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Epidemiologia II Resumo geral e indicadores de saúde

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Devemos saber sobre:
1 - Indicadores de saúde:
	- Morbidade: prevalência e incidência
	- Mortalidade: taxas de mortalidade (geral e por causas), coeficiente de mortalidade infantil, razões e curvas de mortalidade proporcional, esperança de vida
2 - Sistemas de informação em saúde
3 - Transição demográfica, epidemiológica, nutricional e alimentar
4 - Vigilância em saúde
CONTEÚDOS DADOS NA AULA 1 – INDICADORES DE SAÚDE
	O que é epidemiologia = é a ciência que estuda o processo saúde-doença na sociedade, analisando a distribuição das doenças e agravos numa população (assim como seus fatores associados), coletando informações e criando conhecimento que serve de base para a tomada de decisões em saúde pública – propondo medidas de proteção, promoção e recuperação da saúde, como também prevenção e controle de doenças e agravos.
	As 3 perguntas epidemiológicas fundamentais são: “o que afeta a saúde da população?”, “como as doenças se distribuem na população?” e “com qual frequência isso ocorre?”.
	Para responder essas perguntas a epidemiologia analisa vários indicadores de saúde: “medidas-síntese que contêm informações sobre a situação de saúde de uma população”.
	Usa-se indicadores de saúde porque eles possibilitam a quantificação da saúde e da doença na população. A aplicabilidade dos indicadores de saúde é: (1) analisar a situação de saúde; (2) realizar comparações entre diversas regiões e populações (ou entre épocas diferentes da mesma população); e (3) avaliar mudanças ao longo do tempo.
	TIPOS DE INDICADORES DE SAÚDE
	- Indicadores Demográficos = taxa de crescimento da população; esperança de vida ao nascer; índice de envelhecimento. 
	- Indicadores Socioeconômicos = taxa de analfabetismo.
	- Indicadores de Mortalidade = taxa de mortalidade infantil; taxa de mortalidade específica.
	- Indicadores de Morbidade = taxa de internação hospitalar por causa específica.
	- Exposição a fatores de Rico/Proteção = prevalência de excesso de peso em adulto; proporção diária per capital das calorias de frutas, verduras e legumes no total de calorias da dieta. 
	- Recursos = número de leitos hospitalares por habitante.
	- Cobertura dos sistemas de saúde à população = proporção da população que refere ter consultado médico nos últimos 12 meses; cobertura vacinal.
	O grau de excelência de um indicador depende da sua Validade (capacidade de medir algo precisamente) e da sua Confiabilidade (capacidade de reproduzir os mesmos resultados quando aplicado em condições similares em outras populações).
São atributos de um indicador:
	- Integridade ou completitude (os dados devem ser completos para todos os eventos);
	- Consistência interna (os valores devem ser coerentes, não podem ser contraditórios ou conflitantes);
	- Mensurabilidade (basear-se em dados disponíveis ou fáceis de conseguir);
	- Relevância (deve responder às prioridades de saúde);
	- Custo-efetividade (os resultados justificam o investimento de tempo e recursos).
	Padrão mundial de indicadores de saúde = conjunto unificado de regras para a definição e a construção dos indicadores de saúde nos diversos países.
	Por convenção os coeficientes de mortalidade geral e infantil tem base 1.000; a mortalidade por causa específica tem base 100.000; e o coeficiente de letalidade tem como base a porcentagem.
	
	Os resultados podem ser expressos em números absolutos (que representam o que se obtém ao contar diretamente uma série de eventos da mesma natureza) ou números relativos (que são valores absolutos expressos em relação a outros valores absolutos que guardam entre si uma relação coerente, permitindo comparações).
	Os números relativos são divididos em proporções (ou índices); coeficientes (ou taxas) e razões.
	- Coeficiente ou Taxa: razão entre o nº de eventos ocorridos e o nº total exposto ao evento. Isso estima uma probabilidade (RISCO).
	- Proporção ou Índice: razão entre o nº de indivíduos com certo atributo (vezes cem) e o total de indivíduos considerados (o numerador está contido no denominador). Isso mostra a importância relativa do evento destacado.
	- Razão: razão entre dois eventos distintos, ou características diferentes do mesmo evento.
	ERROS MAIS COMUNS NO CÁLCULO DOS INDICADORES: NO NUMERADOR = Subnotificação; Erros de diagnóstico e Mudanças na CID. NO DENOMINADOR = Erros de estimativa, Área de subregistro e Falhas no registro de fatos vitais.
	O indicador demográfico de esperança (ou expectativa) de vida ao nascer representa o número médio de anos de vida esperados para um recém-nascido, mantido o padrão de mortalidade existente, na população residente em determinado espaço geográfico, num ano considerado. Isso expressa a probabilidade de tempo médio de vida da população e portanto aumentos nesse indicador sugerem melhoria das condições de vida e de saúde da população.
	Os indicadores de mortalidade refletem o conjunto dos indivíduos que morrem num dado intervalo de tempo (por uma causa específica ou não). Dentre eles está a taxa (ou coeficiente) de mortalidade, que calcula o risco ou probabilidade de qualquer pessoa na população morrer, em decorrência de uma doença ou evento.
	Coeficiente de Mortalidade Geral (CMG) - corresponde ao risco de morrer por qualquer causa em uma população, em um intervalo definido de tempo. É a razão do nº total de óbitos no período pela população total no período, vezes 1.000. Ele serve para avaliar a situação de saúde de áreas determinadas, porém tem a limitação de não indicar a estrutura etária das populações = taxas elevadas podem tanto indicar baixas condições socioeconômicas, quanto uma elevada proporção de pessoas idosas na população total.
	Razão de Mortalidade Proporcional (ou indicador de Swaroop-Uemura) - mede a proporção de óbitos de pessoas com 50 anos ou mais em relação ao total de óbitos ocorrido em um dado local e período. É a razão entre o nº de óbitos > ou = a 50 anos em um dado local e período e o n total de óbitos, vezes 100. País de 1º nível (RMP de 75 a 100%); 2º nível (RMP de 50 a 74%); 3º nível (RMP de 25 a 49%) e 4º nível (RMP abaixo de 25%).
CONTEÚDOS DADO DA AULA = INDICADORES DE SAÚDE PARTE II
	Curva de mortalidade proporcional (indicador de Nelson Moraes) – Vantagens: É fácil de calcular; Inclui o indicador Swaroop & Uemura; e Permite visualização gráfica da situação. Desvantagens: O indicador não é expresso numericamente; e Em curtos períodos de tempo não mostra pequenas variações.
	Moraes classificou 4 possíveis curvas: Tipo I: típicas de regiões subdesenvolvidas com nível de saúde muito baixo; Tipo II (forma de J invertido): nível de saúde baixo; Tipo III (forma de “U”): nível de saúde regular; Tipo IV (forma de “J” normal): nível de saúde elevado.
	Taxa de Mortalidade Infantil (TMI): dado um local e período desejado, é a razão entre o nº de óbitos de crianças menores de um ano de idade e o nº de nascidos vivos, multiplicado por 1.000. Estima o risco de morte dos nascidos vivos durante o seu primeiro ano de vida. TMI baixa < 20 mortes por 1.000 nascidos vivos; TMI média entre 20 e 49 mortes por 1.000 nascidos vivos; e TMI alta > 50 mortes por 1.000 nascidos vivos.
	A TMI é usada, principalmente, para 3 coisas:
	- 1: Medir o nível de saúde e de desenvolvimento social de uma região;
	- 2: Analisar variações geográficas e temporais da mortalidade infantil, identificando tendências e situações de desigualdades;
	- 3: Inferir correlações com as condições de vida locais e com as políticas de saúde na região;
	- 4: Subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas e ações de saúde voltadas para a atenção pré-natal e ao parto, e para a proteção da saúde infantil.
	Dada a imagem acima, podemos dizer que a TMNP (razão entre o nº de óbitos de crianças de 0 a 6 dias de vida e o nº de nascidos vivos, vezes 1.000) é associada a anomalias congênitas, ao sofrimento fetal (intra-uterino), à inadequada assistência pré-natal, ao parto e ao recém-nascido. A TMNT (razão entre o nº de óbitos de crianças de 7 a 27
dias de vida e o nº de nascidos vivos, vezes 1.000) também é associada às mesmas coisas que a TMNP. Já a TMIT ou Pós-Neonatal (razão entre o nº de óbitos de crianças de 8 a 364 dias de vida e o nº de nascidos vivos, vezes 1.000) é associada a baixos níveis de saúde e de desenvolvimento socioeconômico, gastroenterites e infecções respiratórias.
	
	A Taxa de Mortalidade Materna (TMM): é a razão do nº de mortes por complicações de gravidez, parto e puerpério (até 42 dias após o parto) pelo nº de nascidos vivos, vezes 100.000. Isso mede o risco de morte materna e reflete a qualidade da assistência à saúde da mulher.
	ATENÇÃO! A Taxa de Mortalidade Específica por Causa (TMC):
• razão entre o nº de óbitos por determinada causa e a população exposta ao risco, na metade do período, vezes 100.000.
	O Coeficiente de Letalidade (CL): dado um local e período, é a razão entre o nº de óbitos por determinada doença e o nº de casos da doença, vezes 100. Isso mede o poder da doença em determinar a morte e informa sobre a qualidade da assistência à saúde prestada para a população com a determinada doença.
	INDICADORES DE MORBIDADE: Incidência e Prevalência. Ambos referem-se ao conjunto dos indivíduos que adquirem doenças num dado intervalo de tempo. Lembrar do período passado (base 10 elevado a n). Eventos que influenciam a prevalência em comunidades abertas – AUMENTANDO: Doentes novos e/ou doentes que imigram; DIMINUINDO: Óbitos, curas e/ou doentes que emigram.
	Exemplos de fatores de risco e de proteção (base 100): Prevalência de excesso de peso em adultos e Proporção diária per capita das calorias de frutas, verduras e legumes no total de calorias da dieta.
	
INDICADORES COMPOSTOS
	São tipos especiais de indicadores que utilizam mais de uma característica de uma população, simultaneamente, para compor um único indicador, sendo um indicador mais confiável - entre eles temos como principal indicador o Índice de desenvolvimento Humano, ou IDH.
	Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) - sintetiza o nível de sucesso atingido pela sociedade em três dimensões: (1) educação; (2) longevidade; e (3) renda.
	- Dimensão da Educação = reflete direito de acesso ao conhecimento;
	- Dimensão da Longevidade = reflete o direito a uma vida saudável e longa;
	- Dimensão da Renda = reflete o direito a um padrão de vida digno.
OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE
	Os Sistemas de Informação em Saúde são um conjunto de componentes que atuam de forma integrada, por meio de mecanismos de coleta, processamento e análise de dados e transmissão da informação necessária e oportuna para implementar os processos de decisões no sistema de saúde. As informações dos sistemas informação em saúde devem ser OPORTUNAS, ATUAIS e DISPONÍVEIS.
	Dado é um valor quantitativo ainda não analisado. Já a informação é o resultado da análise de dados.
	São três os objetivos dos sistemas de informação: (1) Subsidiar o planejamento e a avaliação das políticas, das estratégias e das ações em saúde; (2) Apoiar o desenvolvimento científico e tecnológico do setor saúde e (3) Apoiar o desenvolvimento e qualificação de recursos humanos no setor saúde
	O DATASUS é um sistema de informação que disponibiliza informações que podem servir para subsidiar análises objetivas da situação sanitária, tomadas de decisão baseadas em evidências e elaboração de programas de ações de saúde. Dados de morbidade, incapacidade, acesso a serviços, qualidade da atenção, condições de vida e fatores ambientais passaram a ser métricas utilizadas na construção de Indicadores de Saúde, que se traduzem em informação relevante para a quantificação e a avaliação das informações em saúde.
	RACIONALIDADE DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE
Racionalidade Epidemiológica:
	- SI sobre Mortalidade (SIM).
	- SI sobre Nascidos Vivos (SINASC).
	- SI de Agravos de Notificação (SINAN).
Racionalidade de Produção de Serviços:
	- SI Ambulatorial do SUS (SIA-SUS ).
	- SI Hospitalares do SUS (SIH-SUS).
Racionalidade de Monitorização de Programas:
	- SI da Atenção Básica (e-SUS AB).
	- SI de Programas e Campanhas (PNI, SISCOLO, SISVAN, SISPRÉ-NATAL etc.).
INFORMAÇÕES SOBRE CADA UM DELES:
	SI sobre Mortalidade (SIM): Implantado em 1975; Informatizado em 1979; Fonte de dados: Declaração de óbito (DO) - 3 vias (1ª VIA branca, 2ª VIA amarela e 3ª VIA rosa).
	Aplicabilidade: Construção de indicadores como Mortalidade Proporcional por causas, faixa etária, sexo, local de ocorrência e residência, mortalidade geral, infantil. Limitações: Erros no preenchimento da DO, sub-registro de óbitos e expressivo percentual de óbitos por “sinal e sintomas mal definidos”.
	
	SI sobre Nascidos Vivos (SINASC): Implantado em 1992. Fonte de dados: Declaração de Nascido Vivo (DN)- 3 vias (1ª VIA branca, 2ª VIA amarela e 3ª VIA rosa).
	Aplicabilidade: Obtenção de informações sobre natalidade, morbidade e mortalidade infantil e materna; Conhecer as características da atenção ao parto e ao recém-nascido (essenciais para atenção integral à saúde da mulher e da criança). Limitações: Erros no preenchimento da DN e falhas na cobertura do evento.	
	
	
	SI de Agravos de Notificação (SINAN): Criado em 1993 para substituir o sistema de notificação compulsória das doenças (SNCD). Fonte de dados: Ficha individual de notificação – FIN (preenchida pelas unidades assistenciais para cada paciente quando há suspeita de agravo/problema de saúde de notificação compulsória ou de interesse nacional, estadual ou municipal); Ficha individual de investigação – FII (preenchida pela Secretaria Municipal de Saúde como um roteiro de investigação, que possibilita identificar a fonte de infecção e os mecanismos de transmissão da doença).
	O objetivo do SINAN é registrar e processar os dados sobre agravos de notificação em todo o território nacional, fornecendo informações para análise do perfil da morbidade e contribuindo, desta forma, para o planejamento da saúde, definição de prioridades de intervenção, além de permitir que seja avaliado o impacto das intervenções. A aplicabilidade é calcular CI, CP, CL segundo características de pessoa, tempo e lugar. Limitações: Subnotificação dos casos e qualidade no preenchimento das FIN e FII. 
	
	SI Ambulatorial do SUS (SIA/SUS): Implantado em 1991. Fonte de dados: Boletim de produção ambulatorial (BPA).
	Não registra a CID, então não pode ser usado como informação epidemiológica (apenas complementa as análises ao informar o n° de consultas médicas hab/ano e o n° de exames/terapias realizados pelo quantitativo de consultas médicas). Limitações: É restrito aos usuários do SUS e não tem registro individual.
	
	SI da Atenção Básica (e-SUS AB): Implantação ainda não concluída que começou em 2014. Fonte de dados: 10 tipos de fichas existentes nas unidades de atenção básica, como por exemplo: Ficha de Cadastro domiciliar, ficha de atendimento individual, ficha de procedimentos, ficha de atividade coletiva e marcadores de consumo alimentar.
	O objetivo é reestruturar e qualificar as informações em Saúde da Atenção Básica em nível nacional.
CONTEÚDOS DADO DA AULA = MODELOS DE ATENÇÃO À SAÚDE
	Os modelos de atenção à saúde são formas de organização e articulação entre os diversos recursos físicos, tecnológicos e humanos disponíveis para enfrentar e resolver os problemas de saúde individuais e coletivos em um determinado espaço. São os modelos de saúde que moldam as Redes de Atenção à Saúde.
	- Modelo Sanitarista ou Campanhista: No início do século XX; Baseado em campanhas (de vacinação e de controle de epidemias) e programas especiais (Tuberculose, Hanseníase); Com caráter temporário, mobilizando vários recursos e a administração é centralizada e verticalizada.
	- Modelo Médico-Assistencial: Na metade só século XX; Hegemônico e hospitalocêntrico; cuja demanda espontânea condiciona a organização dos recursos para a oferta; Custos altos.
	 
UM MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE DEVE:
	- 1) Identificar e analisar os problemas de saúde e seus determinantes;
	- 2) Prestar
atenção integral (promoção de saúde, prevenção de doenças e agravos, recuperação e redução de riscos e danos);
	- 3) Consolidar os princípios do SUS.
	
Redes de Atenção à Saúde são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado. Seus objetivos são promover a integração sistêmica de ações e serviços de saúde com provisão de atenção contínua, integral, de qualidade, responsável e humanizada; além de incrementar o desempenho do SUS em termos de acesso, equidade, eficácia clínica e sanitária e eficiência econômica.

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