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DIREITO CONSTITUCIONAL II

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Professor Dirley da Cunha Jr.
Discente: Amanda Novaes de Jesus
DIREITO CONSTITUCIONAL II - Organização dos Poderes - Resumo – 1ª avaliação
AS FUNÇÕES DO ESTADO E A SEPARAÇÃO DE PODERES
São poderes da União o Legislativo, O Executivo e o Judiciário, independentes e harmônicos entre si (art. 2º, CF). A tripartição remonta às idéias de Aristóteles, Kant, Montesquieu* e tem a finalidade de evitar o poder de um só. Por isso, a CF-88, seguindo a diretriz política das Constituições que a precederam, consagrou a separação dos Poderes como um Princípio Fundamental do Estado Brasileiro, de elevada importância para a democracia constitucional e para o regime de liberdades públicas. Justamente por isso lhe foi destinada proteção especial, a ponto de torná-lo suscetível de supressão diante da competência constitucional reformadora do Congresso Nacional (CF, art. 60, parágrafo 4º, inciso III).
*Breve histórico da separação de poderes:
Com Aristóteles já se pensava na separação de poderes como uma das principais liberdades públicas sendo a ideia fundamental da separação a contenção do poder
Deve-se a Locke a teoria original da Separação dos poderes na qual ele sustentou os principios de liberdade política da gloriosa revolução inglesa de 1688
Montesquieu defendeu a ideia de poder limitado na sua obra "o espírito das leis" afirmando que o poder só pode ser limitado pelo próprio poder. Falou também que no Estado existem 3 poderes(executivo, legislativo e judicial) e que eles não devem ser exercidos pelo mesmo órgão para que cada um impeça os demais de abusarem das suas funções.
Foi na Revolução francesa que a doutrina da separação de poderes tornou-se universal, já que na Declaração dos direitos do homem e do cidadão tinha escrito que a sociedade que não tivesse divisão de poderes não tinha uma constituição.
A separação de poderes se assenta na independência e na harmonia entre os órgãos do Poder político. Ou seja, além da independência orgânica, no sentido de não haver entre eles qualquer subordinação ou independência no que tange ao exercício de suas funções, há também, para se manter o equilíbrio, um mecanismo de controle mútuo, um sistema de pesos e contrapesos, em que certos atos exigem a participação de mais de um Poder. Na nomeação de um Ministro do STF, por exemplo, participam os três poderes: o Presidente nomeia o Ministro, o Senado aprova a nomeação e o Judiciário investe o nomeado no cargo (art. 101, parágrafo único).
Vale lembrar que o que caracteriza a independência entre os órgãos do Poder não é a exclusividade no exercício de suas funções que lhe são acometidas, mas, sim, a predominância no seu desempenho. Isso significa que, na tríplice divisão funcional, as funções legislativas, executivas e judiciais são exercidas, predominantemente, pelos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, respectivamente. Por isso se diz que há funções típicas (predominantes) e atípicas. 
Funções típicas = Legislativo: elaboração de leis e controle e fiscalização pública. Executivo: administração, com aplicação prática das leis. Judiciário: função julgadora. Funções atípicas = a organização interna, a contratação de pessoal e a prática excepcional de atos que, a rigor, estariam na esfera de ação do outro poder. Exemplo da última espécie é o julgamento de crimes de responsabilidade (conceito a ser abordado mais a frente) pelo Legislativo. Funções típicas não devem ser confundidas com funções (competências) exclusivas!
 Exemplos:
	
	Funções típicas
	Funções atípicas
	PJ
	Julgar
	Concede férias, aposentadoria (PE)
Administração interna, regimento interno (PL)
	PE 
	Administrar
	MP, Leis delegadas (PL)
Processo Administrativo Disciplinar (PJ)
	PL
	Legislar e fiscalizar
	Julga o presidente da republica em crimes de responsabilidade (PJ)
Administra seus serviços (PE)
PODER LEGISLATIVO
Funções: legislar, editando as normas gerais e abstratas; e fiscalizar (art. 70, CF) e controlar as atividades dos outros Poderes. É exercido por órgãos próprios e independentes. 
O Congresso Nacional
Artigo 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.
Na esfera da União, o Brasil adota o bicameralismo, compondo-se o Congresso Nacional pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal (art. 44, CF). Nas esferas estaduais e municipais vigora o unicameralismo – respectivamente, Assembleia Legislativa e a Câmara de Vereadores. No Distrito Federal há a Câmara Legislativa. É importante frisar que o Congresso Nacional tem existência própria, distinta das casas que o compõem, até porque possui competências próprias estipuladas pela CF.
Competências não-exclusivas: as decisões do Congresso necessitam de atividade complementar de outro Poder. Art. 48.
Artigo 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre: I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas; II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado; III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas; IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento; V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União; VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembléias Legislativas; VII - transferência temporária da sede do Governo Federal; VIII - concessão de anistia; IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal; X - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas; XI - criação, estruturação e atribuições dos Ministérios e órgãos da administração pública; XII - telecomunicações e radiodifusão; XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações; XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.
Competências exclusivas: o Congresso age sozinho, sem necessidade de colaboração ou complementação de outro Poder. Art. 49.
Artigo 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar; III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias; IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas; V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; VI - mudar temporariamente sua sede; VII - fixar idêntica remuneração para os Deputados Federais e os Senadores, em cada legislatura, para a subseqüente, observado o que dispõem os arts. 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; VIII - fixar para cada exercício financeiro a remuneração do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo; X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta; XI - zelar pela preservação de sua competêncialegislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes; XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão; XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União; XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares; XV - autorizar referendo e convocar plebiscito; XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais; XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares.
A Câmara dos Deputados
Artigo 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal. § 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados. § 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
Mínimo 8 deputados e no máximo 70 por Estado. A Lei complementar 78, de 1993, de determinou que o número de deputados federais não ultrapassará 513 representantes, número que deve ser distribuído por Estado e pelo Distrito Federal, proporcional à sua população, cujos dados devem ser fornecidos pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no ano anterior às eleições, para a atualização estatística demográfica das unidades da Federação. Mandato de 4 anos.
(!) É a casa política que ostenta maior envergadura política no Poder Legislativo da União, na medida em que é nela, em regra, onde o processo legislativo tem início. 
Atribuições: Art. 51. 
Artigo 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado; II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa; III - elaborar seu regimento interno; IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços e fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
O Senado Federal
Artigo 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário. § 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos. §2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços. § 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
É eleito o senador que lograr maior votação nas urnas em seu Estado. Os territórios não têm senadores.
A representação do Distrito Federal no Senado é absolutamente igual ao dos Estados, distinguindo-se da Câmara dos Deputados, onde a representação é proporcional à população. 
Atribuições: art. 52.
Artigo 52. Compete privativamente ao Senado Federal: I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade e os Ministros de Estado nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de: a) magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição; b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República; c) Governador de Território; d) presidente e diretores do Banco Central; e) Procurador-Geral da República; f) titulares de outros cargos que a lei determinar; IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente; V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo poder público federal; VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno; IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato; XII - elaborar seu regimento interno; XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços e fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
Quórum para deliberações: art. 47.
Artigo 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
Quórum: número necessário de pessoas presentes para o início dos trabalhos (quorum de instalação ou presença). Número de votos necessários para a aprovação de uma matéria (quorum de votação).
Maioria simples ou relativa: Maioria em relação às pessoas presentes à votação.
Maioria absoluta: maioria de mais da metade de todos os membros de uma casa legislativa.
Maioria qualificada: Maioria que exige um quórum especial, como de três quintos nas emendas constitucionais, ou de dois terços nos impeachment.
Formas de atuação da Câmara e do Senado
Em coordenação: forma mais típica de atuação. A matéria debatida e aprovada por uma Casa vai em seguida para debate e aprovação na outra Casa. O projeto de lei aprovado por uma Casa é revisto pela outra e enviado, se o rejeitar (art. 65 da CF). Se houver emenda na Casa revisora o projeto volta para a Casa iniciadora (Art. 65, parágrafo único). A discussão e a votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República tem início na Câmara dos Deputados (art. 64).
Em separado: Certas matérias, de competência privativa, são decididas por uma Casa só. Câmara dos Deputados: art. 51. Senado: art. 52.
Em sessão conjunta: No caso de veto a um projeto de lei por parte do Presidente, a Câmara e o Senado reúnem-se em sessão conjunta especialmente para conhecer sobre do veto e sobre ele deliberar (art. 57, parágrafo 3o, CF). O veto poderá ser derrubado pelo voto da maioria absoluta dos deputados e senadores, em escrutínio (votação) secreto (art. 66, CF). Mesmo em sessão conjunta, a decisão continua sendo bicameral, pois os votos contam-se pela maioria absoluta dos deputados e pela maioria absoluta dos senadores, computados separadamente. A votação contrária de uma das casasimportará rejeição da matéria em debate. A Mesa, em sessão conjunta, é presidida pelo Presidente do Senado (art. 57). A finalidade mais destacada da sessão conjunta é, portanto, a apreciação do veto, podendo, no entanto, servir também para a realização de certos atos solenes ou administrativos, relacionados no art. 57, parágrafo 3º.
Art. 57. §3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para: I - inaugurar a sessão legislativa; II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas; III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República; IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.
De forma unicameral: ocorre em apenas algumas poucas hipóteses, computando-se por igual os votos dos deputados e dos senadores presentes. Neste caso, estão inclusas as deliberações das Comissões Mistas em que haja paridade numérica de deputados e senadores. Outra hipótese foi a Revisão da CF, prevista no art. 3º do ADCT, em que o CN decidia pelo voto da maioria absoluta de seus membros, sem sessão unicameral, sem distinção entre deputados e senadores.
Órgãos do Poder Legislativo dos Estados
Assembleia Legislativa (dos Estados) ou Câmara Legislativa (do Distrito Federal) é um órgão unicameral composto de deputados estaduais (no DF são chamados deputados distritais) também eleitos pelo sistema proporcional para mandato de quatro anos.
Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze*. 
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
§ 3º Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos. (Cumprindo a lei dispor sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual).
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.
*Exemplos: 1) O Estado de Alagoas tem 9 deputados federais; assim, esse Estado terá 27 deputados estaduais pela simples multiplicação de 9 por 3; 2) O Estado da Bahia tem 39 deputados federais; assim a conta já não será pelo triplo, tendo em vista que ultrapassaria o limite de 36, mas da seguinte forma: 36 + (39 – 12), que dará 63 deputados estaduais. 36 + (x – 12).
Órgãos do Poder Legislativo dos Municípios
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
A Câmara dos Vereadores é um órgão unicameral composto de vereadores eleitos pelo sistema proporcional, em número cujo limite é fixado pela própria CF. Com a EC n. 58/2009 foram fixados limites máximos para a composição das Câmaras Municipais. O menor limite máximo é de 9 (para Municípios de até 15.000 habitantes) e o maior é de 55 (para Municípios de mais de 8.000.000 de habitantes). Mandato de 4 anos.
Art. 29. IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo de: a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes; b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes; c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes; d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes; e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes; f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil) habitantes; g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes; h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes; i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes; j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos cinquenta mil) habitantes; k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 (novecentos mil) habitantes; l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes; m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes; n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes; o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes; p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes; q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes; r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes; s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes; t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes; u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes; v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes; w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
Quanto aos subsídios dos Vereadores:
Art. 29. V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subseqüente, observado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites
máximos: a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;b) em Municípios de dez mil e um a cinqüenta mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; c) em Municípios de cinqüenta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a cinqüenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; 
Vale atentar para:
Art. 29. VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município; 
Além disso, segundo o Art. 29-A, incluído pela EC n. 25/2000, e com alguns incisos modificados e incluídos pela EC n. 58/2009, o total de despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das transferências previstas no parágrafo 5º do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercício anterior: 
Art. 29-A. I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000 (cem mil) habitantes; II - 6% (seis por cento) para unicípios com população entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes; III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habitantes; IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população entre 500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes; V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população acima de 8.000.001 (oito milhões e um) habitantes.
Também prevê a CF: 
Art. 29-A. § 1º A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores (incluído pela EC n. 25/2000). § 2º Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal: I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo; II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária. *§3º Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1º deste artigo (incluído pela EC n 25/2000). 
A Lei orgânica do Município deve organizar as funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal, dispondo sobre a iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, observada a manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado.
Organização interna do Poder Legislativo
As Mesas Diretoras da Câmara ou do Senado
Órgãos de direção (órgãos diretivos), responsáveis pela condução de todos os trabalhos e atividades (funções) do Poder Legislativo. Exercem o autogoverno do legislativo (autogoverno interno) de cada órgão legislativo. Os cargos da Mesa são definidos no Regimento interno de cada casa. Tradicionalmente, os Regimentos da Câmara, do Senado e do Congresso Nacional dispõem dos seguintes cargos: um Presidente, dois Vice-Presidentes (1º e 2º); quatro Secretários (1º, 2º, 3º, 4º) e quatro suplentes de Secretários.
Estruturação: Cada Câmara de Vereadores (ex.: do município de salvador, de juazeiro, de Feira de Santana) tem uma mesa. No âmbito federal acontece a mesma coisa. Isso também acontece na Câmara do Distrito Federal. Mas ao chegar no congresso nacional, levando em consideração o modelo bicameral de estado (em relação ao órgão administrativo do poder da união), são identificáveis três mesas: da câmara dos deputados, do senado federal e do congresso nacional (muito embora ele agregue os dois primeiros, também precisa de uma mesa diretora própria, para realizar as atividades que cabem exclusivamente a si. Ex.: convenções e tratados de direitos precisam da aprovação não da câmara ou do senado, mas sim do congresso). Particularidade: embora o Congresso tenha sua mesa, essa mesa é composta por senadores e deputados juntos. (A do senado, só tem senadores; a da câmara, só tem deputados, etc.)
Art. 57. § 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente*.
*Não faz distinção se de vedação é somente na mesma legislatura ou se envolve legislaturas diversas, a prática parlamentar sedimentou o entendimento de que é possível a recondução quando for de uma legislatura para a outra (ou seja, no segundo período de uma legislatura para o primeiro período da legislatura seguinte).
As mesas diretoras do Senado e da Câmara
Composta por deputados/senadores eleitos pelos seus próprios pares para ocuparem o mandato de dois anos* na mesa diretora, proibida a recondução para o mesmo cargo no período imediatamente** subseqüente. > pleonasmo (para não ensejar nenhuma dúvida). 
*dois mandatos em uma legislatura
**É freqüente a violação da constituição, pois a reeleição em período subseqüente é prática sedimentada entre os parlamentares.
A constituição não relaciona esses cargos da mesa, ela remete a regimento da própria câmara dos deputados discriminarem esses casos. Os cargos são: um cargo de presidente, dois cargos de vice-presidentes (assim discriminados: primeiro vice-presidente e segundo vice-presidente), quatro cargos de secretários (cada secretário sendo eleito por seu suplente, mas suplente não é cargo).
A mesa diretora do Congresso Nacional
Art. 57. § 5º - A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
1ª peculiaridade: deputados e senadores juntos compondo a mesa.
2ª peculiaridade (mais importante): consiste no fato de na formação e composição da mesa do congresso nacional não haver eleições. A própria constituição determina. 
O presidente da mesa do congresso será o presidente da mesa do senado (ou seja, o eleito para presidência do senado é automaticamente eleito para presidente da mesa do congresso). Os demais cargos serão exercidos ALTERNADAMENTE pelos ocupantes dos mesmos cargos da mesa da câmara e da mesa do senado. 
*Essa estrutura de cargos se repete em todas as assembléias legislativas (de todos os âmbitos).
*Nem sempre o mais votado será o presidente da câmara.
Como a presidência é ocupada pelo presidente do senado, o próximo cargo será ocupado pela câmara. Da seguinte forma:
Presidente: Presidente do Senado 
1º Vice-presidente: 1º vice-presidente da Câmara (...)
2º Vice-presidente: 2º vice-presidente do Senado (...)
1º secretário: 1º secretário da Câmara (...)
2º secretário: 2º secretário do Senado (...)
3º secretário: 3º secretário da Câmara (...)
4º secretário: 4º secretário do Senado (...)
Art. 58. § 1º - Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa.
As Comissões Parlamentares
As comissões parlamentares são órgãos de natureza técnica criadas nas casas legislativas, com o propósito de examinarem todas as propostas ou proposições que tramitam na casa legislativa, assim como exercerem atividades de controle,fiscalização e investigação. 
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação. §1º Na constituição das Mesas e de cada comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa. §2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe: I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa; II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil; III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições; IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas; V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.
Comissões representativas: representa o CN nos períodos de recesso da Casa Legislativa em questão (art. 58, parágrafo 4º).
Art. 58. §4º Durante o recesso, haverá uma comissão representativa do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária.
Comissões mistas: criadas no âmbito do CN, se compõem conjuntamente de deputados e senadores, podendo ser permanentes (como a comissão para examinar as medidas provisórias antes de serem apreciadas pelas casas separadamente, art. 62, parágrafo 9º ou a de orçamento, art. 166, parágrafo 1º) ou temporárias. 
Comissões Permanentes: criadas para durarem por tempo indefinido, permanecendo por sucessivas legislaturas, são instituídas em razão da matéria ou tema, com a finalidade de apreciar os assuntos ou proposições submetidos ao seu exame e sobre eles deliberar, assim como exercer o acompanhamento dos planos e programas governamentais e a fiscalização orçamentária da União, no âmbito dos respectivos campos temáticos e áreas de atuação. Também chamadas de Comissões temáticas. Exemplos: Comissões de Constituição e Justiça e de Cidadania; de Trabalho, de Administração e serviço público, de Orçamento; de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; de Direitos Humanos e Minorias; de Educação e Cultura, entre outras.
Atribuições: discutir e votar as proposições sujeitas à deliberação do Plenário que lhes forem distribuídas (apreciação sujeita a deliberação plenária); e discutir e votar projetos de lei, dispensada a competência do Plenário (apreciação conclusiva, isto é, não sujeita a deliberação plenária), salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa, e excetuados os projetos de: a) lei complementar; b) código; c) iniciativa popular; d) Comissão; e) relativos a matéria que não possa ser objeto de delegação, consoante o parágrafo 1º do art. 68 da CF; f) oriundos do Senado, ou por ele emendados, que tenham sido aprovados pelo Plenário de qualquer das Casas; g) que tenham recebido pareceres divergentes; h) em regime de urgência.
Comissões temporárias: são criadas para fins específicos e duram o tempo necessário para conclusão de seus trabalhos ou no prazo previamente fixado. Espécies: especiais, de inquérito e externas.
Comissões especiais ou técnicas: para dar parecer sobre: I – proposta de emenda à CF e projeto de Código; II – proposições que versarem matéria de competência de mais de três Comissões que devam pronunciar-se quanto ao mérito, por iniciativa do presidente da Câmara, ou a requerimento de Líder ou de Presidente da Comissão interessada.
Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI): são comissões necessariamente temporárias, com prazo certo, formadas para apuração de fato concreto, determinado e de interesse público. Para a instalação necessitam de voto favorável de um terço dos membros da Casa. A CPI não se presta para investigação de assuntos de caráter meramente privado. 
Art. 58. §3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
Os requisitos são, portanto, quatro: fato concreto, prazo determinado, interesse público e início com voto favorável de um terço da Casa.
Pode ser de uma das casas ou mista, do legislativo estadual ou municipal. Regula-se pela lei 1579, de 1952.
Não julga os fatos apurados, devendo encaminhar suas conclusões ao Tribunal de Contas ou ao STF, conforme o caso, para as providências cabíveis (art. 58, parágrafo 3º, CF). A autoridade que receber a resolução da CPI deve informar, no prazo de 30 dias, as providências adotadas. Quem presidir procedimento administrativo ou judicial decorrente deve comunicar semestralmente a fase em que se encontra o feito. Tais procedimentos, decorrentes da CPI, têm prioridade sobre quaisquer outros, exceto habeas corpus, habeas data e mandado de segurança. O descumprimento acarreta sanções administrativas, civis e penais.
A CF de 88 inovou ao destinar as CPIs poderes de investigação próprios das autoridades judiciais (art. 58, parágrafo 3º), podendo determinar as diligências que entender necessárias. No entanto, há normas que prevêem poderes de investigação exclusivos para os juízes, em face da proteção de direitos fundamentais, como a liberdade e a privacidade. Por isso, quando estiverem envolvidos direitos e garantias individuais e coletivas devem a CPI obter a medida desejada por via judicial. Trata-se de reserva jurisdicional, em que certas medidas só podem efetivar-se com a interferência do Poder Judiciário.
As CPIs podem, por exemplo, obter informações e documentos sigilosos diretamente das instituições financeiras ou por intermédio do Banco Central do Brasil ou da Comissão de Valores Imobiliários, tendo, no entanto, as solicitações, que serem aprovadas previamente pelo Plenário da Câmara dos Deputados, do Senado, ou do Plenário de suas respectivas CPIs. 
Não podem as CPI’s: determinar prisões (CF, art. 5º, LVI, salvo as em flagrante delito, que podem ser realizadas por qualquer do povo), buscas e apreensões domiciliares (CF, art. 5º, inciso XI) e interceptações de comunicações telefônicas (art. 5º, XII), providências essas que se inserem no âmbito da chamada reserva de jurisdição.
Ressalte-se que a CF, ao estender esses poderes, também estendeu os deveres correlatos, de modo que o requisitos de forma, necessidade e utilidade de quaisquer medidas devem ser satisfeitos pelas CPIs, sob pena de serem as medidas adotadas declaradas nulas pelo Judiciário, a quem cabe, sempre e sempre, o controle posterior delas.
As Casas Legislativas da União, dos Estados, do DF e dos Municípios só podem investigar fatos do âmbito de suas competências legislativas e materiais, não podendo umas se intrometerem nos assuntos confiados às outras. A única restrição registra-se às CPIs municipais, pois estas não podem determinar diligências invasivas a direitos fundamentais, como quebra de sigilos, conduções coercitivas, entre outras. Necessitam para tanto, de autorização judicial, obtida, de forma justificada, perante a autoridade judicial com atuação na Comarca.
A Polícia Legislativa e Órgãos Administrativos
O primeiro é o órgão de segurança interna das casas legislativas, responsável pelas atividades típicas de polícia, porém limitada ao âmbito dos fatos ocorridos no recinto da Câmara,do Senado e do Congresso. Os segundos são os responsáveis pelas atividades administrativas atinentes ao Poder Legislativo, compondo uma verdadeira administração pública interna.
O funcionamento dos Órgãos do Poder Legislativo
Períodos de funcionamento: legislatura (4 anos), sessões legislativas (reuniões anuais) e sessões (diárias).
A legislatura: período no qual funciona cada órgão legislativo com a sua nova composição, com duração de quatro anos e compreende quatro sessões legislativas ordinárias. Corresponde ao mandato do deputado federal. Ou seja, no âmbito federal, começa no dia 01 de fevereiro de determinado ano e se encerra no dia 31 de janeiro quatro anos depois. Atualmente o CN encontra-se na sua 54ª legislatura, que iniciou em 2011 e se encerrá em 2015. Em 2011 ocorreu a primeira sessão legislativa, 2012 a segunda, 2013 está ocorrendo a terceira e em 2014, ocorrerá a quarta e última.
As sessões legislativas: reunião de trabalho parlamentar regular. Vão de 02 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Podem ser, portanto: (1) Ordinárias, correspondente ao próprio período anual e compreende dois períodos intercalados por um recesso (art. 157); 
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. (Redação dada pela Emenda Constituicional nº 50, de 2006). § 1º - As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil subseqüente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.
ou (2) Extraordinárias, que ocorrem durante o recesso parlamentar para tratar de assuntos especiais, nos termos do art. 57, parágrafo 6º, CF.
Art. 57. § 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006) I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente- Presidente da República; II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006).
Note-se que:
Art. 57. § 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006). § 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
As sessões: reuniões diárias dos órgãos legislativos. Podem ser:
Ordinárias: que ocorrem no horário normal de expediente, em conformidade com o Regimento Interno da casa. Conforme o RI da Câmara dos Deputados, as sessões serão: 
I – preparatórias (destinadas à posse dos membros das casas legislativas e à eleição das respectivas Mesas Diretoras, por isso ocorrem na primeira e na terceira sessões legislativas da cada legislatura); 
Art. 57. §4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006). 
II – ordinárias (as de qualquer sessão legislativa, realizadas apenas uma vez por dia, em todos os dias úteis, de segunda a sexta e que terão duração de cinco horas, iniciando-se, nas sextas às 9h e nos demais dias da semana ás 14h. Constarão de: Pequeno Expediente (60 minutos improrrogáveis, destinados a matéria de expediente aos oradores inscritos que tenham comunicação a fazer), Grande Expediente (a iniciar-se às dez ou quinze horas, conforme o caso, com 50 minutos improrrogáveis, distribuídos entre os oradores inscritos), Ordem do Dia (a iniciar-se às onze ou dezesseis horas, conforme o caso, com duração de três horas prorrogáveis, para apreciação de pauta) e Comunicações Parlamentares (desde que haja tempo, destinadas a representantes de Partidos e Blocos Parlamentares, alternadamente, indicados pelos Líderes).
III – extraordinárias: realizadas em dias ou horas diversas dos prefixados para as ordinárias. Não precisam ser convocadas nos mesmos moldes de convocação da sessão legislativa extraordinária.
IV – solenes: realizadas para grandes comemorações ou homenagens especiais.
PROCESSO LEGISLATIVO
Entende-se por processo legislativo o instrumento por meio do qual o Estado cria o Direito, elaborando normas jurídicas. Tem por objeto a elaboração das seguintes espécies normativas: 
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I - emendas à Constituição; II - leis complementares; III - leis ordinárias; IV - leis delegadas; V - medidas provisórias; VI - decretos legislativos; VII - resoluções.
Emendas Constitucionais: resultam do exercício, pelo Congresso Nacional, do Poder de Reforma e modificam parcialmente a Constituição, atendendo a determinadas condições-limites (as limitações circunstanciais, materiais e formais). Por isso mesmo, veiculam normas constitucionais e gozam de supremacia ante as demais normas do sistema, submetendo-se a rígido processo legislativo, traçado no art. 60 da CF. Além dos necessários dois turnos de discussão e votação em cada Casa do CN, é exigido quórum especialíssimo de três quintos para a sua aprovação. Aprovadas, as emendas são promulgadas pelas Mesas da Câmara e do Senado, com o respectivo número de ordem, não havendo sanção do Presidente da República. 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. § 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. § 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
(!) Diz-se que as emendas têm duas facetas: de um lado, ela é a própria CF, do outro, porém, ela se subordina à CF, podendo ser invalidade se não estiver de acordo com as regras constitucionais. 
Leis complementares: leis destinadas a complementar ou integrar a Constituição, situando-se em nível intermediário entre a Constituição e a lei ordinária (CF, art. 59, II). São indicadas ou sugeridas pela própria Constituição, que lhes traça seu âmbito material, como normas de direito tributário, o sistema financeiro nacional, as finanças públicas, o Estatuto de Magistratura etc. Não são superiores às leis ordinárias, uma vez que inexiste hierarquia entre elas. Submetem-se, inclusive, ao mesmo processo legislativo destas, caracterizando, porém, por dois pontos: I – âmbito determinado; II – quórumespecial, de maioria absoluta, com voto favorável de mais da metade dos membros das duas Casas do Congresso Nacional (CF, art. 69).
Leis ordinárias: são leis comuns. Formuladas pelo Congresso Nacional na área federal, pela Assembleia Legislativa na área estadual e pela Câmara dos Vereadores na área municipal. Passam pelo processo legislativo comum, exigindo-se, para sua aprovação, tão-somente o quórum simples de maioria relativa (CF, art. 47). Assim, pode dispor sobre todas as matérias não reservadas a lei complementar. Passam pelas seguintes fases (ou atos): 1. Iniciativa, 2. Emendas Parlamentares. 3. Aprovação, 4. Sanção, 5. Promulgação e 6. Publicação (ver próximo tópico, Atos do Processo Legislativo).
Leis delegadas: equiparam-se às leis ordinárias, diferindo destas apenas nas formas de elaboração. São atos normativos elaborados e editados exclusivamente pelo Presidente, em face de autorização concedida pelo Congresso e nos limites impostos por este. Em outras palavras: dá-se a lei delegada quando o Legislativo encarrega o Presidente da República, a seu pedido, de elaborar uma lei (CF, arts. 59, IV e 68).
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. § 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. § 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. § 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda.
Medidas provisórias: atos com força de lei, mas que com esta não se confundem, por não provirem do Poder competente para legislar. É apenas uma medida administrativa de natureza normativa.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. 
ADI 2.391: Segundo o STF, as medidas provisórias também podem ser editadas pelos Governadores dos Estados e do Distrito Federal, desde que previstas nas respectivas Constituições locais e obedecidas as condições formais e materiais estabelecidas na CF.
Relevância: importante para a Nação. Deve ser apreciada e valorada em face dos interesses do povo.
Urgência: só há urgência, a ensejar a expedição de MPs, se não se puder esperar, sem grandes prejuízos a nação, os cem dias para que uma lei seja aprovada disciplinando a matéria.
Limites materiais às medidas provisórias:
Art. 62. §1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I - relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; b) direito penal, processual penal e processual civil; c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; II - que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; III - reservada a lei complementar; IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República.
Prazo de vigência: 60 dias, prorrogáveis por mais 60 (suspendendo-se esse prazo durante os períodos de recesso), sob pena de perda de eficácia. 
Art. 62. §3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. §7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. 
Exceções a perda de eficácia: 
Art. 62. §11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. §12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto.
Iniciativa: 
§8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados. 
Porém:
Art. 62. §9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional. 
E:
Art. 62. §6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando.
OBS.: É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo (art. 62, parágrafo 10º). 
Decretos legislativos: espécies legislativas por meio das quais se expressa o CN em assunto de sua competência exclusiva, prevista no art. 49 – como a aprovação de Tratados Internacionais ou a autorização para o Presidente da República ausentar-se do país. Independem de sanção e via de regra são atos de efeitos externos.
Resoluções: espécies normativas por meio das quais se manifestam as Casas do CN no exercício de suas atribuições previstas no art. 51 (Câmara dos Deputados) e 52 (Senado) da CF. Também independem de sanção e via de regra são atos de efeitos internos.
*Sobre o processo legislativo destas últimas duas espécies, cabe ao Regimentos Internos.
Atos do processo legislativo
O processo legislativo compreende um conjunto de atos emanados do Poder Legislativo e do Poder Executivo. São eles: a iniciativa legislativa; as emendas parlamentares; a deliberação; a sanção; o veto; a promulgação e a publicação.
Iniciativa: ato inaugural do processo legislativo. É, em suma, a capacidade atribuída pela CF a alguém ou a algum órgão para iniciar projetos de Emendas ou de Leis ao Poder Legislativo competente. Suas regras vinculam, por força da simetria, os Estados, o DF e os Municípios. A violação a reserva de iniciativa revela conduta inconstitucional.
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos*, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
Quando a iniciativa partir do Presidente da República, ao STF, aos Tribunais Superiores e ao povo, o projeto deve ser apresentado na Câmara dos Deputados, pois esta funciona como Casa iniciadora do processo legislativo (sendo o Senado a Casa revisora). A iniciativa de cada parlamentar, por sua vez, é exercida diante de sua própria Casa. Nada dispõe a CF sobre o Procurador-Geral.
AVULSO!
LEI ORDINÁRIA
Se vier do povo ou do executivo:
Casa iniciadora: câmara dos deputados
Casa Revisora: Senado Federal
Se vier dos senadores:
Casa iniciadora: Senado Federal 
Casa Revisora: câmara dos deputados
Sempre passam pela Comissão de Constituição,Justiça e Cidadania na câmara dos deputados.
*No caso dos cidadãos:
Art. 61. §2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
OBS.: No caso das Emendas, cabe a um terço dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado ou ao Presidente ou a mais da metade das Assembleias Legislativas dos Estados e do DF (checar acima art. 60, I, II e III). 
A iniciativa pode ser concorrente ou geral (que compete a qualquer membro ou órgão do Legislativo, ao Presidente e ao povo, caso do art. 60, I, II e III e art. 61, caput e parágrafo 2º) e reservada* ou exclusiva (que compete privativamente a uma autoridade ou órgão. CF, art. 61, parágrafo 1º; art. 93 e 96).
*(!) Iniciativa exclusiva do presidente:
Art. 61. § 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas; II - disponham sobre: a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração; b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios; c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI; f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva.
Há ainda a iniciativa vinculada, a que “a apresentação do projeto de lei sobre determinada questão é exigida pela CF, em data ou em prazo certo”. Exemplo: projeto de lei orçamentária.
Emendas Parlamentares: faculdade de os parlamentares sugerirem modificações na matéria contida em projeto de lei. Podem ser: I – supressivas, que manda erradicar qualquer parte da outra proposição; II – aglutinativas, que resulta da fusão de outras emendas, ou destas com o texto, por transação tendente à aproximação dos respectivos objetos; III – substitutivas, sucedânea a parte de outra proposição, denominando-se “substitutivo” quando alterar, substancial ou formalmente, em seu conjunto, considerando-se formal a alteração que vise exclusivamente ao aperfeiçoamento da técnica legislativa; IV – modificativas, que altera a proposição sem a modificar substancialmente; V – aditiva, que acrescenta outra proposição; VI – de redação, modificativa que visa a sanar vício de linguagem, incorreção de técnica legislativa ou lapso manifesto. As subemendas são aquelas apresentadas em Comissão a outra emenda e que pode ser, por sua vez, supressivas, substitutivas ou aditivas, desde que as supressivas não incidam sobre emenda com a mesma finalidade.
O poder de emendar é regra. Mas há exceção na CF:
Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista: I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o disposto no art. 166, §§ 3º e 4º; II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos tribunais federais e do Ministério Público.
 
Votação: ato decisório, por meio do qual se aprova ou não o projeto apreciado. É precedido de discussão e estudos, seja perante as comissões parlamentares técnicas, seja perante o plenário de cada casa legislativa. É informada pelo princípio da colegialidade, uma vez que é ato necessariamente coletivo das casas do CN, não se harmonizando, portanto, com o chamado voto de liderança (que permite aos líderes partidários votarem em nome e em substituição aos membros do CN), normalmente previsto nos Regimes Internos das casas legislativas. Porém, a CF permite às Comissões Parlamentares, em razão de matéria de sua competência, discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa (art. 58, parágrafo 2º, I).
 
O ato de votação é tomado por um quórum determinado: o de maioria simples, para leis ordinárias; de maioria absoluta, para leis complementares; e de três quintos para Emendas Constitucionais.
As Casas do CN deliberam, em regra, separadamente (há exceções, ver “sessão conjunta” nas primeiras páginas). Por essa razão:
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados. § 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa. § 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação. § 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á no prazo de dez dias, observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior. § 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do Congresso Nacional, nem se aplicam aos projetos de código.
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar. Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.
A sanção e o veto
Sanção é o ato de competência exclusiva do chefe do Poder Executivo que manifesta, expressa (com a assinatura do projeto) ou tacitamente (silêncio que ultrapasse os 15 dias úteis, contados do recebimento do projeto), a sua concordância com o projeto de lei já aprovado pelo Congresso. É o que transforma o projeto de lei em lei, embora ainda pendente da promulgação e da publicação para existir e ingressar no mundo jurídico. 
Veto é a discordância expressa do Executivo com o projeto, por entendê-lo inconstitucional ou contrário ao interesse público. Deve vir fundamentado, sob pena de não ter validade. Pode ser total ou parcial, sendo que este somente pode abranger o texto integral de artigo, parágrafo ou alínea, não havendo mais o veto que incida sobre palavras ou grupo de palavras.
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará. §1º Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo a total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto. §2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea. §3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará sanção. §4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto. §5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da República. §6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final. 
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membrosde qualquer das Casas do Congresso Nacional.
Promulgação e publicação
Promulgação é a declaração oficial de que a Lei existe, é autêntica e está pronta para ser executada. Não faz a lei, mas os efeitos desta só se produzem após aquela. É obrigatória e cabe, inicialmente, ao Presidente (art. 66, parágrafo 5º), se ele não o fizer:
Art. 66. §7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República, nos casos dos §§ 3º e 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo. 
Publicação é o meio em face do qual se transmite a Lei promulgada aos seus destinatários. É ato de comunicação oficial. É condição para a lei entrar em vigor e se tornar eficaz. Realiza-se pela inserção no Diário Oficial. Não enseja necessariamente a vigência (obrigatoriedade) de lei. Isto porque, salvo disposição contrária, a Lei começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada (LINDB, art. 1º). E nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da Lei brasileira, quando admitida, se inicia 3 meses depois de oficialmente publicada (LINDB, art. 1º, parágrafo 1º).
Procedimentos legislativos
Procedimento é o rito ou a forma de tramitação das propostas legislativas. A CF contempla: o procedimento ordinário, o procedimento sumário e os procedimentos especiais.
Procedimento legislativo ordinário: aplicável para a elaboração das leis ordinárias. É mais amplo, não se submete a prazos e compreende as seguintes fases: I – apresentação do projeto, que, em regra, ocorrerá perante a Câmara dos Deputados; II – exame do projeto pelas comissões permanentes, que emitirão pareceres a respeito; III – deliberação ou votação; IV – revisão na casa legislativa revisora, que, em regra, será o Senado, onde se repetirão todas as fases anteriores. Arts. 64 a 67 (ver página anterior).
Procedimento legislativo sumário: ocorre quando o presidente solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa. Nesse caso, o procedimento submete-se a prazo que não poderá ser superior a cem dias. Não se aplica a projetos de código, nem os prazos nele previstos correm nos períodos de recesso do CN. Ver medidas provisórias, art. 62.
Procedimentos legislativos especiais: são procedimentos especiais previstos para a elaboração de determinadas espécies normativas. Referentes a: as emendas constitucionais, as leis complementares, as leis financeiras (lei do plano plurianual, lei de diretrizes orçamentárias e lei do orçamento anual); a conversão das medidas provisórias em leis e a elaboração de leis delegadas.
O Estatuto dos Congressistas
Representa o próprio regime jurídico dos parlamentares. Aplicam-se aos deputados estaduais e distritais por força do art. 27, parágrafo 1º. 
Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze. §1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
Condições de elegibilidade: 
Art. 14. §3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; VI - a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador. §4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
Prerrogativas
Destinam-se a assegurar a autonomia e independência funcional dos parlamentares. Compreendem as imunidades, o privilégio de foro por prerrogativa da função, isenção do serviço militar e a manutenção das prerrogativas mesmo durante os Estados de exceção.
Imunidades: podem ser de caráter material ou formal, ressaltando que se estendem aos deputados estaduais e distritais também. Os vereadores têm imunidade material, mas de forma mais limitada, apenas com referência a opiniões, palavras e votos em razão do exercício do mandato e na circunscrição do Município.
I – material: inviolabilidade, civil e penal, dos deputados e senadores por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. Assegura aos congressistas ampla liberdade de palavra, no exercício de suas funções e os protege contra abusos e violência por parte de outros poderes constitucionais (Carlos Maximiliano). 
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. 
A imunidade material tem o condão de elidir a criminalidade de fato ou, pelo menos, a responsabilidade do agente. Pressupõe o exercício de mandato parlamentar e só alcança as manifestações dos parlamentares que guardarem nexo com o desempenho das funções, independentemente do local de suas manifestações. Portanto, a imunidade material não é absoluta, pois somente se verifica nos casos em que a conduta possa ter alguma relação com o exercício do mandato parlamentar. Compreende: as entrevistas jornalísticas; a transmissão, para a imprensa, do conteúdo dos pronunciamentos ou de relatorias produzidos nas Casas Legislativas e as declarações feitas aos meios de comunicação social, na medida em que estas manifestações, desde que vinculadas ao desempenho do mandato, qualificam-se como natural projeção do exercício das atividades parlamentares.
STJ: “Não assiste a prerrogativa da imunidade processual ao Deputado estadual, licenciado, à época do fato, para o exercício do cargo de Secretário de Estado, mesmo havendo, após, reassumido o desempenho do mandato”. Ou seja: uma vez licenciado do mandato parlamentar para ocupar cargo no Executivo (por exemplo, Ministro ou Secretário do Estado), o deputado ou senador não pode invocar a imunidade parlamentar. O parlamentar licenciado não perde, no entanto, a garantia constitucional da prerrogativa de foro em matéria penal.
II – formal: de acordo com a CF, nos crimes comuns, ocorridos após a diplomação, a ação penal pode ser suspensa, após a denúncia, pelo tempo do mandato, por iniciativa de partido político e voto da maioria dos membros da Casa. Em caso de flagrante, os autos serão remetidos em 24 horas à Casa respectiva, que resolverá sobre a prisão. Não se estende aos vereadores.
Art. 53. §2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. §3º Recebida a denúncia contra Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá,
até a decisão final, sustar o andamento da ação. §4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. §5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
A EC n.35/2001: extinguiu a imunidade relativa ao processo penal, que condicionava a instauração do processo-crime contra o parlamentar à prévia licença de sua casa legislativa, mas previu a possibilidade de sustação, pela casa legislativa, de processo penal já iniciado contra parlamentar por crime cometido após a diplomação. Sendo assim, conforme dispõe o parágrafo 3º do art. 53, recebida denúncia contra o parlamentar, por crime ocorrido após a diplomação, o STF daráciência à casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
Importante ressaltar que essa EC tem aplicabilidade imediata, por referir-se a imunidade processual, alcançando as situações em curso. Ela suprimiu a necessidade de licença parlamentar, para fins de persecução criminal, e distinguiu delitos ocorridos antes e depois da diplomação, para admitir, somente quanto a estes últimos, a possibilidade de suspensão do curso da ação penal.
Privilégio de foro por prerrogativa da função: consiste no direito do parlamentar ser processado e julgado perante o órgão especial, que em se tratando de parlamentar federal é o STF. Ou seja, em face desta prerrogativa, a diplomação do réu como Deputado Federal ou Senador opera o deslocamento, para o STF, da competência penal para a persecução criminal, devendo ser mantidos os atos processuais, inclusive os de caráter decisório, já praticados, com base no ordenamento positivo vigente à época de sua efetivação, por órgão judiciário até então competente.
Art. 53. §1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.
Ação Penal n. 333: o STF entendeu que a renúncia do réu parlamentar federal produz plenos efeitos no plano processual, o que implica o deslocamento da competência, e a declinação da competência do STF para o Juízo Criminal de primeiro grau.
Ação Penal n. 396: o STF entendeu que a renúncia, quando configuradora de abuso de direito, não pode modificar a competências constitucionais definidas.
Obs.: Deputado Distrital tem foro no Tribunal Superior do Distrito Federal, o Deputado Estadual tem foro no Tribunal de Justiça do Estado. Em SP, por exemplo, os deputados são julgados pelo TJ. Vereador não tem foro privilegiado.
Isenção do serviço militar: deputados e senadores não podem ser incorporados às Forças Armadas sem licença da Casa respectiva (art. 53, parágrafo 7º, da CF). O mesmo se aplica aos deputados estaduais.
Art. 53. §7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.
Isenção de testemunho: deputados e senadores não são obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato (art. 53, parágrafo 6º, da CF).
Art. 53. §6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.
Manutenção das prerrogativas durante os Estados de Exceção
Art. 53. §8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.
 Incompatibilidades: 
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão: I - desde a expedição do diploma: a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes; b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades constantes da alínea anterior; II - desde a posse: a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada; b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades referidas no inciso I, a; c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, a; d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
Aplicáveis também aos deputados estaduais e distritais e aos vereadores.
Obs.: O vereador pode acumular o cargo com um emprego no Poder Público, caso haja compatibilização de horário.
Perda do mandato: 
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior; II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar; III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada; IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição; VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado. §1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas. 
Por cassação:
§2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. 
Por extinção: 
§3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
Assim, na extinção, distintamente do que ocorre na cassação, a mesa deve declarar a perda do mandato do parlamentar sempre que se verificar uma das situações previstas nos incisos III a V do art. 55.
Contudo, seja em caso de cassação, seja em caso de extinção:
 §4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º.
Obs.: O TSE, na Consulta n. 1398, passou a entender que, salvo justa causa, perde o mandato o parlamentar que se desfiliar do seu partido de eleição, por violar o princípio constitucional da fidelidade partidária.
Todavia:
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador: I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de
Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de capital ou chefe de missão diplomática temporária; II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias. § 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato. § 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração do mandato.
Da Fiscalização contábil, financeira e orçamentária e dos Tribunais de Contas
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
Interno: é exercido por cada Poder, por meio de seus próprios órgãos, para aferir legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncias de receitas (art. 74). As irregularidade e ilegalidades devem ser informadas

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