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2 Manual de Estruturas de Concreto ABCP Projeto

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1PRJManual de Estruturas
Conceitos
MØtodos de cÆlculo
O uso dos softwares e da informÆtica
Menu de Estruturas
Coordenaçªo de projetos
Compatibilizaçªo de Projetos
Contrataçªo do Profissional / Escritório
Indicadores de Qualidade do Projeto
Projeto
Conceitos
Histórico
Os elementos estruturais
A importância do projeto estrutural
Projetos para Produçªo
MØtodos de cÆlculo
MØtodo Tradicional
MØtodo dos Elementos Finitos
As Fases do Projeto Estrutural
Apresentaçªo do Projeto Estrutural
O uso dos softwares e da informÆtica
Menu de Estruturas
Tipologias de Estruturas
Características e VariÆveis
Coordenaçªo de projetos
Compatibilizaçªo de Projetos
Estrutura x estrutura
Estrutura x alvenaria
Estrutura x instalaçıes
Estrutura x acabamentos
Estrutura x elevadores
Contrataçªo do Profissional / Escritório
Interface Projetista – Contratante
Contrataçªo
Indicadores de Qualidade do Projeto
Avaliaçªo do Produto Projeto
2PRJ Manual de Estruturas
3PRJManual de Estruturas
Conceitos
Notas
As seçıes estruturais dos
elementos de concreto sªo
dimensionadas em funçªo das
solicitaçıes mecânicas, das
capacidades resistentes e das
geomØtricas construtivas para
acomodaçıes das barras e
garantia dos cobrimentos.
A resistŒncia à traçªo do concreto
e a aderŒncia açoxconcreto
influenciam diretamente na
ocorrŒncia de fissuras do
concreto, na zona tracionada.
GlossÆrio
Armadura passiva:
armadura que recebe a
solicitaçªo da estrutura atravØs
do concreto. Nesse caso, quanto
maior a aderŒncia entre
o aço e o concreto, melhor serÆ a
absorçªo dos esforços pela
armadura e, consequentemente,
a estrutura suportarÆ um maior
esforço.
Conceitos
Histórico
A associaçªo entre o concreto e o aço com fins estruturais começou a ser feita na
Europa, em meados do sØculo XIX, para a construçªo de tubos, lajes e pontes.
Em 1902, foi elaborada e publicada a primeira teoria cientificamente consistente,
e entªo redigidas as primeiras normas para o cÆlculo e construçªo em concreto
armado.
A partir daí, o conceito de projeto estrutural ganhou importância, enquanto os
estudos e pesquisas científicas se desenvolveram muito. Os fundamentos das idØias
daquela Øpoca continuam vÆlidos atØ a atualidade.
O projeto estrutural terÆ, entªo, a funçªo de representar graficamente a estrutura,
seus elementos e peças que a compıem, alØm de fornecer informaçıes sobre as
características do concreto e do aço relativos à execuçªo da mesma.
4PRJ Manual de Estruturas
Os elementos estruturais
Os elementos estruturais podem ser, simplificadamente, separados entre:
No projeto estrutural, Ø interessante que os elementos com funçıes semelhantes
possam ser agrupados em lotes, pois estarªo sujeitos aos mesmos mØtodos de cÆlculo.
Daí, podem ser classificados conforme a tabela a seguir:
Blocos Folhas, Placas (vertical) ou laje (horizontal)
Barras de elementos Delgados Barras
Elementos Estruturais BÆsicos
Item Características
Laje Maciça
Pilar
Viga
Elemento bidirecional, (placa) geralmente horizontal, constitui pisos
de compartimentos. Suporta diretamente as cargas verticais do
piso e Ø solicitada predominantemente à flexªo.
Elemento unidirecional (barra), geralmente horizontal, que vence vªos
entre os pilares e fornece apoio às lajes, às alvenarias e, eventualmente
a outras vigas. É solicitada predominantemente à flexªo.
Elemento unidirecional (barra), geralmente vertical, que garante o
vªo vertical dos compartimentos (pØ direito), fornecendo apoio às
vigas. É solicitado à compressªo, às vezes combinado com flexªo.
Notas
Essa classificaçªo Ø fundamental,
porque disciplinarÆ os
comportamentos das peças e
do sistema estrutural.
As folhas, ou estruturas
de superfície, tambØm sªo
comumente chamadas de placas.
GlossÆrio
 Existe a discussªo sobre se o pØ
direito Ø a medida do piso à face
inferior da laje, ou do piso à face
superior da laje seguinte (piso a
piso). O dicionÆrio considera a
primeira opçªo. Mesmo assim,
algumas escolas de arquitetura
defendem que o pØ direito mede
de piso a piso e o “pØ esquerdo”
mede de piso à laje.
Conceitos
5PRJManual de Estruturas
A importância do projeto estrutural
Estudos diversos atribuem à fase de projeto a responsabilidade pela maioria das
patologias encontradas nas edificaçıes. Sua ausŒncia de adaptaçıa resulta da falta
de soluçıes adequadas ao produto e ao seu uso.
Antes
É inegÆvel a presença do projetista jÆ na
concepçªo do negócio, de forma a
contribuir com soluçıes adequadas
desde o anteprojeto arquitetônico;
Durante
A racionalizaçªo dos projetos Ø fator
que melhor pode contribuir para a
obtençªo de um produto coerente e
ajustado, visando atingir de forma mais
rÆpida, direta e com menor custo, os
objetivos do empreendimento;
Depois
O projeto continuarÆ sendo, sempre, a
principal referŒncia do empreendimento,
contribuindo para a sua manutençªo e
operaçªo correta, adequada e econômica.
A responsabilidade do projetista Ø
selecionar, dentre diversas alternativas,
o melhor sistema estrutural para as
características da edificaçªo em questªo,
pois a escolha correta de um sistema
estrutural Ø muito importante sob o
ponto de vista dos custos e da
funcionalidade.
Atualmente, Ø inconcebível pensar no
projeto sem ter em mente o processo
executivo. Um bom projeto estrutural
procura evitar improvisaçªo no canteiro
de obras, atravØs de compatibilizaçªo de
interfaces com os demais projetos.
A obtençªo de um aumento na
produtividade e na qualidade das
estruturas estÆ associada intimamente às
características do projeto. Uma
informaçªo errada, ou a falta de um
dado importante, irªo comprometer os
custos e a qualidade do produto final.
O aperfeiçoamento da tecnologia
disponível, requer informaçıes rÆpidas
e precisas. É muito importante que o
processo de execuçªo, implantaçªo e
retroalimentaçªo do projeto estrutural
seja Ægil e preciso.
A racionalizaçªo propiciada pelo bom
projeto estrutural permite melhor
controle do processo produtivo,
reduzindo custos e aumentando a
competitividade do produto.
Erram o projetista e o cliente que
consideram a importância do projeto
estrutural apenas durante a sua
execuçªo. Seu acompanhamento Ø
fundamental durante todo o ciclo do
empreendimento.
Projetista
As soluçıes
 Custos e qualidade
 Tecnologia
 Competitividade
Acompanhamento
Conceitos
6PRJ Manual de Estruturas
Projetos para produçªo
Os projetos estruturais e de arquitetura mostram a forma do produto, que pode
ser, por exemplo, a estrutura e a edificaçªo. AlØm desses, existem outros projetos,
que mostram como produzir, os quais sªo denominados de Projetos para produçªo.
Sªo eles:
Projeto de Eixos
Sªo projetos que ajudam na marcaçªo dos eixos principais de referŒncia da obra
Projeto de Locaçªo de Pilares
Ø muito prÆtico aos carpinteiros, facilitando a locaçªo dos gastalhos das fôrmas
de pilares.
Projeto de Fôrmas
Caso a construtora opte por produzir as fôrmas, Ø recomendado que esse projeto
seja desenvolvido, para orientar a produçªo e diminuir as perdas de materiais.
Projeto de Lajes e Cimbramento
Esses projetos auxiliam na paginaçªo das fôrmas das lajes, utilizaçªo do
cimbramento e posicionamento do reescoramento.
Exemplo de um Projeto de Lajes e Cimbramento
GlossÆrio
Em algumas regiıes do Brasil, os
gastalhos sªo chamados de
“gravatas”
Conceitos
7PRJManual de Estruturas
MØtodos de cÆlculo
Sªo vÆrios os mØtodos de cÆlculo de estruturas do edifício. De qualquer forma,
os princípios bÆsicos de comportamento estrutural se assemelham.
De uma forma simplicada, podemos diferenciar, por variÆveis inclusive tecnológicas
e de desenvolvimento, duas formas de cÆlculo.
MØtodo tradicionalÉ o mØtodo utilizado praticamente desde que o cÆlculo estrutural se desenvolveu
de forma mais científica.
Esse mØtodo tem as seguintes características e adota as seguintes premissas:
• A laje Ø considerada como placa monolítica em todas as situaçıes;
• As cargas nas lajes, por questıes de aproximaçªo, sªo consideradas distribuídas
uniformemente, sendo adotados coeficientes prÆticos de reduçªo de momentos;
• As lajes podem ser consideradas contínuas ou isoladas em cada direçªo;
• No encontro de vigas sem pilares de apoio, se as vigas tŒm a mesma altura,
funcionam com os vªos totais, e com um ponto de ligaçªo;
• No encontro de vigas sem pilares de apoio, se as vigas tŒm alturas distintas,
considera-se simplesmente que a viga menor se “apoia” sobre a maior;
• As vigas sªo calculadas como contínuas, com apoios fixos;
• Muitas vezes os pilares sªo calculados à compressªo simples, sem consideraçªo
de momentos fletores;
• Sªo muito empregados Æbacos, tabelas e grÆficos.
Com o desenvolvimento científico, pesquisas específicas e logicamente com a
utilizaçªo intensiva da informÆtica, existe um maior refinamento no trato das cargas
e do comportamento estrutural. Dessa forma, alguns parâmetros podem ser mais
exatos e precisos.
Entre os mØtodos auxiliares de cÆlculo, destaca-se o MØtodo dos Elementos Finitos.
MØtodo dos elementos finitos
Esse mØtodo Ø uma importante
ferramenta computacional para executar
cÆlculos, que, se fossem realizados
manualmente, seriam muito difíceis, ou
atØ mesmo impossíveis.
Sua concepçªo teórica data de 1943,
mas atØ a dØcada de 70 seu uso era
limitado e restrito apenas a centros de
pesquisa e instalaçıes militares. Com a
evoluçªo da capacidade e a reduçªo dos
custos dos computadores, suas
aplicaçıes se expandiram e se tornaram
cada vez mais precisas e sofisticadas.
As figuras abaixo darªo uma noçªo do
tratamento que esse mØtodo dÆ às
formas de se encarar um modelo
estrutural.
Pegue-se o exemplo de uma viga de
seçªo retangular engastada em uma
extremidade e com uma carga
concentrada na outra.
Para os conhecedores da teoria,
facilmente se determinam as tensıes e
deformaçıes da mesma.
Para os conhecedores da teoria,
facilmente se determinam as tensıes e
deformaçıes da mesma.
Mas e se a viga tiver um furo no meio?
É possível se conseguir uma soluçªo
analítica, mas ela serÆ bem mais
complexa.
Essa Ø a idØia bÆsica do mØtodo. A viga
Ø considerada uma “malha”, na qual as
interseçıes formam elementos (no caso,
retângulos). A esses elementos, sªo
atribuídas propriedades de deformaçªo
compatíveis com o material da viga, e
os cÆlculos se fazem por um sistema de
equaçıes lineares em forma de matriz.
Consegue-se, assim, uma aproximaçªo
muito grande do comportamento real.
Notas
É possível imaginar que, em
muitos casos prÆticos, as
formas geomØtricas nªo sªo tªo
simples como essa e, portanto,
as soluçıes analíticas sªo
virtualmente impossíveis.
Mas e se a viga tiver um furo no
meio? É possível se conseguir
uma soluçªo analítica, mas ela
serÆ bem mais complexa.
MØtodos de cÆlculo
8PRJ Manual de Estruturas
Apresentaçªo do projeto estrutural
A representaçªo grÆfica da estrutura Ø feita por meio de dois tipos de desenhos:
Os desenhos de fôrmas e os desenhos de armaçªo.
As fases do projeto estrutural
No Fluxo de Projeto, o desenvolvimento do trabalho de engenharia estrutural ocorre
em fases. Assim, a contrataçªo pode contemplar todas ou algumas fases, dependendo
do momento e objetivos da contrataçªo.
Pretende-se, com isso, o estabelecimento de um fluxo de trabalho estÆvel e
padronizado na elaboraçªo dos diversos projetos, de modo que as etapas atendam
adequadamente as exigŒncias de todos os intervenientes e entre as equipes.
Recomentda-se a adoçªo da padronizaçªo de fluxo e escopo preconizados pela
Associaçªo Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE) como
Nota
O ideal para o desenvolvimento
do projeto Ø que a contrataçªo
ocorra logo na primeira fase.
Fase Objetivo
F) Pós Entrega da Obra
A) Apoio à Concepçªo do Produto Analisar a proposta arquitetônica para o terreno e indicar
as condiçıes necessÆrias à viabilidade do ponto de vista
da estrutura, atravØs de uma anÆlise qualitativa.
B) Apoio à Definiçªo do Produto Fornecer elementos para verificar a viabilidade do
empreendimento, suprindo as informaçıes necessÆrias
para o projeto legal e índices para a elaboraçªo de um
orçamento preliminar de viabilidade.
C) Identificaçªo e Soluçªo de Interfaces Gerar desenhos de estruturas com todas as
indicaçıes necessÆrias para intercâmbio entre todos
os projetistas envolvidos, resultando, após a
negociaçªo de possíveis soluçıes, em um projeto que
considere todas essas interfaces.
Desenvolver o projeto da obra. No caso de estruturas
de concreto e alvenaria estrutural, o projeto consiste
em realizar o detalhamento das armaçıes dos
elementos estruturais e incorporaçªo de detalhes de
produçªo dependendo do sistema construtivo.
E) Pós Entrega do Projeto
D) Projeto de Detalhamento das Especialidades
Garantir o bom uso do projeto
estrutural.
Analisar o comportamento da estrutura em serviço ou
adaptÆ-la a novas condiçıes de uso.
Dicas
No estabelecimento das referŒncias
fixas dos eixos, procure pontos de
fÆcil acesso e protegidos contra
deslocamentos.
Ao estabelecer os eixos notÆveis,
procure nªo sobrepô-los sobre
paredes. Esses eixos servirªo
tambØm para os serviços
posteriores, de alvenaria,
revestimentos, etc.
Se possível, a maior distância
entre um eixo e um elemento nªo
deve ultrapassar os 5 metros. É
que essa Ø a maior medida das
trenas utilizadas normalmente
pelos trabalhadores.
Desenhos de Fôrmas
Definem completamente as características
geomØtricas da estrutura. Os aspectos
específicos abordados por esses desenhos sªo:
• Locaçªo da estrutura: Consiste na definiçªo
dos eixos de referŒncia, principais e
secundÆrios, em relaçªo aos quais a estrutura
se posicionarÆ, observando rigorosamente as
medidas prescritas no projeto de arquitetura.
MØtodos de cÆlculo
ferramenta de gestªo de projetos e
soluçªo de interfaces com as demais
especialidades e necessidades dos
empreendedores, ao longo do seu
amadurecimento.
A tabela abaixo, idealizada pela ABECE
- resume as fases de projeto.
9PRJManual de Estruturas
• Definiçªo dos elementos estruturais
Com base no esquema da estrutura, sªo detalhados todos os elementos estruturais
com relaçªo às suas medidas essenciais.
• Cortes característicos
Esses cortes devem elucidar dœvidas e mostrar a existŒncia de lajes rebaixadas, vigas
invertidas, lajes inclinadas, vigas superpostas, etc.
• Dimensıes
Basicamente devem constar todas as dimensıes necessÆrias para o entendimento
da estrutura, como:
• as distâncias entre os eixos;
• entre os eixos e as peças estruturais;
• espessuras de lajes;
• dimensıes longitudinais e transversais de vigas e pilares;
• medidas entre eixos de vigas;
• rebaixos de lajes;
• rebaixos de vigas;
• vªos de shafts;
• posicionamento de inserts (se houver);
• furaçıes de modo geral;
• ângulos de peças (se houver);
• detalhes de escadas.
Desenhos de Armaçªo
Dica
 A falta de informaçıes prejudica
muito o projeto. Por outro lado, o
excesso de informaçıes (muitas
delas desnecessÆrias) “poluem”
e dificultam a interpretaçªo
eficiente do desenho.
Detalhes de armaduras de vigas
Outras informaçıes importantes:
Atualmente, os projetos estruturais vŒm
trazendo outras informaçıes
complementares muito importantes, e
que hÆ pouco tempo atrÆs nªo eram
consideradas como sendo fundamentais:
• Módulo de deformaçªo do concreto;
• ResistŒncia à traçªo do concreto;
• Fator Ægua/cimento;
• Indicaçıes de cura do concreto
endurecido;
Definem as armaduras a serem
utilizadas nos elementos estruturais.
As diretrizes bÆsicaspara a elaboraçªo
desses desenhos sªo:
• Identificaçªo visual das barras e fios que
compıem as armaduras;
• Definiçªo das bitolas, formas e
comprimentos das barras e fios;
• Definiçªo do posicionamento das
barras e fios nas seçıes transversais
dos elementos estruturais;
• Tabela resumo das barras e fios do projeto.
• Uso e indicaçªo de distanciadores
plÆsticos;
• Cobrimentos da armadura;
• Amarraçıes com alvenaria;
• Encunhamentos com alvenaria;
• Proteçªo tØrmica da estrutura (por
exemplo no caso de pilares próximos a
lareiras ou churrasqueiras.
MØtodos de cÆlculo
10PRJ Manual de Estruturas
O uso dos softwares e da informÆtica
O uso da informÆtica e dos aplicativos (programas) de cÆlculo estrutural vem
rendendo longas discussıes entre diferentes geraçıes da engenharia civil.
Freqüentemente sªo questionados os limites dessas ferramentas, que tem o intuito
de facilitar a vida dos projetistas.
Muitas sªo as opçıes de programas, que dependem da natureza da utilizaçªo e
tambØm do refinamento que se espera.
Mas um fato Ø inquestionÆvel: dificilmente os projetistas prescindirªo dessas
ferramentas. O que se espera Ø uma utilizaçªo responsÆvel, ponderada e inteligente.
A tabela abaixo resume as principais vantagens e desvantagens desses produtos:
Dica
Todas essas informaçıes
complementares sªo tambØm œteis
na especificaçªo do material, no
pedido de compra, no recebimento
e no acompanhamento de
resultados.
Nota
A informÆtica pode realçar as
qualidades, mas tambØm realça
os defeitos.
DesvantagensVantagens
Nªo analisam o resultado.
Rapidez no processamento de informaçıes A experiŒncia do engenheiro Ø imprescindível.
Aumento significativo da possibilidade de anÆlise
de soluçıes e simulaçıes.
Facilidade de manuseio.
Os programas calculam, detalham, desenham e
permitem anÆlise e comparaçıes de soluçıes.
Detalhamento padronizado pode nªo atender
às necessidades específicas daquele elemento.
Existem softwares mais e menos testados,
podendo alguns gerar informaçıes distorcidas.
Rapidez e agilidade na modificaçªo de projetos. A interpretaçªo incorreta de dados pode onerar a
obra desnecessariamente.
Permitem procurar soluçıes mais confiÆveis,
estudadas e arrojadas.
A interpretaçªo incorreta de dados pode forçar a
estrutura a trabalhar de forma diferente da
esperada, contribuindo para o aparecimento de
patologias de risco.
Todos os desenhos tŒm a mesma apresentaçªo,
dificultando ao contratante a aferiçªo visual do
conteœdo.
O produto Ø intercambiÆvel facilmente pela
Internet.
Aumentam a responsabilidade da coordenaçªo e
da compatibilizaçªo de projetos.
Preços acessíveis.
Muitas entradas de informaçıes nªo sªo
digitalizadas, e devem ser lançadas à mªo (por
exemplo a tabela de ferros).
As escolas de engenharia nªo acompanham a
evoluçªo tecnológica da ferramenta.
Os softwares
11PRJManual de Estruturas
Menu de estruturas
Tipologias de estruturas
Podemos tipificar os projetos estruturais convencionais em trŒs partidos bÆsicos:
Estrutura com laje nervurada
Estrutura vigada
Estrutura com laje plana
Estrutura com Laje Plana
As lajes planas caracterizam-se pela eliminaçªo das vigas como elementos estruturais
de suporte da laje. O cÆlculo estrutural tem uma concepçªo voltada à utilizaçªo de
Elementos Finitos ou de Grelha Virtual.
Os importantes fatores no cÆlculo de lajes planas sªo o limite à deformaçªo, os esforços
horizontais sua transmissªo aos pilares e a punçªo nos apoios.
Nessa tipologia estrutural, os poços de elevador e caixas de escada normalmente funcionam
como elementos que absorverªo os esforços
horizontais, principalmente o vento.
A utilizaçªo de vigas nas bordas
externas das lajes planas tambØm
contribuem significativamente para a
estabilidade do conjunto estrutural,
servindo como contraventamento,
absorvendo e transmitindo os esforços
horizontais advindos das solicitaçıes
provocadas pelo vento.
Estrutura com Vigas
É a tipologia estrutural mais comum.
Baseia-se na concepçªo de estruturas
reticuladas com elementos horizontais
de inØrcia maior (vigas) suportando
chapas de concreto (lajes).
Ao se conceber uma estrutura vigada,
devemos ter em mente possíveis dificuldades
oriundos da execuçªo no canteiro:
• baixa produtividade da carpintaria em
funçªo da nªo padronizaçªo do
encontro entre vigas e pilares;
• projeto de vigas muito esbeltas, dificultando
a concretagem das peças e possibilitando o
aparecimento de “bicheiras”;
• maior consumo de fôrmas e serviços
de carpintaria.
Menu de Estruturas
12PRJ Manual de Estruturas
Estrutura com Laje Nervurada
Caracteriza-se pela utilizaçªo de um reticulado
formado por vigas de pequena altura e
estreitos panos de lajes.
As lajes nervuradas podem apresentar nervuras
em uma ou nas duas direçıes. Desta forma,
o composto laje + vigas apresentam-se como
um plano inferior quase contínuo.
Sendo alta a inØrcia dos elementos
resistentes, a espessura mØdia final de
concreto Ø normalmente baixa. TambØm
Ø baixa a quantidade de aço utilizada.
PorØm, a taxa de aço por m3 Ø alta, pois,
utiliza-se uma baixa quantidade de aço
em um volume de concreto reduzido.
Dessa forma, podemos vencer significativos
vªos estruturais com as lajes nervuradas, sem
a necessidade de protensªo.
Características e variÆveis
Vamos relacionar as principais características e variÆveis para cada um dos tipos
de projeto descritos acima, com o intuito de auxiliar na escolha do partido
estrutural. Essas características foram divididas nos seguintes grupos:
• concepçªo de projeto: altura da edificaçªo; flexibilidade na arquitetura, acabamento
do forro e espessura de concreto;
• concepçªo executiva: quantidade de aço, protensªo, mªo de obra de armaçªo,
fôrmas e cimbramento, mªo de obra de fôrma e cimbramento, concreto e nªo
conformidades;
Laje nervurada
Estrutura
Laje planaVigada
Característica: Altura da edificaçªo
A laje nervurada forma em seu
conjunto um volume de grande
espessura. A soma da
espessura da “laje” com o pØ-
direito, determina uma grande
altura entre pisos. Isto trarÆ
reflexo nos outros subsistemas,
tais como, instalaçıes,
fachadas, caixilhos e etc.
Em obras em que hÆ limitaçªo
de gabarito da edificaçªo, pode
ocorrer atØ a eliminaçªo de um
pavimento.
A laje vigada costuma
apresentar uma distância entre
pisos inferior à nervurada.
De as tipologias, Ø a que pode
apresentar menor altura da
edificaçªo, para um mesmo
nœmero de pavimentos.
Em alguns casos em que as
tubulaçıes nªo podem passar
por furaçıes em vigas, esta
vantagem pode ser eliminada.
É a tipologia mais disseminada,
e como tal, apresenta menores
exigŒncias tecnológicas.
A laje plana pode atØ propiciar
ganhos de pavimentos quando
hÆ limitaçªo de gabarito da
edificaçªo, principalmente em
edificaçıes comerciais, devido
às necessidades de passagem
de instalaçıes.
Menu de Estruturas
13PRJManual de Estruturas
Característica: Flexibilidade na Arquitetura
De um modo geral, a laje
nervurada permite, sob o
aspecto estrutural, uma
flexibilidade maior do layout
arquitetônico.
JÆ para as Æreas molhadas da
edificaçªo, esta flexibilidade
diminui, devido a limitaçªo da
passagem das tubulaçıes
hidrÆulicas.
A flexibilidade de layout Ø
praticamente impossível, dada a
estrutura definida, o vigamentos
posicionados e as lajes
dimensionadas.
Mantidas posiçıes das Æreas
molhadas (sanitÆrios, copas,
cozinhas), a flexibilidade do
layout arquitetônico neste caso
Ø quase total.
Característica: Acabamento do Forro
HÆ necessidade de utilizaçªo de
forro neste tipo de estrutura, seja
atravØs da aplicaçªo de massa de
cimento para regularizar a
superfície, ou placas para
esconder a tubulaçªo.
Se o fundo da lajeestiver bem
executado Ø suficiente a
aplicaçªo de gesso ou outra
textura.
Se o fundo da laje estiver bem
executado Ø suficiente a
aplicaçªo de massa de ou
outra textura.
Característica: Espessura da laje
A espessura mØdia de concreto
das lajes nervuradas Ø
usualmente baixa.
A espessura mØdia de concreto
de uma laje nervurada Ø obtida
pela divisªo do volume de
concreto do conjunto laje +
nervura + pilares pela Ærea da
laje nervurada.
A espessura mØdia em
estruturas vigadas para
edificaçıes residenciais varia de
11 a 23 cm, para resistŒncias
características de concreto de
20 MPa.
Essa variaçªo ocorre em virtude
do vªo da laje.
Panos grandes com um nœmero
menor de vigas acarreta uma
espessura mØdia maior.
A espessura mØdia de concreto
de uma estrutura vigada Ø
obtida pela divisªo do volume de
concreto das lajes + vigas +
pilares pela Ærea total da laje.
Como nªo podem contar com
a inØrcia das vigas, as
estruturas com lajes planas
apresentam uma espessura
mØdia relativamente alta,
entre 15 e 26 cm.
Essas espessuras sªo
necessÆrias para fazer frente
às deformaçıes estruturais.
Característica: Quantidade de aço
A quantidade de aço aplicado
em uma estrutura com laje
nervurada Ø baixa.
PorØm, a taxa de armadura
costuma ser alta, pois o volume
de concreto utilizado Ø baixo
tambØm. Em casos em que nªo
se utilizam estribos nas
nervuras, a taxa de aço diminui,
oscilando entre 40 e 70 Kg/m3.
Uma taxa de armadura para
uma edificaçªo residencial varia
de 60 a 100 Kg/m3.
A densidade de aço no encontro
entre vigas e pilares, alØm de
utilizaçªo de vigas com
espessura delgada podem
propiciar o aparecimento de
“bicheiras” na concretagem.
As taxas de aço para as estruturas
em lajes planas variam conforme a
utilizaçªo de protensªo. Em lajes
sem protençªo, a taxa de armadura
varia de 80 a 120 Kg/m3.
JÆ a taxa de protensªo Ø de
aproximadamente 30 a 40 kg / m3
de volume protendido.
A utilizaçªo de telas soldadas
agrega grandes benefícios neste
sistema estrutural, pois elas
possibilitam um maior
aproveitamento de sua sessªo œtil
em relaçªo a sessªo de cÆlculo.
Menu de Estruturas
14PRJ Manual de Estruturas
Característica: Protensªo
Característica: Mªo-de Obra de Armaçªo
Característica: Fôrmas e Cimbramento
A utilizaçªo de protensªo em
estruturas com lajes nervuradas
Ø muito raro.
Em obras residenciais, a
utilizaçªo de protensªo em
estruturas vigadas Ø rara.
Quando a finalidade da edificaçªo
Ø comercial, trabalhamos com
vªos livres maiores, entªo Ø
possível encontrarmos vigas
protendidas, para vencer grandes
vªos sem que a altura das lajes
cresça exageradamente.
A utilizaçªo de protensªo em
lajes planas Ø mais usual.
Quando vªos grandes devem
ser vencidos, principalmente
em edificaçıes comerciais, a
protensªo torna-se a saída
mais viÆvel para que as
espessuras das lajes nªo se
tornem muito grandes.
Os encontros entre nervuras, o
vigamento principal e pilares sªo
os locais em que a mªo-de-obra
encontra dificuldade de execuçªo.
Por outro lado, as armaçıes das
nervuras resultam em peças
repetitivas e com estruturas
leves. Com isso, a prØ-montagem
das armaduras fora dos locais de
aplicaçªo facilita a execuçªo dos
serviços e aumenta a
produtividade da equipe.
A possibilidade de prØ-
montagem de peças como vigas
e pilares pode facilitar o
trabalho da mªo-de obra de
armaçªo.
A utilizaçªo de telas soldadas
propicia eventuais benefícios
que devem ser considerados.
A tarefa de armaçªo Ø
facilitada principalmente com
o uso de telas soldadas.
Devemos ter atençªo especial
com as armaduras negativas,
pois o trânsito de funcionÆrios
sobre a laje, podem “tornÆ-las”
positivas.
O fundo das lajes Ø usualmente
formado por uma superfície
plana e as nervuras sªo
realizadas por tijolos, blocos de
isopor ou qualquer outro
elemento leve, como elementos
de fibra de vidro reaproveitÆveis
(cabaças).
A perda de material de fôrma Ø
baixa e o reaproveitamento de
compensado Ø alto, devido a
configuraçªo plana das fôrmas.
As fôrmas e o cimbramento sªo
mais complexos e exigem um
projeto mais elaborado, sendo
preciso analisar aspectos como a
montagem, desfôrma,
reaproveitamento de painØis e
reescoramento.
As estruturaçıes dos painØis de
vigas exigem uma quantidade
maior de madeira, tornando-os
pesados. O cimbramento requer
uma quantidade maior de peças.
A durabilidade dos materiais da
fôrma estÆ relacionada ao
projeto e manuseio da mesma.
Devido a quase inexistŒncia
de vigas, as fôrmas e
cimbramentos em uma
estrutura com laje plana sªo
extremamente fÆceis de se
projetar, executar, montar e
desformar.
A durabilidade e qualidade das
fôrmas serªo altas, desde que
observemos os cuidados na
desfôrma e sejam utilizados]
materiais de boa qualidade.
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15PRJManual de Estruturas
Nesse tipo de estrutura, a mªo-
de-obra de montagem e
desmontagem estÆ vinculada à
concepçªo do projeto.
Os encontros entre vigas em
ângulos agudos, vigas e pilares
com diferentes configuraçıes e
medidas, alØm das caixas de
escada e elevadores sªo
exemplos que dificultam os
trabalhos com as fôrmas para
esse sistema estrutural.
Característica: Mªo-de-Obra de Fôrma e Cimbramento
A dificuldade no lançamento de
concreto depende da
quantidade, geometria (largura),
densidade e posicionamento de
armaçªo das vigas.
AlØm disso, cuidados com o
traço do concreto, velocidade de
lançamento, tipo de
lançamento, sªo variÆveis que
devem ser analisadas
previamente.
Para essa tipologia, a
dificuldade ocorre no
posicionamento das fôrmas das
nervuras e na desfôrma,
principalmente quando nªo
utilizamos materiais
reaproveitÆveis. O uso de isopor
ou outro material inerte gera
muita sujeira.
Quando trabalhamos com
materiais reaproveitÆveis para a
execuçªo das nervuras, os
serviços sªo facilitados.
Nessa tipologia, a mªo-de-obra
para montagem e desfôrma Ø
bastante facilitada, pois quase
nªo temos vigas.
Dessa forma, conseguimos atingir
altos índices de produtividade de
carpintaria, principalmente
quando trabalhamos com
sistemas de cimbramento
metÆlico, em que a fôrma jÆ estÆ
acoplada a ele, eliminando a
etapa de montagem dos painØis
de assoalho.
Característica: Concreto
O lançamento de concreto Ø
dificultado pelo excesso de viga
(nervuras) e sua espessura
esbelta. AlØm disso, a alta
densidade da armaçªo nesta
regiªo requer cuidados
especiais no lançamento e
adensamento do concreto, para
evitarmos o aparecimento de
bicheiras. Recomenda-se, em
alguns casos, a utilizaçªo de
concreto mais fluído,
eventualmente auto nivelante.
Durante a tarefa de
concretagem, podem ocorrer
danos aos elementos inertes,
principalmente se forem tijolos
ou isopor, aumentando o
consumo de concreto. Esta
perda pode atingir, em mØdia,
um acrØscimo de consumo da
ordem de 10%.
O lançamento de concreto Ø
facilitado pela ausŒncia de
vigas.
Para obter ganhos na
produtividade, pode-se estudar
a possibilidade de utilizaçªo de
concreto bombeÆvel ou concreto
auto-adensÆvel (eliminando o
adensamento).
É importante planejar esta
atividade com antecedŒncia,
pois ela interfere, por exemplo,
na concepçªo da fôrma
(estanqueidade), cimbramento
(resistŒncia à sobrecargas) e
dimensionamento de equipe.
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16PRJ Manual de Estruturas
Característica: Qualidade e Nªo Conformidade
Caso os materiais utilizados
para a execuçªo das nervuras(tijolos de 8 furos, blocos, isopor
e etc.), normalmente nªo sejam
padronizados, teremos
variaçıes geomØtricas nas lajes
nervuradas.
Conseqüentemente, teremos
dificuldade na execuçªo das
fôrmas, armaçªo e locaçªo das
passagens de instalaçıes
elØtricas e hidrÆulicas, alØm de
potencializar o aparecimento de
patologias.
A quase inexistŒncia de vigas,
fôrmas e cimbramento simples,
bem como armaçªo mais
distribuída sªo fatores que
minimizam a ocorrŒncia de nªo
conformidades neste tipo de
estrutura.
Devemos tomar cuidados
especiais na desfôrma e
reescoramento da estrutura,
para evitar o aparecimento de
flechas nos vªos das lajes. As
bordas externas das lajes,
quando nªo estªo enrijecidas
por vigas de borda, sªo regiıes
com grande possibilidade de
aparecimento de deformaçıes.
Os problemas de qualidade em
uma estrutura vigada podem ser
minimizados na elaboraçªo do
projeto. Por exemplo, os encontros
de vigas e pilares devem ser
estudados e compatibilizados,
considerando-se a dificuldade de
execuçªo no canteiro.
Larguras e alturas diferentes nas
peças estruturais sªo potenciais
geradores de nªo conformidades,
jÆ que sempre necessitam de
adaptaçıes nas fôrmas.
Vigas muito estreitas, com armaçªo
densas e concreto de slump
inadequado, propiciam o
aparecimento de “bicheiras” e
imperfeiçıes de concretagem.
Coordenaçªo de projetos
A crescente complexidade operacional e gerencial dos empreendimentos, somada à
tendŒncia de especializaçªo cada vez maior, tem gerado uma necessidade de
aglutinaçªo e organizaçªo de informaçıes. AlØm disso, o aumento dos custos
operacionais e da concorrŒncia tŒm forçado as empresas a pensarem de maneira
otimizada as atividades no canteiro de obras.
TambØm Ø latente que os projetos devem chegar à obra com o maior nœmero de detalhes
e especificaçıes possível, evitando que o engenheiro tenha que improvisar por falta de
informaçıes tØcnicas e executivas nos projetos.
Nos dias de hoje, a forma utilizada para resolver este problema Ø a Coordenaçªo de
Projetos. Coordenar significa dispor segundo certa ordem e mØtodo; organizar, arranjar.
A coordenaçªo de projetos deve abranger de maneira global e sistŒmica todas as
especialidades de uma edificaçªo. Sua principal característica Ø acompanhar o
desenvolvimento dos projetos e conduzi-los na direçªo dos interesses do
empreendimento e do empreendedor, atravØs de uma atitude pró-ativa.
As principais funçıes da coordenaçªo de projetos de um empreendimento sªo:
• controlar os prazos de elaboraçªo de projetos, alØm dos custos e qualidade dos trabalhos;
• controle de fluxos e escopo;
• controle de interfaces;
• focar as atividades sempre visando a racionalizaçªo e construtibilidade do
empreendimento;
• gerenciar e organizar as informaçıes: arquivos, projetos, croquis, relatórios e atas de reuniıes;
• compatibilizar os vÆrios projetos do empreendimento e retroalimentar os
projetistas com as alteraçıes e especificaçıes tØcnicas;
• identificar a necessidade da participaçªo de consultores e/ou contrataçªo de
projetos complementares.
A coordenaçªo de projetos deve ser executada por profissional que tenha
conhecimentos em todas as Æreas de projeto e vivŒncia em execuçªo de obras. Por
ser uma atividade multidisciplinar, o coordenador deve possuir características de
liderança, integraçªo e conseguir transmitir à equipe as orientaçıes necessÆrias.
Podemos representar o organograma de uma equipe multidisciplinar de projetos
inserindo a figura do coordenador como condutor do processo.
Nota
nªo hÆ mais espaço, atualmente,
para a soluçªo “quebra-galho” ou
“gambiarra” que sempre fizeram
o cotidiano da construçªo civil.
Coordenaçªo
17PRJManual de Estruturas
O projeto arquitetônico Ø o primeiro projeto do empreendimento. Nele estªo contidas
as idealizaçıes do produto e deverªo constar suas principais especificaçıes de
desempenho. Se considerarmos que os demais sªo projetos complementares a este, o
projeto de estruturas Ø um dos mais importantes, nªo apenas devido à ordem cronológica,
mas tambØm por detalhar o um subsistema com o maior caminho crítico e custo, e
por influenciar as demais atividades do empreendimento.
No processo de desenvolvimento dos projetos, elaboramos os anteprojetos dos diversos
subsistemas, priorizando os arquitetônico e estrutural. Depois de avaliados cada um
deles separadamente e compatibilizados entre si, resolvendo as interferŒncias, entªo eles
poderªo ser detalhados - projetos executivos.
Neste contexto, o papel do coordenador de projetos Ø fundamental e a comunicaçªo
entre as partes contidas no organograma acima deve ser precisa, rÆpida e ordenada. Com
o intuito de melhorar essa comunicaçªo, algumas empresas utilizam sistemas de
gerenciamento atravØs da Internet, em que cada empreendimento recebe um endereço
próprio, disponibilizando para os diversos projetistas todas as informaçıes do
andamento dos projetos, suas revisıes, croquis, atas de reuniªo e etc.
Compatibilizaçªo de projetos
A compatibilizaçªo de projetos Ø uma forma corretiva de combinar os diversos projetos,
evitando as interferŒncias e incompatibilidades. Ela permite a integraçªo das soluçıes
adotadas para os diversos subsistemas.
A compatibilizaçªo dos projetos de um edifício tem por funçªo principal a integraçªo
das soluçıes adotadas nos projetos de arquitetura, estrutura, instalaçıes prediais, vedaçıes,
esquadrias, impermeabilizaçªo, contrapiso e etc., assim como, nas especificaçıes tØcnicas
para a execuçªo de cada subsistema.
A seguir, exemplificamos alguns itens a serem compatibilizados dentre os diversos
subsistemas de projetos:
Nota
A maior parte das patologias e
problemas encontrados nas
obras nasce da falta de soluçıes
adequadas e de compatibilizaçªo
entre os projetos.
Compatibilizaçªo
18PRJ Manual de Estruturas
Estrutura x Estrutura
Ao se desenvolver o projeto de estruturas, devemos observar alguns aspectos das peças
estruturais.
Pilares
• executar os pilares evitando dentes ou
requadros com as vigas, mantendo as
espessuras iguais
• executar pilares com dimensıes
constantes ao longo dos andares,
procurando modificar as fôrmas na
passagem do subsolo para o tØrreo. Se
utilizarmos concreto de alto
desempenho, esta recomendaçªo pode
nªo ser vÆlida; devemos fazer uma
anÆlise de valor entre o excedente de
concreto gasto para manter a seçªo do
pilar constante e o custo da
modificaçªo das fôrmas;
• evitar formas de difícil execuçªo na
obra, privilegiando formatos
retangulares e quadradas.
Vigas
• evitar a utilizaçªo de vigas invertidas,
principalmente junto aos pilares, pois
dificultam a execuçªo de gastalhos e
atrapalham o ciclo de concretagem;
• manter uniforme as alturas das vigas
de um mesmo pavimento;
• evitar a execuçªo de encontro de vigas
em ângulos agudos, pois complicam
tanto a montagem das fôrmas como a
desforma;
Lajes
• evitar panos de lajes com diversas
espessuras dentro de um mesmo
pavimento;
• manter as cotas de fundo de laje no
mesmo pano;
• compatibilizar espessuras com as armaduras
embutidas na mesma - malha positiva, malha
negativa, cobrimentos, reforços etc.;
• verificar as deformaçıes previstas para
os panos de laje muito extensos,
sobretudo nas regiıes que nªo contarªo
com camada de regularizaçªo de piso;
• evitar a execuçªo de panos de laje
formando ângulos agudos, pois
dificultam a desfôrma;
Compatibilizaçªo
19PRJManual de Estruturas
Estrutura x Alvenaria
Na compatibilizaçªo entre os projetos estrutural e o de alvenaria devem ser
observados os seguintes itens:
Pilares
• compatibilizar a largura dos pilares
com as alvenarias, evitando dentes no
acabamento;
• no caso de pilares inclinados ou
chanfrados, executar os chanfros
perpendiculares às alvenarias;
o encontro da alvenaria e a estrutura
deve ser de topo;
Vigas
• projetaras vigas evitando dentes e
requadros com as alvenarias, tornando
as espessuras compatíveis;
• procurar modular as alturas de vigas
de acordo com o projeto de alvenaria e
de caixilharia, tornando, sempre que
possível, a quantidade de fiadas de
blocos um nœmero inteiro;
Estrutura x Instalaçıes
Compatibilizar o projeto de instalaçıes
(elØtrica, hidrÆulica, ar condicionado,
exaustªo, sprinklers, automaçªo e etc.)
com o projeto estrutural Ø vantajoso,
evitando retrabalhos.
Vigas
• compatibilizar os furos previstos nos
diversos projetos, locando-os e
marcando-os com exatidªo no projeto
estrutural;
• verificar se estes furos nªo interferem
nas armaduras ou estªo com dimensıes
compatíveis com a altura da viga;
• verificar as espessuras de eletrodutos
passantes nas vigas atØ o limite imposto
pelo calculista;
• locar e verificar se os pontos de luz no
teto nªo coincidem com posiçıes de vigas;
• locar e verificar se as prumadas
hidrÆulicas nªo coincidem com
posiçıes de vigas.
Lajes
• prever na fôrma, assim que o projeto
de instalaçıes definir, a locaçªo exata
das passagens de prumadas e shafts;
• verificar se na espessura projetada da
laje “cabem” as tubulaçıes embutidas e
as armaçıes positiva e negativa;
• verificar as dimensıes dos sulcos criados
para passagens de tubulaçªo de gÆs com a
espessura da laje, armaçıes e vigas;
• verificar todos os rebaixos criados nas
lajes considerando as tubulaçıes
embutidas;
Blocos de transiçªo
• verificar as interferŒncias dos mesmos com
as saídas e esgoto e locaçªo das prumadas;
Compatibilizaçªo
20PRJ Manual de Estruturas
Estrutura x Acabamentos
Os aspectos ligados ao acabamento da obra devem ser observados desde o projeto
de estrutura.
Pilares
• compatibilizar a locaçªo de pilares com a Arquitetura;
• compatibilizar a locaçªo dos pilares com as vagas de garagem;
Vigas
• atentar para o tipo de revestimentos a serem utilizados nas paredes e a necessidade
de espessuras diferenciadas para as vigas e a alvenaria;
• verificar as alturas dos peitoris e dimensıes dos caixilhos para evitar a execuçªo
de vergas sobre os mesmos;
• verificar o tipo, material e dimensıes das portas para evitar que as vigas impeçam
a instalaçªo posterior das mesmas, evitando cortes e fragilizaçªo das folhas ou a
execuçªo de portas sob encomenda;
• verificar o detalhe de arremate dos forros nas varandas, compatibilizando as
alturas das vigas com os caixilhos e forros;
• compatibilizar a posiçªo e altura das vigas com as passagens das rampas de garagem e escadas;
• atentar para a previsªo de rebaixos em vigas quando houver:
- mudança de níveis na Arquitetura (terraços, tØrreo interno e externo,
jardineiras, escadas e etc.);
- chumbamento de contra-marco de porta se nªo houver contrapiso na laje;
- atentar para rebaixo na face das vigas invertidas nas regiıes onde haverÆ
impermeabilizaçªo;
• sendo necessÆrio encobrir as vigas, compatibilizar a altura das mesmas com as
cotas de forros; atentar para a regiªo de arremate do forro nas bordas;
Lajes
• compatibilizar níveis da estrutura com espessuras previstas para os revestimentos de piso;
• compatibilizar rebaixos com as cotas previstas para o piso acabado e desníveis;
• compatibilizar rebaixos com a impermeabilizaçªo;
Estrutura x Elevadores
• para a caixa de elevadores, compatibilizar os pilares que suportam as corrida dos
elevadores com as dimensıes e folgas necessÆrias para a obra e instalaçªo do mesmo;
• criar condiçıes favorÆveis à desforma, principalmente nos pilares que formam a
caixa de corrida do elevador, se esta tiver formato em “C”; verificar sua real necessidade.
Compatibilizaçªo
21PRJManual de Estruturas
Contrataçªo do profissinal / escritório
Interface projetista – contratante
Inicialmente, Ø interessante estabelecer e identificar as figuras que intervŒm em todo
o processo de projeto.
responsÆvel pela geraçªo do produto;
 atua na formalizaçªo do produto;
viabiliza a fabricaçªo do produto;
assume a utilizaçªo do produto.
Posicionando o empreendedor, o
construtor e o usuÆrio como clientes do
projeto, o projetista deve levar em
consideraçªo suas necessidades, para
melhor satisfazŒ-los.
Esse Ø, normalmente, um ponto
nevrÆlgico, em que muitas das críticas
sªo depositadas e muitos problemas sªo
originados.
A forma como os agentes interagem Ø
muito importante para a viabilizaçªo de
projetos mais adequados e em
conformidade com as suas necessidades.
empreendedor
projetista
construtor
usuÆrio
Contrataçªo
AtØ os anos 60, as empresas mantinham em seus quadros uma equipe de projetos.
A partir daí, houve uma alteraçªo na filosofia de contrataçªo, em que passaram a
contratar projetos, ao invØs de profissionais.
Os passos mais comuns no processo de contrataçªo de projetos sªo:
• Seleçªo inicial das empresas/profissionais;
• Elaboraçªo de cartas-convite;
• PrØ seleçªo, que Ø realizada considerando a experiŒncia do profissional, situaçªo
econômico-financeira e legal, quadro tØcnico e comprometimento com outros
trabalhos e clientes;
• Seleçªo final.
Vale lembrar que as propostas tØcnicas devem ser analisadas quanto a:
• Viabilidade tØcnica da proposiçªo;
• Capacidade tØcnica dos profissionais envolvidos;
• Quantidade de documentos a serem emitidos;
• Recursos unitÆrios por documento emitido;
• Acompanhamento tØcnico durante todo o ciclo do empreendimento;
• Preço da proposta (ver nota);
• Preço da hora trabalhada;
• Forma e condiçıes de pagamento;
• Outros elementos de interesse do contratante.
Apesar de tudo isso, muitas construtoras nªo realizam concorrŒncia em funçªo de
parcerias jÆ existentes com escritórios de cÆlculo. É muito comum encontrarmos
construtoras que trabalham ao lado de vÆrios escritórios, pulverizando a contrataçªo,
para nªo sobrecarregar apenas um escritório. E isso irÆ depender do tipo, tamanho
e complexidade do empreendimento.
Notas
Na prÆtica, verifica-se que os
escritórios estabelecem seus
preços em funçªo do seu prestígio,
da Ærea construída, da
complexidade do projeto, do grau
de repetitividade, do nœmero de
simulaçıes, da existŒncia de
protensªo, entre outros.
Normalmente o custo de um
projeto estrutural representa entre
1% e 3% do valor da obra, mas
pode influenciar sobremaneira nos
resultados do empreendimento,
nos custos de operaçªo e
manutençªo.
Dica
Uma boa maneira de ajudar a
pesar os itens de interesse de
quem contrata, Ø estabelecer
uma pontuaçªo a cada um, e dar
maior atençªo à empresa/
profissional que acumular a
maior soma.
Contrataçªo
22PRJ Manual de Estruturas
Indicadores de qualidade do projeto
Diante das variÆveis de soluçıes de projetos, do nœmero de escritórios de cÆlculo
e ainda da influŒncia de que cada decisªo tem sobre os prazos, custos e interferŒncias,
mostra-se necessÆria a adoçªo de indicadores para estabelecer comparativos e
subsidiar as decisıes quanto às diversas opçıes.
Algumas construtoras nªo utilizam qualquer indicador, alegando as seguintes
justificativas:
• restriçªo da criatividade do projeto arquitetônico;
• poucas obras com características semelhantes para poder se estabelecer padrıes
comparativos;
• nªo reconhecimento da importância de indicadores;
• desconhecimento da existŒncia dos mesmos.
Em contrapartida, atualmente muitas outras construtoras estªo aperfeiçoando esses
indicadores, conscientes do impacto que qualquer decisªo desse nível tem no
resultado do empreendimento.
Avaliaçªo do produto projeto
Sob o ponto de vista do projeto estrutural, pode-se dividir os indicadores entre
quantitativos e qualitativos, sob a ótica de custos, prazos, qualidade e influŒncia
sobre os demais subsistemas.
A tabela abaixo destaca alguns pontos relevantes.
Indicadores Quantitativos Indicadores Qualitativos
Facilidade de compatibilizaçªo com outros projetos
Grau de detalhamento
Relaçªo m2de fôrma/m2 de Ærea construída
Relaçªo m2 de fôrma/m3 de concreto
Relaçªo m3 de concreto/m2 de Ærea construída
Relaçªo Kg de aço/m3 de concreto
Relaçªo Kg de aço/m2 de Ærea construída
Nœmero de repetiçıes dos elementos estruturais
Mediana das Æreas das seçıes dos pilares
Mediana dos comprimentos das vigas
Correta aplicaçªo das normas tØcnicas
Potencial de racionalizaçªo da produçªo
Clareza nas informaçıes
Padronizaçªo e uniformizaçªo
Coordenaçªo modular
Contrataçªo

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