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EPISTEMOLOGIAS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
FACULDADE DE DIREITO
Nome: Leonardo Marques da Silva Santos 1⁰B GRR20176274
Obra: Epistemologias do Sul
Autor: Maria Paula Meneses 
Disciplina: Metodologia do Trabalho Científico Data: 16/09/2017
Professor(a): Angela Couto Machado Fonseca
FICHA-RESUMO
Como forma de alcançar o conhecimento, utiliza-se da especulação, sendo essa uma característica humana quanto a sua cultura. Entretanto, a racionalidade não alcança todas as questões filosóficas existentes. Assim, nasceu a epistemologia do Sul com Boaventura de Sousa Santos.
Há uma hierarquia no saber (a causa disso é o fato de considerarem irrelevantes os saberes ignorados) quando abordada uma análise enfocada nos eixos Norte-Sul do globo, desigualdade essa que tem uma origem histórica. Além disso, há, também, uma hierarquia nos sistemas econômico, político e cultural, que, quando combinados, resultam na reprodução de estereótipos e discriminações. 
A diferença de tratamento entre as fontes axiológicas implica a atribuição do direito de julgar o verdadeiro e o falso à ciência, o que por sua enseja as contradições encontradas nos debates epistemológicos.
Para a resolução dos problemas citados acima, faz-se necessário, uma total mudança de eixos quanto a produção do conhecimento, como explicitado no sexto parágrafo do texto: 
Repensar todos os passados e perspectivas futuras à luz de outras perspectivas, que não as do Norte global; a ontológica, que passa pela renegociação das definições do ser e dos seus sentidos; e, finalmente, a epistémica, que contesta a compreensão exclusiva e imperial do conhecimento, desafiando o privilégio epistémico do Norte global.
Com a possibilidade de haver a presença de diversas logicas e formas de pensar, faz-se necessária a comunicação entre essas diferentes culturas, sendo essa proposta metodológica a tradução intercultural. O resultado disso seria o Sul global, que repreende um conjunto de epistemologias dinâmicas. O ponto principal é a procura por pistas para a integração de outras perspectivas, além das dominantes.
Da mesma forma, João Arriscado Nunes, em seu trabalho “O resgate da epistemologia”, aponta os problemas ocorridos na epistemologia dominante, explorando a viabilidade de diálogo entre a crítica como projeto filosófico e a proposta de uma epistemologia do Sul global. Para o autor, este projeto passa a abranger todos os saberes, fato esse que leva à necessidade de estabelecer as condições da sua produção e validação. Seguindo na mesma linha de Meneses e Nunes, outros teóricos – incluindo Nelson Maldonado-Torres, Ramón Grosfoguel e Paulin Hountondji avaliam a possibilidade de haver um diálogo entre as diversas fontes epistemológicas, reconfigurando o modo como essa questão era tratada.
Com esse intuito e mais especificamente baseada em Hountondji, Maria Paula Meneses utiliza da ideia de que as diferentes culturas devem ter imagens concretas sobre si e sobre as demais, tarefa essa que demanda um envolvimento direto entre elas. 
A insistência na tradição – nome atribuído por ser anterior à modernidade; como forma de se opor à racionalidade moderna e outras fontes epistemológicas - acaba por limitar e prejudicar a análise e crítica da estrutura conceitual em que as concepções ideológicas modernas se assentam.
Perdura o debate acerca da validade do conhecimento. Percebe-se que a real intenção do texto é abrir um leque de possibilidades resolutivas quanto a epistemologia moderna, que tem seus defeitos e irregularidades salientados ao longo do trabalho de Meneses. O plano ideal aqui proposto seria uma abertura epistemológica, em que seriam consideradas outras perspectivas, além das dominantes, que teriam uma intercomunicação, na reflexão sobre esse vasto mundo.
COMENTÁRIOS FINAIS 
Ainda nos dias de hoje, há uma estrutura de dominação intercontinental para além de aspectos políticos, sociais e geográficos, como é abordado ao longo da produção de Maria Paula Meneses. Essa desigualdade concentra-se no âmbito epistêmico/ do conhecimento, dando destaque ao desequilíbrio entre o eixo Norte-Sul, desequilíbrio esse que tem origens históricas na época da colonização, em que o Norte prepondera em detrimento do Sul.
A proposta do texto, que como já mencionado anteriormente, abrange não só a perspectiva da autora quanto ao tema, mas também diversos outros autores que, mesmo tendo suas peculiaridades quanto a formulação de suas teorias e pontos de vista utilizados para tal, seguem o mesmo ponto central: a necessidade de reformulação da epistemologia tradicional dominante.
Para seu cumprimento, seria necessária a auto identificação das culturas, assim como a Inter identificação, para que houvesse a possibilidade de comunicação e colaboração de umas com as outras na produção epistemológica, o que poderia inclusive ensejar uma quebra de preconceitos e estereótipos. 
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Assinatura

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