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CONST 2 INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL

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INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
INTRODUÇÃO
No séc xvii, a compreensão corrente sobre interpretação era a de que ela correspondia a simples declaração da vontade ditada pelo legislador. Se tinha a compreensão de que o juiz era somente a boca da lei e o judiciário um poder nulo.
Isso se ligava a visão da lei como encarnação da vontade do povo, representada pelo parlamento. E também do que seria o saber cientifco, que era algo que tinha que ser provado empiricamente. Então, para se enquadrar a isso o direito se encaixou na lógica, nesse sentido de extrair o que já está posto pela lei. 
O que mudou essa concepção formalista foi, primeiro, o fato de que a neutralidade do interprete não se sustentava. Também o processo de inflação legislativa, muito conflito entre normas, o papel do legislador entrou em descompasso com a sociedade. Passou a se ter uma visão não mais declaratória e sim política do Direito.
A corrente do realismo, nos EUA, alegando que as decisões são feitas totalmente em concepções particulares, surge na Europa a escola da livre interpretação do direito, etc, que causaria diversos problemas, como insegurança jurídica, falta de democracia, de liberdade...
(LER NO CADERNO O RESTO)
QUAL O PAPEL DA MORAL NA INTERPRETAÇÃO DO DIREITO
A interpretação constitucional tem operado como um veículo importante de aproximação entre Direito e Moral. Alguns principios morais estão exrpessamente positivados, meesmo os que aderem ao postulado central do positivismo podem reconhecer a penetração da argumentação moral na interpretação da Constituição. 
Os principios funcionam muitas vezes como canis de comunicação entre Direito e Moral, muitas das grandes questões do Direito Constitucionnal são também dilemas morais.
Os direitos fundamentais passaram a ser concebidos não como simples direitos de defesa diane do arbitrio estatal, mas também bens jurídicos, que deveriam ser tutelados, defendidos e otimizados. Esses direitos passaram a gozar de uma eficácia irradiante,que os transformou em vetores na interpretação do ordenamento infraconstitucional.
Quando se fala da argumentação moral em sede constitucional, pode-se discutir de que moral está se cogitando, se dá moralidade positiva, correspondente aos valores dominantes numa dada sociedade, ou da moralidade critica, que se propoe a problematizar esses mesmos valres, para aferir se são ou nao justos. O certo é que o discurso constitucional não pode se divorciar completamente dos valores comunitários, sob pena de perda de legitimidade, pois é fundamental que a Constituição exprima a identidade politica e cultural do povo. Mas tampouco pode abdicar da tarefa de combater a opressão que está enraizada nas tradições e na cultura hegemônica.
A argumentação moral na interpretação deve se voltar à promoção do ideário do constitucionalismo igualitário e democrático, mas sem desprezar a identidade histórico-cultural do povo.
QUEM INTERPRETA A CONSTITUIÇÃO
A literatura juridica mais tradicional concebe a interpretação como tarefa iminentemente judiciall, porém, hoje ocorre um fenomeno de intensa judicialização da politica. Logo, é um erro grave afirmar que que o Judiciario é o interprete exclusivo da Constituição, pois isso se dá por um dialogo intenso e constante entre os três poderes e a sociedade. Da abertura da interpretação resultam mudanças no processo constitucional, a CF/88 promoveu significativa ampliacação no rol de legitimados para promover ADI, estendendo a inúmeras entidades do Estado e até emsmo da sociedade civil.
A QUESTÃO DA ÚLTIMA PALAVRA
Se concorda que todos interpretam a Const, porém, quem dá a ultima palavra? Se tem uma visão de que isso é feito pelo Supremo, visão erronea, visto que não existe última palavra em matéria constitucional, pois a interpretação é um processo social, não para, não tem momentos. Não se pode congelar as discussões sociais. Contudo, há certos avanços que são impossiveis de serem retrocedidos, pelo forte enraizamento social de uma determinada compreensão.
Há uma retroalimentação entre decisões judiciais e sociedade, não se pode dizer que a primeira não tem importância nenhuma, pois, muitas vezes, uma decisão fortalece o combate aos resquicios de uma ideologia.
ELEMENTOS TRADICIONAIS DE INTERPRETAÇÃO APLICADOS À INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
·	ELEMENTO GRAMATICAL E OS LIMITES TEXTUAIS PARA A ATIVIDADE DO INTERPRETE
O elemento gramatical (literal ou filológico) busca extrair a norma jurídica do texto que a consagra. Por meio do elemento gramatical se quer esclarecer o significado das palavras e a partir daí extrair as conclusões sobre a aplicação. Texto # norma, por isso muitas vezes o texto apenas não basta.
O elemento gramatical é aquele ao qual, de modo geral, primeiro se recorre.
Há duas singularidades na interpretação gramatical: Primeira, os preceitos são vazados numa linguagem muito vaga e aberta, sujeitando a diferentes possibilidades interpretativas, demandando de uma participação mais construtiva do intérprete. Outra é que a Constituição é um texto que se destina ao povo, que deve participar do processo de interpretação. Daí porque as palavras devem ser interpretadas no seu sentido comum, ordinário, e não no sentido técnico-jurídico. Não é uma regra absoluta, pois pode resultar claramente que o constituinte quis referir-se ao seu sentido técnico-jurídico.
A interpretação gramatical não é suficiente para se chegar a uma conclusão unívoca, mas limita as possibilidades decisórias do intérprete.
·	ELEMENTO HISTÓRICO, O ORIGINALISMO E A VONTADE DO CONSTITUINTE
O elemento histórico busca subsídios para a interpretação jurídica na vontade do legislador, as razões que motivaram a edição de um ato normativo. Atualmente, se busca o sentido normativo da lei e não a vontade do legislador, porém, isso não significa que o elemento histórico seja irrelevante, mas sim que ele não é decisivo. Dependendo do caso, pode se revelar um instrumento útil na busca do sentido atual da norma jurídica a ser aplicada.
Pode-se dizer que a relevância do elemento histórico é inversamente proporcional ao tempo decorrido desde a edição da norma constitucional. 
Nos EUA, há uma corrente conservadora que advoga a primazia do elemento histórico: o originalismo, sustentando que a Constituição deve ser interpretada de acordo com a intenção dos autores do seu text, rejeitando a ideia da living Constitution.
·	ELEMENTO SISTEMÁTICO E A UNIDADE DO SISTEMA CONSTITUCIONAL
É aquele que preconiza que cada norma jurídica deve ser interpretada com consideração de todas as demais, e não de forma isolada. Os preceitos devem ser considerados em sua unidade orgânica, não como normas que se bastam e vigoram isoladas dos demais. 
A premissa básica do elemento sistemático é que o Direito não é um mero conjunto de normas, mas compõe um ordenamento, onde a interpretação sistem. busca promover a harmonia entre essas partes.
A existência de tensões e conflitos entre normas jurídicas é fenômeno corriqueiro, e o interprete deve perseguir a tarefa de harmonização, como um ponto de chegada que se aspira atingir.
São os valores constitucionais que, pela sua primazia, podem conferir unidade ao sistema, cimentando suas diferentes partes.
Há sim, normas mais importaantes e que influenciam mais a interpretação e projetam uma intensa eficácia irradiante. 
·	ELEMENTO TELEOLÓGICO E AS FINALIDADES SOCIAIS DA CONSTITUIÇÃO
Busca a finalidade subjacente ao preceito a ser interpretado. No direito BR está prevista no art. 5º da LINDB. A abertura do texto torna extremamente importante esse sentido, podendo ser usado para expandir ou diminuir o campo de incidencia da norma.
PRINCIPIOS ESPECÍFICOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
·	PRINCÍPIO DA UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO E CONCORDÂNCIA PRÁTICA
Deriva do elemento sistemático de interpretação constitucional. A constituição deve ser interpretada não como um conjunto assistemático de preceitos, mas como um todo integrado de normas que se completam e se limitam reciprocamente.
Um dos corolários é a inexistência de hierarquiaformal entre as normas que compõem o texto constitucional originário, razão pelo qual inexiste a possibilidade de que uma norma constitucional originária seja declarada inválida por violar um preceito constitucional.
Não ter hierarquia formal não impede que se tenha uma hierarquia material, que deve ser especialmente considerada em casos de conflitos normativos, em que se recorre à ponderação de interesses. O fato de um príncipio possuir maior peso abstrato é elemento que favorece a que ele prevaleça na ponderação, mas não que sempre vai preponderar.
O reconhecimento da existência de hierarquia material costuma legitimar a utilização do parâmetro da interpretação restritiva das exceções. A norma constitucional originária que excepciona princípio constitucional provido de hierarquia material superior deve ser interpretada restritivamente. Por exemplo, o direito fundamental ao habeaus corpus é uma garantia mas a própria constituição diz que há uma restrição ao direito em caso de prisão militar, mas o supremo entendeu que em caso de prisão injusta se pode haver discussão.
Não é incompatível com o reconhecimento da existência de tensões entre valores constitucionais, de colisão entre as suas normas. Mas ele impõe que tais colisão sejam equacionadas com base em critérios também ancorados na própria Constituição. Um desses é o fato de que o interprete deve perseguir a concordância prática (impõe a coordenação e combinação de bens jurídicos em conflito de forma a evitar o sacrificio de uns e relação aos outros) entre norma, buscando preservar os valores e interesses que lhes são subjacentes.
·	PRINCÍPIO DA FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO
A constituição é uma autêntica norma jurídica e não mera proclamação política. No Brasil, essa mudança foi mais recente, nosso constitucionalismo padecia de uma gravíssimo déficit de efetividade, que se devia, em parte, a essa antiquada concepção sobre o papel da Constituição. Cenário que vem se alterando após o advento da CF/88.
A preocupação com a efetivação foi claramente revelada pelo próprio poder constituinte originário; o texto constitucional consagrou o príncipio da aplicabilidade imediata das normas definidoras de dirreitos e garantias individuais (Art. 5, §1º) e institui duas novas ações voltadas a isso: ADI por omissão e mandado de injunção.
Prescrece que seja referida a interpretação que confira maior efetividade à Constituição; preferência àqueles pontos de vista que, sob os respectivos pressupostos, proporcionem às normas força de efeito ótima.
·	PRINCÍPIO DA CORREÇÃO FUNCIONAL
Interpretação da Constituição deve-se verificar qual é o espaço institucional próprio de cada poder. Trata-se do corolário do princípio da separação de poderes. Não podem ser admitidos resultados que desconsiderem a vocação de cada um dos órgãos do Estado. Se a Constituição ordena a respectiva tarefa e a colaboração dos titulares das funções estatais de uma determinada forma, então o órgão interpretador tem de manter-se no quadro das funções a ele atribuídas, não deve remover a distribuição das funções.
O poder judiciário não deve exercer, a não ser em circunstâncias bastante excepcionais, a atividade de criação de normas jurídica. Primeiro porque não tem legitimidade democratica para isso (seus membros não são eleitos) e também não possui a capacidade institucional necessária.
A teoria constitucional contemporanea vem flexibilizaando esta ideia. Dizia-se até pouco tempo atrás, que a jurisdição constitucional permitiria ao judiciário atuar apenas como legislador negativo (retirando do ordenamento as leis contrárias à const), mas, sabe-se hoje que tem também uma dimensão criativa.
Há situações em que certas providências normativas são claramentes exigidas pela Constituição, e por isso, uma tendência em se admitir, em certos contextos, que sejam proferidas decisões dotasas de algum caráter normativo, fixando até regras a serem observadas em casos futuros. Nos mandados de injunção sobre direito de greve dos servidores públicos foi exatamente isso que ocorreu.
Sempre que viável devem ser preferidas técnicas decisórias que não transfiram competências legislatias para o judiciário, mas que, por exemplo, apelem ao diálogo entre as instituições.
·	PRINCÍPIO DAS RAZÕES PÚBLICAS
As sociedades democráticas contemporaneas são marcadas pela diversidade de doutrinas religiosas, filosóficas e morais, que podem divergir profundamente entre si, num "desacordo moral". Isso também se projeta no campo da interpretação constitucional.
A ideia de razões públicas é a de que, na esfera pública, ao lidar com temas essenciais, como os que concernem aos direitos humanos, só são admissiveis argumentos independentes de doutrinas religiosas ou metafísicas controvertidas a que cada cidadão adira. Os cidadões devem apresentar argumentos também públicos, que possam ser racionalmente aceitos.
·	PRINCÍPIO DO COSMOPOLITISMO
Existe uma tendência a invocação do Direito Internacional dos Direitos Humanos e do Direito Comparado na interpretação constitucional. Uma positiva troca de experiências, conceito e teorias entre cortes nacionais e internacionais. Novos argumentos e pontos de vista incorporados e adquiri-se uma perspectiva mais ampla e menos provinciana das questões discutidas.
·	PRINCÍPIO DA INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO 
(VER TRANSCRIÇÃO)
Cabe ao intérprete, quando se depara com o dispositivo legal aberto, ambíguo ou plurissignificativo, lhe atribuir exegese que o torne compatível com o texto constitucional.
É mobilizada quando o sentido mais óbvio e imediato do texto o torna inconstitucional. Busca-se então, sentido alternativo para o enunciado legal examinado, que o concilie com as exigências constitucionais.
A constituição é hierarquicamente superior aos demais atos normativos e deve operar como diretriz na interpretação de todas as normas jurídicas em vigor.
Também é uma técnica de decisão no controle de constitucionalidade, permite a invalidação jurisdicional não do ato normativo em si mas de uma ou algumas das suas possibilidades interpretativas, de modo vinculante para outros interpretes. Também pode envolver uma modalidade de declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto.anteriormente. A diferença entre a interpretação conforme e a declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução de texto em sentido estrito é que em um caso você está, ainda que, rebolando um pouco, optando por uma dentre várias interpretações possíveis de um texto; no outro caso não, tem uma inconstitucionalidade ali, não se resolve inconstitucionalidade invalidando a norma toda, nem mesmo um fragmento textual.
(TÁ FALTANDO PRINCIPIO DE PRESUNÇÃO GRADUADA)

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