizado por quase todas as legislações modernas. 
 No Brasil este crime já foi inserido desde o primeiro 
Código do Império, (1830). 
 Pode ser considerado um crime subsidiário, pq pode 
ser utilizado em outros crimes como meio de execução. 
Extorsão e estupro. 
 
- Bem jurídico: 
 É a liberdade do ser humano para agir dentro dos 
limites legalmente previstos. Art. 5º, inc. II, da CF. 
 Tanto a liberdade psíquica como a física. 
 O objeto material é a pessoa, a qual recai a conduta 
criminosa. 
 
- Sujeito Ativo: 
 Qq. pessoa, crime comum. 
 
- Sujeito Passivo: 
 Qq. pessoa tbm, mas desde que dotada de 
capacidade de autodeterminação. 
 
- Tipo Objetivo 
 O núcleo do tipo é o verbo CONSTRANGER. 
 Constranger equivale a coagir alguém a fazer ou 
deixar de fazer algo. É retirar da pessoa a liberdade de 
autodeterminação. 
 O crime pode ocorrer de duas formas: 
1. Vítima compelida a fazer alguma coisa. Conduta 
comissiva. Ex: beber cerveja, andar sem sapatos. 
2. Vítima compelida a deixar de fazer. Conduta 
omissiva. Não fumar em local permitido, não correr 
em parque público. 
 A coação deve ser ilegítima, ou seja, o coator não 
deve ter o direito de exigir da vítima a realização ou abstenção 
de determinado comportamento. A ilegitimidade pode ser: 
• Absoluta: quando o agente não tem direito à ação ou 
omissão. Ex: obrigar a vítima a cantar uma música, a 
fumar, a beber, a ir a uma festa. 
• Relativa: Quando o agente tem direito à ação e omissão, 
mas a vítima não pode ser compelida a comportar-se da 
forma por ele visada. Ex: obrigar a vítima a pagar uma 
dívida para ele, resultante de jogo de azar. 
 NÃO há crime quando o agente constrange a vítima a 
realizar uma ação ou omissão proibida por Lei. Ex: fumar em 
local fechado, pois é uma excludente de ilicitude do exercício 
regular do direito. 
 Deve-se observar, se o comportamento da vítima 
pode ser exigido por meio de ação judicial, o crime será o de 
exercício arbitrário das próprias razões. (art. 345). 
 
 Meios de execução: Crime de forma livre. 
 O tipo descreve três meios de execução: 
1. Violência: emprego de força bruta; 
2. Grave ameaça: Violência moral. Promessa de 
realização de mal grave. A diferença do crime 
de ameaça é que aqui, se busca um 
comportamento da vítima, e a ameaça é só um 
meio. Ex: Se vc não me contar tal segredo, eu 
vou te bater. Já a ameaça, vc somente quer 
intimidar a vítima. Ex: vou te bater. Bem 
parecido. 
3. Qualquer outro meio que reduza a capacidade 
de resistência da vítima: Utiliza de outro meio, 
que não a violência ou grave ameaça, mas 
reduz a capacidade da vítima. Ex: uso de 
drogas, hipnose, embriaguez. 
 
- Tipo Subjetivo: 
 Dolo direto ou eventual. Vontade livre e consciente 
de constranger a vítima, mas com um fim específico. Se não 
tiver o fim, o crime é o meio. Ameaça, lesões. 
 
- Consumação e tentativa: 
 Se consuma no momento em que a vítima faz ou 
deixa de fazer algo. É um crime material e não formal ou de 
mera conduta. Precisa do resultado para a consumação. 
 Admite-se a tentativa. Ex: A, em vão, diz a B para 
não frequentar a praça pública, se não vai agredi-lo. (não fazer 
o que a lei permite). A golpeia B com socos para que cante uma 
música, no que não é atendido (fazer o que a lei não manda). 
 
- Causas de aumento de pena: 
 
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, 
quando, para a execução do crime, se reúnem mais de 
três pessoas, ou há emprego de armas. 
 Cumulativamente: Detenção + multa. 
 Em dobro: dobra a pena do crime e da multa. 
 São causas de aumento de pena que dizem respeito à 
execução do crime. 
 Reunião de mais de três pessoas: então tem que ser 
4 pessoas. Aqui só acontece se for esta reunião para cometer 
um crime. Se for a reunião para cometer vários crimes de 
constrangimento, aí vai ser 288 cumulado com o 146, na forma 
do 69. 
 Emprego de armas: basta uma única arma e pode ser 
qq arma (própria ou imprópria). 
 
- Concurso obrigatório: 
 
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as 
correspondentes à violência. 
 
 O legislador entendeu que a violência é mais grave 
do que a ameaça ou o outro meio. Então, se usar a violência, 
vai responder pelo constrangimento em concurso material com 
o 129, leve, grave ou gravíssimo. 
 
- Causas de exclusão do crime: 
 
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo: 
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o 
consentimento do paciente ou de seu representante legal, 
se justificada por iminente perigo de vida; 
II - a coação exercida para impedir suicídio. 
 
 Tem-se este parágrafo para proteger um bem jurídico 
indisponível, que é a vida. 
 São causas especiais de exclusão da ilicitude. 
 I – Não importa o motivo, pois a vida é uma questão de 
ordem pública. O médico pode agir sem o consentimento do 
paciente ou de seu representante legal. É o caso das 
testemunhas de Jeová. 
 II – O suicídio não é crime, mas é uma conduta ilícita, pois 
ataca um bem jurídico indisponível. O constrangimento neste 
caso é LEGAL. 
 
- Ação Penal e procedimentos: 
 É Ação Penal Pública Incondicionada. 
 E o procedimento é do JECRIM, mesmo na forma 
majorada, a não ser que for somada as penas. Cabe a transação 
e o Sursis processual. 
 
 
AMEAÇA 
 
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, 
ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal 
injusto e grave: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Parágrafo único - Somente se procede mediante 
representação. 
 
- Distinções entre Ameaça e Constrangimento Ilegal: 
 Ameaça, deseja atemorizar o sujeito passivo, e o 
constrangimento tenciona uma conduta positiva ou negativa da 
vítima. 
 
- Considerações gerais: 
 A ameaça não era reconhecida como direito 
autônomo no direito Romano, e sim como um elemento ou 
circunstância de outros delitos. 
 Depois no direito Germânico é que começou a se ter 
uma autonomia no delito de ameaça. 
 No Brasil, o CP do Império veio prevendo o crime de 
ameaça, mas não como acessório.Daí no CP de 1890 que se 
definiu o crime de ameaça, dando independência a ele. 
 
- Bem jurídico: 
 Liberdade da pessoa humana, no tocante à paz de 
espírito, ao sossego, à tranquilidade e ao sentimento de 
segurança. 
 Liberdade psíquica íntima. 
 Bem material é a pessoa. 
 
- Sujeito Ativo: 
 Crime comum. Qq. pessoa. 
 Se for funcionário público no exercício de suas 
funções é abuso de autoridade. Art. 3º da Lei nº 4.898/65. 
 
- Sujeito Passivo: 
 Qq. pessoa certa e determinada que compreenda o 
caráter intimidatório da ameaça. 
 Pode contra uma classe de pessoas, daí responde em 
concurso formal. 
 Não pede contra a coletividade – mundo. 
 Não pode pessoa jurídica. 
 Crime impossível se for incapaz – art. 17. 
 Se for Presidente, Senador, Deputado ou STF é pela 
Lei de Segurança Nacional – Art. 28 Lei nº 7.170/83. 
 
- Tipo Objetivo: 
 Núcleo do tipo é ameaçar. 
 Ameaçar significa intimidar, amedrontar, mediante a 
promessa de causar-lhe mal injusto e grave. 
 Não é qq. mal e sim o injusto e grave, que são as 
elementares do tipo. Cumulativas. 
 Injusto: É o que a vítima não está obrigada a suportar, 
podendo ser ilícito ou imoral. Ex: vou te sequestrar. Ninguém 
tem o direito de sequestrar alguém. Vou te matar, vou te trair. 
 Agora, se eu falar que vou demitir alguém por 
justa causa, aí não é injusto, pq é direito do empregador 
demitir. Outros ex: protestar título, despejar. São justos. 
 Grave: É o capaz de produzir ao ofendido um prejuízo 
relevante. Pode ser de ordem econômica, física ou moral. Tal 
ato injusto deve ser grave. Vou te puxar a orelha, é um mal 
injusto, mas não é grave. 
 A ameaça deve ser capaz de causar medo na vítima. 
Tem que ter credibilidade e não pode ser brincadeira. 
 Tem que ver também as condições pessoais da 
vítima. Se eu falar que vou bater em um lutador de boxe, não é 
ameaça. 
 Também não é ameaça mandar ir para o inferno ou 
que o raio caia em sua cabeça. Coisas que são impossíveis de se 
realizar por vontade do autor do crime. 
 Crime de forma livre. Escrito, oral, gesto. O art. Fala 
palavra, escrito, gestou, ou qq meio simbólico. 
 Não precisa estar na presença da vítima, basta 
chegar ao seu conhecimento. 
 Espécies de ameaça: 
 - Direta ou imediata: dirigida à própria vítima. 
 - Indireta ou mediata: Dirigida a um terceiro, 
mas vinculada à vítima. Ex: falar pra B que irá agredir C. 
 
- Tipo Subjetivo: 
 Dolo, vontade de ameaçar. Não precisa ter a vontade 
de causar o dano, somente de ameaçar. 
 Não precisa ser em um estado de ânimo e refletido, 
pois a emoção e a paixão não excluem o crime – art. 28, I. 
 Se estiver bêbado, tbm é crime. 
 
- Consumação e tentativa: 
 É crime formal, e se consuma quando a vítima toma 
conhecimento da ameaça. Basta a intimidação. 
 Tem tentativa no caso de escritos e não chega ao 
conhecimento. Mas não ocorre pq é Pública condicionada. 
 
- Ação Penal e Procedimentos. 
 O Parágrafo único fala que é Pública condicionada. 
 O procedimento é JECRIM. 
 
SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO 
 
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante 
sequestro ou cárcere privado: 
Pena - reclusão, de um a três anos. 
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: 
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou 
companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; 
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima 
em casa de saúde ou hospital; 
III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias. 
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) 
anos; 
V – se o crime é praticado com fins libidinosos. 
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da 
natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 
- Considerações Gerais: 
 Sequestro: é uma privação sem confinamento (ex. 
fica privado em um sitio). 
 Cárcere Privado: privação com confinamento (ex. fica 
privado em um cômodo). 
 
- Bem jurídico: 
 Liberdade de locomoção. 
 Direito de ir, vir e permanecer de todas as pessoas. 
Art. 5º, caput, CF. 
 Bem disponível, pois se não, os diretores do BBB 
seriam presos, de sado masoquista, candidatos em sala de 
concurso e vestibular. 
 Mas é relativo, não pode a vítima autorizar a ficar 
preso pra sempre. 
 Cabe HC se for uma autoridade. Art. 5º, LXVIII, CF. 
 Objeto material é a pessoa humana. 
 
- Sujeito Ativo: 
 Crime comum. 
 Se for funcionário público é abuso de poder. Arts. 3 e 
4 da Lei nº 4.898/65 e cabe HC. 
 
- Sujeito Passivo: 
 Qq. pessoa. 
 Se for presidente, senador, deputado ou STF é crime 
contra a Segurança Nacional – Lei nº 7.170/83. 
 O consentimento da vítima é válido e exclui o crime. 
 Se for mulher, tbm considera-se violência psicológica 
– art. 7º, da Lei nº 11.340/06. 
 
- Tipo Objetivo: 
 Núcleo do tipo é privar. 
 Privar significa tolher, total ou parcialmente, a 
liberdade de locomoção de alguém. 
 Elementar: Sequestro e cárcere privado. 
 Sequestro: é uma privação sem confinamento (ex. 
fica privado em um sitio). 
 Cárcere Privado: privação com confinamento (ex. fica 
privado em um cômodo). 
 Pode ser por ação e omissão (dever de garante do 
pai que vê seu filho preso no quarto e não faz nada). 
 Pode também por detenção (levar a vítima a um 
cativeiro), ou retenção (impedir a saída da residência). 
 Crime de forma livre, pode ser praticado também 
com violência ou grave ameaça. 
 
- Tipo Subjetivo: 
 É o dolo, mas de privar a liberdade sem fim 
específico. 
 Se for com o fim de vantagem econômica é extorsão 
mediante sequestro. Neste caso, a privação é elementar do tipo 
e não o sequestro e cárcere privado. 
 Retenção de paciente em hospital para garantir o 
pagamento de honorários médicos é 345, exercício arbitrário 
das próprias razões. 
 
- Consumação e tentativa: 
 Consumação: o crime se consuma com a privação da 
liberdade da vitima, é crime permanente, enquanto não 
libertada a consumação se protrai e pode-se prender em 
flagrante. 
 O tempo da privação interfere na consumação? 
Tempo mais ou menos longo da privação não interfere na 
consumação, mas pode interferir no quantum da pena 
(prevalece). 
 Tentativa: é perfeitamente possível a tentativa no 
crime de sequestro ou cárcere privado. 
 
- Qualificadoras: §§ 1º e 2º. 
 Tais parágrafos elencam diversas qualificadoras, 
relacionadas à condição da vítima, ao meio de execução, ao 
tempo de duração, a finalidade do agente a ao resultado. 
 No caput, cabe Sursis processual. Aqui não. 
 
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: 
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou 
companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; 
 Âmbito de relações familiares tem maior reprovação. 
 Não se aplicam as agravantes do art. 61. No bis in 
idem. 
 Esse rol é taxativo. Sendo que o irmão não esta nas 
hipóteses dessa qualificadora. Tbm não abrange os parentescos 
por afinidade. 
 E se iniciado o crime, a vítima tem 59 anos. 
Passados dois dias ele faz 60, e só é pego dois dias após 
o aniversário? Neste caso incide a qualificadora, pois é crime 
permanente, e o agente vai cometendo o crime até parar ou até 
ser pego. 
 
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima 
em casa de saúde ou hospital; 
 Internação fraudulenta. Emprego de fraude. 
 Protege a vítima de tomar remédicos ou drogas para 
criar suposta debilidade física e mental. 
 
III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias. 
 Só a privação já caracteriza o crime de forma 
simples. 
 Aqui quis proteger a vítima, que a cada dia que 
passa, sofre mais. Se é menos, é simples. 
 Mais de 15 dias, é 16 dias. 
 Regra do art. 10, começa a contar o dia do fato. 
Prazo penal e não processual. 
 
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) 
anos; 
 Menor de18 anos e impede a agravante genérica do 
61. 
 Pessoas mais vulneráveis. 
 
V – se o crime é praticado com fins libidinosos. 
 Com fins sexuais. Se só prender é este crime e se 
prender e ter o ato sexual, é em concurso material com estupro. 
 Antes este crime era o Rapto, art. 219 ou 220, mas 
foram revogado por este diploma. 
 
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da 
natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 
 Chamada de qualificadora por resultado. 
 Maus-tratos consistem na conduta agressiva do 
agente que ofende a moral, o corpo ou a saúde da vítima, se 
produzir lesão corporal. Ex: privar de refeições e sono. 
 Se tiver lesão corporal, aí não é aqui e sim em 
concurso material com os dois crimes. Pode todas as lesões. 
 Se for em local que cause sofrimento físico ou moral 
é aqui. Ex: local frio e úmido. 
 Não confundir com tortura. Tortura o prazer é em 
torturar. Aqui o prazer é me privar a liberdade. 
 
- Ação Penal e Procedimento. 
 Penal Pública Incondicionada. 
 Procedimento comum do CPP, mas no caput admite-
se o Sursis processual.

Outros materiais