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Apostila de Economia 2014 C.Contábeis

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APOSTILA DE ECONOMIA – Profa Ms Marta Alves Pereira 
 
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 APOSTILA DE ECONOMIA 
DOCENTE: Marta Alves Pereira 
Discente-____________________________ 
Faculdade de Ciências Contábeis 
 
 APOSTILA DE ECONOMIA – Profa Ms Marta Alves Pereira 
 
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CARO ALUNO: 
 Este material foi elaborado com base na bibliografia citada no final da apostila, e tem por objetivo oferecer 
material complementar de estudo para fixação da matéria, lembrando que esta não deve ser a única fonte de 
consulta, pois além dela você deve consultar os livros recomendados ou adotados textos, artigos, cadernos, sites de 
economias, jornais e revistas entre outros recursos utilizados durante as aulas. 
 Também foi respeitada a lei de direitos autorais, para elaboração deste material. 
 
OBJETIVO DA APOSTILA DE ECONOMIA - 
 Capacitar o estudante através de conceitos e instrumentos de análises fundamentais da ciência econômica que 
facilitem a compreensão do elevado grau de dependência social e política em face aos fenômenos econômicos da 
realidade que o cerca. 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
GREMAUD, Amaury Patrick; VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval; TONETO JR., Rudinei. Economia 
brasileira contemporânea. 7. ed. São Paulo: Atlas 2011. 
FONTES, Rosa. Economia: um enfoque básico e simplificado. São Paulo: Atlas 2010. 
VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval. Economia: micro e macro: teoria e exercícios, glossário com os 300 
principais conceitos e econômicos. 4. Ed. São Paulo: Atlas2011. 
 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 
MANKIW, N. Gregory. Introdução à economia: princípios de micro e macroeconomia. Rio de Janeiro: Campus 2001. 
MENDES, Judas Tadeu Grassi. Economia: fundamentos e aplicações. São Paulo: Prentice Hall 2004. 
ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à economia. 18. Ed.São Paulo: Atlas 2000. 
SINGER, Paul. Aprender economia. 24. Ed. São Paulo: Brasiliense 2008. 
VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval; ENRIQUEZGARCIA, Manuel. Fundamentos de economia. 3. ed. São 
Paulo: Saraiva 2008. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. Introdução a Economia 
Diariamente vemos nos jornais, revistas, internet, rádios e televisão, inúmeras questões econômicas: 
 Aumento de preços; 
 Desemprego; 
 Setores que crescem mais que outros; 
 Crise na balança comercial; 
 Valorização ou desvalorização do dólar; 
 Diferenças de rendas em várias regiões do país; 
 Taxas de juros; 
 Elevação de impostos e tarifas. 
 Uma família comumente se depara com muitas decisões. Deve decidir quais tarefas cabem a cada membro e o 
que cada um desses membros recebe em troca: 
 Quem faz o almoço? 
 Quem estuda em escola pública? 
 Quem estuda em escola privada? 
 Quem escolhe o filme que será assistido no DVD? 
Enfim, a família deve alocar os recursos escassos entre os vários membros, levando em conta a capacidade, esforços 
e desejo de cada um. Como uma família, a sociedade se depara com muitas decisões. Deve decidir quais tarefas serão 
executadas e por quem. 
A sociedade precisa de gente para produzir alimentos, fabricar e criar carteiras, quadros, software. Uma vez que a 
sociedade tenha alocado as pessoas (aqui incluímos terra, prédios, máquinas e capital) entre as várias tarefas, deve 
alocar também os bens e serviços que elas produziram. Deve decidir quem comerá o caviar e quem comerá as batatas. 
Quem andará de Ferrari e quem andará de ônibus. 
A administração dos recursos da sociedade é importante porque os recursos são escassos. Escassez significa 
que a sociedade tem menos a oferecer do que aquilo que as pessoas desejam ter. Os recursos (máquinas, trabalho, 
capital, petróleo, etc.) estão disponíveis em quantidades limitadas. Com esses recursos, mesmo escassos, produzem-se 
bens e serviços (alimentos, automóveis, saúdes, lazer etc.). A escassez sempre existirá porque as necessidades são 
superiores aos meios disponíveis para satisfazê-los. 
 Lembre-se: os recursos são limitados e necessidades são virtualmente ilimitadas e sempre se renovam. 
A maioria das pessoas deseja muito mais do que seus recursos lhes permitem. Isso é escassez: as pessoas querem 
mais do que podem obter com os recursos disponíveis. As pessoas precisam alimentar-se, vestir-se, receber uma 
educação, entre outros, e para isso há os recursos, mas a renda é insuficiente na hora de conseguir todos os bens e 
serviços desejados para satisfazer suas necessidades. 
A sociedade (conjunto de pessoas) tem necessidades coletivas, tais como: estradas, defesa, justiça, etc. 
 
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 Lembre-se: o fato de existir muito pouco de um bem não quer dizer que ele é escasso. Ele tem que ser desejável. 
 Não confunda escassez com pobreza. Até mesmo os muito ricos querem mais. Pobreza significa ter poucos 
bens. Escassez significa mais desejos do que bens para satisfazê-los, mesmo que haja muitos bens. Assim como 
uma família não pode dar a seus membros tudo o que estes desejam, a sociedade não poder dar a cada pessoa o padrão 
de vida mais alto ao qual ela aspira. 
 Na sociedade moderna, os desejos e necessidades são, em geral, mais amplos do que a disponibilidades de 
recursos de produção (ou fatores de produção). Isto equivale dizer que não existem limites a priori para os desejos e 
necessidades humanas frente às claras limitações à produção dos bens e serviços necessários ao atendimento destes 
desejos. 
 
 
A escassez implica que a sociedade precisa encontrar meios de alocar recursos para a produção de bens e serviços 
mesmo sabendo que parcela das necessidades (e indivíduos) não será atendida. A escassez é o elemento central que 
justifica a existência dos mercados. 
1.1 - As necessidades humanas 
 O conceito de necessidade humana é a sensação de carência de algo unida ao desejo de satisfazê-la. Assim, 
o fato real que enfrenta a economia é que em todas as sociedades (tanto ricas como pobres) os desejos dos indivíduos 
não podem ser completamente satisfeitos. Nesse sentido, bens escassos são aqueles que nunca tem em quantidade 
suficiente para satisfazer os desejos dos indivíduos. 
 A Economia ocupa-se das questões relativas à satisfação de necessidades dos indivíduos e da sociedade e em 
geral de toda atividade humana que implique a necessidade de escolha. 
NECESSIDADES HUMANAS (Desejos de Consumo) 
 
Natural - por exemplo: comer. 
Individual Social – decorrente da vida na sociedade, por exemplo: festa 
 de casamento 
 
 Coletivas- partem do indivíduo e passam a ser 
Necessidades: da sociedade, por exemplo: o transporte. 
 Coletivas Públicas - surgem da mesma sociedade, por exemplo: a ordem pública. 
Necessidades 
Ilimitadas 
Recursos de 
Produção 
Escassez 
 
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A hierarquia das necessidades, segundo Maslow. 
 
 
 Variam em função do estágio de desenvolvimento das sociedades e das pessoas. À medida que se avança na 
escala hierárquica, a diversidade dos bens e serviços requeridos se amplia. Para satisfação dessas necessidades 
produzem bens e serviços de que necessitam e distribuem para consumo entre a sociedade. 
 
1.2- Por que indivíduos e empresas fazem escolhas? 
 A escassez de recursos obriga indivíduos e empresas a fazerem escolhas. Estas por sua vez implicam no que 
chamamos em economia de escolhas mutuamente excludentes. 
 Exemplo: O Sr X decidiu comprar o pacote de turismoA em vez do B pelo fato de o pacote A ser mais barato 
e proporcionar quase tanto bem estar quanto o pacote B. Note que ao escolher o pacote A o Sr. X excluiu a possibilidade 
de compra do pacote B. Ela implica em perder algo (pacote B) em troca de outro (pacote A). 
Comentário: isto é chamado de custo da oportunidade 
Custo de oportunidade 
A transferência dos fatores de produção de um bem X para produzir um bem Y implica um custo de oportunidade, que é 
igual ao sacrifício de se deixar de produzir parte do bem X para se produzir mais do bem Y. O custo de oportunidade 
também é chamado de custo alternativo, por representar o custo da produção alternativa sacrificada. 
Esses custos são crescentes, uma vez que, quando aumentamos a produção de determinado bem, os fatores de produção 
transferidos dos outros produtos se tornam cada vez menos aptos para a nova finalidade, ou seja, a transferência vai 
ficando onerosa e o grau de sacrifício vai aumentando. 
 
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Fonte: VASCONCELLOS. GARCIA, 2008, P.6 
2- Etimologia, definições de Economia e objetivo da ciência econômica. 
 Etimologicamente a palavra ECONOMIA vem do grego OIKOS (casa) e NOMOS (norma, lei). Seria a 
“administração da casa”, que pode ser entendida como “administração da coisa pública”, e foi Aristóteles que, 
provavelmente, cunhou pela primeira vez o termo. 
A seguir são apresentadas algumas definições de economia: 
 Troster e Mochón: “a economia estuda a maneira como se administram os recursos escassos, com o objetivo 
de produzir bens e serviços e distribuí-los para seu consumo entre os membros da sociedade”. 
 Vasconcellos e Garcia: “é a ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem (escolhem) 
empregar (alocar) recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as 
várias pessoas e grupos da sociedade a fim de satisfazer as necessidades humanas”. 
 Passos e Nogami: “Economia é a ciência social que estuda como as pessoas e a sociedade decidem empregar 
recursos escassos, que poderiam ter utilização alternativa, na produção de bens e serviços de modo a distribuí-
los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas.” 
 OBJETIVO DA CIÊNCIA ECONÔMICA 
 Formular propostas para resolver ou minimizar os problemas econômicos, de forma a melhorar a qualidade de 
vida das pessoas. 
 
3- Os Problemas de Natureza Econômica 
 O problema fundamental da economia é a impossibilidade de se produzir bens e serviços em quantidades 
ilimitadas para satisfazer as necessidades humanas permanentemente ampliadas, pois os fatores de produção existem em 
quantidades limitadas. Este fato também é conhecido como lei da escassez. 
 
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QUATRO PERGUNTAS FUNDAMENTAIS 
 Diante da impossibilidade do atendimento pleno das necessidades humanas em virtude da escassez de recursos, 
quatro questões são levantadas, sendo que suas respostas envolvem o problema fundamental da economia, isto é, o 
problema da escassez. 
 A primeira pergunta diz respeito à natureza das necessidades humanas: 
 O que produzir? ? (ENFOQUE ECONÔMICO) 
 A resposta significa identificar as necessidades e, consequentemente, o que irá satisfazê-las. Dessa forma, a 
sociedade deve saber que precisa produzir, por exemplo, alimentos, roupas, casas, estradas, escolas, etc. 
 A segunda pergunta implica determinar quantitativamente o produto necessário à satisfação das necessidades. 
 Quanto produzir? (ENFOQUE ECONÔMICO) 
 Esta questão complementa a anterior e tem sua importância definida na medida em que, como já vimos, é 
impossível produzir em quantidades ilimitadas todos os bens necessários. Se imaginarmos que todos os recursos 
disponíveis de uma economia estão sendo utilizados no processo produtivo, atingiremos um limite na produção de bens 
e serviços. Nesse caso, se quisermos aumentar a produção de um bem qualquer, teremos de diminuir a quantidade de 
produção de outros ou outros bens. 
 A terceira questão envolve um problema de ordem técnica: 
 Como produzir? (ENFOQUE TECNOLÓGICO) 
 Para que se obtenha um determinado bem, ou serviço, é necessário empregar os fatores trabalho, capital e 
recursos naturais. Entretanto, a proporção em que esses recursos serão combinados vai depender da abundância ou da 
escassez de cada um deles. Portanto, é natural imaginar que, numa economia em que o fator trabalho seja mais 
abundante que o fator capital, a produção empregue uma quantidade proporcionalmente maior de trabalho. 
 A quarta questão está diretamente relacionada ao consumo, à satisfação das necessidades dos indivíduos: 
 Para quem produzir? (ENFOQUE SOCIAL) 
 A resposta a essa pergunta resolve o último problema da questão da satisfação das necessidades humanas, ela 
vai nos dizer de que forma será distribuído o produto do trabalho coletivo aos elementos das sociedades. 
 
4 - Os Bens 
Bem é tudo aquilo que satisfaz direta ou indiretamente os desejos e necessidades dos seres humanos. Os bens podem ser 
classificados: 
 Segundo seu caráter: 
 Livres: são ilimitados em quantidade ou muito abundantes e não são apropriáveis. Ex. o ar, o sol etc. 
 Econômicos: caracterizam-se pela utilidade, são escassos em quantidade, dada sua procura, e transferíveis. Ë o 
objeto de estudo da economia. 
 
 
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 Segundo sua natureza: 
 De capital: não atendem diretamente às necessidades. 
 De consumo: destinam-se à satisfação direta de necessidades. 
 Duradouros ou duráveis: permitem um uso prolongado. 
 Não duradouros ou Não duráveis: acabam com o tempo. 
 Segundo sua função: 
 Intermediários: devem sofrer novas transformações antes de se converterem em bens de consumo ou 
de capital 
 Finais: Já sofreram as transformações necessárias para seu uso ou consumo. 
 Por isso, pode-se dizer que as necessidades são ilimitadas ou ainda, de outra forma, que sempre existirão 
necessidade que os indivíduos não poderão satisfazer, ainda que seja somente pelo fato de os desejos tornarem-se 
refinados. 
5 - Os serviços 
 Os serviços são aquelas atividades que, sem criar objetos materiais, se destinam direta ou indiretamente a 
satisfazer necessidades humanas. Ex: os serviços oferecidos por: um banco ou segurador; um pedreiro; um professor 
entre outros. 
 
6 - OS FATORES DE PRODUÇÃO 
Para a satisfação das necessidades humanas é necessário produzir bens e serviços. Para isso, exige-se o emprego de 
recursos produtivos e de bens elaborados. 
 Os fatores de produção são os recursos ou elementos básicos utilizados na produção de bens e serviços. 
Tradicionalmente, esses fatores se dividem em três categorias: 
 Terra: em economia, é utilizado no sentido amplo, indicando não só a terra cultivável e urbana, mas também os 
recursos naturais que contém como, por exemplo, os minerais. Tipo de remuneração: aluguel. 
 Trabalho: refere-se às faculdades físicas e intelectuais dos seres humanos que intervêm no processo produtivo. O 
trabalho é o fator de produção básico. Os trabalhadores se servem das matérias-primas obtidas na natureza. Com a 
ajuda da maquinaria necessária, transformam-nas até convertê-las em matérias básicas, aptas a outros processo ou 
bens de consumo. Tipo de remuneração: salário. 
 Capital: compreende as edificações, as fábricas, a maquinaria e os equipamentos, a existências de meios elaborados 
e demais meios utilizados no processo produtivo. Tipo de remuneração: Juros. 
 Alguns autores também consideremcomo fatores de produção: 
 Tecnologia: É a transmissão constante de conhecimentos entre as pessoas e/ou empresas. Normalmente, quando 
falamos em tecnologia, o primeiro pensamento nos leva as máquinas robotizadas, computadores etc., porém, esses 
 
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equipamentos modernos representam apenas inovações tecnológicas aplicadas a alguma coisa já existente ou já 
inventadas anteriormente. Tipo de remuneração: royalties (Direitos autorais). 
 Capacidade empresarial: Trata-se de DOM natural, que algumas pessoas possuem, mesmo sem o 
desenvolvimento cultural. Observamos casos de pessoas que não tiveram a oportunidade do estudo científico, que se 
sobressaem nas atribuições normalmente desenvolvidas por grandes empreendedores. Tipo de remuneração: lucro. 
7- A Economia como ciência e relações com as outras ciências 
 “A Economia é uma ciência social que usa métodos de análise de outras ciências. Ela formula seus modelos, ou 
teorias, para representar a realidade de forma simplificada e descrever e interpretar os fatos a fim de realizar previsões 
econômicas. Um modelo econômico utiliza-se de variáveis, as mais relevantes e parte de um conjunto de argumentos 
considerados verdadeiros, e estabelece um conjunto de hipóteses de relacionamento entre variáveis”. 
-Economia positiva – argumentos positivos: “ao que é” (descrição da realidade). 
Ex.: maior renda gera maior consumo; maior oferta, menor preço. 
 -Economia normativa - argumentos normativos: “ao que deve ser” (política econômica) - juízo de valor. Ex.: mais 
desemprego, menos inflação; o preço da gasolina não deve subir. 
A Economia se relaciona com diferentes ramos das ciências, por exemplo: 
a) Biologia: ideias de crescimento e mudança, fluxo de renda e riqueza; 
b) Física: noções de estática e dinâmica (equilíbrio geral e parcial); 
c) Psicologia: comportamento racional dos agentes econômicos; 
d) História: fatos passados, reflexos no futuro; 
e) Estatística: amostragem, séries temporais; 
f) Matemática: formulação de teorias e modelos econômicos; 
g) Geografia: as relações econômicas ocorrem num espaço; mobilidade das pessoas, dos fatores de produção, dos bens e 
serviços; 
h) Sociologia: participação das classes sociais no produto global; 
i) Direito: aspectos jurídicos das políticas econômicas; contratos de trabalho, leis de salário mínimo, taxa de câmbio, etc. 
j) Ciência Política: considera variáveis econômicas, sociais, jurídicas e políticas (regime democrático, ações do governo, 
estrutura partidária). 
 
7-DIVISÃO BÁSICA DO ESTUDO DA ECONOMIA 
 A Economia divide-se em: Economia descritiva, Teoria econômica e Economia Aplicada. 
 Economia Descritiva: estuda fatos particularizados, sem lançar mão da análise teórica. Ela utiliza basicamente 
dados empíricos e análise comparativa. 
 
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 Teoria Econômica: analisa, de forma, simplificada, o funcionamento de um sistema econômico, utilizando um 
conjunto de suposições e hipóteses acerca do mundo real, procurando obter as leis que o regulam. Ela divide-se em 
microeconomia e macroeconomia. 
a) Microeconomia: trata do comportamento das firmas e dos indivíduos ou famílias, preocupando-se com a 
formação dos preços e o funcionamento do mercado de cada produto individual. 
b) Macroeconomia: diz respeito aos grandes agregados nacionais, estuda o funcionamento do conjunto da 
Economia de um país, envolvendo o nível geral dos preços, formação da renda nacional, mudanças na taxa de 
desemprego, taxa de câmbio, balanço de pagamentos, etc. 
 Economia Aplicada: utiliza a estrutura geral de análise fornecida pela Teoria Econômica, para explicar as causas e 
o sentido das ocorrências relatadas pela Economia Descritiva. 
 
7.1 - A MICROECONOMIA E A MACROECONOMIA 
 
A microeconomia ocupa-se da análise do comportamento das unidades econômicas, como as famílias, ou 
consumidores, e as empresas. Estuda também os mercados em que operam os demandantes e ofertantes de bens e 
serviços. A perspectiva microeconômica considera a atuação das diferentes unidades econômicas como se fossem 
unidades individuais. 
Assim, quando explicamos o aumento do preço do petróleo como consequência de aumento na demanda de 
energia, estamos fazendo uma colocação tipicamente microeconômica. 
A microeconomia é aquela parte da teoria econômica que estuda o comportamento das unidades, tais 
como os consumidores, as indústrias e empresas, e suas inter-relações. 
A macroeconomia, pelo contrário, ocupa-se do comportamento global do sistema econômico refletido em um 
número reduzido de variáveis, como o produto total de uma economia, o emprego, o investimento, o consumo, o nível 
geral de preço etc. Se o Ministério da Fazenda, por exemplo, anuncia que a inflação caiu 0,5% em relação ao mês 
anterior e que o número de empregos aumentou, está destacando o que, em sua opinião, são os aspectos mais 
significativos da evolução global da economia. 
A macroeconomia estuda o funcionamento da economia em seu conjunto. Seu propósito é obter uma visão 
simplificada da economia que, porém, ao mesmo tempo, permita conhecer e atuar sobre o nível da atividade econômica 
de um determinado país ou de um conjunto de países. 
De qualquer forma, deve-se ressaltar que a microeconomia e a macroeconomia são dois ramos da mesma 
disciplina, a economia, e como tais se ocupam das mesmas questões, ainda que se fixem em aspectos distintos. 
 
8- O SISTEMA ECONÔMICO 
8.1 – Definição de Sistema Econômico 
 
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 Nas sociedades modernas, onde é produzido um grande número de bens e serviços, podemos observa que o 
consumo de uma pessoa é composto por bens e serviços produzidos em áreas de atividade econômica diferentes daquela 
em que exerce seu trabalho. Um operário que trabalhe em uma metalúrgica, por exemplo, produz chapas de aço, mas 
necessita de alimentos, roupas, uma casa, transporte etc. 
 Entretanto, na economia em que esse operário vive, é permitido que ele troque sua força de trabalho por um 
salário que lhe permita adquirir os bens e serviços de que necessita. Isto ocorre em razão do funcionamento daquilo que 
chamamos de sistema econômico. 
 O sistema econômico é uma reunião dos diversos elementos participantes da produção e do consumo de bens e 
serviços que satisfazem às necessidades da sociedade, organizados não apenas do ponto de vista econômico, mas 
também social, jurídico, institucional, etc. Observe que os elementos integrantes de um sistema econômico não são 
apenas pessoas, mas todos os fatores de produção. 
 Os atos econômicos dão vida ao sistema econômico. 
 Os agentes econômicos são os responsáveis pelas ações econômicas que desenvolvem em um sistema 
econômico: 
a) Famílias (ou indivíduos) – fornecem os recursos de fatores (trabalho, capital, recursos naturais etc.) de sua 
propriedade aos outros agentes. Atuam como consumidores: empresas (privadas e públicas) – são os agentes 
produtores de bens e serviços, que compõem o aparelho de produção da economia nacional. Organizam fatores 
produtivos e destinam o resultado de sua atividade ao mercado (onde a produção atinge seu destino final). 
b) Governo (administração pública) – são órgãos que se dedicam a prestar serviços à sociedade, que são consumidos 
pela coletividade. Seus produtos são indivisíveis. Administrações públicas: federais, estaduais e municipais. 
c) Resto do Mundo – (comércio exterior) – registra as transações econômicas ocorridas com agentes econômicos 
pertencentes a outros países. 
 Para que os fatores de produção façam parte do processo produtivo,eles precisam estar organizados de tal forma 
que a sua combinação resulte em algum bem ou serviço. As instituições em que são organizados os fatores 
de produção são denominadas unidades produtoras. Uma fábrica de automóveis, um banco e uma fazenda são 
exemplos de unidades produtoras, pois em cada um desses lugares os fatores de produção trabalho, capital e recursos 
naturais estão organizados para a produção de algum bem ou serviço. 
 No entanto, não devemos pensar que tudo aquilo que for obtido pelas unidades produtoras será destinado 
diretamente ao consumo pelas pessoas. Uma fábrica de chapas de aço, por exemplo, não tem as pessoas, em geral como 
consumidores diretos dos seus produtos, o que também ocorre com uma empresa de tecnologia da informação. As 
chapas de aço e os serviços da tecnologia da informação são apenas um bem e um serviço que entram na produção de 
outros bens e serviços. 
 
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 Essa complexidade de produção é uma característica fundamental dos modernos sistemas econômicos e explica 
como as pessoas que desempenham uma tarefa específica, podem adquirir os bens e serviços necessários à satisfação de 
suas necessidades. 
 A produção econômica pode ser classificada em três categorias, de acordo com a sua destinação: 
 Bens e serviços de consumo – são aqueles bens e serviços que satisfazem às necessidades das pessoas quando 
consumidas no estado em que se encontram como alimentos, roupas, serviços médicos etc. 
 Bens e serviços intermediários - são os bens e serviços que não atendem diretamente às necessidades das pessoas, 
pois precisam ser transformados para tingir sua forma definitiva. Como exemplo, podemos citar as chapas de aço 
que são empregadas na produção de automóveis: os serviços de computação que preparam folhas de pagamentos 
para empresa etc. 
 Bens de capital – também não atendem diretamente às necessidades dos consumidores, mas destinam-se a 
aumentar à eficiência do trabalho humano no processo produtivo, como as máquinas, as estradas etc. 
 
8.2 – COMPOSIÇÃO DO SISTEMA ECONÔMICO 
 No sistema econômico de uma nação, encontramos um grande e diversificado número de unidades produtoras, 
que podem ser agrupadas em setores de produção que é formando por um conjunto de unidades de produção que é 
caracterizado pelo produto produzido, classificado conforme sua produção principal. Utilizando esse critério, veremos 
que as unidades produtoras podem ser agrupadas em três setores básicos: 
a. Setor primário (agropecuária): vinculado aos recursos naturais, como a agricultura, a pesca, a pecuária e extrativa. 
b. Setor secundário (indústria): atividades industriais que transformam matérias-primas em bens finais ou 
intermediários, tais como: siderurgia, refino de petróleo, abate de carne, construção civil, fabricação de automóveis, 
farmacêuticos, indústria têxtil etc. 
c. Setor terciário (serviços): formado pelas unidades produtoras que prestam serviços tais como: instituições 
bancárias, empresas de transporte, hospitais, escolas, comércio, comunicações, administração pública etc. 
 Podemos ter uma ideia do grau de desenvolvimento de um país se observarmos a importância relativa dos três 
setores em seu sistema econômico. Uma economia em que o setor primário tem maior peso revela, quase sempre, um 
baixo nível de desenvolvimento, enquanto aquelas em que os setores secundário e terciário são preponderantes 
apresentam maior grau de desenvolvimento. 
 
8.3 – OS FLUXOS DO SISTEMA ECONÔMICO 
 Num sistema econômico existem dois fluxos: o fluxo do produto ou fluxo real, formado pelos bens e sérvios 
produzidos no sistema econômico; e o fluxo de renda ou fluxo monetário, formado pelo pagamento que os fatores de 
produção recebem durante o processo produtivo, também chamado de fluxo nominal. 
 
 
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SISTEMA ECONÔMICO 
 ___________________________________________________________________ 
Exportações de bens e serviços Importações de bens e serviços 
 
 
 
FLUXOS FUNDAMENTAIS: o funcionamento do sistema econômico se caracteriza: pela obtenção de recursos (ou 
fatores de produção) em si, e pela obtenção de recursos financeiros e sua utilização. Dois mercados: fatores de produção 
e bens e serviços finais. 
 
Fluxo Real: obtenção dos fatores de produção, produção e distribuição de bens e serviços. Dá vida a atividade real da 
economia. 
 
 
 
Empresas 
 
Famílias (unidades 
familiares) 
Governo (Administrações 
Públicas) 
Resto do Mundo 
Fornecimento de recursos de 
produção 
Remuneração dos recursos 
empregados 
 
Fornecimento de bens e serviços 
Pagamentos pelos bens e serviços 
Pagamentos de 
impostos e 
Fornecimentos 
de bens e 
serviços 
Pagamentos de 
impostos e 
Fornecimentos 
de recursos de 
produção 
 
Pagamentos 
pelos bens e 
serviços 
Remuneração 
dos recursos de 
produção 
 
Famílias 
Empresas 
Fatores de 
produção 
Bens e serviços finais 
 
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Fluxo Nominal (ou monetário): processo de remuneração dos fatores de produção e dos pagamentos pelos bens e 
serviços comercializados na economia. 
 
 
 
O fluxo circular de renda (real e monetário) pode ser representado da seguinte maneira: 
 1 – as famílias cedem às empresas os fatores de produção de que são proprietárias e, em troca, recebe das 
empresas uma renda, ou seja, uma remuneração sob forma de dinheiro; 
 2 – as empresas combinam esses fatores num processo denominado processo de produção e obtêm como 
resultado, um conjunto de bens e serviços; 
 3 – com a renda recebida em troca da utilização, na produção, dos fatores de que são proprietárias, as famílias 
compram das empresas os bens e serviços por estas produzidos; 
 4 – as famílias consomem os bens e serviços. 
 
FLUXO REAL DA ECONOMIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Famílias 
 
Empresas 
 
Remuneração (Renda) 
Renda despendida 
Mercado de bens e serviços 
Demanda 
 Oferta 
Famílias 
Empresas 
Oferta 
Demanda 
 
Mercado de fatores de produção 
 
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FLUXO MONETÁRIO DA ECONOMIA 
Pagamento dos bens de serviços 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Remuneração dos fatores de produção 
 
 
 
 
 
Famílias 
 
Empresas 
 
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Fluxo Circular de Renda 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fluxo real 
 Fluxo monetário 
 
Mercado de 
Bens e 
Serviços 
Mercado de 
Fatores de 
Produção 
Empresas 
Famílias 
Procura por 
bens 
Oferta de bens 
Procura por fatores 
produtivos 
Oferta de fatores 
produtivos 
Remuneração dos 
fatores produtivos 
Renda das 
famílias 
Pagamento por 
bens e serviços 
Receita das 
empresas 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E OUTRAS 
MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia: Princípios de micro e macroeconomia. Rio de Janeiro: Campus, 2005. 
MOCHON, Francisco, TROSTER, Roberto Luiz. Introdução à economia. São Paulo: Makron Books, 2002. 
SILVA, César Roberto Leite & LUIZ, Sinclayr. Economia e Mercados: Introdução à Economia. São Paulo: Saraiva 
2001. 
VASCONCELLOS, Marco Antônio S. e GARCIA, Manuel E. Fundamentos de economia. São Paulo: Saraiva 2004.

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