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Direito Constitucional I Aula 2

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Faculdade do Litoral Paranaense – ISEPE Guaratuba
Curso de Direito – Direito Constitucional I - Moodle
Professor Luciano Raiter
Aula 2
ESTADO E CONSTITUIÇÃO
 O Estado Constitucional: a ideia de Constituição, origem e características do constitucionalismo.
 O Constitucionalismo
Aula 1
 Direito Constitucional 
Para que possamos continuar nossos estudos é importante que comecemos a trabalhar algumas definições, assim sendo, vamos buscar definir o Direito Constitucional, que se caracterizou como ciência exatamente no século XVIII, e face as condições daquele período histórico, vem sendo definido no plano doutrinário de maneiras distintas.
Dentre estas maneiras estão aquelas que definem o Direito Constitucional de forma ampla, ou chamada de lato sensu, para efeitos de nosso estudo ficaremos com estas definições amplas, que a seguir reduziremos de forma a facilitar o entendimento, para Raneletti apud Russomano, Direito Constitucional é o ramo do Direito que:
Regula a formação do Estado, seus elementos constitutivos, suas características, sua organização fundamental, assim como a formação dos órgãos supremos constitucionais do Estado, determina suas atribuições, regula a atividade e regula, fundamentalmente, as relações entre esses órgãos e as relações entre o Estado e os cidadãos, seus direitos fundamentais, civis e políticos face ao Estado.
Para Eisemmann, idem, Direito Constitucional é o ramo da ciência jurídica:
Que tem por objeto o estudo e a exposição da regulamentação jurídica, principalmente legislativa, da organização do aparato governativo e de sua ação, explicando estas regras, interpretando-as, deduzindo consequências de direito que as mesmas acarretam, e sintetizando-as.
Podemos dizer então, de forma sintética que o Direito Constitucional é ramo do Direito Público que estuda a Constituição do Estado, ou seja, o ordenamento dos órgãos constitucionais do Estado e as relações fundamentais entre o Estado e o cidadão. Segundo Dürkheim – o Direito Constitucional é a ciência positiva das Constituições.
Agora que já sabemos que o Direito Constitucional pode e deve ser entendido como ciência e norma, precisamos também entendê-lo como possuidor de princípios gerais de direito e princípios particulares de seu ramo, ou seja, como ramo do Direito que estuda as constituições, possui princípios e normas próprias.
Esta fusão de normas e princípios podem ser escritas ou simplesmente costumeiras, e observe-se que o Estado de Direito é todo aquele que se encontra organizado juridicamente sob as determinações de uma Lei Suprema, oriunda de órgão competente, mesmo que este transforme a noção dos direitos individuais, supere concepções como liberalismo, socialismo ou neoliberalismo.
Assim sendo, havendo Constituição, haverá Estado, não importando prima facie, como este Estado se organizará e tampouco o quanto de liberdade os cidadãos deste determinado ente poderão usufruir.
 
 Relevância do Direito Constitucional
O Direito Constitucional apresenta-se com relevância marcante, relevância esta que surge com nitidez no pensamento de Kelsen, que considera este Direito como fundamento de todo Direito restante.
No ordenamento jurídico do Estado de Direito, segundo Kelsen, verificamos que as normas integrantes do Direito interno de cada país não se situam no mesmo plano de validade. Há diferentes graus de hierarquia, conforme se demonstra pela pirâmide jurídica de Hans Kelsen.
Assim entende-se que há sempre uma relação entre a norma que regula a criação de outra norma, e esta consequentemente está ligada à primeira. Há um elo que deve ser observado, entre a norma jurídica constitucional e a nova norma derivada desta. Por exemplo, quando o texto constitucional informa que uma “lei específica” tratará de determinado assunto, esta norma está permitindo a criação de uma nova norma, derivada dela, e que deve observar seus ditames gerais.
Por esta visão é fácil perceber que as normas de um determinado Estado de Direito não nascem e não são coordenadas lado a lado, pelo contrário, são sempre derivadas de alguma norma anterior, o que estabelece uma determinada “hierarquia das leis”.
Esta hierarquia, sempre tendo-se em conta a Constituição no topo, é o que permite a harmonia do sistema jurídico de determinado Estado, pois assim a unidade de normas fica devidamente garantida, uma vez que uma norma inferior decorrerá da superior, e assim por diante.
Podemos considerar como um bom exemplo o Novo Código de Processo Civil, totalmente criado com base em princípios constitucionais e observando também as normas constitucionais, ou seja é uma lei derivada da norma superior, que com ela guarda completa relação.
Até a próxima aula!

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