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CASO processo penal 1 2017

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CASO 1 
 A Autoridade Policial da 13ª Delegacia de Polícia da Comarca da Capital, que investiga o crime de lesão corporal de natureza grave, do qual foi vítima o segurança da boite The Night Agenor Silva, obtém elementos de informação que indicam a suspeita de autoria dos fatos ao jovem de classe média Plininho, de 19 anos. O Delegado então determina a intimação de Plininho para que o mesmo compareça em sede policial para prestar esclarecimentos, sob pena de incorrer no crime de desobediência, previsto no art. 330 do CP. Pergunta-se: 
a. Caso Plininho não compareça para prestar declarações, poderá responder pelo cime do art. 330 do CP?
R: Não responderá, haja vista, que o investigado tem o direito de não se manifestar, ganha força o entendimento doutrinário de que não há necessidade, há divergência na doutrina.
 b. E se houvesse processo penal tramitando regularmente e o juiz da Vara Criminal intimasse Plininho para o interrogatório, poderia o mesmo responder pelo delito em questão? 
R: A solução seria a mesma, ainda que estivesse na fase processual, não haveria infringência ao art. 330 do cp.
c. 2- Esse princípio refere-se aos fatos, já que implica ser ônus da acusação demonstrar a ocorrência do delito e demonstrar que o acusado é, efetivamente, autor do fato delituoso. Portanto, não é princípio absoluto. Também decorre desse princípio a excepcionalidade de qualquer modalidade de prisão processual. (...) Assim, a decretação da prisão sem a prova cabal da culpa somente será exigível quando estiverem presentes elementos que justifiquem a necessidade da prisão. Edilson Mougenot Bonfim. Curso de Processo Penal. O princípio específico de que trata o texto é o da (o) 
a- Livre convencimento motivado. 
b- Inocência. 
c- Contraditório e ampla defesa.
 d- Devido processo legal. 
3- Relativamente ao princípio de vedação de autoincriminação, analise as afirmativas a seguir: 
I ? O direito ao silêncio aplica-se a qualquer pessoa (acusado, indiciado, testemunha, etc.), diante de qualquer indagação por autoridade pública de cuja resposta possa advir imputação da prática de crime ao declarante.
 II ? O indiciado em inquérito policial ou acusado em processo criminal pode ser instado pela autoridade a fornecer padrões vocais para realização de perícia sob pena de responder por crime de desobediência. 
III ? O acusado em processo criminal tem o direito de permanecer em silêncio, sendo certo que o silêncio não importará em confissão, mas poderá ser valorado pelo juiz de forma desfavorável ao réu.
IV ? O Supremo Tribunal Federal já pacificou o entendimento de que não é lícito ao juiz aumentar a pena do condenado utilizado como justificativa o fato do réu ter mentido em juízo. Assinale: 
Se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
Se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. 
Se apenas as afirmativas I e IV estiverem corretas. 
Se apenas as afirmativas I, II e IV estiverem corretas. 
Se todas as afirmativas estiverem corretas.
CASO 2
Jorginho, jovem de classe média, de 19 anos de idade, foi denunciado pela prática da conduta descrita no art. 217-A do CP por manter relações sexuais com sua namorada Tininha, menina com 13 anos de idade. A denúncia foi baseada nos relatos prestados pela mãe da vítima, que, revoltada quando descobriu a situação, noticiou o fato à delegacia de polícia local. Jorginho foi processado e condenado sem que tivesse constituído advogado. Á luz do sistema acusatório diga quais são os direitos de Jorginho durante o processo penal, mencionando ainda as características do nosso sistema processual. 
R: Tem direito a defesa técnica, direito público, liberdade é a regra. Não é possível no processo penal o julgamento de um acusado sem a presença de um defensor, pois a defesa técnica que constitui a ampla defesa, é obrigatória, e a sua inobservância acarreta nulidade processual. No que tange as características do nosso sistema processual temos a separação das funções de acusar, defender e julgar, os processos em regra são públicos, há contraditório e ampla defesa a liberdade no curso do processo é a regra e o réu deve ser tratado como sujeito de direitos; que nos faz concluir que o sistema adotado por nós é o modelo acusatório. 
CASO 2 - FCC-2012-TJ/RJ-Analista
No que concerne à estruturação da defesa de acusados em juízo criminal, é correto afirmar: 
se for indicado um Defensor Público ao acusado, este não pode desc
onstituílo para nomear um profissional de sua confiança.
 b. o acusado que é Advogado pode apresentar defesa “em nome próprio”, sem necessidade de constituição de outro profissional 
c. apenas nos crimes mais graves o acusado deve obrigatoriamente ser assistido por Advogado, podendo articular a própria defesa, mesmo sem habilitação, nos casos em que não está em risco sua liberdade. 
d. o acusado que não constituir Advogado será obrigatoriamente defendido por Procurador Municipal ou Estadual. 
e. o Juiz não pode indicar Advogado de forma compulsória a um acusado, que sempre tem o direito inalienável de articular a própria defesa, ainda que não seja habilitado para tanto. 
3- Com referência às características do sistema acusatório, assinale a opção correta.
O sistema de provas adotado é o do livre convencimento. (motivado)
 As funções de acusar, defender e julgar concentram-se nas mãos de uma única pessoa. 
 O processo é regido pelo sigilo. (público)
 Não há contraditório nem ampla defesa
CASO 3
 Um transeunte anônimo liga para a circunscricional local e diz ter ocorrido um crime de homicídio e que o autor do crime é Paraibinha, conhecido no local. A simples delatio deu ensejo à instauração de inquérito policial. Pergunta-se: é possível instaurar inquérito policial, seguindo denúncia anônima? Responda, orientando-se na doutrina e jurisprudência. 
R: Sim, desde que a autoridade policial verifique a procedência das informações, certificando-se que a verossimilhança do fato denunciado. Se fosse com a base somente exclusivamente na denúncia anônima, não iria instaurar. O STF possui decisão neste sentido
CASO 2- Tendo em vista o enunciado nº 14 da Súmula Vinculante, quanto ao sigilo do inquérito policial, é correto afirmar que a autoridade policial poderá negar ao advogado
a vista dos autos, sempre que entender pertinente. 
 b) a vista dos autos, somente quando o suspeito tiver sido indiciado formalmente.
 c) do indiciado que esteja atuando com procuração o acesso aos depoimentos prestados pelas vítimas, se entender pertinente. 
 d) o acesso aos elementos de prova que ainda não tenham sido documentados no procedimento investigatório.
CASO 4
Em um determinado procedimento investigatório, cujo investigado estava solto, a autoridade policial entendeu com base nos indícios apontados em encerrar a investigação apresentando como termo final, o relatório conclusivo do feito com indiciamento do sujeito, bem como encaminhou as respectivas peças a autoridade judiciária, na forma do artigo 10, parágrafo primeiro do CPP. Tendo como parâmetro o nosso sistema processual penal, analise a questão à luz da adequada hermenêutica constitucional. 
R: Com o advento da cf de 1988 em seu art. 129, I consagrou como titular privativo da ação penal pública o MP, o entendimento é o inquérito policial não deve ser encaminhado diretamente ao juiz, como indicado no art 10, § 1º do CPP, e sim ao MP. No entanto, ainda é possível encontrar quem defenda o encaminhamento ao juiz com o fim de impedir violação ao princípio da duração razoável do processo.
Objetivas 
 Com relação ao inquérito policial, assinale a opção correta.
É indispensável a assistência de advogado ao indiciado, devendo ser observadas as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. 
B - A instauração de inquérito policial é dispensável caso a acusação possua elementos suficientes para a propositura da ação penal. 
Trata-se de procedimento escrito, inquisitivo, sigiloso, informativo e disponível. 
A interceptação telefônica poderá serdeterminada pela autoridade policial, no curso da investigação, de forma motivada e observados os requisitos legais. 
 Leia o registro que se segue. 
Mévio, motorista de táxi, dirigia seu auto por via estreita, que impedia ultrapassagem de autos. Túlio, septuagenário, seguia com seu veículo à frente do de Mévio, em baixíssima velocidade, causando enorme congestionamento na via. Quando Túlio parou em semáforo, Mévio desceu de seu táxi e passou a desferir chutes e socos contra a lataria do auto de Túlio, danificando-a. Policiais se acercaram do local e detiveram Mévio, que foi conduzido à Delegacia de Polícia. Lá, o Delegado entendeu que o crime era de dano, com pena de detenção de 01 a 06 meses ou multa. Iniciou a lavratura do Termo Circunstanciado, previsto na Lei n.º 9.099/95. Ao finalizá-lo, entregou a Mévio para que assinasse o Termo de Comparecimento ao Juizado Especial Criminal, o que foi por ele recusado. Indique o procedimento a ser adotado.
 A Registro apenas em Boletim de Ocorrência para futuras providências. 
 Considerando que ocorrera prisão em flagrante, ante a não assinatura do Termo de Comparecimento ao JECRIM, deve o Delegado de Polícia lavrar auto de prisão em flagrante, fixando fiança. 
 Deve o Delegado lavrar o auto de prisão em flagrante e permitir que Mévio se livre solto
 O Termo Circunstanciado deve ser remetido ao Juízo, mesmo que Mévio não tenha assinado o Termo de Comparecimento, para que o Magistrado, ouvido o Ministério Público, tome as providências que julgar cabíveis, podendo até decretar eventual prisão temporária.
CASO 5
João e José são indiciados em IP pela prática do crime de peculato. Concluído o IP e remetidos ao MP, este vem oferecer denúncia em face de João, silenciando quanto à José, que é recebida pelo juiz na forma em que foi proposta. Pergunta-se: Trata-se a hipótese de arquivamento implícito? Aplica-se a Súmula 524 do STF? 
R: Para a parcela da doutrina que admite a possibilidade de arquivamento implícito, deveria incidir a súmula 524 do STF, ou seja, para incluir José na ação penal deve o MP dispor de novas provas pois a situação descrita no caso concreto amoldar-se-ia ao chamado arquivamento implícito subjetivo. No entanto seguindo o entendimento majoritário da doutrina e da jurisprudência, não é possível a adoção do chamado arquivamento implícito, devendo qualquer manifestação neste sentido ser feita de forma expressa. Sendo assim, bastaria que o promotor de justiça se realiza um aditamento incluindo José na referida ação penal.
2- Na cidade “A”, o Delegado de Polícia instaurou inquérito policial para averiguar a possível ocorrência do delito de estelionato praticado por Márcio, tudo conforme minuciosamente narrado na requisição do Ministério Público Estadual. Ao final da apuração, o Delegado de Polícia enviou o inquérito devidamente relatado ao Promotor de Justiça. No entendimento do parquet, a conduta praticada por Márcio, embora típica, estaria prescrita. Nessa situação, o Promotor deverá
arquivar os autos. b)
oferecer denúncia.
determinar a baixa dos autos.
requerer o arquivamento.
3- A autoridade policial, ao chegar no local de trabalho como de costume, lê o noticiário dos principais jornais em circulação naquela circunscrição. Dessa forma, tomou conhecimento, através de uma das reportagens, que o indivíduo conhecido como “José da Carroça”, mais tarde identificado como José de Oliveira, teria praticado um delito de latrocínio. Diante da notícia da ocorrência de tão grave crime, instaurou o regular inquérito policial, passando a investigar o fato. Após reunir inúmeras provas, concluiu que não houve crime. Nesse caso, deverá a autoridade policial: 
A) determinar o arquivamento dos autos por falta de justa causa para a propositura da ação.
 B) encaminhar os autos ao Ministério Público para que este determine o seu arquivamento.
 C) relatar o inquérito policial, sugerindo ao Ministério Público seu arquivamento, o que será apreciado pelo juiz.
 D) relatar o fato a Chefe de Polícia, solicitando autorização para arquivar os autos por ausência de justa causa para a ação penal.
 E) relatar o inquérito policial, requerendo o seu arquivamento e encaminhando-o ao juízo competente.
CASO 06
 João, diretor de uma empresa de marketing, agride sua mulher, Maria, modelo fotográfica, causando-lhe lesão de natureza leve. Instaurado inquérito policial, este é concluído após 30 dias, contendo a prova da materialidade e da autoria, e remetido ao Ministério Público. Maria, então, procura o Promotor de Justiça e pede a este que não denuncie João, pois o casal já se reconciliou, a lesão já desapareceu e, principalmente, a condenação de João (que é reincidente) faria com que este perdesse o emprego, o que deixaria a própria vítima e seus três filhos menores em situação dificílima. Diante de tais razões, pode o MP deixar de oferecer denúncia? 
R: Não, ainda que seja leve, ela passou a ser incondicionada, portanto não é possível que o MP deixe de oferecer a denúncia, mesmo sendo a lesão de natureza leve, por ter ocorrido a violência no âmbito doméstico contra a mulher. A ação passa a ser pública incondicionada, conforme súmula 542 do STF, o que não deixa margem para não atuação do promotor que esta submetida ao princípio da obrigatoriedade.
2-Paulo Ricardo, funcionário público federal, foi ofendido, em razão do exercício de suas funções, por Ana Maria. Em face dessa situação hipotética, assinale a opção correta no que concerne à legitimidade para a propositura da respectiva ação penal.
 a) Será concorrente a legitimidade de Paulo Ricardo, mediante queixa, e do MP, condicionada à representação do ofendido. (sumula 714 stf)
 b) Somente o MP terá legitimidade para a propositura da ação penal, mas, para tanto, será necessária a representação do ofendido ou a requisição do chefe imediato de Paulo Ricardo.
 c) A ação penal será pública incondicionada, considerando-se que a ofensa foi praticada propter officium e que há manifesto interesse público na persecução criminal.
 d) A ação penal será privada, do tipo personalíssima. 
3- Maria, que tem 18 anos de idade, é universitária e reside com os pais, que a sustentam financeiramente, foi vítima de crime que é processado mediante ação penal pública condicionada à representação. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
Caso Maria venha a falecer, prescreverá o direito de representação se seus pais não requererem a nomeação de curador especial pelo juiz, no prazo legal. 
 O representante legal de Maria também poderá mover a ação penal, visto que o direito de ação é concorrente em face da dependência financeira e inicia-se a partir da data em que o crime tenha sido consumado. 
 Caso Maria deixe de exercer o direito de representação, a condição de procedibilidade da ação penal poderá ser satisfeita por meio de requisição do ministro da justiça.
 Caso Maria exerça seu direito à representação e o membro do MP não promova a ação penal no prazo legal, Maria poderá mover ação penal privada subsidiária da pública.

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