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PLANO DE AULA I
CASO CONCRETO:
O município de Parués, no Estado Anaguá, fica na margem esquerda do Rio Ituiruaçú e faz divisa com o município de Erolim, que fica no Estado vizinho de Rocilom, na margem direita do mesmo rio. O caudaloso rio sempre foi a principal fonte de peixes para a alimentação das populações locais. Certo dia os moradores são surpreendidos com a notícia de que a empresa HOTEL S/A comprou vários hectares de terra na região para criar um Resort na localidade. Um grande empreendimento imobiliário que inclui, entre outras coisas, o uso do Rio Ituiruaçú como local para prática de esportes radicais aquáticos. As autoridades dos dois Estados iniciaram uma briga para saber de quem era a responsabilidade pela fiscalização, controle e pelas autorizações ambientais para o empreendimento. 
Considerando a art. 23 parágrafo único da Constituição Federal que diz: “Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: (...) Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.” E ainda a Lei complementar n.º 140/2011 que fixa normas para União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas relativas à proteção do meio ambiente, responda: 
Como solucionar a referida contenda?
R: De acordo com o art. 23, XI da CRFB/88*, é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios. Não obstante ao inciso XI do referente artigo, pode-se citar também o inciso VII, no que diz respeito a preservação da fauna. De acordo com o federalismo brasileiro a União somente compete em interesses nacionais (segurança militar, direitos trabalhistas, normas de imigração); os Municípios em interesses locais e os Estados na competência remanescente (que não for da União nem dos Municípios). Todavia, nas competências em que mais de um ente federativo tem interesse a regra geral é que União estabeleça as regras gerais enquanto que Estados e Municípios estabeleçam as regras específicas. No caso aferido podemos aplicar o entendimento do art. 21, XIX, da CRFB/88* no qual cabe a União definir critérios de outorga de direitos para o uso de recursos hídricos, artigo este que é regulamentado pela Lei 9.433/97* da qual ainda deve-se atentar ao art. 12, V, para maior esclarecimento: “Art. 12. Estão sujeitos a outorga pelo Poder Público os direitos dos seguintes usos de recursos hídricos: (...) V - outros usos que alterem o regime, a quantidade, ou a qualidade da água existente em um corpo de água.“
*Art. 23, CRFB/88: Inciso VII - preservar florestas, a fauna e a flora; Inciso XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios. 
*Art. 21, XIX, CRFB/88: instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso.

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