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Tipos de predicado e predicação verbal

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1
 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
 DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS 
 DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA II 
 PROF. DR. IVO DA COSTA DO ROSÁRIO 
 
 
TIPOS DE PREDICADO, PREDICAÇÃO VERBAL E COMPLEMENTOS VERBAIS 
 
 Predicado verbal Predicado nominal Predicado verbo-nominal 
Celso 
Cunha 
Tem como núcleo, isto é, como elemento 
principal da declaração que se faz do 
sujeito, um VERBO SIGNIFICATIVO 
(pág. 135) 
É formado por um VERBO DE LIGAÇÃO + 
PREDICATIVO (pág. 132) 
Não são apenas os verbos de ligação que se constroem com 
predicativo do sujeito. Também verbos significativos podem ser 
empregados com ele. A este predicado misto, que possui dois 
núcleos significativos (um verbo e um predicado), dá-se o nome 
de VERBO-NOMINAL (pág. 137) 
Rocha 
Lima 
Exprime um fato, um acontecimento, ou 
uma ação, tem por núcleo um verbo, 
acompanhado, ou não, de outros elementos 
(pág. 238) 
Tem por núcleo um nome (substantivo, adjetivo ou 
pronome) (pág. 238) 
Predicado verbo-nominal ou misto tem dois núcleos: um, 
expresso por um verbo, intransitivo ou transitivo; outro, indicado 
por um nome, chamado, também, predicativo. A razão é que o 
predicado misto representa a fusão de um predicado verbal com 
um predicado nominal. Exprimindo um fato, encerra a definição 
de um ser. (pág. 239) 
Kury 
Quando tem como núcleo de sentido um 
VERBO de significação precisa, sozinho 
ou em locução verbal (pág. 26) 
Quando a informação que se dá acerca do sujeito – o 
seu verdadeiro predicado – está contida num NOME 
(adjetivo, locução adjetiva, substantivo ou 
equivalente) ou PRONOME, que de denomina 
PREDICATIVO; este se liga ao sujeito por 
intermédio de um verbo sem significação precisa, 
que por isso mesmo se chama VERBO DE 
LIGAÇÃO (pág. 26) 
É o predicado misto, que possui dois núcleos significativos, um 
VERBO e um NOME PREDICATIVO (pág. 26) 
Luft Tem por núcleo um verbo (pág. 30) 
Tem como núcleo, como elemento significativo um 
nome (substantivo, adjetivo, advérbio) ou um 
pronome (substantivo, adjetivo, advérbio) (pág. 30) 
É o predicado complexo, com um núcleo verbal e outro nominal. 
(pág. 30) 
Melo 
A frase verbal (oração de predicado 
verbal) traduz uma visão dinâmica, 
movimentada, cinematográfica do mundo. 
(...) É assim chamado porque nele, à 
diferença do predicado nominal, o verbo é 
que contém a significação substancial. 
(pág. 125) 
No predicado nominal, (...) não há verbo 
propriamente: a significação do predicado se 
encontra num nome (substantivo ou adjetivo) 
referido ao sujeito. (pág. 124) 
Trata-se de predicado constituído por um verbo, mas cujo 
significado só se completa, só se integra com um elemento tipo 
predicativo, chamado complemento-predicativo. Tal 
complemento-predicativo tanto pode referir-se ao sujeito como 
ao objeto, e distingue-se sempre do aposto circunstancial. (pág. 
133) 
Ribeiro Núcleo é verbo intransitivo ou transitivo (pág. 245) 
Núcleo é nome ou pronome (predicativo do sujeito), 
e o verbo é de ligação (pág. 245) 
2 núcleos. 1º) verbo transitivo ou intransitivo; 2º) predicativo do 
sujeito ou do objeto (direto ou indireto) – pág. 245 
 
 
Obs: Cumpre distinguir dois casos (de predicado verbo-nominal): 1) O predicativo se refere ao sujeito da oração: O trem chegou atrasado. / 2) O predicativo se refere ao objeto direto e, mais raramente, ao indireto, 
exprimindo, às vezes, a consequência do fato indicado no predicado verbal: A Bahia elegeu rui Barbosa senador. / Todos lhe chamavam ladrão. 
 
2
 Verbo intransitivo Verbo transitivo direto Verbo transitivo indireto Verbo bitransitivo ou biobjetivo 
Celso 
Cunha 
 
“A ação está integralmente 
contida nas formas verbais 
(...) Tais verbos são, pois 
INTRANSITIVOS, ou seja, 
não TRANSITIVOS: a ação 
não vai além do verbo” (pág. 
135) 
 
“A ação transmite-se a outros elementos 
(...) diretamente, ou seja, sem o auxílio de 
preposição. São por isso, chamados 
VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS, e o 
termo da oração que se lhes integra o 
sentido recebe o nome de OBJETO 
DIRETO” (pág. 136) 
“A ação expressa pelo verbo transita para 
outros elementos da oração indiretamente, 
isto é, por meio da preposição. (...) O termo 
da oração que completa o sentido de um 
verbo TRANSITIVO INDIRETO denomina-
se OBJETO INDIRETO” (pág. 136) 
“A ação expressa pelo verbo transita 
para outros elementos da oração a um 
tempo, direta e indiretamente. Por 
outras palavras: estes verbos requerem 
simultaneamente OBJETO DIRETO e 
INDIRETO para completar-lhes o 
sentido” (pág. 137) 
Rocha 
Lima 
“Verbos há que são 
suficientes para, sozinhos, 
representar a noção 
predicativa. Chamam-se 
intransitivos” (pág. 239) 
(Objeto direto) É o complemento que, na 
voz ativa, representa o paciente da ação 
verbal. Identifica-se facilmente a) porque 
pode ser o sujeito da voz passiva; b) 
porque corresponde, na 3ª pessoa, às 
formas pronominais átonas o, a, os, as. O 
objeto direto indica: a) o ser sobre o qual 
recai a ação (Castigar os filhos); b)o 
resultado de uma ação (Construir uma 
casa); c) o conteúdo da ação (Discutir 
política) – pág. 243 
 
(Objeto indireto) Representa o ser 
ANIMADO a que se dirige ou destina a ação 
ou estado que o processo verbal expressa. O 
objeto indireto pode figurar em qualquer tipo 
de predicado. Morfologicamente, caracteriza-
se por vir encabeçado pela preposição a (às 
vezes, para) e corresponder, na terceira 
pessoa, às formas nominais átonas lhe, lhes. 
Sintaticamente, desaceita – salvo exceções 
raríssimas – passagem para a função de 
sujeito na voz passiva – pág. 248-249 
 
- 
Kury 
“São os verbos que podem 
conter em si toda a 
significação do predicado 
sem acréscimo de 
complemento” (pág. 28) 
“São os verbos que têm seu sentido 
integralizado por um complemento não 
introduzido por preposição obrigatória, 
ou ocasionalmente pela preposição a, 
denominado OBJETO DIRETO” (pág. 30) 
“São os verbos que têm seu sentido 
integralizado por um OBJETO INDIRETO, 
isto é, um complemento que, quando 
substantivo, ou pronome substantivo, vem 
obrigatoriamente regido de preposição sem 
valor circunstancial” (pág. 30) 
 
“Outros verbos transitivos há que, em 
certas frases, além do objeto direto, 
requerem simultaneamente o acréscimo 
de outro complemento, o OBJETO 
INDIRETO, que, quando substantivo, 
vem obrigatoriamente precedido de 
preposição (a, mais raramente para), e 
que designa o ser a quem a ação 
beneficia ou prejudica” (pág. 31) 
 
Luft 
É o verbo de “predicação 
completa”, o que não 
necessita de “complemento”. 
(pág. 36) 
 
Tem o sentido completado por um objeto 
‘direto’, assim chamado por se ligar ao 
verbo sem preposição. Pode-se verificar a 
transitividade direta (dos) verbos, 
convertendo-os em passivos. (pág. 34) 
 
É o verbo que requer um complemento 
(objeto) indireto, i.e., um nominal (sintagma 
substantivo) regido obrigatoriamente de 
preposição. 
(pág. 35) 
É o verbo que se constrói com dois 
complementos, um direto e outro 
indireto. (pág. 36) 
 
3
* Celso Cunha 
 
• VERBO DE LIGAÇÃO - O verbo de ligação pode expressar (pág. 132-133): 
o Estado permanente (natural ou habitual): Eu sou tua sombra. 
o Estado transitório (estado adquirido): Você não anda um pouco fatigado pelo excesso de trabalho? 
o Mudança de estado (estado permansivo): Amaro ficou muito perturbado. 
o Continuidade de estado (aspecto durativo): Calada estava, calada permaneceu. 
o Aparência de estado (aspecto aparente): Ela parecia uma figura de retrato. 
 
• “Os verbos de ligação (ou copulativos) servem para estabelecer a união entre duas palavras ou expressões de caráter nominal. Não trazempropriamente ideia nova ao sujeito; 
funcionam apenas como elo entre este e o seu predicativo” (pág. 133) 
 
• “Como há verbos que se empregam ora como copulativos, ora como significativos, convém atentar sempre no valor que apresentam em determinado texto a fim de classificá-
los com acerto” (pág. 133) 
 
Verbo copulativo Verbo significativo 
Estavas triste. Estavam em casa. 
Andei muito preocupado. Andei muito hoje. 
Fiquei pesaroso. Fiquei no meu posto. 
Continuamos silenciosos. Continuamos a marcha. 
 
* Rocha Lima 
 
• COMPLEMENTO RELATIVO – “É o complemento que, ligado ao verbo por uma preposição determinada (a, com, de, em etc.) integra, com o valor de objeto direto, a 
predicação de um verbo de significação relativa. Distingue-se nitidamente do objeto indireto pelas seguintes circunstâncias: a) Não representa a pessoa ou coisa a que se 
destina a ação, ou em cujo proveito ou prejuízo ela se realiza. Antes, denota, como o objeto direto, o ser sobre o qual recai a ação. b) Não corresponde, na 3ª pessoa, às 
formas pronominais átonas lhe, lhes, mas às formas tônicas ele, ela, eles, elas, precedidas de preposição: assistir a um baile; depender de despacho; precisar de conselhos; 
anuir a uma proposta; gostar de uvas; reparar nos outros” (pág. 252) 
 
• COMPLEMENTO CIRCUNSTANCIAL – “Complemento de natureza adverbial – tão indispensável à construção do verbo quanto, em outros casos, os demais 
complementos verbais (pode ser preposicionado ou não)”. É expresso: a) por um nome regido das preposições a ou para, indicativas de direção: Irei a Roma; b) por um nome 
sem preposição, ou com ela, que exprime tempo, ocasião: Viver muitos anos / Trabalhar toda a vida. c) Por um nome sem preposição, que indique peso, preço, distância no 
espaço e no tempo: Pesar dois quilos / Valer uma fortuna / Custar mil cruzeiros / Recuar três léguas / Envelhecer vinte anos.” (pág. 252-253) 
 
 
* Kury 
 
• VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS - “Os verbos transitivos diretos, quando pessoais (isto é, com sujeito), possuem as seguintes características próprias” (pág. 30): 
o Exprimem ação e, por isso, têm um AGENTE, que na VOZ ATIVA é o sujeito da oração. 
o O seu objeto direto representa o ser que, recebendo a ação, é o seu PACIENTE. 
o Pelo fato mesmo de possuírem agente e paciente (este sem preposição necessária), admitem, além da construção habitual, a ‘voz ativa’, outra forma, a ‘voz passiva’, 
em que o paciente passa a exercer a função de sujeito. 
 
4
 
• OBJETO INDIRETO - Recebe o nome de objeto indireto o termo da oração que, sem caracterização lógica perfeitamente definida, pode exprimir” (pág. 47-48) 
o O ser para o qual se dirige a ação de um verbo transitivo indireto, podendo ter, pois, neste caso, valor análogo ao do objeto direto – Gosto de música (= Aprecio 
músico). 
o Nos verbos bitransitivos, o ser a quem se destina o objeto direto: Entreguei o livro ao aluno. 
o O ser em benefício ou em prejuízo de quem se realiza a ação: Falou carinhosamente a todos. 
o O ser em que se manifesta a ação: Aconteceu a fulano uma desgraça. 
o O possuidor de alguma coisa: Beijou as mãos à dama. 
 
• “Convém notar que a existência obrigatória de preposição no objeto impede que os verbos transitivos indiretos se construam na voz passiva analítica, o que é próprio dos 
transitivos diretos. Uns poucos verbos, atualmente transitivos indiretos, admitem, entretanto, a voz passiva, muitas vezes pelo fato de se construírem, no português antigo, 
como transitivos diretos. Tais são, por exemplo, obedecer, perdoar, pagar, visar etc.” (pág. 31) 
 
• VERBOS TRANSITIVOS RELATIVOS - Pelo fato de não corresponder (em alguns casos) a LHE, LHES, autores como Rocha Lima preferem criar nova categoria de 
verbos, os ‘transitivos relativos’, e a esse complemento denominam ‘complemento relativo’. Gladstone Chaves de Melo, seguindo nisso Sousa da Silveira, também se limita a 
considerar objeto indireto ‘o complemento que indica o ser em favor do qual ou em relação ao qual se realiza a ação expressa pelo verbo; ... quando representado por um 
sustantivo, vem regido da preposição a (ou para), podendo ser substituído pelo pronome lhe ou lhes’. A complementos como ‘em ti’, na frase ‘Uma noite eu pensava em ti’, 
diz que é um ‘complemento verbal sem nome especial’. Nem doutrinária, nem, muito menos, didaticamente, nos parece aconselhável tal separação; em primeiro lugar, não se 
fez ainda, em nossa língua, o estudo definitivo que está por merecer o objeto indireto (...); e a presença obrigatória de preposição sem valor circunstancial é suficiente para a 
caracterização estrutural dessa função sintática” 
 
• VERBOS TRANSITIVOS ADVERBIAIS - “Certos verbos de movimento ou de situação (como chegar, ir, partir, seguir, vir, voltar; estar, ficar, morar, etc.), quando 
pedem um COMPLEMENTO ADVERBIAL DE LUGAR que lhes integre o sentido, embora tradicionalmente classificados como intransitivos, devem ser considerados 
transitivos, desde que se entenda por TRANSITIVIDADE a necessidade de um complemento ‘que vem acabar uma ideia insuficiente em si mesma’ (A. Sechehaye, de quem 
transcrevemos a passagem a seguir, que subscrevemos integralmente): ‘Chama-se na gramática tradicional ‘verbo transitivo’ a qualquer verbo que é comumente seguido de 
um objeto direto, como tomar, comprar, trazer, etc. (...) Há, como o fizeram notar os que se ocuparam da terminologia escolar, uma quantidade de verbos que não são 
seguidos de objeto direto e que nem por isso estão menos estreitamente unidos ao seu ‘objeto’: servir-se de, aspirar a etc. Estes verbos (...) têm necessidade do seu 
complemento como de uma determinação que vem acabar uma ideia insuficiente em si mesma. (...) Ora, se definirmos a transitividade pela incompletação da ideia principal, 
vemos logo abrir-se diante de nós uma perspectiva muito mais ampla. Os verbos transitivos já não serão necessariamente verbos de ação que pedem um objeto, no sentido 
especial do termo. (...) Levando em conta esse fato, vários autores têm incluído esses verbos entre os transitivos: José Oiticica os denomina “verbos adverbiados”; Rocha 
Lima lhes chama “transitivos circunstanciais”; Evanildo Bechara sugere o nome “transitivos adverbiais”, observando que, numa oração como “Irei à cidade”, à cidade é 
COMPLEMENTO, e não ADJUNTO. Antenor Nascentes, embora os inclua entre os intransitivos, adverte: ‘Tratando-se de verbos intransitivos de movimento, o 
complemento de direção não pode ser considerado elemento meramente acessório.’ Considerando esses motivos, incluímos entre os verbos transitivos os ADVERBIAIS. 
Exemplos: ‘Ela IA à igreja todas as manhãs.’; ‘MORO no Rio de Janeiro.’; ‘O Presidente VOLTOU da China.’” (pág. 32-33) 
 
• Complemento adverbial – “É o termo de valor circunstancial que completa a predicação de um verbo transitivo adverbial. É expresso por um advérbio, locução ou 
expressão adverbial” (pág. 50): Onde estavas? / Venho de casa. / Fique aí. / Vou lá agora. 
 
• Objeto direto preposicionado: “Eis os principais casos em que ocorre o objeto direto preposicionado” (pág. 45-46): 
o a) em certas expressões da língua em que aparecem substantivos próprios: Louvemos a Deus; 
o b) quando o substantivo indica pessoa: Estimo a meus pais; 
 
5
o c) quando é pronome pessoal tônico (uso obrigatório): Ofendeste a ele, não a nós; 
o d) com pronomes substantivos demonstrativos, indefinidos, interrogativos: Apreciei mais a este. / Ofendeu a todos. / A quem preferes? 
o e) com pronome de tratamento: Muito estimamos a Vossa Senhoria. 
o f) com numerais substantivos: Aprovei a ambos. 
o g) quando vem antecipado: Aos maus, não os temo. 
o h) para evitar ambigüidade: Venceram aos chineses os japoneses. / Respeitava-o como à sua mãe. 
o i) na expressão de reciprocidade um ao outro: Amai-vos uns aos outros. 
 
• Duplo objeto indireto - “Em casos bastante limitados, podemaparecer dois objetos indiretos referidos ao mesmo verbo. Isso ocorre, por exemplo” (pág. 49): 1º) Em virtude 
de um cruzamento de regência, com verbos como ajudar, ensinar (um dos verbos é oracional) – Ajudei-lhes a pôr o selo e despedimo-nos. 2º) Pelo uso simultâneo de dois 
objetos indiretos de valor diverso – Só hoje lhe respondo à carta de janeiro findo. 
 
 
* Henriques 
 
Tipos de predicado 
 
 Tem verbo de ligação? Tem predicativo? 
PN sim sim 
PV não não 
PVN não sim 
 
 
• Objeto direto preposicionado – Nas horas difíceis, só consultavam a mim / Estamos hospedando a quem agora? / Ao Guarani venceu recentemente a Ponte Preta. / Enalteço 
a Deus por gratidão / Ao povo ninguém engana – pouco... / Essas medidas beneficiarão a todos. / Os filhotes iam comendo do prato da mãe. / Os bravos soldados cumpriram 
com o seu dever. 
• Objeto direto interno – Sonhei que estava sonhando um sonho sonhado. / Meus filhos dormiam um sono tranquilo. 
o “Verbos intransitivos podem trazer complemento representado por substantivo do mesmo radical, contanto que este venha acompanhado de adjunto” (Rocha Lima, 
pág. 248) 
• Objeto direto pleonástico – Os meus votos, os derrotados pretendem anulá-los. / Aos eleitos desejamos a eles sucesso e honestidade. 
• Duplo objeto indireto – O infeliz vivia se desculpando de sua fraqueza aos amigos. 
• Objeto indireto de interesse – Nunca me apareças aqui sem avisar. 
 
o Tabela das funções dos pronomes 
 
Átonos (ou clíticos) Tônicos (acompanhados obrigatoriamente de preposição) 
o/a/os/as – sempre objeto direto 
Prep + mim/ti/si/ele(s)/ela(s)/nós/vós – objeto direto 
preposicionado ou objeto indireto (conforme o verbo) 
lhe/lhes – sempre objeto indireto 
me/te/se/nos/vos – objeto direto ou indireto (conforme o 
verbo) 
 
6
 
* Luft 
 
• TRANSITIVIDADE - “O epíteto de transitivo, do latim transire ‘passar’, era dado aos verbos de predicação incompleta, porque tais verbos podem ‘passar’ para a voz 
passiva, com o objeto (acusativo) transformado então em sujeito (nominativo). Já os intransitivos são permitiam essa ‘transição’ ou ‘passagem’. Na conceituação atual, vê-se 
que tal definição etimológica não serve mais, já que, a rigor, só o transitivo direto é transformável em passivo; ‘a rigor’ porque também há passivação de transitivos 
indiretos... Alguns interpretam: verbo transitivo é aquele em que a ação ‘passa’ direta ou indiretamente a um complemento” (pág. 33) 
 
• “Alguns verbos transitivos não admitem voz passiva, ou por serem impessoais (Há problemas. Faz calor), ou por terem já sentido passivo (Levou uma surra), ou ainda por 
não comportarem ideia passiva (Minha terra tem palmeiras / A mala pesa vinte quilos / A casa custa uma fortuna / O incêndio durou uma hora). (pág. 34-35) 
 
• VERBOS TRANSITIVOS INDIRETOS - “Podemos distinguir três tipos de verbos transitivos indiretos” (pág. 35): 
 
o Verbos como acudir, agradar, agradecer, aprazer, escrever, falar, interessar etc. que pedem complemento regido de a, transformável em lhe. São semelhantes aos 
transitivos diretos: há um agente e um paciente (permitindo, alguns, o apassivamento: o pai é obedecido, o médico foi pago, o infrator foi perdoado). 
o Verbos que, exigindo complemento regido de preposição obrigatória, não admitem, normalmente, apassivação, nem pronome lhe (mas ele regido de preposição): 
com a preposição a (aludir, aspirar, assistir etc.); com a preposição de (arrepender-se, carecer, depender, duvidar, desconfiar, gostar etc.); com a preposição em 
(incorrer, insistir, pensar, reparar, recair etc.). 
o Verbos que se completam com um locativo que não pode ser considerado ‘adjunto’ (adverbial de lugar) e sim ‘complemento’: morar/residir em; ir para; chegar a; 
entrar em/sair de etc. 
 
• VERBO TRANSITIVO-PREDICATIVO – “Verbo que tem objeto direto e um predicativo para este, constituindo o predicado (complexo) verbo-nominal: a gente – julga – 
alguém – X (X = sintagma substantivo, sintagma adjetivo, sintagma preposicional – na função de predicativo); outros verbos: considerar, achar, crer, supor, declarar; chamar, 
apelidar, tachar; fazer, criar, tornar etc.” (pág. 36) 
 
• “A transitividade e a intransitividade, ou predicação verbal, para grande parte dos verbos, manifesta-se alterada no discurso (pág. 37): 
1) verbos transitivos podem ser usados intransitivamente, por omissão do(s) objeto(s): Ele já não bebe. / Quem está falando? / Ouço perfeitamente. 
2) Verbos intransitivos podem ser usados transitivamente. Ele viveu uma vida pacata. / Morreu de morte violeta. / Chorou lágrimas de sangue. 
3) Alguns verbos intransitivos podem receber objeto indireto. Quem é que lhe sucede? / Aconteceu-lhe um desastre / Sobreveio-lhe uma doença. 
4) O mesmo verbo pode apresentar regência variada. Ajudei-o ou Ajudei-lhe. 
 
 
* Melo 
 
• Objeto indireto – “É o complemento verbal que indica o ser em favor do qual ou em relação ao qual se realiza a ação expressa pelo verbo. Corresponde ao dativo latino” 
(pág. 127). “Entendemos que é imprescindível manter nítido o verdadeiro conceito de objeto indireto, para que o discente o identifique perfeitamente com o dativo latino. 
Confundindo-se todos os complementos preposicionados sob o nome genérico de objeto indireto, não vemos bem como se possa levar o aluno a reconhecer prontamente o 
dativo em latim” (pág. 133) 
 
 
 
7
* Bechara 
 
• ESTRATÉGIAS PARA A IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO – Em primeiro lugar, o sujeito pode ser substituído pelos pronomes sujeitos ele, ela, eles, elas, que marcam 
o gênero e o número do substantivo sujeito. Além disso, o sujeito está em concordância com o verbo em número e pessoa. O sujeito responde às perguntas quem (se for 
pessoa) e que ou o que (se for coisa) feitas antes do verbo. Ex: O caçador feriu o leão. Quem feriu? (pág. 34) 
• ESTRATÉGIAS PARA A IDENTIFICAÇÃO DO OBJETO DIRETO – O objeto direto pode ser substituído pelos pronomes átonos o, a, os, as, que marcam o gênero e o 
número do substantivo objeto direto. Na transformação da voz ativa para a passiva, o sujeito passa a agente da passiva precedido da preposição por, e o objeto direto passa a 
sujeito, à esquerda do verbo. Outra estratégia é verificar que o objeto direto responde às perguntas a quem? (para pessoa) e que ou o que? (para coisa) feitas depois do verbo. 
Ex: O tiro acertou o muro. O tiro acertou o quê? (pág. 35) 
 
• COMPLEMENTO RELATIVO x OBJETO INDIRETO 
 
o Complemento relativo: a) possibilidade de acompanhamento por qualquer preposição exigida pela significação do verbo; b) impossibilidade de se substituir o 
complemento preposicionado pelo pronome pessoal átono lhe: a construção só é possível mediante pronome pessoal tônico ele, ela, eles, elas (com marca de gênero 
e número do substantivo substituído) precedido da preposição pedida pelo verbo. (pág. 37) Ex: Diva gosta de Teresópolis. 
o Objeto indireto: a) denota o destinatário ou beneficiário do processo designado pelo verbo; b) há o aparecimento exclusivo da preposição a (raramente para) como 
introdutor de tais complementos; c) possibilidade de se substituir este complemento verbal preposicionado pelo pronomes pessoal átono lhe, que marca apenas o 
número do substantivo comutado. (pág. 37). Ex: O escritor dedicou o romance à sua esposa. 
 
• PREDICADO COMPLEXO COM DOIS COMPLEMENTOS 
o “O objeto indireto pode ocorrer com complemento relativo, de modo que teremos aqui dois complementos verbais preposicionados” (pág. 39): O professor queixou-
se da turma ao diretor. 
o “Mais rara é a concorrência de objeto direto com complemento relativo caso em que o complemento relativo”. (pág. 39). Ex: Os rapazes disseram verdades da 
vizinha. 
 
 
Referências bibliográficas: 
 
BECHARA, Evanildo. Gramática escolar da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003. 
CUNHA, Celso & CINTRA, Lindley. A NovaGramática do Português Contemporâneo. 3ª edição revista. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. 
HENRIQUES, Cláudio Cezar. Sintaxe Portuguesa para a linguagem culta contemporânea. Rio de Janeiro: Oficina do autor, 2003. 
KURY, Adriano da Gama. Novas lições de análise sintática. São Paulo: Ática, 2003. 
LUFT, Celso Pedro. Moderna Gramática Brasileira. São Paulo: Globo, 1998. 
MELO, Gladstone Chaves de. Gramática Fundamental da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 2001. 
RIBEIRO, Manoel Pinto. Nova gramática aplicada da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Metáfora, 2004. 
ROCHA LIMA, Carlos Henrique da. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: José Olympio, 1999. 
 
 
 
 
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Material organizado pelo Prof. Dr. Ivo da Costa do Rosário (UFF)

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