CONST2 CLAUSULAS PETREAS IMPLICITAS E A DUPLA REVISÃO

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CLAUSULAS PETREAS IMPLICITAS E A DUPLA REVISÃO
Discute-se a existência de limites mateerias implícitos ao poder de reforma, aqueles não expressamente previstos no art. 60, §4, mas ainda assim, plenamente vinculantes.
Há quem entenda que as clausulas petreas representam o nucleo de identidade da constituição, e que é possível buscar limites implicitos ao poder de reforma a partir desta identidade. Os limites não dependeriam de positiviação expressa pelo fato de os preceitos serem dotados de natureza declaratória e não constitutiva. (NÃO É A POSIÇÃO DO SARMENTO)
Um caso de cláusula pétrea implícita fala da titularidade da soberania e do poder constituinte originário. O poder reformador é um poder constituído, assim, não pode dispor sobre poder constituinte. 
Há um debate sobre se os limites impostos ao próprio poder constituinte reformardor pode ser modificado. Isso envolve a chamada dupla revisão, que é quando, para se alterar um ponto salvaguardado por clausulas pétreas, se aprova uma reforma suprimindo o limite material em questão e depois a mudança que era proibida é feita. As mudanças podem se ligar também a outras normas que regem a reforma constitucional.
De um lado há autores que afirmam existir um imperativo lógico que torna as regras sobre reformas constitucionais imunes ao poder constituinte reformador, pois, se um poder é outorgado por alguém, parece lógico que os limites desse poder só podem ser modificados pelo outorgante, nunca pelo próprio outorgado. Isso também vale para as emendas constitucionais, as regras que as disciplinam, que foram ditas pelo poder constituinte originário. Ao argumento lógico, integra-se o prático, pois, permitir que o poder reformador disponha sobre os seus próprios limites implica em negar a força desses limites.
Do outro lado, há quem invoque arguments para permitir a possibilidade da reforma das normas que disciplinam a alteração da Constituição. Ainda argumentam que é melhor admitir isso do que haver uma ruptura constitucional.
Da parte do Sarmento, entende-se que a questão não é apenas lógica, mas que depende de uma avaliação do contexto, permeável a juízos de moralidade política e análises pragmáticas.
No BR, deve-se preferir a tese da impossibilidade de reforma dos limites materiais de revisão, considerando a relativa facilidade de emenda, a aceitação de revisão das cláusulas pétreas as tornaria irrelevantes, expondo riscos desnecessários aos valores fundamentais.
Não é impossível a edição de emenda constitucional que promova alterações no processo de reforma, desde que mamntido o caráter rígido da Constituição e a natureza democrática do procedimento. Isso ocorreu na EC5/04 instituindo nova forma de alteração constitucional, pela incorporaão, por maioria qualificada, de tratado internacional sobre direitos humanos.
Um limite implícito que deve ser reconhecido é o do respeito ao Estado Democrático de Direito, seu núcleo consiste numa combinação de respeito à soberania popula com observância dos direitos fundamentais, visa conciliar o autogoverno do povo com as técnicas do constitucionalismo, voltadas à limitação do poder em prol dos governados. A expressão está acolhida no elenco das cláusulas petreas por meio da separação de poderes e dos direitos e garantias individuais.Por isso, também o é. 
Outros limites implícitos ao poder de reforma são atinentes à forma e ao sistema de governo que foram escolhidos pelo povo no plebiscito de 93. Isso é sustentado pelo fato de o procedimento de emenda constitucional não poderia ser utilizado para alterar uma decisão popular, o constituinte originário escolheu o plebiscito e o derivado não pode adotar procedimento distinto. O que pode ocorrer é a convocação de novo plebiscito. A república presidencialista por si só, não é cláusula pétrea e sim o procedimento previsto. 
Também há a hipótese de limitação implícita ao poder no que diz respeito às ADCT, o que foi corretamente rejeito pelo STF, pois não é pela sua transitoriedade que não podem ser alteradas, apenas em caso de forte ônus.