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POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO EM TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE
� Lays Laura de Souza.
� Sara Barreto.
Resumo:
Palavras chave:. 
Introdução 
 O Transtorno de Personalidade Borderline, antes conhecido como Transtorno de Personalidade Limítrofe, é uma psicopatologia cuja frequência é bastante significativa nos consultórios de psicólogos e psiquiatras. Estima-se que sua prevalência, na população americana, seja de 1,6 a 5,9%�. As pessoas com o Transtorno Borderline costumam transitar entre neurose e psicose, o que gera momentos de angústia e incertezas tanto para o indivíduo quanto para as pessoas de seu convívio.
O Borderline não é um histérico, nem neurótico, e há diferenças no modo de se lidar com a neurose e com o Transtorno de Personalidade Borderline. O Borderline também não é um psicótico nem está no limite entre a neurose e psicose, mas é um quadro clínico específico com suas características.” (Hegenberg, p. 26, 2007)
Segundo o DSM 5 (2013), o que caracteriza um transtorno de personalidade seria a persistência de um padrão de comportamentos e de experiências internas que desviam daqueles padrões que são habituais na cultura em que o sujeito se insere. No caso do Transtorno de Personalidade Borderline, assim como ocorre nos Transtornos de Personalidade Antissocial, Histriônico e Narcisista, “os indivíduos costumam ser dramáticos, emotivos ou erráticos.” (p. 645). 
Essas pessoas costumam apresentar episódios de muita instabilidade emocional, alternando entre idealização e desvalorização daqueles com quem convivem. Costumam passar também por ideação paranoide, sentindo medo exagerado do abandono que pode ser real ou imaginado. Além disso, é comum apresentarem comportamentos destrutivos, como gastar muito dinheiro, ingerir grande quantidade de comida, fazer uso abusivo de álcool ou outras drogas, dirigir de forma irresponsável, entre outros, que caracterizam a impulsividade, traço que também é comum nesses casos. (DSM 52013; Dalgalarrondo & Vilela, 1998).
Tais comportamentos tornam o diagnóstico difícil por ser facilmente confundido com Bipolaridade e, por vezes, com Depressão, sendo fundamental uma avaliação psicológica mais profunda e, em muitos casos, o uso de psicofármacos associados à terapia, além do apoio e do entendimento familiar, que fazem com que esses indivíduos tenham uma melhor qualidade de vida.
Conforme apresentado anteriormente, as pessoas com Transtorno de Personalidade Borderline possuem um padrão de instabilidade notadamente no comportamento e nos afetos. É comum eles apresentarem dificuldades nos relacionamentos interpessoais, criando empatia somente por terem a expectativa de que o outro estará presente assim que solicitado. (DSM 5, 2013). Essas pessoas costumam se relacionar de modo intenso e tumultuado. Há estudiosos que relatam que tais pacientes, com frequência, “cortam os pulsos e praticam outras automutilações com o objetivo de atrair atenção, exprimir raiva ou entorpecer-se ante o afeto esmagador” (VAILLANT & PERRY , 1985 APUD DALGALARRONDO & VILELA, 1998).
Devido ao fato de serem indivíduos instáveis em seus relacionamentos e ser possível uma associação com distúrbios de autoimagem, é comum acontecer em suas histórias de vida a recorrência de um padrão de sabotagem. Não raramente esses sujeitos suspendem suas psicoterapias ou outros tratamentos, adotam uma postura de interrupção de processos tal como o educativo, perdem empregos de forma recorrente, entre outros. 
Apesar de haver considerável variação no curso desse transtorno, é possível verificar que o mesmo se desenvolve na adolescência ou no início da vida adulta. Sendo, portanto, estabilizado no envelhecimento. Devido aos prejuízos que esses sujeitos podem sofrer, é imprescindível tentarmos compreender as características diferenciais desse transtorno, estabelecendo clareza em nossos diagnósticos, para que, então, seja possível proceder ao correto tratamento.
Como a incidência de suicídio entre esses pacientes é alta, o terapeuta precisa estar atento às interrupções de tratamento, aos quadros de depressão, ou ao abuso de substâncias, bem como às automutilações (PASTORE E LISBOA, 2014). Todas essas características podem vir acompanhadas de quadros sintomáticos de ansiedade e pânico, de manipulação, de ciúmes, de atitudes extremas de idealização e desvalorização e, ainda, de traços masoquistas. (TANESI ET AL, 2007)
Em virtude do exposto, estudos como este se tornam bastante necessários, uma vez que a identificação desse quadro no início do processo é fundamental para a estabilização da rotina do paciente. É importante compreender as características gerais desses sujeitos e também as possibilidades de direção terapêutica para eles. Para tanto, o artigo se apresenta apontando, através de uma revisão narrativa de literatura, as possibilidades de abordagem aos pacientes com Transtorno de Personalidade Borderline, na tentativa de discutir os fatores de adesão ao tratamento e o manejo realizado com esses pacientes. Na primeira seção, serão apresentadas as reflexões propostas pela perspectiva psicanalítica, enquanto que na segunda seção, as reflexões da Terapia Cognitiva Comportamental. Tentaremos apontar, principalmente, apontar as principais características das pessoas com Transtorno de Personalidade Borderline, sobretudo no que se refere aos prejuízos causados por essa psicopatologia.
Desenvolvimento
Seção 1: A abordagem do paciente com Transtorno de Personalidade Borderline na perspectiva da Terapia Cognitiva Comportamental.
	Podem ser considerados recentes os estudos de personalidade, uma vez que os mesmos passaram a ser realizados a partir da década de 1980. Por essa razão, ainda é escassa a literatura sobre o assunto. Na perspectiva comportamental e cognitiva, entende-se por transtorno de personalidade aquelas reações e comportamentos desadaptativos que podem gerar sofrimento ao paciente e/ou aos seus familiares, sobretudo as reações que se relacionam à sua personalidade – características de temperamento e caráter que envolvem emoções e comportamentos. (NIZAM, VALERIO, 2004)
	Os indivíduos com transtorno borderline costumam manter esquemas inflexíveis e não adaptativos. As distorções se concentram no que diz respeito a sua imagem corporal e a de seus afetos, implicando em instabilidade no padrão de relações interpessoais. É comum esses pacientes apresentarem episódios de ansiedade e pânico, pensamento do tipo “tudo ou nada”, atitudes extremadas com desvalorização ou idealização, ciúmes, manipulação, o que dificulta os relacionamentos. Associam-se a esse quadro as comorbidades já citadas, como traços masoquistas, tentativas de suicídio e automutilações. (TANESI et al, 2004)
	Outro traço comum entre esses pacientes é o abandono do tratamento. Por isso, é interessante compreender quais estratégias presentes na abordagem terapêutica podem contribuir para maior aderência ao tratamento e quais seriam as razões mais comuns referidas pelos pacientes para não aderirem ao tratamento. Estudos indicam que a frustração com o tratamento, a falta de suporte e as dificuldades logísticas para chegar ao local do tratamento são as razões mais citadas pelos pacientes para explicar seu abandono. (TANESI et al 2004)
	Na perspectiva comportamental e cognitiva, existem muitas formas de psicoterapia. Entre elas, as mais citadas, por terem bons resultados com pacientes borderline, têm sido a Terapia Comportamental Dialética e a Psicoterapia Analítica Funcional. Inseridas na chamada Terceira Geração das Abordagens Cognitivas, elas têm se mostrado bastante promissoras, apresentando ao terapeuta alguns elementos que evitam o afastamento dos pacientes.
	A Terapia Analítica Funcional tem por base o Behaviorismo Radical e compreende a relação terapêutica como o principal recurso que pode levar à mudança, sendo, portanto, necessário observar e intervir nos comportamentos que o paciente apresenta dentro das sessões terapêuticas. Estes comportamentos devem ser modelados diretamentepelo terapeuta, durante a sessão. Acredita-se que, dessa forma, a mudança pode ser efetivada, uma vez que os comportamentos podem ser generalizados para o ambiente natural do paciente. (SADI, 2011)
	Já na Terapia Comportamental Dialética (TCD), outra proposta de 3ª geração que tem sido empiricamente validada, o terapeuta deve aceitar o paciente como este é, porém já na perspectiva de que ele irá mudar. Essa terapêutica consiste em estratégias compostas tanto por aceitação como confrontação e mudança. Sobretudo quando se trata de pacientes suicidas, a relação terapêutica em muitas vezes é a única relação forte e confiável que o indivíduo possui. Por isso, na TCD o vínculo com o terapeuta é o principal aspecto a ser firmado e consolidado. (SADI, 2011)
�	Por ser uma doença crônica e multifatorial, o Transtorno de Personalidade Borderline costuma ser tratado numa intervenção multiprofissional. Assim, além da psicoterapia, que já se comprovou ser de extrema importância, associa-se a farmacoterapia. Pelo fato de esse tipo de transtorno ter um importante componente biológico, utilizam-se medicamentos estabilizadores de humor. É importante o terapeuta compreender tais elementos, uma vez que é bastante comum os pacientes abandonarem o uso da medicação, queixando-se de seus efeitos colaterais ou considerando os efeitos insatisfatórios. Trabalhar a adesão ao tratamento torna-se fundamental para melhorar a qualidade de vida desse pacientes. (MIASSO et al, 2012)
Seção 2: A abordagem do paciente com Transtorno de Personalidade Borderline na perspectiva da Psicanálise.
 	A Psicanálise propõe, enquanto perspectiva teórica, olhar o Borderline como aquele sujeito que busca o acolhimento, incessantemente, em virtude de sua necessidade de apoio. No entanto, na atualidade, esse acolhimento tem sido difícil, até mesmo para quem não tem nenhum sofrimento. Os laços sociais se modificaram bastante e essa transformação tem acentuado a crise existencial dos sujeitos. O nível de angústia é maior e devido à falta de normas e convenções que antes eram tradicionais, os sujeitos ficam sem a quem recorrer. (Hegenberg, 2000)
	De acordo com Hegenberg (2000), é preciso compreender o Borderline como um quadro específico, e não como um paciente que está no limite entre a neurose e a psicose. Há características próprias, sintomas específicos entre outros aspectos que constituem o Transtorno de Personalidade Borderline.
	 
Referências
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. DSM-5: manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
DALGALARRONDO, Paulo; VILELA, Wolgrand Alves. Transtorno borderline: história e atualidade. Rev. latinoam. psicopatol. Fundam, São Paulo, v. 2, n. 2, p. 52-71, June 1999.
HEGENBERG, Mauro. Borderline. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2007.
MIASSO, Adriana Inocenti, Bruna Paiva do Carmo, Carlos Renato Tirapelli. Transtorno Afetivo Bipolar: perfil farmacoterapêutico e adesão ao medicamento. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 2012, volume 46, número 3.
MINTO, Vivane de Lourdes Morelato. Transtorno de Personalidade Borderline: Um olhar sob a perspectiva do desenvolvimento na Psicologia Analítica. Monografia do Curso de Formação SBPA VIII Turma. São Paulo, 2012.
PASTORE Edilson e LISBOA, Carolina Saraiva de Macedo. Transtorno de Personalidade Borderline, tentativas de suicídio e desempenho cognitivo. Curitiba: Revista Psicologia Argumento, 2014, vol. 32, número 79.
SADI, Héroka de Mesquita. Análise de comportamentos de terapeuta e cliente em um caso de Trantorno de Personalidade Borderline. Tese de doutorado. São Paulo: Programa de Pòs-Graduação em Psicologia. Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, 2011.
TANESI, Patrícia Helena Vaz; YAZIGI, Latisse; FIORE, Maria Luiza de Mattos PITTA, José Cássio do Nascimento. Adesão ao tratamento clínico no transtorno de personalidade borderline. Estud. psicol. (Natal) [online]. 2007, vol.12, n.1 [cited 2017-04-26], pp.71-78.
ZANIN, Carla Rodrigues; VALERIO, Nelson Iguimar. Intervenção Cognitivo-Comportamental em Transtorno de Personalidade Dependente: relato de caso. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva. 2004. vol. VI, nº 1, pág. 81-92.
�	 SOUZA, Lays Laura de. Graduada em Psicologia
�	 BARRETO, Sara. Mestre pela Pós Graduação em Linguística da UFJF.
�	 Esses dados foram coletados no DSM- 5. Segundo o mesmo manual, a prevalência no contexto da atenção primária é de 10% entre os pacientes dos ambulatórios de saúde mental e 20% nos setores de internação psiquiátrica. (DSM 5,2013) Vale lembrar que no Brasil, existe uma carência de estudos de prevalência não só para casos que envolvem as Psicopatologias, mas para muitos dos contextos de Saúde.
�Só sugestão: você acha que dá para dar exemplos práticos do uso de algumas técnicas de cada uma dessas abordagens na condução do tratamento do bipolar?
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