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Questões de Julgamento e Implicações da Liberdade

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Ética jurídica e Profissional I (ANOTAÇÕES DE AULA) 
14 de abril de 2014 PROVA 2 – Profº Marcos de Paula 
 
 
1. Questão de Julgamento: 
Não podemos julgar segundo uma norma ou regra padrão , é 
necessário examinar todas as condições concretas nas quais o ato se 
realiza. 
 
Possibilidade de Opção : Imputar (Conceder pena) 
Não Havendo possibilidade : Eximir (Isentar da pena) 
 
 
• Eximir Responsabilidade: 
Quando não atinge maioridade 
Quando sujeito sofre de Patologia 
Quando Ignora as circunstâncias 
“Há fatos que não tenho obrigação de saber, mas há fatos que tenho obrigação 
de saber.” 
 
• Imputar responsabilidade: 
Quando a pessoa é consciente dos seus atos 
Quando sua conduta é livre de coações 
 
2. Coação: 
Existe dois tipos de coação a saber. A Coação Externa e a Coação 
Interna. 
 
• Coação Externa: Em determinada situação o agente pode 
se eximir de responsabilidade moral, e em havendo 
margem de opção , imputar responsabilidade. (Agir sob 
Pressão) 
• Coação Interna: Há indivíduos que não podem resistir 
ainda que os seus atos tenham natureza no seu íntimo. 
(Impulso incontrolável) 
3. Responsabilidade Moral: 
Pressupõe a possibilidade de decidir e agir vencendo a coação 
externa ou interna. Possibilidade de decidir. Livre de coações. 
Pressupõe liberdade de escolhas; Livre consciência. 
Liberdade de escolha implica em responsabilidade sobre as 
consequências. 
 
4. Liberdade: 
Liberdade é um direito : locomoção, expressão de pensamentos e 
relacionamentos. O direito de agir segundo seu livre – arbítrio – 
sensação de independência. Conjunto de ideias liberais e de direitos de 
cada cidadão. O poder de ter autonomia e espontaneidade. Conceito 
utópico por se questionável – atrelado também a questão econômica. 
 
• Tipos de Liberdade: 
Condicional1 
Provisória2 
Expressão3 
Igualdade4 
 
5. Liberdade de Acordo com a Ética: 
Está relacionada com responsabilidade sobre os atos praticados. 
O individuo tem todo o direito de ter liberdade, desde que essa atitude 
não desrespeite ninguém, não passe por cima dos princípios éticos e 
legais. 
 
 
 
1 É o sistema em que um condenado, ao invés de cumprir toda a pena encarcerado, é posto 
em liberdade se houver preenchido determinadas condições impostas legalmente 
 
2 Ligado ao Código Processual Penal , é Instituto de natureza penal consistente em autorizar o 
acusado de um crime a responder o processo em liberdade, mediante a imposição de 
determinadas condições. Em nome do principio da presunção de inocência. 
 
3 É o direito de manifestar livremente opiniões, ideias e pensamentos. É um conceito basilar 
nas democracias modernas nas quais a censura não tem respaldo moral. 
 
4 Agente decisivo da nivelação; da liberdade de cada um, como ser isolado, passava-se para a 
liberdade da colectividade; quer dizer — exige-se que ninguém se eleve dentre esta, sem o que 
seria ameaçada na sua independência. Todos iguais perante a lei. 
 
6. Implicações da Liberdade: 
Não tem sentido falar de responsabilidade se não partimos do 
pressuposto de que o homem é livre por natureza. 
 
• Livre Arbítrio: Capacidade de escolha entre o bem e o 
mal; certo e errado; conscientemente coincide com o que a 
norma diz como devemos agir, podemos não agir desse 
modo. Se devemos obedecer, é porque também podemos 
desobedecer. 
• Consequência: A pessoa que fez uma livre escolha não 
pode ignorar que suas ações irão beneficia-la ou não. 
• Determinismo: Se alguém afirma que o determinismo é 
total, então não há ética. 
- Não há espaço para julgar as ações, atos, moral e prática. 
- Anula a Ética. 
 
7. Ética x Determinismo: 
A ética refere-se as ações humanas, e se elas são totalmente 
determinadas de fora para dentro, não há mais espaço para a liberdade. 
O coletivo faz pressão de fora para dentro. Destino.5 
 
8. Fatalismo: 
Tudo o que acontece, tinha de acontecer. Exemplo de Édipo : 
Mata o pai e casa-se com a mãe. Se tudo o que vai acontecer já está 
escrito, então vivemos em um eterno passado.6 
 
9. Materialismo estrito: 
Os condicionamentos econômicos, política, ideologia religiosa, 
decidem por nós. O capital domina totalmente o trabalhador. 
- Não existe liberdade de escolha, mas condicionamento. 
 
5 O Destino é geralmente concebido como uma sucessão inevitável de acontecimentos 
relacionada a uma possível ordem cósmica. Portanto, segundo essa concepção, o destino conduz 
a vida de acordo com uma ordem natural, da qual nada que existe pode escapar. 
 
6 o fatalismo é a concepção que considera serem o mundo e os acontecimentos produzidos de 
modo irrevogável. E também a crença de que uma ordem cósmica, dita Logos, preside a vida 
quotidiana. Mas, em geral, é uma corrente aceita por quem se põe de maneira impassível diante 
dos acontecimentos, não tendo a crença de que pode exercer um papel na sua modificação. É, 
assim, uma doutrina que afirma que todos os acontecimentos ocorrem de acordo com um 
destino fixo e inexorável, não controlado ou influenciado pela vontade humana e que, embora 
aceite um poder sobrenatural preexistente, não recorre a nenhuma ordem natural , recusando, 
assim, a predestinação. 
- Paradoxo do Determinismo: Se não posso agir como penso, não 
existe liberdade. 
 
10. Idealismo: 
Acentua o poder da vontade sobre todos os condicionamentos. Os 
idealistas pressupõe um sujeito puramente racional e infinito, livre do 
aqui e agora.7 
 
11. Hegelismo : 
A Liberdade aumenta com a consciência que se tem dela, embora 
a simples “consciência da liberdade” não seja a liberdade efetiva. 
Procurou uma fórmula da síntese da política grega e da moral cristã 
para a estruturação de um Estado Democrático de Direito. 
Lei e Direito acima dos homens; Estado democrático; a lei deve 
garantir liberdade e o bem comum. 
 
 
 
 
7 Podemos considerar primado do Eu subjetivo como central em todo idealismo, o que não 
significa necessariamente reduzir a realidade ao pensamento. Assim, na filosofia idealista, o 
postulado básico é que Eu sou Eu, no sentido de que o Eu é objeto para mim (Eu). Ou seja, a 
velha oposição entre sujeito e objeto se revela no idealismo como incidente no interior do próprio 
eu, uma vez que o próprio Eu é o objecto para o sujeito (Eu).

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