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(FILOSOFIA II) Libertárianismo e ONU (1)

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Curso De Relações Internacionais
 
 
 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS E LIBERTÁRIANISMO:
A visão da teoria libertária sobre o combate à desigualdade promulgado pela organização
Victor Gonçalves Vieira Arantes
RESUMO
Este artigo tem como objetivo demonstrar sob uma ótica libertária de ética as funções às quais a Organização das Nações Unidas executa sob desenvolvimento e valores e avaliaremos sob o julgamento de tal filosofia em busca de chegar a um entendimento breve sobre o assunto.
Palavras-chave: Filosofia, Libertárianismo, Relações Internacionais, ONU 
 
 
Belo Horizonte
2017
Introdução
O Libertárianismo e as relações internacionais não comumente são explorados para assuntos, parte pelas suas próprias noções de estado e suas funções não compatibilizarem muito tendo-se em conta a ordem sistemática vigente na qual apesar de colocar o sistema internacional como anárquico, choca em muito com organizações de cunho multilateral como a ONU, que pregam leis e soluções em conjunto para assuntos internos dos países.
Tratar sobre a ética libertária e as relações internacionais põe um desafio na qual entra-se em choque muito do que se vê em pratica no sistema internacional e expõe um modo de pensar diferente para soluções para as questões do mundo.
Neste artigo, estudaremos sob uma ótica libertária de ética as funções às quais a Organização das Nações Unidas executa sob desenvolvimento e valores e avaliaremos sob o julgamento de tal filosofia em busca de chegar a um entendimento breve sobre o assunto.
Reitero que, neste artigo não ambicionaremos advogar sobre tal ideário tampouco afirma-lo como valoração ética certa, por isso, não aplicaremos neste estudo as teorias econômicas que corroborem ou não com tal ideário. Iremos analisar estritamente uma interpretação ética da teoria libertária e como a mesma enxerga a atuação da ONU no combate à desigualdade. Para isso, restringiremos à analise contida no livro Justiça: O que é fazer a coisa certa de Michael J. Sandel, publicado no ano de 2012 em sua sexta edição para viabilizar nossa analise utilizando-se do capítulo 3 do autor no qual o mesmo nos oferta uma releitura dos princípios éticos do Libertárianismo sob sua visão.
CAPITULO 1 
Sendo um esforço realizado pelos países derivado da sem sucesso Liga das Nações, a Organização das Nações Unidas primeiramente surgiu com o objetivo de evitar os conflitos, buscando soluções para resolução dos conflitos, evitando-se novas guerras.
Posteriormente, seus objetivos foram expandidos, incluindo também manter a segurança e a paz mundial, promover os direitos humanos, auxiliar no desenvolvimento econômico e no progresso social, proteger o meio ambiente e prover ajuda humanitária em casos de fome, desastres naturais e conflitos armados.
Tais questões colocam a ONU como uma entidade com funções que para além de promover a paz, adentram em aspectos que visam a busca pela melhoria da condição de vida para a humanidade, o que muitas vezes envolve uma interferência na liberdade e na autonomia para que se possa reparar desigualdades e impossibilitar o avanço de conflitos prejudiciais as pessoas.
A desigualdade de renda é constantemente um tema abordado por tal entidade como carente de estudos e politicas as quais possam produzir reparos e diminuir a distância cada vez maior entre a renda das populações.
No livro Justiça, o que é a coisa certa à fazer de Michael Sandel, ao se deparar com o capitulo ao qual o autor explana à respeito da ética libertária e o estado mínimo, somos expostos a um estudo de caso sobre a desigualdade nos Estados Unidos e debateu à respeito de se isso é justo ou não, como podemos ver nesta citação:
" A desigualdade econômica é mais exorbitante nos Estados Unidos do que nas outras democracias.” (SANDEL - 2012) 
Isso nos coloca ao debate em que estamos propondo no artigo. Tendo em vista a percepção libertaria à respeito de justiça, estaremos analisando como a mesma vê o papel da ONU e suas interferências sob o estado visando a diminuição da desigualdade e da extrema pobreza. Evitaremos ao máximo tomar juízo de valor e definir se consideramos correto ou não tão visão, apenas expondo uma analise sob tal percepção.
É interessante frisar que, para muitos, políticas de taxação sob grandes riquezas são vistas como algo positivo, visto que se tenciona a redistribuição e uma redução da discrepância de renda entre os indivíduos. Como citado no artigo:
“ Algumas pessoas consideram essa desigualdade injusta e são favoráveis à taxação do rico para ajudar o Pobre. Outras discordam. ” (SANDELL – 2012)
Baseando-se na ética libertária, não há nada de errado na desigualdade, mas isso desde que a mesma não seja um resultado de atividades as quais consideram-se ilícitas, como a fraude e o roubo. Sob essa interpretação, a desigualdade desde que como resultado das leis de mercado, na qual o valor subjetivo produzido pelo individuo é que sobressai como determinante. (SANDEL – 2012)
O princípio da redistribuição se baseia na lógica utilitarista de redistribuição, na qual tenciona a maximização da felicidade de uma maioria, isso por meio de medidas que principalmente relacionam-se com a aplicação de impostos sob renda ao ambicionar a diminuição da desigualdade.
O décimo objetivo de desenvolvimento sustentável na qual a ONU promove justamente é o de combate à desigualdade de renda dentro dos países e entre eles, e um dos mecanismos mais utilizados para o mesmo são as por meio de políticas públicas de redistribuição.
Tais objetivos retirados diretamente do site das Nações Unidas são:
10.1 Até 2030, progressivamente alcançar e sustentar o crescimento da renda dos 40% da população mais pobre a uma taxa maior que a média nacional
10.2 Até 2030, empoderar e promover a inclusão social, econômica e política de todos, independentemente da idade, gênero, deficiência, raça, etnia, origem, religião, condição econômica ou outra
10.3 Garantir a igualdade de oportunidades e reduzir as desigualdades de resultados, inclusive por meio da eliminação de leis, políticas e práticas discriminatórias e da promoção de legislação, políticas e ações adequadas a este respeito
10.4 Adotar políticas, especialmente fiscal, salarial e de proteção social, e alcançar progressivamente uma maior igualdade
10.5 Melhorar a regulamentação e monitoramento dos mercados e instituições financeiras globais e fortalecer a implementação de tais regulamentações
10.6 Assegurar uma representação e voz mais forte dos países em desenvolvimento em tomadas de decisão nas instituições econômicas e financeiras internacionais globais, a fim de produzir instituições mais eficazes, críveis, responsáveis e legítimas
10.7 Facilitar a migração e a mobilidade ordenada, segura, regular e responsável das pessoas, inclusive por meio da implementação de políticas de migração planejadas e bem geridas
10.a Implementar o princípio do tratamento especial e diferenciado para países em desenvolvimento, em particular os países menos desenvolvidos, em conformidade com os acordos da OMC
10.b Incentivar a assistência oficial ao desenvolvimento e fluxos financeiros, incluindo o investimento externo direto, para os Estados onde a necessidade é maior, em particular os países menos desenvolvidos, os países africanos, os pequenos Estados insulares em desenvolvimento e os países em desenvolvimento sem litoral, de acordo com seus planos e programas nacionais
10.c Até 2030, reduzir para menos de 3% os custos de transação de remessas dos migrantes e eliminar os corredores de remessas com custos superiores a 5%
Tais pontos de políticas públicas esbarram ao se considerar a ótica libertária com resultados inesperados, como o desincentivo ao trabalho, gerando menos renda, que ao mesmo tempo impactaria no investimento e posteriormente numa redução dos empregos e para além disso, reduziria o montante que tencionava-se distribuir.
Uma outra crítica,é que tal redistribuição interfere na eficiência econômica, o que é plenamente defendido por libertários através de inúmeros cálculos econômicos e por se tratar de uma interferência na própria liberdade humana de decidir sobre suas posses.
Interferir sob a renda de um indivíduo ou sob para onde o mesmo deseja destinar é considerado para esta ótica como uma ofensa grave à sua liberdade, e que, logo, não compactua com os meios propostos pela ONU ao combate das desigualdades.
A ética libertária se baseia em um estado mínimo, na qual três pilares são fundamentais que são a proteção à propriedade privada, garanta o cumprimento de contratos e dê garantia de vida. Ultrapassar tais limites é injustificável tendo em vista que violará a liberdade individual.
Paternalismos, visando proteger o indivíduo dele mesmo é algo que se considera prejudicial para o Libertárianismo. O direito de decidir sobre sua vida, seu futuro e de correr riscos deve ser preservado, desde que não afetem terceiros.
Outro ponto no qual são contrários é a legislação moral. O indivíduo deve ser livre para manter seus valores singulares de acordo com o que desejar e toda coerção estatal é abominável.
Seu terceiro ponto é relacionado à redistribuição de rendas ou riqueza, assunto no qual estamos à tratar diretamente no texto. Para isso, peguemos a citação direta de Sandell:
"A teoria libertária dos direitos exclui qualquer lei que force algumas pessoas a ajudar outras, incluindo impostos para redistribuição de riqueza. Embora seja desejável que o mais abastado ajude o menos afortunado - subsidiando suas despesas de saúde, moradia e educação - esse auxilio deve ser facultativo para cada indivíduo, e não uma obrigação ditada pelo governo. De acordo com o ponto de vista libertário, taxas de redistribuição são uma forma de coerção e até mesmo roubo. O estado não tem mais o direito de forçar o contribuinte abastado a apoiar programas sociais para o pobre do que um ladrão benevolente de roubar o dinheiro do rico para distribui-lo entre os desfavorecidos". (SANDEL – 19XX)
Ou seja, impostos e outros meios de redistribuição são por si, meios de restringir a liberdade humana e para além, considerados similares ao roubo por terem em sua base uma espoliação forçada da renda do indivíduo, considerado algo imoral para um corroborante da tese libertária. Mas não que tal teoria abdique de soluções ou combates à pobreza e desigualdade, apenas veem nas mãos do mercado e da contribuição altruística o meio mais plausível de se realizar tais combates.
CONCLUSÃO
Após nossa analise, percebemos a incompatibilidade entre os meios de combate à desigualdade de renda promovidos pela Organização das Nações Unidas e o Libertárianismo por se tratarem de uma violação das liberdades individuais e resultarem em uma sociedade menos livre, com cada vez maiores intervenções aos indivíduos, tornando-os meros escravos do estado. Por seu caráter meramente recomendatório, nenhum estado se restringe aos métodos promulgados pela ONU citados acima podendo-se buscar meios alternativos para solucionar tal problema. Para o libertarianismo, as restrições que o estado impõe ao mercado são em muitos dos casos uma das fortes razões de impedimento de produção de renda e posteriormente, de geração de igualdade. 
Referencias:
 
NAÇÕES UNIDAS, Redução das desigualdades: Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles. Objetivo 10. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles. 2017 em<https://nacoesunidas.org/pos2015/ods10/>
SANDEL, Michael. Justiça, o que é fazer a coisa certa. Editora Civilização Brasileira Rio de Janeiro 2012. 6ª edição. Tradução de Heloísa Matias e Maria Alice Máximo 
em< http://acispar.com.br/COMSUS_/mat-apoio/Justi%C3%A7a%20%20o%20que%20%C3%A9%20fazer%20a%20coisa%20certa.pdf>

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