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* * Direito Administrativo II Intervenção Desapropriação; Constituição Federal, artigo 5º: XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; Exceções à regra da verba indenizatória em dinheiro: títulos da dívida pública (art. 182, par. 4º, III, CF/88) e títulos da dívida agrária (art. 184, CF/88); Decreto-lei nº 3.365/1941: Art. 1o A desapropriação por utilidade pública regular-se-á por esta lei, em todo o território nacional. Art. 2o Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios. * * Direito Administrativo II Intervenção Marcelo Alexandrino: é o procedimento de direito público pelo qual o Estado transfere para si a propriedade de terceiro, por razões de utilidade pública, necessidade pública ou interesse social, mediante o pagamento de justa e prévia indenização; Modalidade mais drástica de intervenção na propriedade, com imposição da transferência de domínio do particular para o Poder Público; Pressupostos da desapropriação: Utilidade pública: a aquisição do domínio do bem é conveniente e oportuna à Administração, com vistas à execução de determinado empreendimento. Pode contemplar, inclusive, área maior do que aquela adjacente ao próprio bem. Necessidade pública: fundada em situações de emergência, que exigem a desapropriação do bem. Marcelo Alexandrino: na necessidade pública, para a situação de emergência ser resolvida faz-se necessária a transferência urgente de bens de terceiros para o Poder Público; Interesse social: estritamente ligado à função social da propriedade, com vistas à satisfação dos interesses da coletividade; * * Direito Administrativo II Intervenção Hipóteses constitucionais de desapropriação: Artigo 182, par. 4º, III: desapropriação urbanística, de caráter punitivo, incidente sobre o proprietário de solo urbano que não promova o aproveitamento adequado de sua propriedade, nos termos que determinar o plano diretor do Município; Artigo 184: Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. Desapropriação por interesse social, com finalidade específica. Prerrogativa exclusiva da União; * * Direito Administrativo II Intervenção Hipóteses constitucionais de desapropriação: Artigo 243: As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. Caráter confiscatório, sem remessa de direito à indenização para a figura do proprietário; Destinação social; * * Direito Administrativo II Intervenção Bens passíveis de desapropriação; A desapropriação pode recair sobre bens móveis, imóveis, corpóreos, incorpóreos, conquanto seja possível estabelecer sua valoração patrimonial; Marcelo Alexandrino: bens imóveis somente poderão ser desapropriados pelo ente federado em cujos terrenos estejam situados; Súmula 479 (STF): As margens dos rios navegáveis são domínio público, insuscetíveis de expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização. Bens públicos: os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão ser desapropriados pela União e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato deverá preceder autorização legislativa; STF/STJ: um município ou um estado pode desapropriar bens de uma pessoa administrativa vinculada à União, desde que haja prévia autorização do Presidente da República, mediante decreto; * * Direito Administrativo II Intervenção Competências; Competência legislativa: privativa da União (artigo 22, II, CF/88). A competência poderá ser delegada aos Estados e ao Distrito Federal, para o trato de questões específicas, desde que a delegação seja efetivada por meio de lei complementar (art. 22, par. único, CF/88); Competência para declaração da utilidade pública ou interesse social da propriedade: concorrente entre todos os Entes Federativos, à exceção do interesse social para fins de reforma agrária, cuja declaração é privativa à União; Competência executória da desapropriação: bastante ampla, contempla a Administração direta, indireta e, inclusive, os delegatários de serviços públicos; Marcelo Alexandrino: as empresas que executam serviços por meio de concessão ou permissão podem executar a desapropriação, figurando no processo com todas as prerrogativas, inclusive o relativo ao pagamento da indenização; Decreto-lei 3.365/41: Art. 3o Os concessionários de serviços públicos e os estabelecimentos de caráter público ou que exerçam funções delegadas de poder público poderão promover desapropriações mediante autorização expressa, constante de lei ou contrato. * * Direito Administrativo II Intervenção Destinação dos bens desapropriados; Os bens desapropriados passam a integrar o patrimônio das entidades ligadas ao Poder Público que providenciaram a desapropriação e pagaram a respectiva indenização; Integração definitiva: o bem expropriado tem utilização para o próprio Poder Público; Integração provisória: o bem expropriado será utilizado por terceiro, permanecendo nas mãos do Estado somente enquanto não acontece a sua transferência a quem de direito. * * Direito Administrativo II Intervenção Efeitos da declaração: Permissão para que autoridades competentes possam penetrar no prédio objeto da declaração, sendo possível o recurso à força policial no caso de resistência do proprietário; Início da contagem do prazo para ocorrência da caducidade do ato; Indicação do estado em que se encontra o bem objeto da declaração para efeito de fixar o valor da futura indenização; Não há impedimento para que sejam concedidas licenças para obras no imóvel já declarado de utilidade pública ou de interesse social, mas a obra não se incluirá na indenização; * * Direito Administrativo Intervenção Marcelo Alexandrino: a indenização somente abrange as benfeitorias necessárias, quando feitas após a declaração de utilidade pública ou de interesse social, e as úteis, quando o proprietário for autorizado pelo Poder Público; não são indenizáveis as benfeitorias voluptuárias feitas após a referida declaração; Declaração de utilidade pública: caducidade em cinco anos, contados da data de expedição; Declaração de interesse social: caducidade em dois anos, contados da data de expedição; Decorrido um ano da caducidade, o bem poderá ser objeto de nova declaração de desapropriação; * * Direito Administrativo II Intervenção Desapropriação por utilidade pública; Procedimento administrativo; Fase declaratória; Declaração expropriatória: o Poder Público emite sua intenção de adquirir a propriedade para si ou para outrem; Declaração da utilidade pública sobre o bem; Realizada pelo Chefe do Poder Executivo; Possibilidade de iniciativa do Poder Legislativo; Informações essenciais: descrição exata do bem; finalidade da desapropriação; dispositivo legal adequado; A desapropriação por utilidade pública pode ser viabilizada por procedimento administrativo, em regra acompanhado por contencioso judicial. Inicialmente, o Estado declara o objetivo de desapropriação e adota as providências necessárias à efetivação da medida. Havendo acordo, a demanda é solucionada no âmbito administrativo; do contrário, segue para apreciação do Poder Judiciário; * * Direito Administrativo II Intervenção Ação de desapropriação; Sujeito ativo: o Poder Público ou a pessoa privada que exerce função delegada; Sujeito passivo: proprietário do bem a ser desapropriado, que contestará a proposta feita pelo Poder Público; A petição inicial deverá contar a oferta do preço, cópia do contrato ou do diário oficial em que houver sido publicado o decreto expropriatório e uma planta ou descrição do bem a ser desapropriado e suas confrontações; * * Direito Administrativo II Intervenção Contestação; A contestação só poderá versar sobre vício do processo ou impugnação do preço, qualquer outra questão deverá ser decidida por ação direta; Somente é permitida a discussão do preço e questões processuais; Marcelo Alexandrino: Se o expropriado pretende discutir questões sobre desvio de finalidade, inexistência de interesse social ou utilidade pública, dúvida na caracterização do proprietário, deverá propor nova ação, autônoma; * * Direito Administrativo II Intervenção Imissão provisória na posse; Decreto-lei º 3.365/1941: Art. 15. Se o expropriante alegar urgência e depositar quantia arbitrada de conformidade com o art. 685 do Código de Processo Civil, o juiz mandará imití-lo provisoriamente na posse dos bens; Pressupostos: Declaração de urgência, que poderá ser feita no próprio decreto expropriatório ou em outro momento, no curso da ação de desapropriação; Efetivação de depósito prévio, cujo valor será arbitrado pelo juiz segundo critérios da lei expropriatória; * * Direito Administrativo II Intervenção Marcelo Alexandrino: o expropriante tem direito subjetivo à imissão provisória, não podendo o juiz denegar o requerimento, se cumpridos os pressupostos exigidos; Prazo para requerimento: 120 dias; Necessário ser executado o registro no cartório de imóveis competente; STF: só a perda da propriedade, ao final da ação de desapropriação – e não a imissão provisória na posse do imóvel – está compreendida na garantia de justa e prévia indenização; Sentença; Fixação do valor da indenização; Imissão definitiva na posse do bem expropriado; Regularização da transferência do bem no Registro de Imóveis; Indenização: Deve ser prévia, justa e em dinheiro (princípios da precedência, justiça e pecuniariedade; * * Direito Administrativo II Intervenção Decreto-lei nº 3.365/1941: Art. 31. Ficam subrogados no preço quaisquer ônus ou direitos que recaiam sobre o bem expropriado. Art. 32. O pagamento do preço será prévio e em dinheiro. § 1o As dívidas fiscais serão deduzidas dos valores depositados, quando inscritas e ajuizadas. § 2o Incluem-se na disposição prevista no § 1o as multas decorrentes de inadimplemento e de obrigações fiscais. § 3o A discussão acerca dos valores inscritos ou executados será realizada em ação própria. Desistência da desapropriação: é admissível, inclusive no curso da demanda judicial. O proprietário não pode opor-se, mas tem direito à indenização por todos os prejuízos causados; Pode ser materializada por requerimento da extinção do processo sem julgamento do mérito ou por meio da revogação do decreto expropriatório; * * * *
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