Resumo Direito Constitucional (3º Bim.)

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Resumo: Direito Constitucional 
Processo Legislativo
Espécies normativas 
Emendas à Constituição
A Constituição Federal pode ser alterada por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição, a qual é avaliada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania) da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, votados pelos membros destes.
Podem propor emendas à Constituição:
- 1/3 dos membros da Câmara dos Deputados
- 1/3 dos membros do Senado Federal
- O Presidente da República
- Mais da metade das Assembleias Legislativas dos Estados, manifestando-se cada uma delas pela maioria de seus componentes. 
A aprovação de PEC é feita por quórum qualificado, 3/5 dos parlamentares. 
Leis Complementares
Lei complementar é a espécie normativa sujeita a um processo legislativo especial e com matéria própria. Nesta, o legislador regula as matérias de importância fundamental, dessa forma, a Constituição reserva as matérias que serão tratadas por esse tipo de lei. 
Reserva material de incidência: a Constituição reserva determinadas matérias que devem ser regulamentadas por Lei Complementar, não podendo a Lei Ordinária contrariá-las. No entanto, quando não há essa reserva, a Lei Ordinária pode dispor sobre o assunto, ainda que contrarie a Lei Complementar.
O quórum de aprovação é de maioria absoluta (metade do total de membros mais um). 
- Senado: 41
- Deputados: 257
Leis Ordinárias
Esta regulamenta praticamente todas as matérias de competência da União, com sanção do Presidente da República. Dessa forma, lei ordinária é matéria residual, da qual a Lei complementar não pode tratar. 
O quórum de aprovação é maioria simples (a metade dos membros presentes mais um).
Leis Delegadas
Trata-se de ato normativo do Presidente da República que necessita de autorização do Congresso Nacional para a sua elaboração. Contudo, as leis delegadas não podem versar sobre atos de competência exclusiva do Congresso, sobre matéria de lei complementar, nem de planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, etc. 
O Chefe do Executivo solicita a autorização e o Poder Legislativo fixa o conteúdo e os termos de seu exercício. Depois de criada a lei, é remetida ao legislativo para avaliação e aprovação. Se aprovadas, entraram no ordenamento jurídico na qualidade de lei ordinária. 
Medidas Provisórias
As medidas provisórias são editadas pelo Presidente da República em casos de relevância e urgência. Esta possui força de lei e vigência imediata, perdendo a eficácia caso não convertidas em lei pelo Congresso Nacional em até 60 dias, prorrogáveis por igual período. 
O processo legislativo da medida provisório é posterior a sua edição e vigência. Sendo assim, após editadas são submetidas a Câmara dos Deputados, onde terá um prazo de 45 dias para ser apreciada, caso ultrapasse esse prazo, trancará a pauta da Casa até que seja votada. Após, será encaminhada para o Senado Federal, que terá igual prazo para apreciação. Se aprovadas nesse período total de 120 dias, se transformaram em lei, caso contrário, a medida provisória irá perder sua eficácia, conservando as relações jurídicas constituídas e decorrentes dos praticados em sua vigência. 
Decretos Legislativos
É um ato de veiculação das matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional. Este serve também como instrumento de regulamentação das relações jurídicas decorrentes do período de eficácia das medidas provisórias antes de sua conversão em lei. 
É instruído, discutido e votado em ambas as Casas Legislativas. O quórum de aprovação é de maioria simples. 
Seu procedimento de aprovação é tratado pelo Regimento Interno do Congresso e pelos Regimentos Internos das duas casas, sendo desvinculado da sanção do Presidente da República. Os efeitos são externos ao Congresso. 
Resoluções
É um ato administrativo normativo emitido por autoridade superior, com a finalidade de disciplinar matéria de sua competência específica. As resoluções não podem produzir efeitos externos, tampouco contrariar regimentos e regulamentos, mas sim explica-los. Tanto as resoluções quanto os decretos legislativos tratam de matéria de competência exclusiva do poder legislativo. 
Atos do processo legislativo
É o conjunto de atos preordenados que visam a criação de normas de Direito. São eles:
Iniciativa Legislativa
Discussão (debates)
Votação (deliberação)
Sanção e Veto
Promulgação e Votação
Iniciativa Legislativa
É a faculdade que se atribui a alguém ou a algum órgão para apresentar projetos de lei ao Legislativo. Esta pode ser:
Concorrente: é conferida a mais de uma pessoa ou órgão.
- Ex: Emenda Constitucional (1/3 dos membros da Câmara dos Deputados, 1/3 dos membros do Senado Federal ao Presidente da República e a mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação). 
Exclusiva: é outorgada á apenas uma pessoa ou órgão 
- A competência exclusiva do Presidente da República refere-se	 a criação de cargos, organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, militares das Forças Armadas, etc. 
- A competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal, a qual dispõe sobre o estatuto da magistratura, criação e extinção de cargos, etc.
- A competência exclusiva dos Tribunais Superiores trata de alterações do número de membros dos tribunais, juízes, etc. 
Popular: um instrumento de participação direta do cidadão nos atos de governo. Dessa forma, é um projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento (1%) do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. 
Discussão ou debates
A Comissão irá estudar e examinas as proposições legislativas e apresentar pareceres, comprovando a constitucionalidade da proposição, bem como comprovar a conveniência e a oportunidade da lei. Com o parecer pronto, a propositura será discutida em plenário. 
Votação ou deliberação 
A votação é o ato de decisão de cada Casa do Congresso Nacional, que se toma por maioria simples, para aprovação de projetos de lei ordinária; e maioria absoluta, para aprovação de projetos de lei complementar; e por maioria de 3/5, para aprovação de Emendas Constitucionais. 
Vota-se, inicialmente, na Câmara dos Deputados (Casa iniciadora), se aprovado, remete ao Senado Federal (Casa revisora), o qual também elaborará pareceres sobre a propositura, debatido e depois votado. 
Sanção ou veto 
Sanção é a concordância ou anuência do Presidente da República com projeto de lei ordinária ou complementar aprovado pelo Congresso. O prazo para ocorrer á sanção é de 15 dias. Caso o Presidente não sancione o projeto nesse período, este será tido como sancionado tacitamente. Ocorrendo essa hipótese, o projeto é promulgado pelo Presidente da República ou pelo Presidente do Senado. 
O veto é o instrumento usado pelo Presidente da República para recusar a sanção de projeto, no todo ou em parte, sob o argumento de inconstitucionalidade ou contrariedade ao interesse público. Essa rejeição do chefe do governo a projeto aprovado pelo Legislativo é irretratável, ou seja, uma vez adotado o veto, o presidente não poderá retirá-lo. Com o veto, fica suspensa, total ou parcialmente, a transformação do projeto em lei. A manutenção ou rejeição do veto depende de deliberação dos deputados e senadores, em sessão conjunta do Congresso. Para o veto ser rejeitado é preciso o voto da maioria absoluta dos parlamentares de cada uma das Casas. A matéria cujo veto foi rejeitado é enviada ao Presidente da República para promulgação. 
Promulgação e publicação
A promulgação que declara a existência da lei e ordena a sua execução. Emendas Constitucionais são promulgadas pelas Mesas da Câmara e do Senado, em sessão solene do Congresso. A promulgação das leis complementares e ordinárias é feita pelo Presidente da República, e ocorre simultaneamente com a sanção. No caso de sanção tácita, o próprio Presidente da República é quem deve promulgar a lei. Caso não o faça, a promulgação fica a cargo do Presidente doSenado. O Presidente da República também promulga os projetos de lei cujos vetos são derrubados pelo Congresso. 
É com a publicação da lei que esta se torna obrigatória. Com a publicação, os cidadãos são informados sobre a existência da nova norma jurídica e ninguém pode alegar o desconhecimento da lei para não cumpri-la. A publicação é o complemento da promulgação e, normalmente, a lei entra em vigor a partir da data em que é publicada. 
Procedimentos legislativos 
Procedimento legislativo ordinário
É o procedimento comum destinado à elaboração das leis ordinárias, sendo o mais demorado. Este comporta mais oportunidade para o exame, o estudo e a discussão do projeto. 
Desenvolve-se em cinco fases:
Introdutória: apresentação do projeto
Exame do projeto nas comissões permanentes: estudo pelas comissões que emitem pareceres favoráveis ou desfavoráveis à sua aprovação, admitidas emendas e até substitutivos ao projeto. 
Discussões: discussão da matéria, com o parecer das comissões, em plenário da Câmara onde o projeto foi apresentado, sendo de notar que só não se iniciam na Câmara dos Deputados a discussão e votação dos projetos propostos por Senador ou comissão do Senado, daí o motivo que a Câmara é quase sempre a iniciadora do processo legislativo. Nesta abre-se a oportunidade de oferecer emendas ao projeto.
Decisória: nesta haverá a decisão, quando o projeto é votado; se for aprovado será remetido à outra casa para revisão.
Revisória: a revisão passará pelas mesmas fases (recebimento da matéria, remessa às comissões, discussão e votação); se merecer aprovação, sem emendas, será remetido à sanção e promulgação; se houver emendas, voltará à casa iniciadora, para apreciação destas, e, sendo elas aprovadas ou rejeitadas, o projeto irá à sanção. 
- Se o projeto for rejeitado em qualquer das Casas, será arquivado, e a matéria somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional. 
Procedimento legislativo sumário 
Sua aplicação depende da vontade do Presidente da República, a quem a Constituição confere a faculdade de solicitar urgência para apreciação de projeto de sua iniciativa. Portanto, a solicitação de urgência é pressuposto desse procedimento. 
Se o Presidente solicitar a urgência, o projeto deverá ser apreciado pela Câmara dos Deputados no prazo de 45 dias, a contar do seu recebimento. Se for aprovado na Câmara, terá o Senado Federal igual prazo para a sua apreciação. Desse modo, o prazo total é de 90 dias, para o pronunciamento de ambas as Casas, contudo, se houver emenda pelo Senado, essas deverão ser apreciadas em um prazo de 10 dias pela Câmara dos Deputados. 
Com o pronunciamento das Casas do Congresso Nacional, com a aprovação, está irá para a sanção. 
Procedimentos legislativos especiais 
São aqueles estabelecidos para a elaboração de Emendas Constitucionais, de leis financeiras (lei do plano plurianual, diretrizes orçamentárias, etc.), leis delegadas, medidas provisórias e de leis complementares. Estas últimas se diferenciam das demais devido ao quórum de aprovação.