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CAS 2017 sistemas epidemiológicos

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UNESP SOROCABA
SAÚDE AMBIENTAL
Aula 3: Sistema epidemiológico- fatores sociais, ambientais e culturais 
Profa. Dra. Renata Fracácio
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Epidemiologia
Ciência que estuda quantitativamente a distribuição dos fenômenos de saúde/doença: fatores condicionantes e determinantes, nas populações humanas. Permite ainda a avaliação da eficácia das intervenções realizadas no âmbito da saúde pública.
É a principal “ciência básica” da saúde coletiva, a Epidemiologia analisa a ocorrência de doenças em massa, levando em consideração causas categóricas dos geradores estados ou eventos relacionados à saúde das populações características e suas aplicações no controle de problemas de saúde.
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Epidemiologia
Freqüência e distribuição: a epidemiologia preocupa-se com a freqüência e o padrão dos eventos relacionados com o processo saúde-doença na população. 
A freqüência inclui não só o número desses eventos, mas também as taxas ou riscos de doença nessa população. O conhecimento das taxas constitui ponto de fundamental importância para o epidemiologista, uma vez que permite comparações válidas entre diferentes populações. 
O padrão de ocorrência dos eventos relacionados ao processo saúde-doença diz respeito à distribuição desses eventos segundo características: do tempo (tendência num período, variação sazonal, etc.), do lugar (distribuição geográfica, distribuição urbano-rural, etc.) e da pessoa (sexo, idade, profissão, etnia, etc.). 
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Epidemiologia
Determinantes: uma das questões centrais da epidemiologia é a busca da causa e dos fatores que influenciam a ocorrência dos eventos relacionados ao processo saúde-doença. Com esse objetivo, a epidemiologia descreve a freqüência e distribuição desses eventos e compara sua ocorrência em diferentes grupos populacionais com distintas características demográficas, genéticas, imunológicas, comportamentais, de exposição ao ambiente e outros fatores, assim chamados fatores de risco. Em condições ideais, os achados epidemiológicos oferecem evidências suficientes para a implementação de medidas de prevenção e controle. 
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Estados ou eventos relacionados à saúde: originalmente, a epidemiologia preocupava-se com epidemias de doenças infecciosas. No entanto, sua abrangência ampliou-se e, atualmente, sua área de atuação estende-se a todos os agravos à saúde. 
Específicas populações: como já foi salientado, a epidemiologia preocupa-se com a saúde coletiva de grupos de indivíduos que vivem numa comunidade ou área. 
Aplicação: a epidemiologia, como disciplina da saúde pública, é mais que o estudo a respeito de um assunto, uma vez que ela oferece subsídios para a implementação de ações dirigidas à prevenção e ao controle. Portanto, ela não é somente uma ciência, mas também um instrumento de tomada de decisões.
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Epidemiologia: a análise da distribuição das doenças e de seus determinantes no espaço e no tempo é uma vertente fundamental em estudos epidemiológicos
Quem adoeceu?
Onde a doença ocorreu?
Quando a doença ocorreu?
Planejamento em saúde (definição de áreas de risco para intervenção)
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EPIDEMIA
Definição: elevação brusca, temporária e significativamente acima do esperado da incidência de uma determinada doença
É consequência de alterações relacionadas ao agente (biológico/microbiologico, físico, químico), hospedeiro e meio ambiente num dado período de tempo e espaço geográfico
Endemia
Surto – casos relacionados entre si
PROBLEMA: Como caracterizar qual seria o nível esperado de incidência de uma doença (emergente) em uma região? – evolução temporal das doenças - histórico
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História Natural das doenças
Condicionantes sociais e ambientais 
(fatores sócio-econômicos e culturais)
Fatores próprios 
do susceptível
Desenvolvimento das doenças
Estrutura epidemiológica
Fontes informativas: Camello et al.(2010); Philippi Jr et al., (2013) 
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Historia natural das doenças
Condicionantes sociais
Condicionantes ambientais
+
Fatores do susceptível
Instalação da doença
Epidemiologia
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Estrutura epidemiológica
A estrutura epidemiológica é um sistema formado por
Ambiente
População
Economia /
política
Cultura
Saúde humana
Saúde ambiental
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Epidemiologia x qualidade de vida
Disponibilidade de alimento (nutrição), educação(acesso à informações básicas em saude), condições de trabalho, moradia, transporte (poluição) = qualidade de vida
Saúde: estado caracterizado pela integridade fisiológica, anatômica e psicológica, com aptidão para o cumprimento dos papéis e funções sociais e pela capacidade de interagir e resistir às agressões do meio ambiente.
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Modelo de Leavell & Clark (1976): história natural das doenças, e auxilia a compreensão dos conceitos de saúde e das doenças enquanto parte integradas de um processo contínuo
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Fatores econômicos-sociais x epidemiologia
O estudo da produção de doenças em termos coletivos, objetivando o estabelecimento de ações de ordem preventiva deve considerar:
1. Doença fluindo dos processos sociais em decorrência das relações ambientais desfavoráveis, atingindo o homem;
2.Grupos sociais favorecidos economicamente – menos sujeitos à ação dos fatores ambientais;
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Exemplos
Pessoas abastadas adoecerem de colera*: baixa probabilidade!!
*A cólera geralmente surge em contextos que envolvem superlotação e acesso inadequado à água limpa, coleta de lixo e banheiros. A doença causa diarreia profusa e vômitos, que podem levar à morte por desidratação intensa, por vezes, em questão de horas. ingestão de alimentos ou água contaminada com as fezes ou o vômito de uma pessoa infectada com a doença são as fontes de contaminação 
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Fatores sociais x epidemiologia
3. Grupos sociais menos favorecidos economicamente– mais sujeitos a ações epidemiológicas decorrentes do meio ambiente 
					??
Passividade diante do poder exercido com incompetência ou má fé
Alienação em relação aos direitos e deveres da cidadania
Transferência irrestrita para profissionais da política, a responsabilidade pessoal
Incapacidade de se organizar para reivindicar
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Fatores psicossociais x pré epidemiologia
Desconexão em relação à cultura
Falta de apoio no contexto social em que se insere
Más condições de trabalho
Baixa estima- baixa renda- ambiente insalubre 
Marginalização – riscos de exposição
Vulnerabilidade – saude comprometida
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Epidemiologia x ambiente físico
Progresso e desenvolvimento
	 		alteração ambiental – poluição
				 novos problemas epidemiológicos
Ex: Doenças cardiovasculares; doenças respiratórias, cânceres; doenças auto-imunes (mutagênicas).
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Ambiente físico
“Modernamente o estudo da influencia exercida pelos fatores naturais do ambiente físico na produção de doenças tornou-se menos importante do que o conhecimento das ações desenvolvidas pelos agentes aí agregados artificialmente”
Efeitos agudos / crônicos
Camello et al., 2009)
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Tóxicos lançados em ambientes
Organismos alvo / homem
Destino
Acumulação
Biotransformação
Eliminação
Tempo
Absorção
Distribuição
Moléculas alvo  interação  Doenças; mortalidades
Riscos epidemiológicos
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Modificação ou destruição das paisagens naturais – Ex: sistemas agropastoris;
Emissão de poluentes ambientais;
Uso abusivo e incorreto de agrotóxicos;
Contaminação de alimentos por patógenos / químicos;
Aditivos químicos em alimentos (ex: hormônios de crescimento);
Tipo de habitação;
Organização do espaço urbano / infraestrutura;
Condições adversas nos locais de trabalho;
Ambientes antrópicos x epidemiologias
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Legionella pneumophilla – epidemia de pneumonia nos EUA em 2003 – água de refrigeração de ar condicionado;
Aspergillus Flavus – amendoins conservados irregularmente – câncer hepático – Africa do Sul (2006).
“Os fatores ambientais artificiais incluem todas as condições e elementos 
Artificialmente implantados que possam contribuir para gerar
doenças..... (Cardoso et al. 2005)
Fatores ambientais artificiais x epidemiologias
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Fatores ambientais naturais x epidemiologias
Variáveis geográficas
Localização – vetores em determinadas latitudes tropicais
Relevo – altitudes
Hidrografia – habitat de moluscos; veículo suporte de microorganismos, nematóides e poluentes (doenças não infecciosas)
Solo – relação direta com qualidade das águas (uso dos solos por atividades antrópicas); tipo de solo
Clima – riscos de doenças infecciosas (toC, umidade, precipitação, insolação); dispersão de poluentes
Vegetação x fauna (reservatórios naturais de patógenos ao homem; animais peçonhentos e venenosos, plantas tóxicas)
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Fatores populacionais x epidemiologia
Cultura – antivacinas p. ex
Religião – anti preservativos
Organização social (formas de buscar soluções, capacidade de atender as necessidades sem depender do fator político)
Condições sócio-econômicas – determina modo de vida, qualidade de vida; ambiente que se expõe - epidemiologia
Variação urbano-rural; variação local
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Exemplos de epidemiologias brasileiras associadas às questões ambientais
1- questão de desmatamento – Malária na região amazônica;
2- questão de áreas urbanas – Leptospirose em SP e RJ
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Doenças: Malária
Desmatamento causa avanço da malária no Brasil
17/06/2012
tags: desmatamento, Malária
por Sociedade Brasileira de Parasitologia
Fonte: O Globo – 16/06/2012
Por Maggie Fox
 A devastação da Amazônia contribui com a proliferação de mosquitos e pode fazer com que aumente a incidência de malária, disseram pesquisadores dos Estados Unidos nesta quarta-feira.
Eles descobriram um aumento de 48 por cento nos casos de malária em um município brasileiro que havia perdido 4,2 por cento da sua cobertura vegetal nativa.
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Essas conclusões, publicadas na revista Emerging Infectious Diseases, mostra uma correlação entre a derrubada de árvores, a proliferação dos mosquitos e a maior incidência de infecções em humanos.
“Parece que o desmatamento é um dos fatores ecológicos iniciais que podem desencadear uma epidemia de malária”, disse Sarah Olson, da Universidade de Wisconsin, que participou do estudo.
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Malária: plasmodium vivax; P. flciparium; P. malariae e P. ovale
Protozoários: filo apicomplexa
Hospedeiro 
intermediário
Hospedeiro 
definitivo
gênero
Anopheles
RA
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Estratégias de 
tratamento
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16/11/2009 , às 17h14  Brasil receberá R$ 100 milhões para combate à malária
 Fundo Global de Luta contra Aids, Tuberculose e Malária financiará Projeto para Prevenção e Controle da Malária na Amazônia Brasileira nos próximos 5 anos.  As comunidades que vivem em 47 municípios de seis estados da região amazônica serão beneficiadas por um investimento extra de quase R$ 100 milhões para ações de prevenção e tratamento da malária nos próximos cinco anos. O Fundo Global de Luta contra AIDS, Tuberculose e Malária financiará o Projeto para Prevenção e Controle da Malária na Amazônia Brasileira, aprovado em 2008 e que começará a ser executado em 2010. O repasse será feito em cinco parcelas e representa um incremento de 14% em relação aos investimentos previstos pelo Ministério da Saúde para o período.  “O Brasil vem conseguindo resultados muito bons em relação à malária, com uma redução de 50% do número de casos entre 2005 e 2008. Esse recurso adicional vai contribuir para qualificar o trabalho nesses municípios que concentram o maior número de casos – com melhoria do diagnóstico e tratamento, a distribuição de mosquiteiros impregnados para proteger as residências, e também de treinamento e mobilização da comunidade. Nossa expectativa é que cheguemos a 2014 com apenas 150 mil casos por ano, uma redução importante e significativa”, disse o ministro Temporão nesta segunda-feira (16), em Manaus, durante a cerimônia de lançamento do projeto brasileiro.  
http://portal.saude.gov.br 
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http://portal.saude.gov.br 
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Objetivo 1: Fortalecimento da capacidade dos serviços locais de saúde para orientar, com maior eficiência, as ações de controle.  • Objetivo 2: Garantir tratamento precoce e eficaz a populações vulneráveis. 
 • Objetivo 3: Atingir altas coberturas de controle vetorial em populações vulneráveis e com maior carga de doença.Serão instaladas nas residências mosquiteiros com inseticidas de longa duração e realizadas pesquisas operacional para monitorar o seu uso, efetividade e impacto;  • Objetivo 4: Maior participação da sociedade civil na prevenção e controle da malária com ajuda de lideranças e organizações comunitárias. Elas serão responsáveis por disseminar o uso de mosquiteiros impregnados com inseticida na população local. Também irão promover espaços para a participação comunitária nas ações de prevenção e controle da malária. Campanhas de comunicação em massa ficarão a cargo das duas fundações executoras do projeto.  • Objetivo 5: Obter maior impacto das ações de controle de malária em áreas de fronteira do Brasil com os países endêmicos vizinhos, por meio de parcerias internacionais.  
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04/11/2009 - 09h04- Folha de São Paulo 
Vacina contra malária deve estar pronta em cinco anos
A Malaria Vaccine Initiative, criada pela organização não governamental PATH, é um programa mundial financiado principalmente pela Fundação Bill e Melinda Gates. 
"Pensamos e esperamos que entre três e cinco anos a vacina já poderá ser produzida. Tudo isto dependerá, evidentemente, da fase três, mas também da velocidade das autoridades reguladoras sobre o assunto", explicou o pesquisador. 
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Teste de vacina contra malária alcança 100% de eficácia em humanos... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2017/02/20/teste-de-vacina-contra-malaria-alcanca-100-de-eficacia-em-humanos.htm?cmpid=copiaecola
As doses mais baixas protegeram apenas alguns participantes, mas a dose maior atingiu 100% de proteção em nove participantes por pelo menos 10 semanas depois da última dose. A mesma dose alta dada em um período mais curto (3 doses num intervalo de cinco dias) protegeu cinco de oito pessoas (63%). Não foram observados efeitos colaterais. No grupo de controle, voluntários saudáveis receberam várias doses da vacina junto com cloroquina 100% de eficacia. 
"Praticamente metade das pessoas no planeta estão sob o risco de contrair malária", diz o pesquisador brasileiro Rafael Guido, citando dados do World Malaria Report 2015. "A média de mortes por malária é de 584 mil por ano, o que resulta em uma morte por minuto. Por isso, qualquer avanço para eliminar a malária é bem-vindo".... 
a vacina contra a malária com base neste estudo deve estar disponível para a população em geral em uma década.... –
Vacina contra a malária será testada em grande escala em três países da África
Gana, Quênia e Maláui imunizarão 360.000 crianças entre 2018 e 2020, informa a OMS
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2- questão de áreas urbanas – Leptospirose em SP e RJ
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42% das mortes por leptospirose  acontecem em SP e no RJ
 
Entre todas as mortes causadas por leptospirose de 2006 e 2010 no Brasil, 42% ocorreram nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Dados do Ministério da Saúde mostram que a doença matou 1.774 brasileiros nesse período, sendo 746 mortes nos dois Estados.
Um dos fatores que aumentam o número de casos por leptospirose são as enchentes e alagamentos, causados por fortes chuvas, como as que vêm ocorrendo na região serrana do Rio, na região metropolitana de São Paulo, em Minas Gerais e em outras partes do país.
http://noticias.r7.com/saude/noticias/42-das-mortes-por-leptospirose-acontecem-em-sp-e-no-rj-20110126.html 
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Exercício
Faça uma pesquisa para identificar duas situações epidemiológicas relacionadas com as questões ambientais, sendo uma relacionada com poluição atmosférica e a outra relacionada com má uso do solo . Discuta, demosntre a problemática e aponte possíveis soluções
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Conclusão.
As questões epidemiológicas estão fortemente ligadas aos costumes e à 
educação de uma determinada população (questões político-econômicas)
 Essa por sua vez, interage com seu meio refletindo as condições econômicas a 
qual está submetida. Trata-se de um círculo vicioso que só muda quando todos os 
pilares dessa organização sofrerem uma reestruturação
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