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1 PROCEDIMENTOS: COMUM ORDINÁRIO/COMUM SUMÁRIO / PROCESSOS EM ESPÉCIE / PRAZOS /PROCESSOS 1 PROCEDIMENTOS - CONCEITOS Procedimento é a sequência de atos que devem ser realizados durante o tramitar da ação penal. O rito processual é sempre previsto em lei, de modo que as partes não podem escolher qual procedimento será seguido. Também não cabe ao magistrado modificar o procedimento, sob pena de nulidade da ação penal. O procedimento será comum ou especial: Procedimento especial: é todo aquele previsto no CPP ou em leis especiais para casos específicos. Esses procedimentos destacam-se por possuírem regras próprias de tramitação processual visando à apuração dos crimes que constituem o objeto de sua disciplina. Exemplos: procedimento relativo aos processos de competência do Tribunal do Júri (arts. 406 a 497), procedimento da Lei de Drogas (Lei nº 11.343/2006) etc. Procedimento comum: é o rito procedimental, definido pelo CPP, com aplicabilidade nos casos em que não há previsão especial. O procedimento comum subdivide-se em: Procedimento comum ordinário (art. 394, § 1º, I): é aplicado quando a pena máxima cominada for igual ou superior a quatro anos de pena privativa de liberdade; Procedimento comum sumário (art. 394, § 1º, II): destinado à apuração de delitos cuja penalização seja inferior a quatro anos de pena privativa de liberdade, excluindo-se, entretanto, as que devam ser apuradas por meio do rito sumaríssimo; Procedimento comum sumaríssimo (art. 394, § 1º, I): é o rito procedimental aplicado quando a infração é de menor potencial ofensivo. Trata-se do procedimento adequado para a apuração das infrações de competência dos juizados especiais criminais (Lei nº 9.099/1995). OBSERVAÇÃO Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 02 (dois) anos, cumulada ou não com multa. 2 Por fim, cabe ressaltar que alguns delitos, apesar de submetidos ao procedimento comum, não seguem a regra acima apresentada. São eles: Crimes falimentares (Lei nº 11.101/2005): independente da pena, sempre será cabível o procedimento sumário. Crimes definidos no Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003) cuja pena máxima não ultrapasse quatro anos de prisão: será cabível o procedimento sumaríssimo. Crimes praticados mediante violência doméstica e familiar contra a mulher (Lei nº 11.340/2006): segundo a lei Maria da Penha, não há aplicabilidade para o procedimento sumaríssimo para as infrações de menor potencial ofensivo. Assim, aplica-se o procedimento comum ordinário, no caso de crimes cuja pena máxima cominada seja igual ou superior a quatro anos; o procedimento comum sumário, se for o caso de pena privativa de liberdade inferior a quatro anos, ou o procedimento especial adequado a espécie (rito do júri). 2 REGRAS APLICÁVEIS AOS PROCEDIMENTOS DE PRIMEIRO GRAU O parágrafo 4º do art. 394 do CPP dispõe que: Art. 394. [...] § 4o As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código. Com tal previsão, retira-se que a parte do procedimento comum presente nos citados arts. 395 a 398 (em verdade, 395 a 397, pois o art. 398 foi revogado) deverá ser aplicada a TODOS os demais ritos de primeiro grau, mesmo os especiais. Apesar da palavra TODOS, presente no art. 394, existem algumas ressalvas, mas que, quando relevantes para sua PROVA, serão abordadas. Vamos, a partir de agora, analisar as regras aplicáveis aos procedimentos de primeiro grau. 2.1 RECEBIMENTO DA DENÚNCIA OU QUEIXA Oferecida a denúncia pelo Ministério Público ou a queixa-crime pelo ofendido, os autos serão encaminhados ao juiz, que verificará se estão presentes os requisitos legais. Com base na supracitada análise, o magistrado poderá receber a denúncia ou rejeitá-la. As hipóteses de rejeição da denúncia ou da queixa-crime são (art. 395): 3 Inépcia manifesta: a denúncia ou queixa deverá conter a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. Caso o juiz julgue que a peça apresentada não cumpre os requisitos mínimos exigidos, declarará a inépcia da inicial. Falta de pressuposto processual ou de condição da ação penal: trata-se, no que diz respeito à falta de pressuposto processual, da ilegitimidade da parte, podendo esta ser ativa ou passiva. Exemplo: denúncia contra menor de 18 anos. Com relação à condição da ação, dá-se a falta não apenas pela ausência das condições de procedibilidade, como a representação e a requisição nos casos de ação penal condicionada, mas também pela falta das condições gerais da ação relacionadas à existência de legitimidade ad causam ativa e passiva, possibilidade jurídica do pedido e interesse de agir. Falta de justa causa para o exercício da ação penal: há situações em que se verifica ausência de justa causa, como, por exemplo, no caso de clara atipicidade da conduta, ocorrência de causa extintiva da punibilidade, falta de indícios suficientes de autoria ou materialidade em relação ao crime narrado etc. Da decisão que rejeita a denúncia ou queixa cabe recurso em sentido estrito (art. 581). Uma vez interposto o recurso, o denunciado deve ser intimado para oferecer contrarrazões. Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo (STF, Súmula 707). 2.2 CITAÇÃO DO ACUSADO Oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias (art. 396). A citação é o ato processual que objetiva dar conhecimento ao réu da existência da ação penal, do teor da acusação, bem como do prazo para a apresentação de resposta escrita. O processo terá completada a sua formação quando realizada a citação do acusado (art. 363). Relembrando: Não sendo possível a citação pessoal, o juiz determinará a: Citação por edital: com prazo de 15 (quinze) dias, quando o réu não for encontrado no endereço fornecido, e tenham terminado as possibilidades de encontrá-lo; 4 Citação por hora certa: quando, por três vezes, o oficial de justiça houver procurado o réu em seu domicílio ou residência, sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar a qualquer pessoa da família ou, em sua falta, a qualquer vizinho, que, no dia imediato, voltará, a fim de efetuar a citação, na hora que designar. No dia e hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novo despacho, comparecerá ao domicílio ou residência do citando, a fim de realizar a diligência (CPC, arts. 227 e 228). Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará informar- se das razões da ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando se tenha ocultado em outra comarca (CPC, art. 228, § 1º). Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com pessoa da família ou com qualquer vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome (CPC, art. 228, § 2º). Feita a citação com hora certa, o escrivão enviará ao réu carta, telegrama ou radiograma, dando-lhe de tudo ciência (CPC, art. 229). A falta de citação é causa de nulidade absoluta do processo e o comparecimento espontâneo e oportuno do réu, mediantedefensor constituído, supre a falta ou a nulidade de citação realizada por editais (STF, RHC 87.699/RJ, DJ 26.06.2009, Informativo 552). 2.3 RESPOSTA DO ACUSADO Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário (art. 396-A). Esta resposta veio substituir a chamada defesa prévia, presente na legislação anterior. Tal nomenclatura é considerada imprópria na atualidade. Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo- lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. 2.4 JULGAMENTO ANTECIPADO E ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA Após a apresentação da resposta do acusado, o juiz poderá antecipar o resultado do processo e absolver sumariamente o acusado quando verificar: A existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; A existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; Que o fato narrado evidentemente não constitui crime; Que ocorreu a extinção da punibilidade 5 Neste momento a decisão do juiz deverá basear-se no critério pro societate. Desta forma, na dúvida, deverá o magistrado determinar o prosseguimento normal do processo. 3 PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO Conforme previsão do art. 394, parágrafo 1º, I, do CPP, o procedimento ordinário tem cabimento ao processo criminal quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a quatro anos de pena privativa de liberdade, não importando tratar-se de reclusão ou detenção. É constituído das seguintes fases: 1 - Oferecimento da denúncia ou queixa: a inicial deverá cumprir os requisitos do art. 41 do CPP e conter mínimo lastro probatório quanto à materialidade e autoria do fato. 2 - Rejeição liminar ou recebimento (art. 395); 3 - Recebimento pelo juiz: constitui marco interruptivo da prescrição (CP, art. 117, I). 4 - Citação do acusado: caso o acusado não seja localizado para a citação pessoal e também não sendo caso de citação por hora certa, será o imputado citado por edital. Neste caso o processo deverá ficar suspenso e o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído (art. 396, parágrafo único). 5 - Resposta do acusado; 6 - Julgamento antecipado e absolvição sumária; Esses primeiros passos do procedimento ordinário já foram analisados quando vimos as regras aplicáveis aos procedimentos de primeiro grau. Prosseguindo: 7 - Audiência de instrução, interrogatório e julgamento: se o magistrado não absolver sumariamente o acusado, designará audiência, a ser realizada no prazo máximo de 60 dias (art. 400), ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente (art. 399). Também será obrigatória a notificação do ofendido (art. 201, § 2º). Estando todos presentes, a oitiva deverá ocorrer na seguinte ordem: 6 1)Ofendido; 2)Testemunhas de acusação; 3)Testemunhas de defesa; A ordem definida para as testemunhas não precisa ser observada quando se tratar de testemunha que, por residir fora da comarca, deva ser ouvida por precatória. 4)Esclarecimento dos peritos; 5)Acareações; 6)Reconhecimento de pessoas e coisas; 7)Interrogatório do acusado. Na instrução, poderão ser inquiridas até 08 (oito) testemunhas arroladas pela acusação e 08 (oito) pela defesa. Nesse número não se compreendem as que não prestem compromisso e as referidas (art. 401). As partes poderão desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas. Essa desistência deverá ser homologada pelo juiz, pois este, na busca pela verdade real, pode julgar conveniente ouvir o depoimento (art. 401, § 2º). O acusado, embora preso, tem o direito de comparecer, de assistir e de presenciar, sob pena de nulidade absoluta, os atos processuais, notadamente aqueles que se produzem na fase de instrução do processo penal, que se realiza, sempre, sob a égide do contraditório. São irrelevantes, para esse efeito, as alegações do Poder Público concernentes à dificuldade ou inconveniência de proceder à remoção de acusados presos a outros pontos da própria comarca, do Estado ou do País, eis que razões de mera conveniência administrativa não têm – nem podem ter – precedência sobre as inafastáveis exigências de cumprimento e respeito ao que determina a Constituição (STF, HC 93.503/SP, DJ 15.06.2009, Informativo 549). Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado, ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das informações (art. 405, § 1º). No caso de registro por meio audiovisual, será encaminhada às partes cópia do registro original, sem necessidade de transcrição (art. 405, § 2º). 7 8 - Requerimento de diligências e alegações finais orais: produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido o pedido pelo fato de o magistrado considerá-lo irrelevante, impertinente ou protelatório, serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença (art. 403). Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual. Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa. Observação O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 05 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença. Caso seja ordenada diligência considerada imprescindível, de ofício ou a requerimento da parte, a audiência será concluída sem as alegações finais (art. 404). Após a realização das diligências determinadas, as partes apresentarão, no prazo sucessivo de 05 (cinco) dias, suas alegações finais, por memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença (art. 404, parágrafo único). 9 - Sentença: ao término da fase de alegações finais, o juiz proferirá sua sentença verbalmente, na própria audiência ou por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. A Lei nº 11.719/2008 inseriu no art. 399, § 2º, o PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ, segundo o qual o juiz que presidir a audiência deverá proferir a sentença. Tal regra será excepcionada quando o juiz tiver sido convocado, afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado, casos em que passará os autos ao seu sucessor. 10 - Lavratura do termo de audiência: do ocorrido em audiência será lavrado termo em livro próprio, assinado pelo juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes nela ocorridos (art. 405). Por fim, vamos esquematizar para sua PROVA: 8 procedimento Citação pessoal, por PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO Denúncia ou queixa (art. 396)Rol com 08 testemunhas Rejeição liminar (art. 395) Recebimento e citação (art. 396) Extinção do hora certa ou edital atendidas pelo réu Apresentação da resposta (art. 396-A) Juízo de Admissão Citação por edital: réu não comparece e não constitui defensor. Suspensão do processo e prescrição (art. 366) Absolvição sumária (art. 397) Extinção do procedimento Não ocorreu Absolvição sumária Audiência em no máximo 60 dias (arts. 399 e 400) Audiência inquirição da vítima, testemunhas, peritos e demais provas orais (art. 400) Alguém quer requerer diligências? (art. 402) Sim Não O requerimento foi deferido pelo juiz? Sim Não Apresentação de memoriais em 05 dias sucessivos (art. 404 § único) Sentença em 10 dias Alegações orais pelas partes e sentença na própria audiência (art. 403) Fatos complexos / Muitos acusados Memoriais (art. 403 § 3º) Apresentação de memoriais em 05 dias sucessivos (art. 404 § único) Sentença em 10 dias 9 4 PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO Conforme previsão do art. 394, parágrafo 1º, II, do CPP, o procedimento sumário tem cabimento ao processo criminal quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a quatro anos de pena privativa de liberdade, não importando tratar-se de reclusão ou detenção. Cabe ressaltar que se deve excluir da abrangência do procedimento as infrações de menor potencial ofensivo que, como vimos, são as contravenções penais e os crimes cuja pena máxima não ultrapasse a dois anos, cumulada ou não com multa. Nestes casos o rito aplicável será o sumaríssimo. É constituído das seguintes fases: 1 - Oferecimento da denúncia ou queixa: a inicial deverá cumprir os requisitos do art. 41 do CPP e conter mínimo lastro probatório quanto à materialidade e autoria do fato. 2 - Rejeição liminar ou recebimento (art. 395); 3 - Recebimento pelo juiz: constitui marco interruptivo da prescrição (CP, art. 117, I). 4 - Citação do acusado: caso o acusado não seja localizado para a citação pessoal e também não sendo caso de citação por hora certa, será o imputado citado por edital. Neste caso o processo deverá ficar suspenso e o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído (art. 396, parágrafo único). 5 - Resposta do acusado; 6 - Julgamento antecipado e absolvição sumária; Esses primeiros passos do procedimento sumário já foram analisados quando vimos as regras aplicáveis aos procedimentos de primeiro grau. 10 Prosseguindo: 7 - Audiência de instrução, interrogatório e julgamento: se o magistrado não absolver sumariamente o acusado, designará audiência, a ser realizada no prazo máximo de 30 dias (art. 531). Nessa oportunidade, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se, finalmente, ao debate. Assim como no procedimento ordinário, a ordem definida para as testemunhas não precisa ser observada quando se tratar de testemunha que, por residir fora da comarca, deva ser ouvida por precatória. Na instrução, poderão ser inquiridas até 05 (cinco) testemunhas arroladas pela acusação e 05 (cinco) pela defesa. Nesse número não se compreendem as que não prestem compromisso e as referidas (art. 532). A testemunha que comparecer será inquirida, independentemente da suspensão da audiência (art. 536). Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível à prova faltante, determinando o juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer (art. 535). 8 - Alegações finais: serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença (art. 403). Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual. Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa. 9 - Sentença: ao término da fase de alegações finais o juiz proferirá sua sentença verbalmente, na própria audiência, Também encontra aplicabilidade o princípio da identidade física do magistrado. 11 procedimento Citação pessoal, por PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO Denúncia ou queixa (art. 396) Rol com 05 testemunhas Rejeição liminar (art. 395) Recebimento e citação (art. 396) Extinção do hora certa ou edital atendidas pelo réu Apresentação da resposta (art. 396-A) Juízo de Admissão Citação por edital: réu não comparece e não constitui defensor. Suspensão do processo e prescrição (art. 366) Absolvição sumária (art. 397) Extinção do procedimento Não ocorreu Absolvição sumária Audiência em no máximo 30 dias (arts. 399 e 531) Audiência inquirição da vítima, testemunhas, peritos e demais provas orais (art. 531) Alegações orais pelas partes e sentença na própria audiência (art. 403) 12 5 PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE O PROCEDIMENTO SUMÁRIO E O ORDINÁRIO Caro (a) Aluno (a), como você deve ter percebido o rito ordinário e o procedimento sumário em muito se assemelham. Assim, normalmente a exigência das bancas recai nas diferenças entre esses dois procedimentos e, para facilitar o aprendizado, vamos esquematizar: 6 PROCEDIMENTO DOS CRIMES DE COMPETÊNCIA DO JÚRI – NOÇÕES INTRODUTÓRIAS Em 09 de agosto de 2008, entrou em vigor a lei 11.689/2008, trazendo em seu bojo significativas alterações no processo judicial dos crimes dolosos contra a vida, consumados ou tentados, cujo julgamento é realizado pelo conselho de sentença, constituído de Juízes leigos, escolhidos dentre os cidadãos comuns, pessoas do povo, para julgar os seus pares, sendo esta instituição chamada de Tribunal do Júri. A instituição do Tribunal do Júri sempre foi muito questionada desde sua criação em nosso ordenamento jurídico, já que são as pessoas comuns do povo - quando preeenchidos alguns requisitos legais - que julgam os crimes mais abjetos que acontecem na sociedade, como por exemplo o homicídio doloso. Apesar dos questionamentos, a instituição do júri encontra amparo constitucional. Observe: PROCEDIMENTO ORDINÁRIO PROCEDIMENTO SUMÁRIO Aplicável nos casos de infrações com pena máxima igual ou superior a 04 (quatro) anos. Aplicável nos casos de infrações com pena máxima inferior a 04 (quatro) anos (ressalvada a competência do Juizado Especial Criminal). Poderão ser arroladas pela acusação e defesa até 08 (oito) testemunhas. Poderão ser arroladas pela acusação e defesa até 05 (cinco) testemunhas. Prazo para audiência: até 60 dias. Prazo para audiência: até 30 dias. Encerrada a produção de provas orais, será facultado às partes requererem diligências. Deve o magistrado, logo após as alegações finais, proferir sua sentença. 13Art. 5º [...] XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; Como retira-se do texto da Carta Magna, trata-se o rito do júri de forma procedimental específica para apuração dos crimes dolosos contra a vida. Mas quais são os delitos dolos contra vida? São eles: Homicídio (CP, art. 121); Instigação, induzimento ou auxilio ao suicídio (CP, art. 122); Infanticídio (CP, art. 123); Aborto (CP, art. 124). Vamos, a partir de agora, iniciar uma análise mais específica do Tribunal do Júri. 6.1 PRINCÍPIOS INFORMADORES DO TRIBUNAL DO JÚRI Plenitude de defesa: como em todos os processos criminais, o réu tem assegurado o exercício irrestrito de sua defesa (defesa técnica e autodefesa). Em virtude das particularidades do procedimento do júri, como, por exemplo, a não exigência de motivação da decisão, tal garantia deve ser exercida em sua plenitude. Caso se verifique que a defesa técnica é falha a ponto de ser inepta, o juiz poderá dissolver o Conselho de Sentença, declarando o réu indefeso (art. 497, V). Sigilo das votações: os jurados devem votar em segredo. É um princípio específico para o Tribunal do Júri, sendo uma exceção ao art. 93, IX, da Constituição Federal. Soberania dos veredictos: cabe somente aos jurados dizer se é procedente ou não a pretensão punitiva. 14 OBSERVAÇÃO A soberania dos veredictos do Tribunal do Júri não é absoluta, submetendo-se ao controle do juízo ad quem, tal como disciplina o art. 593, III, “d”. Não há afronta à norma constitucional que assegura a soberania dos veredictos do Tribunal do Júri no julgamento pelo Tribunal ad quem que anula a decisão do júri sob o fundamento de que ela se deu de modo contrário à prova dos autos (STF, HC 88.707/SP, DJ 17.10.2008, Informativo 524). No caso em comento, será marcado novo julgamento pelo Tribunal do Júri, com outros jurados. 6.2 COMPOSIÇÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI O Tribunal do Júri é composto por 01 (um) juiz togado, seu presidente, e por 25 (vinte e cinco) jurados que serão sorteados dentre os alistados, 07 (sete) dos quais constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento (art. 447). Podemos esquematizar: 15 6.3 ATRIBUIÇÕES DO JUÍZ PRESIDENTE As atribuições do juiz presidente estão definidas no art. 497 do CPP. São elas: Regular a polícia das sessões e mandar prender os desobedientes; Dirigir os debates, de modo a intervir em caso de abuso, assim como regulamentar os apartes; Decidir as questões incidentes que não dependam de pronunciamento do júri e as questões de direito suscitadas no curso do julgamento; Zelar pelo efetivo exercício do direito de defesa; Interromper a sessão para refeição ou repouso dos jurados e, ainda, para prolação da sentença; Ordenar a retirada do acusado que embaraçar a realização do julgamento; Ordenar a realização de diligências que se mostrarem necessárias para o esclarecimento da verdade ou para sanar nulidade; Decidir, de ofício ou a requerimento, a arguição de extinção de punibilidade. Perceba que muitas atribuições são lógicas e, portanto, não perca muito tempo tentando guardar todas as atribuições. Tenha uma noção geral e siga em frente! 6.4 SERVIÇO DO JÚRI O serviço do júri é obrigatório. A recusa injustificada ao serviço do júri acarretará multa no valor de 01 (um) a 10 (dez) salários-mínimos, a critério do juiz, de acordo com a condição econômica do jurado (art. 436). Algumas pessoas, nos termos do art. 437 do CPP estão isentas do serviço do júri. São elas: O Presidente da República e os Ministros de Estado; Os Governadores e seus respectivos Secretários; Os membros do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas e das Câmaras Distrital e Municipais; Os Prefeitos Municipais; Os Magistrados e membros do Ministério Público e da Defensoria Pública; Os servidores do Poder Judiciário, do Ministério Público e da 16 Defensoria Pública; As autoridades e os servidores da polícia e da segurança pública; Os militares em serviço ativo; Os cidadãos maiores de 70 (setenta) anos que requeiram sua dispensa; Aqueles que o requererem, demonstrando justo impedimento. 6.5 IMPEDIMENTOS O art. 448 do CPP define diversas hipóteses de impedimento para a composição de um mesmo conselho de sentença. Assim, segundo o texto legal, estão impedidos: Marido e mulher; Ascendente e descendente; Sogro e genro ou nora; Irmãos e cunhados, durante o cunhadio; Tio e sobrinho; Padrasto, madrasta ou enteado. Para finalizar, cabe ressaltar que não poderá servir o jurado que (art. 449): Tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo processo, independentemente da causa determinante do julgamento posterior; No caso do concurso de pessoas, houver integrado o Conselho de Sentença que julgou o outro acusado; Tiver manifestado prévia disposição para condenar ou absolver o acusado. 17 7 PROCEDIMENTO DOS CRIMES DE COMPETÊNCIA DO JÚRI – RITO PROCESSUAL O procedimento para a apuração dos crimes de competência do Tribunal do Júri Popular se divide em duas fases: O JUDICIUM ACCUSATIONIS abrangendo os atos praticados desde o recebimento da denúncia até a pronúncia. O JUDICIUM CAUSAE compreendendo os atos situados entre a pronúncia e o julgamento do Tribunal do Júri. Vamos analisar cada fase. 7.1 JUDICIUM ACCUSATIONIS É composto das seguintes etapas: 1 - Oferecimento da denúncia ou queixa: a inicial deverá cumprir os requisitos do art. 41 e conter mínimo lastro probatório quanto à materialidade e autoria do fato. Nesta ocasião, a acusação deverá arrolar testemunhas, até o máximo de 08 (oito) (art. 406, § 2º). 2 - Rejeição liminar ou recebimento (art. 395); 3 - Recebimento pelo juiz: constitui marco interruptivo da prescrição (CP, art. 117, I). 4 - Citação do acusado: caso o acusado não seja localizado para a citação pessoal e também não sendo caso de citação por hora certa, será o imputado citado por edital. 5 - Resposta do acusado: o acusado terá o prazo de dez dias para responder à acusação. Este prazo será contado a partir do efetivo cumprimento do mandado ou do comparecimento, em juízo, do acusado ou de defensor constituído, no caso de citação inválida ou por edital (art. 406, § 1º). Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo que interesse a sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, até o máximo de 08 (oito), qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário (art. 406, § 3º). 6 - Não apresentação da resposta no prazo legal: o juiz nomeará defensor para oferecê-la em até 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos. 18 7 - Oitiva da acusação: após a apresentação da resposta, o juiz deverá notificar o Ministério Público ou querelante para, no prazo de cinco dias, se manifestarem sobre preliminares apresentadas na resposta do réu ou sobre documentos juntados (art. 409). 8 - Audiência de instrução, interrogatório, debates e decisão: após a oitiva da acusação, o juiz determinará a inquirição das testemunhas e a realizaçãodas diligências requeridas pelas partes, no prazo máximo de 10 (dez) dias (art. 410). Na audiência de instrução, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se o debate. 9 - Alegações finais: serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença (art. 411, § 4º). Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual (art. 411, § 5º). Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa (art. 411, § 6º). Encerrados os debates, o juiz proferirá a sua decisão, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos (art. 411, § 9º). Nesse momento faculta-se ao juiz: 1 - PRONUNCIAR O ACUSADO (ART. 413): ocorre quando o juiz, convencendo-se das circunstâncias materiais do fato criminoso e de que há indícios suficientes de autoria, profere decisão que submete o réu a julgamento perante o Tribunal do Júri. A decisão de pronúncia deve ser fundamentada; entretanto não deve o magistrado apresentar minuciosa análise das provas a ponto de influir no ânimo dos jurados. A sentença de pronúncia é nula quando extrapola os seus pressupostos legais, devendo abster-se o magistrado de realizar um exame aprofundado do acervo probatório. A pronúncia exige, tão somente, que esteja evidenciada a materialidade do delito e presentes indícios suficientes de autoria (STF, HC 92.825/SP, DJ 30.04.2008) A decisão de pronúncia ocasiona as seguintes consequências: 19 Submete o acusado a júri popular. Limita as teses acusatórias a serem apresentadas aos jurados. Por exemplo, se o acusado, denunciado por homicídio qualificado, foi pronunciado por homicídio simples, não poderá o promotor, em sessão de julgamento, citar a qualificadora afastada pelo magistrado. Interrompe a prescrição: a pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a desclassificar o crime (STJ, Súmula 191). A intimação da decisão de pronúncia deverá ser feita (art. 420): I) Pessoalmente: ao acusado, ao defensor nomeado e ao Ministério Público. II) Pela imprensa: ao defensor constituído, ao querelante e ao assistente do Ministério Público. III) Por edital: ao acusado solto que não tenha sido encontrado para intimação pessoal. 2 - IMPRONUNCIAR O ACUSADO (ART. 414): a impronúncia ocorre quando o juiz conclui que não há provas suficientes para incriminar o réu, de modo a submetê-lo ao crivo do Júri Popular. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado. 3 - ABSOLVER SUMARIAMENTE O ACUSADO (ART. 415): O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: Provada a inexistência do fato; Provado não ser ele autor ou partícipe do fato; O fato não constituir infração penal; Demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. 4 - DESCLASSIFICAR A INFRAÇÃO PENAL (ART. 419): Ocorre quando o juiz entende, a partir do convencimento formado em face das provas colhidas nos autos, que se trata de um outro crime, desta feita, a escapar à competência do Tribunal do Júri. O procedimento será concluído no prazo máximo de 90 (noventa) dias (art. 412). 20 7.1 JUDICIUM CAUSAE – Procedimento da segunda fase. Conforme o art. 421 do CPP, uma vez preclusa a decisão de pronúncia, os autos serão encaminhados ao juiz-presidente do Tribunal do Júri com vistas à preparação do processo para o julgamento perante o Conselho de Sentença. Aqui terá início o procedimento da segunda fase. Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determinará a intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo de 05 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de 05 (cinco), oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência (art. 422). Após deliberar sobre os requerimentos de provas a serem produzidas ou exibidas no plenário do júri, e adotar as providências devidas, o juiz presidente ordenará as diligências necessárias para sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato que interesse ao julgamento da causa. Em seguida fará relatório sucinto do processo, determinando sua inclusão em pauta da reunião do Tribunal do Júri. Assim, está marcada a data para o julgamento. Quanto à organização da pauta, ou seja, a ordem dos julgamentos, salvo motivo relevante que autorize alteração, terão preferência: Os acusados presos; Dentre os presos, os mais antigos na prisão; Em igualdade de condições, os que tiverem sido pronunciados há mais tempo. 7.1.1 DESAFORAMENTO A determinação da competência jurisdicional no Brasil é, regra geral, estabelecida pelo lugar da infração, o que vale dizer que será fixada pelo lugar em que se consumou a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. É essa a inteligência do art. 70 do CPP. Por conta disso, a doutrina pátria preleciona que o réu deve ser julgado no distrito da culpa, ou seja, onde cometeu a infração penal. Não obstante, essa regra do art. 70 do CPP não é absoluta, haja vista que, em se tratando dos crimes de competência do Tribunal do Júri, poderá haver uma derrogação para outra comarca da mesma região, uma vez presente uma das hipóteses previstas nos novos arts. 427 e 428 do CPP, com redações dadas pela Lei nº. 11.689/08. A esse deslocamento de competência chama-se de desaforamento. Segundo a melhor doutrina de Fernando da Costa Tourinho Filho, "desaforar é deslocar o julgamento que deve ser realizado no foro onde se consumou a infração, que é previsto em lei (art. 70 do CPP), para outro próximo". É, pois, retirar o processo do foro original, para que 21 seja julgado em outro, o que vale dizer que o réu será julgado fora do distrito de sua culpa. Em breve síntese, segundo o professor Hélio Tornaghi, "desaforar é tirar o processo do foro em que está. Naturalmente, para mandá-lo a outro foro". Tem cabimento nas seguintes hipóteses (arts. 427 e 428): INTERESSE DE ORDEM PÚBLICA Caberá o desaforamento quando o interesse da ordem pública assim o exigir. A doutrina pátria é unânime em afirmar que é de indispensável que haja um estado de paz e tranqüilidade, de modo a que se realize o julgamento dentro das normalidades. DÚVIDA SOBRE A IMPARCIALIDADE DO JÚRI A imparcialidade do Júri é fundamental. Parcialidade e justiça são idéias antitéticas. Não é raro que o crime apaixone a opinião pública, gerando no meio social – de onde são tirados os jurados -, antipatia, malquerença e mesmo ódio contra o réu. É importante frisar que, para requerer o desaforamento na hipótese de existir dúvida sobre a imparcialidade do Júri, é preciso que haja indícios necessários para que se suscite essa suspeita. A jurisprudência já se consolidou acerca dessa temática, afirmando que as dúvidas devem ser sérias (fundadas), sendo vedadas as suspeitas vagas. DÚVIDA SOBRE A SEGURANÇA PESSOAL DO RÉU É a hipótese em que há um iminente perigo àintegridade corporal ou à vida do réu em face da revolta popular diante do fato delituoso. Evita-se, com a medida, que se faça justiça com as próprias mãos. O caso típico é quando ocorre o desaforamento para evitar o linchamento do réu. NÃO REALIZAÇÃO DO JULGAMENTO NO PERÍODO DE SEIS MESES A CONTAR DA PRECLUSÃO DA PRONÚNCIA, EM VIRTUDE DE COMPROVADO EXCESSO DE SERVIÇO Poderá haver o desaforamento em razão do comprovado excesso de serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte contrária, se o julgamento não puder ser realizado no prazo de 06 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da decisão de pronúncia. Cabe ressaltar que, para a contagem desse prazo, não se computará o tempo de adiamentos, diligências ou incidentes de interesse da defesa. 22 Por fim, cabe ressaltar que: É nula a decisão que determina o desaforamento de processo da competência do júri sem audiência da defesa (STF, Súmula 712). 7.1.2 SESSÃO DE JULGAMENTO Chegada a data marcada para o julgamento, este será composto dos seguintes atos: Verificação das cédulas: o juiz presidente verificará se a urna contém as cédulas dos 25 (vinte e cinco) jurados sorteados, mandando que o escrivão proceda à chamada deles (art. 462). Instalação da sessão: comparecendo pelo menos 15 (quinze) jurados, o juiz presidente declarará instalados os trabalhos, anunciando o processo que será submetido a julgamento. Os jurados excluídos por impedimento ou suspeição serão computados para a constituição do número legal (art. 463). Não havendo o número mínimo necessário, proceder-se-á ao sorteio de tantos suplentes quantos necessários, e designar-se-á nova data para a sessão do júri (art. 464). Esclarecimentos do juiz: antes do sorteio dos membros do Conselho de Sentença, o juiz presidente esclarecerá sobre os impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades. O juiz presidente também advertirá os jurados de que, uma vez sorteados, não poderão comunicar-se entre si e com outrem, nem manifestar sua opinião sobre o processo, sob pena de exclusão do Conselho e multa (art. 466, § 1º). STF, AO 1.047/RR, DJ 28.11.2007 Não se constitui em quebra da incomunicabilidade dos jurados o fato de que, logo após terem sido escolhidos para o Conselho de Sentença, eles puderam usar telefone celular, na presença de todos, para o fim de comunicar a terceiros que haviam sido sorteados, sem qualquer alusão a dados do processo. Formação do Conselho de Sentença: verificando que se encontram na urna as cédulas relativas aos jurados presentes, o juiz presidente sorteará 07 (sete) dentre eles para a formação do Conselho de Sentença. À medida que as cédulas forem sendo retiradas da urna, o juiz presidente as lerá, e a defesa e, depois dela, o Ministério Público poderão recusar os jurados sorteados, até 03 (três) cada parte, sem motivar a recusa. 23 Se, em consequência do impedimento, suspeição, incompatibilidade, dispensa ou recusa, não houver número para a formação do Conselho, o julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido, após sorteados os suplentes. Exortação e compromisso: formado o Conselho de Sentença, o presidente, levantando-se, e, com ele, todos os presentes, fará aos jurados a seguinte exortação: “Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade e a proferir a vossa decisão de acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça”. Os jurados, nominalmente chamados pelo presidente, responderão: “Assim o prometo” (art. 472). Entrega de cópia de peças: o jurado, em seguida, receberá cópias da pronúncia ou, se for o caso, das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação e do relatório do processo (art. 472, parágrafo único). A despeito da entrega destas cópias aos jurados, não poderão as partes, sob pena de nulidade, fazer-lhes menção por ocasião dos debates (art. 478, I). Instrução em plenário: prestado o compromisso pelos jurados, será iniciada a instrução plenária, quando o juiz presidente, o Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor do acusado tomarão, sucessiva e diretamente, as declarações do ofendido, se possível, e inquirirão as testemunhas arroladas pela acusação (art. 473). Para a inquirição das testemunhas arroladas pela defesa, o defensor do acusado formulará as perguntas antes do Ministério Público e do assistente. Em relação aos sujeitos processuais acima citados, o procedimento do júri segue o sistema direct e cross examination, segundo o qual as perguntas são realizadas pelas partes diretamente a quem esteja sob inquirição. Diferentemente, as perguntas realizadas pelos jurados ao ofendido e testemunhas deverão ser feitas por intermédio do juiz presidente. As partes e os jurados poderão requerer acareações, reconhecimento de pessoas e coisas e esclarecimento dos peritos, bem como a leitura de peças que se refiram, exclusivamente, às provas colhidas por carta precatória e às provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis. Interrogatório do réu: em seguida será o acusado interrogado (art. 474). O Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor, nessa ordem, poderão formular, diretamente, perguntas ao acusado. Os jurados formularão perguntas por intermédio do juiz presidente (art. 474, §§ 1º e 2º). Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período em que permanecer no plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à garantia da integridade física dos presentes. Debates: encerrada a instrução, será concedida a palavra ao Ministério Público, que fará a acusação, nos limites da pronúncia ou das decisões 24 posteriores que julgaram admissível a acusação, sustentando, se for o caso, a existência de circunstância agravante. O assistente falará depois do Ministério Público. Finda a acusação, terá a palavra a defesa (art. 476). O tempo destinado à acusação e à defesa será de uma hora e meia para cada, e de uma hora para a réplica e outro tanto para a tréplica (art. 477). Havendo mais de um acusado, o tempo para a acusação e a defesa será acrescido de uma hora e elevado ao dobro o da réplica e da tréplica (art. 477, § 2º). Havendo mais de um acusador ou mais de um defensor, combinarão entre si a distribuição do tempo, que, na falta de acordo, será dividido pelo juiz presidente, de forma a não exceder o tempo mencionado. Consulta aos jurados: concluídos os debates, o presidente indagará dos jurados se estão habilitados a julgar ou se necessitam de outros esclarecimentos (art. 480, § 1º). Possibilidade de dissolução do Conselho de Sentença: se a verificação de qualquer fato, reconhecida como essencial para o julgamento da causa, não puder ser realizada imediatamente, o juiz presidente dissolverá o Conselho, ordenando a realização das diligências entendidas necessárias (art. 481). Se a diligência consistir na produção de prova pericial, o juiz presidente, desde logo, nomeará perito e formulará quesitos, facultando às partes também formulá-los e indicar assistentes técnicos, no prazo de 05 (cinco) dias (art. 481, parágrafo único). Leitura e explicação dos quesitos: não havendo nada a ser diligenciado, o magistrado procederá à leitura dos quesitos que deverão ser respondidos pelos jurados. Os quesitos serão redigidos em proposições afirmativas, simples e distintas, de modo que cada um deles possa ser respondido com suficiente clareza e necessária precisão. Na sua elaboração, o presidente levará em conta os termos da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, do interrogatório edas alegações das partes. Os quesitos serão formulados na seguinte ordem, indagando sobre: MATERIALIDADE DO FATO: consiste em questionar os jurados sobre a efetiva ocorrência do fato principal. Exemplo: “No dia 15 de fevereiro, aproximadamente às 17:00h, na rua A, foram disparados projéteis que mataram Tício?”. Caso a resposta seja positiva, prossegue-se a quesitação. Caso a resposta de mais de três jurados seja negativa, o réu está absolvido (art. 483, § 1º); AUTORIA E PARTICIPAÇÃO: verifica-se se o acusado efetivamente concorreu para a prática do delito. Exemplo: “O réu concorreu para a prática do fato?”. Caso a resposta seja positiva, prossegue-se a quesitação. Caso a resposta de mais de três jurados seja negativa, o réu está absolvido (art. 483, § 1º); 25 SE O ACUSADO DEVE SER ABSOLVIDO: a pergunta deve conter a seguinte redação: “o jurado absolve o acusado?”. Caso a resposta de mais de três jurados seja positiva, o réu está absolvido. Caso seja negativa, o réu está condenado e a quesitação deverá continuar (art. 483, § 3º); SE EXISTE CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA ALEGADA PELA DEFESA: exemplo: “O réu agiu sob o domínio de violenta emoção?”. Caso a resposta de mais de três jurados seja positiva, reconhecida está a causa de diminuição de pena, devendo o magistrado aplicá-la por ocasião da sentença; SE EXISTE CIRCUNSTÂNCIA QUALIFICADORA OU CAUSA DE AUMENTO DE PENA RECONHECIDA NA PRONÚNCIA OU EM DECISÕES POSTERIORES QUE JULGARAM ADMISSÍVEL A ACUSAÇÃO. Exemplo: “O réu praticou o crime por motivo torpe?”. Caso a resposta de mais de três jurados seja positiva, reconhecida está a circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena, devendo o magistrado aplicá-la por ocasião da sentença. Sustentada a desclassificação da infração para outra de competência do juiz singular, será formulado quesito a respeito, para ser respondido após o 2º (segundo) ou 3º (terceiro) quesito, conforme o caso (art. 483, § 4º). Sustentada a tese de ocorrência do crime na sua forma tentada ou havendo divergência sobre a tipificação do delito, sendo este da competência do Tribunal do Júri, o juiz formulará quesito acerca destas questões, para ser respondido após o segundo quesito (art. 483, § 5º). É absoluta a nulidade do julgamento, pelo júri, por falta de quesito obrigatório (STF, Súmula 156). Votação: não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz presidente, os jurados, o Ministério Público, o assistente, o querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser procedida a votação (art. 485). Na falta de sala especial, o juiz presidente determinará que o público se retire, permanecendo somente as pessoas mencionadas. Antes de proceder-se à votação de cada quesito, o juiz presidente mandará distribuir aos jurados pequenas cédulas, feitas de papel opaco e facilmente dobráveis, contendo 07 (sete) delas a palavra SIM, 07 (sete) a palavra NÃO. Após a resposta, verificados os votos e as cédulas não utilizadas, o presidente determinará que o escrivão registre no termo a votação de cada quesito, bem como o resultado do julgamento. As decisões do Tribunal do Júri serão tomadas por maioria de votos (art. 489) Observação: se a resposta a qualquer dos quesitos estiver em contradição com outra ou outras já dadas, o presidente, explicando aos jurados em que consiste a contradição, submeterá novamente à votação 26 os quesitos a que se referirem tais respostas (art. 490). Sentença: deve espelhar o veredicto do júri. Nela não conterá motivação quando ao mérito da decisão já que a decisão dos jurados não carece de fundamentação. Assim, basta que o magistrado declare o réu condenado ou absolvido. De outro lado, em relação à aplicação da pena há necessidade de fundamentação. OBSERVAÇÃO Se houver desclassificação da infração para outra, de competência do juiz singular, ao presidente do Tribunal do Júri caberá proferir sentença em seguida, aplicando-se, quando o delito resultante da nova tipificação for considerado pela lei como infração penal de menor potencial ofensivo, o disposto nos arts. 69 e seguintes da Lei nº 9.099/1995. Assim, fica claro que os institutos despenalizadores da Lei nº 9.099/1995 (transação penal, composição civil e suspensão condicional do processo) deverão ser aplicados perante a vara do júri, não havendo que se remeter o processo ao Juizado Especial Criminal. ART IGOS REFERE NTES AOS TEMAS TRATADOS NA AULA DOS PROCESSOS EM ESPÉCIE TÍTULO I DO PROCESSO COMUM CAPÍTULO I DA INSTRUÇÃO CRIMINAL Art. 394. O procedimento será comum ou especial. § 1o O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo: I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei. § 2o Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo disposições em contrário deste Código ou de lei especial. § 3o Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o procedimento observará as disposições estabelecidas nos arts. 406 a 497 deste Código. § 4o As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código. § 5o Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário. Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: I - for manifestamente inepta; II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou 27 III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. Parágrafo único. (Revogado). Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído. Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. § 1o A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código. § 2 o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou IV - extinta a punibilidade do agente. Art. 398. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008). Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente. § 1o O acusado preso será requisitado para comparecer ao interrogatório, devendo o poder público providenciarsua apresentação. § 2 o O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado. § 1o As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. § 2o Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento das partes. Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas arroladas pela acusação e 8 (oito) pela defesa. § 1o Nesse número não se compreendem as que não prestem compromisso e as referidas. § 2o A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas, ressalvado o disposto no art. 209 deste Código. Art. 402. Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução. Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão 28 oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença. § 1o Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual. § 2o Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa. § 3 o O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença. Art. 404. Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a requerimento da parte, a audiência será concluída sem as alegações finais. Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência determinada, as partes apresentarão, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações finais, por memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença. Art. 405. Do ocorrido em audiência será lavrado termo em livro próprio, assinado pelo juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes nela ocorridos. § 1o Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado, ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das informações. § 2 o No caso de registro por meio audiovisual, será encaminhado às partes cópia do registro original, sem necessidade de transcrição. CAPÍTULO II DO PROCEDIMENTO RELATIVO AOS PROCESSOS DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI Seção I Da Acusação e da Instrução Preliminar Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará a citação do acusado para responder a acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. § 1o O prazo previsto no caput deste artigo será contado a partir do efetivo cumprimento do mandado ou do comparecimento, em juízo, do acusado ou de defensor constituído, no caso de citação inválida ou por edital. § 2o A acusação deverá arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), na denúncia ou na queixa. § 3o Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo que interesse a sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. Art. 407. As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código. Art. 408. Não apresentada a resposta no prazo legal, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em até 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos. Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério Público ou o querelante sobre preliminares e documentos, em 5 (cinco) dias. Art. 410. O juiz determinará a inquirição das testemunhas e a realização das diligências requeridas pelas partes, no prazo máximo de 10 (dez) dias. 29 Art. 411. Na audiência de instrução, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se o debate. § 1 o Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento e de deferimento pelo juiz. § 2o As provas serão produzidas em uma só audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. § 3o Encerrada a instrução probatória, observar-se-á, se for o caso, o disposto no art. 384 deste Código. § 4o As alegações serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação e à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez). § 5 o Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo previsto para a acusação e a defesa de cada um deles será individual. § 6o Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa. § 7 o Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível à prova faltante, determinando o juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer. § 8 o A testemunha que comparecer será inquirida, independentemente da suspensão da audiência, observada em qualquer caso a ordem estabelecida no caput deste artigo. § 9o Encerrados os debates, o juiz proferirá a sua decisão, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos. Art. 412. O procedimento será concluído no prazo máximo de 90 (noventa) dias. Seção II Da Pronúncia, da Impronúncia e da Absolvição Sumária Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação. § 1o A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena. § 2o Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da fiança para a concessão ou manutenção da liberdade provisória. § 3o O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição de quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código. Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado. Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova. Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: I – provada a inexistência do fato; II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; 30 III – o fatonão constituir infração penal; IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao caso de inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva. Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação. Art. 417. Se houver indícios de autoria ou de participação de outras pessoas não incluídas na acusação, o juiz, ao pronunciar ou impronunciar o acusado, determinará o retorno dos autos ao Ministério Público, por 15 (quinze) dias, aplicável, no que couber, o art. 80 deste Código. Art. 418. O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da constante da acusação, embora o acusado fique sujeito a pena mais grave. Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime diverso dos referidos no § 1 o do art. 74 deste Código e não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja. Parágrafo único. Remetidos os autos do processo a outro juiz, à disposição deste ficará o acusado preso. Art. 420. A intimação da decisão de pronúncia será feita: I – pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e ao Ministério Público; II – ao defensor constituído, ao querelante e ao assistente do Ministério Público, na forma do disposto no § 1 o do art. 370 deste Código. Parágrafo único. Será intimado por edital o acusado solto que não for encontrado. Art. 421. Preclusa a decisão de pronúncia, os autos serão encaminhados ao juiz presidente do Tribunal do Júri. § 1 o Ainda que preclusa a decisão de pronúncia, havendo circunstância superveniente que altere a classificação do crime, o juiz ordenará a remessa dos autos ao Ministério Público. § 2o Em seguida, os autos serão conclusos ao juiz para decisão. Seção III Da Preparação do Processo para Julgamento em Plenário Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determinará a intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco), oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência. Art. 423. Deliberando sobre os requerimentos de provas a serem produzidas ou exibidas no plenário do júri, e adotadas as providências devidas, o juiz presidente: I – ordenará as diligências necessárias para sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato que interesse ao julgamento da causa; II – fará relatório sucinto do processo, determinando sua inclusão em pauta da reunião do Tribunal do Júri. Art. 424. Quando a lei local de organização judiciária não atribuir ao presidente do Tribunal do Júri o preparo para julgamento, o juiz competente remeter-lhe-á os autos do processo preparado até 5 (cinco) dias antes do sorteio a que se refere o art. 433 deste Código. Parágrafo único. Deverão ser remetidos, também, os processos preparados até o encerramento da reunião, para a realização de julgamento. 31 Seção IV Do Alistamento dos Jurados Art. 425. Anualmente, serão alistados pelo presidente do Tribunal do Júri de 800 (oitocentos) a 1.500 (um mil e quinhentos) jurados nas comarcas de mais de 1.000.000 (um milhão) de habitantes, de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) nas comarcas de mais de 100.000 (cem mil) habitantes e de 80 (oitenta) a 400 (quatrocentos) nas comarcas de menor população. § 1 o Nas comarcas onde for necessário, poderá ser aumentado o número de jurados e, ainda, organizada lista de suplentes, depositadas as cédulas em urna especial, com as cautelas mencionadas na parte final do § 3o do art. 426 deste Código. § 2o O juiz presidente requisitará às autoridades locais, associações de classe e de bairro, entidades associativas e culturais, instituições de ensino em geral, universidades, sindicatos, repartições públicas e outros núcleos comunitários a indicação de pessoas que reúnam as condições para exercer a função de jurado. Art. 426. A lista geral dos jurados, com indicação das respectivas profissões, será publicada pela imprensa até o dia 10 de outubro de cada ano e divulgada em editais afixados à porta do Tribunal do Júri. § 1o A lista poderá ser alterada, de ofício ou mediante reclamação de qualquer do povo ao juiz presidente até o dia 10 de novembro, data de sua publicação definitiva. § 2o Juntamente com a lista, serão transcritos os arts. 436 a 446 deste Código. § 3o Os nomes e endereços dos alistados, em cartões iguais, após serem verificados na presença do Ministério Público, de advogado indicado pela Seção local da Ordem dos Advogados do Brasil e de defensor indicado pelas Defensorias Públicas competentes, permanecerão guardados em urna fechada a chave, sob a responsabilidade do juiz presidente. § 4 o O jurado que tiver integrado o Conselho de Sentença nos 12 (doze) meses que antecederem à publicação da lista geral fica dela excluído. § 5o Anualmente, a lista geral de jurados será, obrigatoriamente, completada. Seção V Do Desaforamento Art. 427. Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação do juiz competente, poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma região, onde não existam aqueles motivos, preferindo- se as mais próximas. § 1o O pedido de desaforamento será distribuído imediatamente e terá preferência de julgamento na Câmara ou Turma competente. § 2 o Sendo relevantes os motivos alegados, o relator poderá determinar, fundamentadamente, a suspensão do julgamento pelo júri. § 3o Será ouvido o juiz presidente, quando a medida não tiver sido por ele solicitada. § 4o Na pendência de recurso contra a decisão de pronúncia ou quando efetivado o julgamento, não se admitirá o pedido de desaforamento, salvo, nesta última hipótese, quanto a fato ocorrido durante ou após a realização de julgamento anulado. Art. 428. O desaforamento também poderá ser determinado, em razão do comprovado excesso de serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte contrária, se o 32 julgamento não puder ser realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da decisão de pronúncia. § 1 o Para a contagem do prazo referido neste artigo, não se computará o tempo de adiamentos, diligências ou incidentes de interesse da defesa. § 2 o Não havendo excesso de serviço ou existência de processos aguardando julgamento em quantidade que ultrapasse a possibilidade de apreciação pelo Tribunal do Júri, nas reuniões periódicas previstas para o exercício, o acusado poderá requerer ao Tribunal que determine a imediata realização do julgamento. Seção VI Da Organização da Pauta Art. 429. Salvo motivo relevante que autorize alteração na ordem dos julgamentos, terão preferência: I – os acusados presos; II – dentre os acusados presos, aqueles que estiverem há mais tempo na prisão; III – em igualdade de condições, os precedentemente pronunciados. § 1o Antes do dia designado para o primeiro julgamento da reunião periódica, será afixada na porta do edifício do Tribunal do Júri a lista dos processos a serem julgados, obedecida a ordem prevista no caput deste artigo. § 2o O juiz presidente reservará datas na mesma reunião periódica para a inclusão de processo que tiver o julgamento adiado. Art. 430. O assistente somente será admitido se tiver requeridosua habilitação até 5 (cinco) dias antes da data da sessão na qual pretenda atuar. Art. 431. Estando o processo em ordem, o juiz presidente mandará intimar as partes, o ofendido, se for possível, as testemunhas e os peritos, quando houver requerimento, para a sessão de instrução e julgamento, observando, no que couber, o disposto no art. 420 deste Código. Seção VII Do Sorteio e da Convocação dos Jurados Art. 432. Em seguida à organização da pauta, o juiz presidente determinará a intimação do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e da Defensoria Pública para acompanharem, em dia e hora designados, o sorteio dos jurados que atuarão na reunião periódica. Art. 433. O sorteio, presidido pelo juiz, far-se-á a portas abertas, cabendo-lhe retirar as cédulas até completar o número de 25 (vinte e cinco) jurados, para a reunião periódica ou extraordinária. § 1o O sorteio será realizado entre o 15o (décimo quinto) e o 10o (décimo) dia útil antecedente à instalação da reunião. § 2o A audiência de sorteio não será adiada pelo não comparecimento das partes. § 3o O jurado não sorteado poderá ter o seu nome novamente incluído para as reuniões futuras. Art. 434. Os jurados sorteados serão convocados pelo correio ou por qualquer outro meio hábil para comparecer no dia e hora designados para a reunião, sob as penas da lei. Parágrafo único. No mesmo expediente de convocação serão transcritos os arts. 436 a 446 deste Código. Art. 435. Serão afixados na porta do edifício do Tribunal do Júri a relação dos jurados 33 convocados, os nomes do acusado e dos procuradores das partes, além do dia, hora e local das sessões de instrução e julgamento. Seção VIII Da Função do Jurado Art. 436. O serviço do júri é obrigatório. O alistamento compreenderá os cidadãos maiores de 18 (dezoito) anos de notória idoneidade. § 1 o Nenhum cidadão poderá ser excluído dos trabalhos do júri ou deixar de ser alistado em razão de cor ou etnia, raça, credo, sexo, profissão, classe social ou econômica, origem ou grau de instrução. § 2 o A recusa injustificada ao serviço do júri acarretará multa no valor de 1 (um) a 10 (dez) salários mínimos, a critério do juiz, de acordo com a condição econômica do jurado. Art. 437. Estão isentos do serviço do júri: I – o Presidente da República e os Ministros de Estado; II – os Governadores e seus respectivos Secretários; III – os membros do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas e das Câmaras Distrital e Municipais; IV – os Prefeitos Municipais; V – os Magistrados e membros do Ministério Público e da Defensoria Pública; VI – os servidores do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública; VII – as autoridades e os servidores da polícia e da segurança pública; VIII – os militares em serviço ativo; IX – os cidadãos maiores de 70 (setenta) anos que requeiram sua dispensa; X – aqueles que o requererem, demonstrando justo impedimento. Art. 438. A recusa ao serviço do júri fundada em convicção religiosa, filosófica ou política importará no dever de prestar serviço alternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos, enquanto não prestar o serviço imposto. § 1 o Entende-se por serviço alternativo o exercício de atividades de caráter administrativo, assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo, no Poder Judiciário, na Defensoria Pública, no Ministério Público ou em entidade conveniada para esses fins. § 2o O juiz fixará o serviço alternativo atendendo aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado constituirá serviço público relevante, estabelecerá presunção de idoneidade moral e assegurará prisão especial, em caso de crime comum, até o julgamento definitivo. Art. 440. Constitui também direito do jurado, na condição do art. 439 deste Código, preferência, em igualdade de condições, nas licitações públicas e no provimento, mediante concurso, de cargo ou função pública, bem como nos casos de promoção funcional ou remoção voluntária. Art. 441. Nenhum desconto será feito nos vencimentos ou salário do jurado sorteado que comparecer à sessão do júri. Art. 442. Ao jurado que, sem causa legítima, deixar de comparecer no dia marcado para a sessão ou retirar-se antes de ser dispensado pelo presidente será aplicada multa de 1 (um) a 10 (dez) salários mínimos, a critério do juiz, de acordo com a sua condição econômica. Art. 443. Somente será aceita escusa fundada em motivo relevante devidamente comprovado e apresentada, ressalvadas as hipóteses de força maior, até o momento da chamada dos jurados. 34 Art. 444. O jurado somente será dispensado por decisão motivada do juiz presidente, consignada na ata dos trabalhos. Art. 445. O jurado, no exercício da função ou a pretexto de exercê-la, será responsável criminalmente nos mesmos termos em que o são os juízes togados. Art. 446. Aos suplentes, quando convocados, serão aplicáveis os dispositivos referentes às dispensas, faltas e escusas e à equiparação de responsabilidade penal prevista no art. 445 deste Código. Seção IX Da Composição do Tribunal do Júri e da Formação do Conselho de Sentença Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz togado, seu presidente e por 25 (vinte e cinco) jurados que serão sorteados dentre os alistados, 7 (sete) dos quais constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento. Art. 448. São impedidos de servir no mesmo Conselho: I – marido e mulher; II – ascendente e descendente; III – sogro e genro ou nora; IV – irmãos e cunhados, durante o cunhadio; V – tio e sobrinho; VI – padrasto, madrasta ou enteado. § 1o O mesmo impedimento ocorrerá em relação às pessoas que mantenham união estável reconhecida como entidade familiar. § 2 o Aplicar-se-á aos jurados o disposto sobre os impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades dos juízes togados. Art. 449. Não poderá servir o jurado que: I – tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo processo, independentemente da causa determinante do julgamento posterior; II – no caso do concurso de pessoas, houver integrado o Conselho de Sentença que julgou o outro acusado; III – tiver manifestado prévia disposição para condenar ou absolver o acusado. Art. 450. Dos impedidos entre si por parentesco ou relação de convivência, servirá o que houver sido sorteado em primeiro lugar. Art. 451. Os jurados excluídos por impedimento, suspeição ou incompatibilidade serão considerados para a constituição do número legal exigível para a realização da sessão. Art. 452. O mesmo Conselho de Sentença poderá conhecer de mais de um processo, no mesmo dia, se as partes o aceitarem, hipótese em que seus integrantes deverão prestar novo compromisso. Seção X Da reunião e das sessões do Tribunal do Júri Art. 453. O Tribunal do Júri reunir-se-á para as sessões de instrução e julgamento nos períodos e na forma estabelecida pela lei local de organização judiciária. Art. 454. Até o momento de abertura dos trabalhos da sessão, o juiz presidente decidirá os casos de isenção e dispensa de jurados e o pedido de adiamento de julgamento, mandando consignar em ata as deliberações. Art. 455. Se o Ministério Público não comparecer, o juiz presidente adiará o julgamento para o primeiro dia desimpedido da mesma reunião, cientificadas as 35 partes e as testemunhas. Parágrafo único. Se a ausência não for justificada, o fato será imediatamente comunicado ao Procurador-Geral de Justiça com a data designada para a nova sessão. Art. 456. Se a falta, sem escusa legítima, for do advogado do acusado, e se outro não for por este constituído,
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