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Guerra Fria um debate interpretativo (Sidnei Munhoz)

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Aula dia 11/09/2017 
 
Guerra Fria: um debate interpretativo 
Autor: Sidnei Munhoz 
 
• Existem diferentes interpretações sobre a Guerra Fria 
• O responsável pela adoção do termo Guerra Fria foi o jornalista Walter 
Lippmann, pela utilização em artigos e livros. 
• Ele não foi o primeiro a usar, mas foi o responsável pela popularização do 
termo. Até então, as pessoas cogitavam uma terceira guerra mundial. 
• Retomada ao texto Contra o Inimigo Comum, de Hobsbawn, aonde 
concluímos que houve uma aliança temporária entre o capitalismo liberal 
ocidental, representado pelos Estados Unidos, e o socialismo soviético (URSS), 
na Segunda Guerra Mundial. 
• Os EUA forneciam comida, roupas, remédios, etc., enquanto a URSS lutava 
e criava super armas de guerra, e essa combinação foi essencial para o fim da 
guerra. 
• Após a guerra, Churchill propõe para Stalin a divisão da Europa em Zonas de 
Influência. 
• Tensões do período: Churchill queria reestabelecer o poder do Império 
Britânico. Roosevelt morre, e Truman assume nos EUA, e quer mostrar seu 
poder, o que é perigoso. 
• O texto também aborda as correntes historiográficas que leem a Guerra Fria, 
entre elas: 
 
1. Ortodoxia estadounidense (ou Tradicionalista) 
▪ Influenciada pela análise de George Kennan. 
▪ Visão da diplomacia estadounidense. 
▪ Responsabiliza a URSS pela Guerra Fria, por se recusarem a sair dos 
territórios conquistados, quebrando tratados). 
▪ Coloca os EUA como “salvadores” dos povos dessas regiões, o que gerou 
tensões e conflitos. 
▪ “Essa corrente expressa a visão da diplomacia norte-americana, 
responsabilizando a URSS pela Guerra Fria, em decorrência de recusar-se 
a sair dos territórios conquistados pela força.[...] Nessa perspectiva, os 
conflitos ocorridos entre os EUA e a URSS eram inevitáveis, uma vez que 
a postura agressiva soviética era inerente ao regime comunista e ao seu 
projeto de dominação mundial.” (p. 6) 
▪ Nessa visão, os EUA lutavam contra o suposto projeto comunista de 
dominação mundial. 
 
2. Ortodoxia soviética (ou História Oficial) 
▪ Considera a Guerra Fria como produto da agressividade imperialista e do 
descumprimento dos tratados por parte dos EUA. 
▪ “A história oficial ou ortodoxia soviética aborda o tema [...] mostrando a 
Guerra Fria como produto da agressividade imperialista e do 
descumprimento, pelos EUA, dos acordos firmados durante a II Grande 
Guerra. Grosso modo, no modelo oficial soviético, a Guerra Fria aparece 
como resultado direto da luta de classes. [...] Uma vez consolidada a ordem 
socialista, os soviéticos teriam acenado com a busca de uma coexistência 
pacífica com o ocidente. No entanto, essa política teria encontrado muitas 
barreiras devido à agressividade imperialista.” (p. 6 e 7) 
▪ O professor afirma que as duas ortodoxias são dois lados da mesma 
moeda, pois uma apenas culpa a outra pela guerra. 
 
3. Revisionismo 
▪ Também tem origem estadounidense, mas crítica o oficialismo. 
▪ Indicam erros da intepretação da conduta interna e das metas 
internacionais soviéticas. 
▪ “Os revisionistas entendem que a URSS não pode ser responsabilizada 
pelo início dos conflitos. Para eles, ao fim da guerra emergiram duas 
nações vencedoras, mas, enquanto os EUA estavam em pleno vigor, a 
URSS se encontrava arrasada. Conseqüentemente, a principal meta 
soviética era reconstruir o país e criar uma zona de proteção para evitar 
novos ataques. Nessa perspectiva, a URSS não se constituía em uma 
ameaça real à segurança da Europa Ocidental, como afirmam os 
historiadores ortodoxos18. Os revisionistas defendem a tese de que, via de 
regra, a ação soviética era defensiva, reagindo à postura agressiva adotada 
pela diplomacia norte-americana.” (p. 8) 
▪ Se aproxima da ortodoxia soviética, mas de maneira mais aprofundada e 
não tanto culpabilizadora. 
 
4. Pós-revisionismo 
▪ Surge na década de 1980, tentando superar a fase revisionista. 
▪ Vinculada a John Lewis Gaddis. 
▪ “Nessa perspectiva, Gaddis procura se fixar em uma aparente postura de 
neutralidade e imparcialidade para, na seqüência, analisar empiricamente 
a validade das teses tradicionalistas e revisionistas, mantendo, contudo, 
uma perspectiva pró-ocidental e muito próxima das teses ortodoxas.” (p. 
10) 
▪ O profe defende que essa frente nunca abandonou os pressupostos 
ortodoxos. 
▪ “Para ele, após a II Guerra Mundial, os EUA haveriam se tornado uma 
nação imperial. Contudo, isso não seria inspirado pelo capitalismo ou pelo 
receio de uma nova depressão. Os EUA apareceriam como os protetores 
do mundo ocidental, frente ao expansionismo soviético, assumindo uma 
postura imperial a pedido das nações que se sentiam ameaçadas pela 
URSS. “(p. 10) 
▪ Ou seja, os EUA eram os protetores do mundo ocidental, que era 
ameaçado pela URSS. 
 
5. Corporatista (ATENÇÃO, NÃO É COORPORATIVISTA. É COR-
PO-RA-TIS-TA) 
• Crítica do pós-revisionismo. 
• “Os historiadores corporatistas vêem uma linha de continuidade entre a 
política da New Era, da década de 1920, do New Deal, da década de 1930 
e as políticas aplicadas pelos EUA no pós II Guerra. Michael Hogan, o nome 
mais expressivo dessa corrente, entende que, nesse período, se buscou, 
nos EUA, a estruturação de uma nova ordem econômica tanto interna 
quanto externa. Essa análise privilegia a influência da economia doméstica, 
das questões sociais e ideológicas na diplomacia. Assim, a política externa 
seria profundamente influenciada pela pressão dos grupos organizados 
internos. Resumidamente, nos EUA haveria se desenvolvido um Estado 
associativo ou neocapitalismo corporativo, baseado na auto-regulação dos 
grupos econômicos, integrados por coordenações institucionais e por 
mecanismos de mercado.” (p. 11) 
• “Para Hogan, o Plano Marshall possibilitou os elementos necessários à 
reconstrução de uma balança de poder na Europa, oferecendo aos seus 
participantes as condições para conter o bloco soviético. [...] Dentre as 
instituições criadas nesse período, o Banco Mundial e o Fundo Monetário 
Internacional foram fundamentais para se redesenhar a ordem mundial. 
Nessa perspectiva, o Plano Marshall foi muito mais produto das 
necessidades internas do capitalismo dos EUA do que dos conflitos da 
Guerra Fria.” (p. 12) 
 
• Trabalho de Fred Halliday, que divide o período pós Segunda Guerra Mundial 
em quatro fases: 
 
1. Guerra Fria (1946 – 1953) 
“[...] possui seis características marcantes: a expansão militarista, a 
intensificação da propaganda, a ausência de negociações entre os EUA e a 
URSS, o conflito entre capitalismo e comunismo se manifesta no Terceiro Mundo 
através de situações revolucionárias, o fortalecimento dos sistemas de controle 
internos e a repressão aos opositores e, por fim, os conflitos no interior dos 
blocos eram subordinados ao conflito principal.” (p. 12 e 13) 
 
2. Período de antagonismo oscilatório (1953 – 1969) 
Após a morte de Stálin em 1953 e a eleição de Eisenhower, houve uma mudança 
na situação geopolítica entre os polos socialista e capitalista. Foi um momento 
marcado por tentativas de negociações e de acordos mais frequentes entre os 
eixos. Esse período foi marcado pela Crise dos Mísseis (1962) em cuba, que foi 
resulvida diplomaticamente devido a essa maior aproximação entre os polos. 
 
3. Détente (1969 – 1979) 
Período em que EUA e URSS buscaram o relaxamento das tensões e firmaram 
acordos para a redução e o controle de armamentos. Apesar da criação de 
canais para comunicação e busca do diálogo entre as partes, houve um 
acirramento dos ânimos em diferentes momentos, demonstrando um período 
marcado por avanços e recuos, acertose desacertos entre os blocos. 
 
4. Segunda Guerra Fria (após 1979) 
“Para Halliday, a II Guerra Fria haveria se desenvolvido como a sua 
predecessora, com o rompimento de relações entre as principais potências 
capitalistas e a URSS. De ambos os lados, haveria ocorrido, nesse período, a 
preparação militar para uma possível agressão inimiga” (p. 13) 
 
PARA PONTUAR BEM FATOS E POLÍTICAS INTERNAS QUE ORIGINARAM 
A GUERRA FRIA, É BOM TER EM MÃOS O TÓPICO “III- As Origens do Conflito” 
INTEIRO (p. 13 até comecinho da 20) 
 
IMPORTANTE: o professor defende o termo ESTADOUNIDENSE, e não 
NORTE AMERICANO, pois esse segundo termo deveria abarcar também os 
canadenses e mexicanos, o que não costuma ser feito.

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