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1PTNManual de Estruturas Conceitos Materiais empregados Quando utilizar Projeto Sistematizaçªo Protensªo Conceitos Definiçªo Tipos de protensªo Protensªo leve Materiais empregados Ancoragem Ancoragem ativa Ancoragem passiva Cabos de protensªo Cordoalhas engraxadas e plastificadas Quando utilizar Projeto Sistematizaçªo Produçªo dos cabos Recebimento dos materiais e equipamentos Armazenamento e manuseio Execuçªo Montagem das fôrmas e cimbramento Posicionamento das ancoragens e armaduras passivas Posicionamento dos cabos Concretagem Protensªo dos cabos Desfôrma Preenchimento dos nichos de protensªo 2PTN Manual de Estruturas 3PTNManual de Estruturas Conceitos A palavra protensªo ou prØ-tensªo jÆ transmite a idØia de se instalar um estado prØvio de tensªo em algo. Nessa lógica, podemos definir uma estrutura de concreto protendida como sendo aquela que recebe um conjunto de esforços permanentemente aplicados, cuja açªo neutraliza - parcial ou totalmente - os efeitos das cargas externas que incidem sobre a estrutura. O concreto protendido surgiu da necessidade de suplantar algumas limitaçıes do concreto armado, aos quais se destacam: Aumentar as resistŒncias à traçªo e ao cisalhamento do concreto; Ao aplicarmos a força de protensªo na estrutura, temos as seguintes características melhoradas: Para entendermos melhor esse conceito, vejamos o que ocorre, por exemplo, quando resolvemos carregar um conjunto de livros enfileirados na horizontal. Como os livros sªo peças soltas, para que se mantenham em equilíbrio, Ø necessÆrio que se aplique uma força horizontal comprimindo os livros uns contra os outros. Veja que, para que seja possível levantar a pilha de livros, a força horizontal deve ser aplicada antes da força vertical. Essa força horizontal cria tensıes prØvias (protendidas) e contrÆrias àquelas que possam vir a prejudicar o uso ou a operaçªo desejada. Notas O dimensionamento do concreto armado conduz a elevadas tensıes de cisalhamento. Como a capacidade do concreto resistir à compressªo Ø maior do que à traçªo, as seçıes da estrutura tornam-se espessas. O concreto protendido visa suplantar essas limitaçıes. A resistŒncia à traçªo do concreto e a aderŒncia açoxconcreto influenciam diretamente na ocorrŒncia de fissuras do concreto, na zona tracionada. GlossÆrio Armadura passiva: armadura que recebe a solicitaçªo da estrutura atravØs do concreto. Nesse caso, quanto maior a aderŒncia entre o aço e o concreto, melhor serÆ a absorçªo dos esforços pela armadura e, consequentemente, a estrutura suportarÆ um maior esforço. ConsiderÆvel tensªo de cisalhamento Armadura Tensªo de traçªo Tensªo de cisalhamento Concreto armado Concreto protendido Utiliza armadura passiva Utiliza armadura ativa, melhorando a resistŒncia à fissuraçªo. ConsiderÆvel tensªo de traçªo Reduçªo ou eliminaçªo das tensıes de traçªo, eliminando o potencial de aparecimento de fissuras Reduçªo da tensªo de cisalhamento, reduzindo as seçıes das peças estruturais. 4PTN Manual de Estruturas Tipos de protensªo A aplicaçªo da força de protensªo numa estrutura pode ocorrer em momentos distintos, denominando-se: Concreto protendido com prØ- traçªo da armadura quando a força de protensªo Ø aplicada antes da concretagem. Concreto protendido com pós- traçªo da armadura quando a força de protensªo Ø aplicada após a concretagem. Ao utilizarmos a pós-tensªo, podemos empregar os sistemas aderentes e os nªo aderentes. No sistema aderente, procura-se impedir a movimentaçªo relativa entre a cordoalha e a estrutura de concreto. Para isso, injeta-se a nata de cimento dentro da bainha após a protensªo da estrutura, garantindo a aderŒncia da cordoalha à pasta. As bainhas, por sua vez, sªo corrugadas, ficando aderidas à estrutura de concreto e impedindo o movimento entre as cordoalhas e o concreto. Com esse processo, a estrutura responde por uma melhor distribuiçªo das fissuras, maior segurança à ruína e por uma maior segurança diante de situaçıes como incŒndios e explosıes. No sistema nªo aderente, possibilita-se a movimentaçªo entre a cordoalha e a estrutura de concreto, sendo dispensada a utilizaçªo de bainhas metÆlicas e a injeçªo de pasta de cimento. Com essa soluçªo, obtemos maior rapidez na colocaçªo das cordoalhas, ausŒncia da operaçªo da injeçªo e um menor custo. Características dos tipos de sistemas de pós-tensªo em estruturas de concreto Sistema aderente Colocaçªo das cordoalhas nas fôrmas Complexo Excentricidade Perda por atrito Segurança à ruína Sistema nªo aderente FÆcil Menor Maior Maior Menor Maior Menor Protensªo Leve Denomina-se protensªo leve o sistema nªo aderente com o emprego de cordoalhas engraxadas e plastificadas. Inicialmente, esse sistema tinha seu emprego restrito às indœstrias de prØ-fabricados. Devido à praticidade na execuçªo e a possibilidade de aumento dos vªos, atualmente a protensªo leve Ø difundida tambØm na construçªo de edificaçıes, sobretudo no emprego em lajes. Neste capítulo, o foco serÆ dado para a estrutura de concreto protendido com o sistema de protensªo leve, por ser um sistema recente cujo emprego nos edifícios vem se tornando crescente no Brasil. GlossÆrio Armadura ativa: aço que introduz uma tensªo na estrutura, pois Ø submetida à força de protensªo. Dessa forma, o aço nªo tem mais a tensªo limitada pela aderŒncia com o concreto. Tipos de Protensªo 5PTNManual de Estruturas Materiais empregados no sistema de protensªo leve, a ancoragem Ø o elemento que realiza o travamento da cordoalha e distribui as tensıes geradas pela peça estrutural. a protensªo ocorre pelas extremidades ativas, sendo a ancoragem ativa aquela em que se acoplam os macacos de protensªo. possuem cunhas prØ-cravadas durante a fabricaçªo dos cabos, sendo essa a extremidade a qual nªo se acopla o macaco. conjunto formado por ancoragens, composto por cunha e cordoalha de protensªo. cordoalhas envolvidas por uma graxa especial, que permite deslizar livremente no interior de uma bainha extrudada de polietileno reticulado de alta densidade. A graxa age como um elemento protetor e inibidor da corrosªo, alØm de servir como lubrificante entre a cordoalha e a capa. Ancoragem Ancoragem ativa Cabos de protensªo Cordoalhas engraxadas e plastificadas Quando utilizar? De um modo geral, a estrutura protendida Ø empregada quando existem: Viabilidade tØcnica Viabilidade econômica ConveniŒncias arquitetônicas TØcnica ou economicamente, a utilizaçªo da protensªo leve torna-se vantajosa nas seguintes situaçıes: Quando o projeto da estrutura de concreto armado for concebido com espaçamento de 3 a 6 metros entre pilares, ou quando houver uma grande quantidade de vigas; Para otimizar as vagas das garagens, atravØs de um maior espaçamento entre os pilares; Para facilitar a passagens das instalaçıes prediais no forro. O projeto Para que a execuçªo do concreto protendido tenha o resultado esperado, Ø preciso alguns cuidados na etapa do projeto. É fundamental que haja um entrosamento entre os diversos projetos do empreendimento: Arquitetura Ø preciso pensar numa disposiçªo de modo a facilitar a disposiçªo das ancoragens. Estrutura o projeto de arquitetura deve ser compatibilizado com o de estrutura, o qual deve dimensionar os pilares considerando-se a localizaçªo e as características geomØtricas, para nªo interferir no projeto arquitetônico e, ao mesmo tempo, garantir a estabilidade global da estrutura. Nota No caso do sistema de cordoalha engraxada, a ancoragem Ø composta por uma fôrma plÆstica que protege o furo tronco-cônico contra a entradade nata de cimento, proporcionando ainda o correto afastamento da ancoragem em relaçªo à fôrma. DicionÆrio Cordoalhas: conjunto de fios de pequeno diâmetro (aproximadamente 5 mm), dispostos em hØlice ao redor de um fio central ligeiramente mais grosso. Dica Analise a viabilidade de empregar a laje protendida nos edifícios cuja laje seja repetida mais que trŒs vezes, nos edifícios residenciais com vªos superiores a 4 metros, nos edifícios comerciais e em hotØis. Materiais Ancoragem passiva 6PTN Manual de Estruturas Instalaçıes em princípio, nªo hÆ interferŒncias para o encaminhamento horizontal das instalaçıes. Mas Ø possível otimizar a disposiçªo das passagens verticais das instalaçıes que correm sobre a laje, para que a passagens de shafts nªo venha a provocar regiıes de grandes concentraçıes de esforços. Sistematizaçªo Produçªo dos cabos Essa atividade pode ser realizada fora do canteiro de obras (terceirizada) e compreende: cortar as cordoalhas nos comprimentos especificados no projeto; cravar as ancoragens passivas, caso seja previsto; e identificar os cabos. Para facilitar a identificaçªo dos cabos, alØm da etiqueta identificando o edifício, a peça ou o setor a ser concretado, utiliza-se tambØm cores diferentes nos cabos, de acordo com o comprimento. Recebimento dos materiais e equipamentos No recebimento dos materiais, verifique inicialmente se as informaçıes que constam no romaneio conferem com o pedido de compra. Num segundo momento, veja se as informaçıes contidas no romaneio conferem com o material entregue. É preciso conferir tambØm se as bainhas plÆsticas apresentam algum dano, como rasgos ou falhas. No caso dos equipamentos de protensªo macacos hidrÆulicos e manômetro confira os registros de calibraçªo. Se a data de validade da calibraçªo estiver vencida, entre em contato com a empresa de protensªo, para que sejam tomadas as devidas providŒncias. A correta calibraçªo do macaco e do manômetro garantem que a força de protensªo especificada no projeto seja efetivamente aplicada na estrutura. Armazenamento e manuseio Os cabos sªo entregues em rolos. Para a sua descarga, utilize correias de nylon, a qual deve passar no centro dos rolos. Enganche a alça da correia no equipamento de içamento, tomando o cuidado para nªo estrangular a correia nem os cabos de aço durante o manuseio. O armazenamento deve ser realizado em um ambiente seco, coberto e protegido das intempØries. No caso dos cabos, espaçadores e demais acessórios, a estocagem deve ser realizada de modo que as peças sejam identificadas individualmente por seqüŒncia de concretagem ou pavimentaçªo. A peça programada para a concretagem nªo estÆ disponível na obra. Posso utilizar outra peça? Dicas No projeto arquitetônico, pode- se, por exemplo, utilizar os pontos de ancoragens como elemento de acabamento. Na etapa de produçªo dos cabos Ø importante realizar o pedido com pelo menos 14 dias de antecedŒncia ao fornecedor de cabos cortados, para nªo comprometer o cronograma da obra. O romaneio indica: a quantidade de cabos com os seus respectivos comprimentos; nœmero total de ancoragens ativas, passivas e intermediÆriais; quantidade de cunhas, luvas plÆsticas, tubos e fôrmas para nicho. Em hipótese alguma, nas cargas e descargas, utilize cabos de aço ou correntes, pois esses podem provocar danos na capa plÆstica. Nesse caso, pode-se utilizar peças de outras concretagens, desde que atendam às mesmas características. PorØm, deve-se comunicar essa alteraçªo à empresa de protensªo, pois todas as peças sªo rastreadas e as informaçıes precisam ser atualizadas. No caso da armazenagem dos equipamentos de protensªo, assegure que o macaco e o manômetro da bomba estejam sempre juntos, pois ambos sªo calibrados conjuntamente. Esses equipamentos devem estar num local com acesso controlado, sendo permitido somente a entrada de pessoas treinadas e qualificadas. Sistematizaçªo 7PTNManual de Estruturas Execuçªo da estrutura A execuçªo da estrutura envolve as seguintes atividades: 1. montagem das fôrmas e cimbramento 2. posicionamento das ancoragens e armaduras passivas 3. posicionamento dos cabos 4. concretagem 5. protensªo dos cabos 6. desfôrma 7. preenchimento dos nichos de protensªo Montagem das fôrmas e cimbramento Na montagem das fôrmas, se possível, monte o assoalho numa dimensªo maior que o pano da laje, para facilitar o acesso à borda externa no momento da protensªo. No caso do cimbramento, a preferŒncia Ø pelo emprego da escoras do tipo drop head, para facilitar o reescoramento. Posicionamento das ancoragens e armaduras passivas As ancoragens sªo marcadas na tabeira (fôrma de borda). Durante a montagem dos cabos e das ancoragens, deve-se atentar para que fiquem perpendiculares à tabeira (fôrma de borda). As ancoragens e os cabos nªo devem conter nenhuma curva ou desvio numa distância mínima de 50 cm, a partir da tabeira (fôrma de borda). As ancoragens devem ser organizadas juntamente com as armaduras passivas, para facilitar a aplicaçªo do concreto. AlØm disso, os vazios entre o aço e o concreto podem ser eliminados durante o processo de adensamento. Posicionamento dos cabos na estrutura Durante a colocaçªo dos cabos, deve-se tomar o cuidado para que esses mantenham a posiçªo definida nos projetos. No plano vertical, recomenda-se o emprego do espaçador, que deve ser colocado, no mÆximo, a cada um metro. No cruzamento entre os cabos e a armadura passiva, deve-se amarrÆ-los para evitar que ocorra a movimentaçªo dos mesmos durante a concretagem. No encontro entre a bainha plÆstica e a ancoragem, deve ser realizada uma vedaçªo com fita adesiva à prova de umidade, para impedir a penetraçªo da nata de concreto nessa regiªo. Dica É importante que a obra tenha um plano de reescoramento devidamente projetado. Sistematizaçªo 8PTN Manual de Estruturas Concretagem A concretagem Ø realizada do mesmo modo que a estrutura de concreto tradicional. Atençªo especial deve ser dada na vibraçªo em algumas regiıes suscetívies às falhas na concretagem, como a regiªo da ancoragem, nos pontos de congestionamento dos cabos e mudança na direçªo dos cabos. Protensªo dos cabos Geralmente quatro dias após a concretagem, realiza-se o ensaio de resistŒncia à compresªo do concreto. Estando os resultados de acordo com o esperado em projeto, pode-se realizar a protensªo da estrutura. Para a protensªo dos cabos, utiliza-se macacos hidrÆulicos com pistıes paralelos, os quais seguram a cordoalha no centro dos dois pistıes. No sistema aderente, utiliza-se um macaco com furo central, que precisa ser enfiado pela ponta da cordoalha, que Ø de aproximadamente 50 cm da face do concreto. No sistema nªo aderente, o macaco de dois cilindros se apoia na cordoalha junto à face do concreto, facilitando a execuçªo. A leitura do alongamento pode ser realizada somente ao final da protensªo, pois no sistema de cordoalhas engraxadas nªo hÆ o risco da entrada de nata de cimento que possa prender a cordoalha e tambØm nªo hÆ a preocupaçªo de eventuais amassamentos nas bainhas. Uma planilha contendo a identificaçªo de cada cabo, seu comprimento inicial e final, alØm de seu alongamento calculado pela empresa que executou a protensªo. Essas informaçıes devem ser enviadas ao projetista da estrutura para que sejam conferidos e aprovados. Uma vez aprovado, poderÆ ser realizado o corte e o preenchimento dos nichos de ancoragem. Desfôrma A desfôrma de uma laje pode ser feita logo após a sua protensªo, geralmente após o quarto dia da concretagem. O escoramento tambØm pode ser removido, devendo-se permanecer o reescoramento, na localizaçªo e nos prazos determinados pelo projetista estrutural. Preenchimento dos nichos de protensªo Os nichos de protensªodevem ficar bem vedados, para que fiquem devidamente protegidos das agressıes do meio ambiente. Dessa forma, o preenchimento desses nichos deve ser realizado com material cimentício compacto e de baixa retraçªo. Dica Caso nªo seja aprovado, o projetista determinarÆ uma nova data para a protensªo ou, na sua impossibilidade, a verificaçªo da capacidade resistente da laje, a necessidade da realizaçªo de algum reforço ou atØ mesmo a reduçªo da carga de utilizaçªo. Sistematizaçªo
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