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1 L e i 6 7 6 6 /7 9 P a rc e la m e n to d o s o lo u rb a n o 4 2 3 Lei nº 6.766, de 19 de Dezembro de 1979 Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá outras providências. Texto atualizado em 30.3.01 / Última Lei 9.785, 29.1.1999 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º - O parcelamento do solo para fins urbanos será regido por esta Lei. Parágrafo único - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão estabelecer normas complementares relativas ao parcelamento do solo municipal para adequar o previsto nesta Lei às peculiaridades regionais e locais. CAPÍTULO I Disposições Preliminares Art. 2º - O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou desmembramento, observadas as disposições desta Lei e as das legislações estaduais e municipais pertinentes. § 1º - Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes. § 2º - considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou amplicação dos já existentes. § 3º - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99) § 4º - Considera-se lote o terreno servido de infra-estrutura básica cujas dimensões atendam aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em que se situe.(Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99) § 5º - Consideram-se infra-estrutura básica os equipamentos urbanos de escoamento das águas pluviais, iluminação pública, redes de esgoto sanitário e abastecimento de água potável, e de energia elétrica pública e domiciliar e as vias de circulação pavimentadas ou não.(Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99) § 6º - A infra-estrutura básica dos parcelamentos situados nas zonas habitacionais declaradas por lei como de interesse social (ZHIS) consistirá, no mínimo, de: (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99) I - vias de circulação; (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99) II - escoamento das águas pluviais; (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99) III - rede para o abastecimento de água potável; e(Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99) IV - soluções para o esgotamento sanitário e para a energia elétrica domiciliar.(Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99) Art. 3º Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas, de expansão urbana ou de urbanização específica, assim definidas pelo plano diretor ou aprovadas por lei municipal. (NR) (Redação dada 4 pela Lei nº 9.785, 29.1.99) Parágrafo único - Não será permitido o parcelamento do solo: I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas; II - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que sejam previamente saneados; III - em terreno com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas exigências específicas das autoridades competentes; IV - em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação; V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção. CAPÍTULO II Dos Requisitos Urbanísticos para Loteamento Art. 4º - Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: I - as áreas destinadas a sistemas de circulação, a implantação de equipamento urbano e comunitário, bem como a espaços livres de uso público, serão proporcionais à densidade de ocupação prevista pelo plano diretor ou aprovada por lei municipal para a zona em que se situem. (NR) (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99) II - os lotes terão área mínima de 125 m2 (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando a legislação estadual ou municipal determinar maiores exigências, ou quando o loteamento se destinar a urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes; III - ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das rodovias, ferrovias e dutos, será obrigatória a reserva de uma faixa non aedificandi de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exigências da legislação específica; IV - as vias de loteamento deverão articular-se com as vias adjacentes oficiais, existentes ou projetadas, e harmonizar-se com a topografia local. § 1º - A legislação municipal definirá, para cada zona em que se dívida o território do Município, os usos permitidos e os índices urbanísticos de parcelamento e ocupação do solo, que incluirão, obrigatoriamente, as áreas mínimas e máximas de lotes e os coeficientes máximos de aproveitamento. (NR) (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99) § 2º - Consideram-se comunitários os equipamentos públicos de educação, cultura, saúde, lazer e similares. Art. 5º - O Poder Público competente poderá complementarmente exigir, em cada loteamento, a reserva de faixa non aedificandi destinada a equipamentos urbanos. Parágrafo único. Consideram-se urbanos os equipamentos públicos de abastecimento de água, serviços de esgotos, energia elétrica, coletas de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado. CAPÍTULO III Do Projeto de Loteamento Art. 6º - Antes da elaboração do projeto de loteamento, o interessado deverá solicitar à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o caso, que 5 defina as diretrizes para o uso do solo, traçado dos lotes, do sistema viário, dos espaços livres e das áreas reservadas para equipamento urbano e comunitário, apresentando, para este fim, requerimento e planta do imóvel contendo, pelo menos: I - as divisas da gleba a ser loteada; II - as curvas de nível a distância adequada, quando exigidas por lei estadual ou municipal; III - a localização dos cursos d'água, bosques e construções existentes; IV - a indicação dos arruamentos contíguos a todo o perímetro, a localização das vias de comunicação, das áreas livres, dos equipamentos urbanos e comunitários, existentes no local ou em suas adjacências, com as respectivas distâncias da área a ser loteada; V - o tipo de uso predominante a que o loteamento se destina; VI - as características, dimensões e localização das zonas de uso contíguas. Art. 7º - A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, indicará, nas plantas apresentadas junto com o requerimento, de acordo com as diretrizes de planejamento estadual e municipal: I - as ruas ou estradas existentes ou projetadas, que compõem o sistema viário da cidade e do Município relacionadas com o loteamento pretendido e a serem respeitadas; II - o traçado básico do sistema viário principal; III - a localização aproximada dos terrenos destinados a equipamento urbano e comunitário e das áreas livres de uso público; IV - as faixas sanitárias do terreno necessárias ao escoamentodas águas pluviais e as faixas não edificáveis; V - a zona ou zonas de uso predominante da área, com indicação dos usos compatíveis. Parágrafo único - As diretrizes expedidas vigorarão pelo prazo máximo de quatro anos. (NR) (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99) Art. 8º - Os Municípios com menos de cinqüenta mil habitantes e aqueles cujo plano diretor contiver diretrizes de urbanização para a zona em que se situe o parcelamento poderão dispensar, por lei, a fase de fixação de diretrizes previstas nos arts. 6º e 7º desta Lei. (NR) (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99) Art. 9º - Orientado pelo traçado e diretrizes oficiais, quando houver, o projeto, contendo desenhos, memorial descritivo e cronograma de execução das obras com duração máxima de quatro anos, será apresentado à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal, quando for o caso, acompanhado de certidão atualizada da matrícula da gleba, expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis competente, de certidão negativa de tributos municipais e do competente instrumento de garantia, ressalvado o disposto no § 4º do art. 18. (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99) § 1º - Os desenhos conterão pelo menos: I - a subdivisão das quadras em lotes, com as respectivas dimensões e numeração; II - o sistema de vias com a respectiva hierarquia; III - as dimensões lineares e angulares do projeto, com raios, cordas, arcos, ponto de tangência e ângulos centrais das vias; IV - os perfis longitudinais, e transversais de todas as vias de circulação e praças; 6 V - a indicação dos marcos de alinhamento e nivelamento localizados nos ângulos de curvas e vias projetadas; VI - a indicação em planta e perfis de todas as linhas de escoamento das águas pluviais. § 2º - O memorial descritivo deverá conter, obrigatoriamente, pelo menos: I - a descrição sucinta do loteamento, com as suas características e a fixação da zona ou zonas de uso predominante; II - as condições urbanísticas do loteamento e as limitações que incidem sobre os lotes e suas construções, além daquelas constantes das diretrizes fixadas; III - a indicação das áreas públicas que passarão ao domínio do Município no ato de registro do loteamento; IV - a enumeração dos equipamentos urbanos, comunitários e dos serviços públicos ou de utilidade pública, já existentes no loteamento e adjacências. § 3º - Caso se constate, a qualquer tempo, que a certidão da matrícula apresentada como atual não tem mais correspondência com os registros e averbações cartorárias do tempo da sua apresentação, além das conseqüências penais cabíveis, serão consideradas insubsistentes tanto as diretrizes expedidas anteriormente, quanto as aprovações conseqüentes. (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99) CAPÍTULO IV Do Projeto de Desmembramento Art. 10º - Para a aprovação de projeto de desmembramento, o interessado apresentará requerimento à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o caso, acompanhado de certidão atualizada da matrícula da gleba, expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis competente, ressalvado o disposto no § 4º do art. 18, e de planta do imóvel a ser desmembrado contendo: (NR) (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99) I - a indicação das vias existentes e dos loteamentos próximos; II - a indicação do tipo de uso predominante no local; III - a indicação da divisão de lotes pretendida na área. Art. 11º - Aplicam-se ao desmembramento, no que couber, as disposições urbanísticas vigentes para as regiões em que se situem ou, na ausência destas, as disposições urbanísticas para os loteamentos. (NR) (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99) Parágrafo único - O Município, ou o Distrito Federal quando for o caso, fixará os requisitos exigíveis para a aprovação de desmembramento de lotes decorrentes de loteamento cuja destinação da área pública tenha sido inferior à mínima prevista no § 1º do art. 4º desta Lei. CAPÍTULO V Da Aprovação do Projeto de Loteamento e Desmembramento Art. 12º - O projeto de loteamento e desmembramento deverá ser aprovado pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, a quem compete também a fixação das diretrizes a que aludem os artigos 6º e 7º desta Lei, salvo a exceção prevista no artigo seguinte. Parágrafo único - O projeto aprovado deverá ser executado no prazo constante do cronograma de execução, sob pena de caducidade da aprovação. 7 (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99) Art. 13º - Aos Estados caberá disciplinar a aprovação pelos Municípios de loteamentos e desmembramentos nas seguintes condições: (NR) (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99) I - quando localizados em áreas de interesse especial, tais como as de proteção aos mananciais ou ao patrimônio cultural, histórico, paisagístico e arqueológico, assim definidas por legislação estadual ou federal; II - quando o loteamento ou desmembramento localizar-se em área limítrofe do Município, ou que pertença a mais de um Município, nas regiões metropolitanas ou em aglomerações urbanas, definidas em lei estadual ou federal; III - quando o loteamento abranger área superior a 1.000.000 m2 (um milhão de metros quadrados). Parágrafo único - No caso de loteamento ou desmembramento localizado em área de Município integrante de região metropolitana, o exame e a anuência prévia à aprovação do projeto caberão à autoridade metropolitana. Art. 14º - Os Estados definirão, por decreto, as áreas de proteção especial, previstas no inciso I do artigo anterior. Art. 15º - Os Estados estabelecerão, por decreto, as normas a que deverão submeter-se os projetos de loteamento e desmembramento nas áreas previstas no art. 13º, observadas as disposições desta Lei. Parágrafo único - Na regulamentação das normas previstas neste artigo, o Estado procurará atender às exigências urbanísticas do planejamento municipal. Art. 16º - A lei municipal definirá os prazos para que um projeto de parcelamento apresentado seja aprovado ou rejeitado e para que as obras executadas sejam aceitas ou recusadas. (NR) (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99) § 1º - Transcorridos os prazos sem a manifestação do Poder Público, o projeto será considerado rejeitado ou as obras recusadas, assegurada a indenização por eventuais danos derivados da omissão. (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99) § 2º - Nos Municípios cuja legislação for omissa, os prezes serão de noventa dias para a aprovação ou rejeição e de sessenta dias para a aceitação ou recusa fundamentada das obras de urbanização." (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99) Art. 17º - Os espaços livres de uso comum, as vias e praças, as áreas destinadas a edifícios públicos e outros equipamentos urbanos, constantes do projeto e do memorial descritivo, não poderão ter sua destinação alterada pelo loteador, desde a aprovação do loteamento, salvo as hipóteses de caducidade da licença ou desistência do loteador, sendo, neste caso, observadas as exigências do art. 23 desta Lei. CAPÍTULO VI Do Registro do Loteamento e Desmembramento Art. 18º - Aprovado o projeto de loteamento ou de desmembramento, o loteador deverá submetê-lo ao Registro Imobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de caducidade da aprovação, acompanhado dos seguintes documentos: I - título de propriedade do imóvel ou certidão da matrícula, ressalvado o 8 disposto nos §§ 4º e 5º; (NR) (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99) II - histórico dos títulos de propriedade do imóvel, abrangendo os últimos 20 (vinte) anos, acompanhado dos respectivos comprovantes; III - certidões negativas: a) de tributos federais,estaduais e municipais incidentes sobre o imóvel; b) de ações reais referentes ao imóvel, pelo período de 10 (dez) anos; c) de ações penais com respeito ao crime contra o patrimônio e contra a Administração Pública; IV - certidões: a) dos Cartórios de Protestos de Títulos, em nome do loteador, pelo período de 10 (dez) anos; b) de ações pessoais relativas ao loteador, pelo período de 10 (dez) anos; c) de ônus reais relativos ao imóvel; d) de ações penais contra o loteador, pelo período de 10 (dez) anos; V - cópia do ato de aprovação do loteamento e comprovante do termo de verificação pela Prefeitura Municipal ou pelo Distrito Federal, da execução das obras exigidas por legislação municipal, que incluirão, no mínimo, a execução das vias de circulação do loteamento, demarcação dos lotes, quadras e logradouros e das obras de escoamento das águas pluviais ou da, aprovação de um cronograma, com a duração máxima de quatro anos, acompanhado de competente instrumento de garantia para a execução das obras; (NR) (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99) VI - exemplar do contrato-padrão de promessa de venda, ou de cessão ou de promessa de cessão, do qual constarão obrigatoriamente as indicações previstas no art. 26 desta Lei; VII - declaração do cônjuge do requerente de que consente no registro do loteamento. § 1º - Os períodos referidos nos incisos III, b e IV, a, b e d, tomarão por base a data do pedido de registro do loteamento, devendo todas elas ser extraídas em nome daqueles que, nos mencionados períodos, tenham sido titulares de direitos reais sobre o imóvel. § 2º - A existência de protestos, de ações pessoais ou de ações penais, exceto as referentes a crime contra o patrimônio e contra a administração, não impedirá o registro do loteamento se o requerente comprovar que esses protestos ou ações não poderão prejudicar os adquirentes dos lotes. Se o oficial do registro de imóveis julgar insuficiente a comprovação feita, suscitará a dúvida perante o juiz competente. § 3º - A declaração a que se refere o inciso VII deste artigo não dispensará o consentimento do declarante para os atos de alienação ou promessa de alienação de lotes, ou de direitos a eles relativos, que venham a ser praticados pelo seu cônjuge. § 4º - O título de propriedade será dispensado quando se tratar de parcelamento popular, destinado as classes de menor renda, em imóvel declaração de utilidade pública, com processo de desapropriação judicial em curso e imissão provisória na posse, desde que promovido pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios ou suas entidades delegadas, autorizadas por lei a 9 implantar projetos de habitação. (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99) § 5º - No caso de que trata o § 4º, o pedido de registro do parcelamento, além dos documentos mencionados nos incisos V e VI deste artigo, será instruído com cópias autênticas da decisão que tenha concedido a imissão provisória na posse, do decreto de desapropriação, do comprovante de sua publicação na imprensa oficial e, quando formulado por entidades delegadas, da lei de criação e de seus atos constitutivos. (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99) Art. 19º - Examinada a documentação e encontrada em ordem, o oficial do registro de imóveis encaminhará comunicação à Prefeitura e fará publicar, em resumo e com pequeno desenho de localização da área, edital do pedido de registro em 3 (três) dias consecutivos, podendo este ser impugnado no prazo de 15 (quinze) dias contados da data da última publicação. § 1º - Findo o prazo sem impugnação, será feito imediatamente o registro. Se houver impugnação de terceiros, o oficial do registro de imóveis intimará o requerente e a Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, para que sobre ela se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de arquivamento do processo. Com tais manifestações o processo será enviado ao juiz competente para decisão. § 2º - Ouvido o Ministério Público no prazo de 5 (cinco) dias, o juiz decidirá de plano ou após instrução sumária, devendo remeter ao interessado as vias ordinárias caso a matéria exija maior indagação. § 3º - Nas capitais, a publicação do edital se fará no Diário Oficial do Estado e num dos jornais de circulação diária. Nos demais Municípios, a publicação se fará apenas num dos jornais locais, se houver, ou, não havendo, em jornal da região. § 4º - O oficial do registro de imóveis que efetuar o registro em desacordo com as exigências desta Lei ficará sujeito a multa equivalente a 10 (dez) vezes os emolumentos regimentais fixados para o registro, na época em que for aplicada a penalidade pelo juiz corregedor do cartório, sem prejuízo das sanções penais e administrativas cabíveis. § 5º - Registrado o loteamento, o oficial de registro comunicará, por certidão, o seu registro à Prefeitura. Art. 20º - O registro do loteamento será feito, por extrato, no livro próprio. Parágrafo único - No Registro de Imóveis far-se-á o registro do loteamento, com uma indicação para cada lote, a averbação das alterações, a abertura de ruas e praças e as áreas destinadas a espaços livres ou a equipamentos urbanos. Art. 21º - Quando a área loteada estiver situada em mais de uma circunscrição imobiliária, o registro será requerido primeiramente perante aquela em que estiver localizada a maior parte da área loteada. Procedido o registro nessa circunscrição, o interessado requererá, sucessivamente, o registro do loteamento em cada uma das demais, comprovando perante cada qual o registro efetuado na anterior, até que o loteamento seja registrado em todas. Denegado o registro em qualquer das circunscrições, essa decisão será comunicada, pelo oficial do registro de imóveis, às demais para efeito de cancelamento dos registros feitos, salvo se ocorrer a hipótese prevista no § 4º deste artigo. 10 § 1º - Nenhum lote poderá situar-se em mais de uma circunscrição. § 2º - É defeso ao interessado processar simultaneamente, perante diferentes circunscrições, pedidos de registro do mesmo loteamento, sendo nulos os atos praticados com infração a esta norma. § 3º - Enquanto não procedidos todos os registros de que trata este artigo, considerar-se-á o loteamento como não registrado para os efeitos desta Lei. § 4º - O indeferimento do registro do loteamento em uma circunscrição não determinará o cancelamento do registro procedido em outra, se o motivo do indeferimento naquela não se estender à área situada sob a competência desta, e desde que o interessado requeira a manutenção do registro obtido, submetido o remanescente do loteamento a uma aprovação prévia perante a Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso. Art. 22º - Desde a data de registro do loteamento, passam a integrar o domínio do Município as vias e praças, os espaços, livres e as áreas destinadas a edifícios públicos e outros equipamentos urbanos, constantes do projeto e do memorial descritivo. Art. 23º - O registro do loteamento só poderá ser cancelado: I - por decisão judicial; II - a requerimento do loteador, com anuência da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o caso, enquanto nenhum lote houver sido objeto de contrato; III - a requerimento conjunto do loteador e de todos os adquirentes de lotes, com anuência da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o caso, e do Estado. § 1º - A Prefeitura e o Estado só poderão se opor ao cancelamento se disto resultar inconveniente comprovado para o desenvolvimento urbano ou se já se tiver realizado qualquer melhoramento na área loteada ou adjacências. § 2º - Nas hipóteses dos incisosII e III, o oficial do registro de imóveis fará publicar, em resumo, edital do pedido de cancelamento, podendo este ser impugnado no prazo de 30 (trinta) dias contados da data da última publicação. Findo esse prazo, com ou sem impugnação, o processo será remetido ao juiz competente para homologação do pedido de cancelamento, ouvido o Ministério Público. § 3º - A homologação de que trata o parágrafo anterior será precedida de vistoria judicial destinada a comprovar a inexistência de adquirentes instalados na área loteada. Art. 24º - O processo de loteamento e os contratos depositados em cartório poderão ser examinados por qualquer pessoa, a qualquer tempo, independentemente do pagamento de custas ou emolumentos, ainda que a título de busca. CAPÍTULO VII Dos Contratos Art. 25º - São irretratáveis os compromissos de compra e venda, cessões e promessas de cessão, os que atribuam direito a adjudicação compulsória e, estando registrados, confiram direito real oponível a terceiros. Art. 26º - Os compromissos de compra e venda, as cessões ou promessas de 11 cessão poderão ser feitos por escritura pública ou por instrumento particular, de acordo com o modelo depositado na forma do inciso VI do art. 18 e conterão, pelo menos, as seguintes indicações: I - nome, registro civil, cadastro fiscal no Ministério da Fazenda, nacionalidade, estado civil e residência dos contratantes; II - denominação e situação do loteamento, número e data da inscrição; III - descrição do lote ou dos lotes que forem objeto de compromissos, confrontações, área e outras características; IV - preço, prazo, forma e local de pagamento bem como a importância do sinal; V - taxa de juros incidentes sobre o débito em aberto e sobre as prestações vencidas e não pagas, bem como a cláusula penal, nunca excedente a 10% (dez por cento) do débito e só exigível nos casos de intervenção judicial ou de mora superior a 3 (três) meses; VI - indicação sobre a quem incumbe o pagamento dos impostos e taxas incidentes sobre o lote compromissado; VII - declaração das restrições urbanísticas convencionais do loteamento, supletivas da legislação pertinente. § 1º - O contrato deverá ser firmado em três vias ou extraído em três traslados, sendo um para cada parte e o terceiro para arquivo no registro imobiliário, após o registro e anotações devidas. § 2º - Quando o contrato houver sido firmado por procurador de qualquer das partes, será obrigatório o arquivamento da procuração no Registro Imobiliário. § 3º - Admite-se, nos parcelamentos populares, a cessão da posse em que estiverem provisoriamente imitidas a União, Estados, Distrito Federal, Municípios e suas entidades delegadas, o que poderá ocorrer por instrumento particular, ao qual se atribui, para todos os fins de direito, caráter de escritura pública, não se aplicando a disposição do inciso II do art. 134 do Código Civil. (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99) § 4º - A cessão da posse referida no § 3º, cumpridas as obrigações do cessionário, constitui crédito contra o expropriante, de aceitação obrigatória em garantia de contratos de financiamentos habitacionais. (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99) § 5º - Com o registro da sentença que, em processo de desapropriação, fixar o valor da indenização, a posse referida no § 3º converter-se-á em propriedade e a sua cessão, em compromisso de compra e venda ou venda e compra, conforme haja obrigações a cumprir ou estejam elas cumpridas, circunstância que, demonstradas ao Registro de Imóveis, serão averbadas na matrícula relativa ao lote. (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99) § 6º- Os compromissos de compra e venda, as cessões e as promessas de cessão valerão como título para o registro da propriedade do lote adquirido, quando acompanhados da respectiva prova de quitação. (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99) Art. 27º - Se aquele que se obrigou a concluir contrato de promessa de venda ou de cessão não cumprir a obrigação, o credor poderá notificar o devedor para outorga do contrato ou oferecimento de impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de proceder-se ao registro do pré contrato, passando as relações entre as partes a serem regidas pelo contrato-padrão. 12 § 1º - Para fins deste artigo, terão o mesmo valor de pré-contrato a promessa de cessão, a proposta de compra, a reserva de lote ou qualquer outro instrumento, do qual conste a manifestação da vontade das partes, a indicação do lote, o preço e modo de pagamento, e a promessa de contratar. § 2º - O registro de que trata este artigo não será procedido se a parte que o requereu não comprovar haver cumprido a sua prestação, nem a oferecer na forma devida, salvo se ainda não exigível. § 3º - Havendo impugnação daquele que se comprometeu a concluir o contrato, observar-se-á o disposto nos artigos 639 e 640 do Código de Processo Civil. Art. 28º - Qualquer alteração ou cancelamento parcial do loteamento registrado dependerá de acordo entre o loteador e os adquirentes de lotes atingidos pela alteração, bem como da aprovação pela Prefeitura Municipal, ou do Distrito Federal quando for o caso, devendo ser depositada no Registro de Imóveis, em complemento ao projeto original, com a devida averbação. Art. 29º - Aquele que adquirir a propriedade loteada mediante ato inter vivos, ou por sucessão causa mortis, sucederá o transmitente em todos os seus direitos e obrigações, ficando obrigado a respeitar os compromissos de compra e venda ou as promessas de cessão, em todas as suas cláusulas, sendo nula qualquer disposição em contrário, ressalvado o direito do herdeiro ou legatário de renunciar à herança ou ao legado. Art. 30º - A sentença declaratória de falência ou da insolvência de qualquer das partes não rescindirá os contratos de compromisso de compra e venda ou de promessa de cessão que tenham por objeto a área loteada ou lotes da mesma. Se a falência ou insolvência for do proprietário da área loteada ou do titular de direito sobre ela, incumbirá ao síndico ou ao administrador dar cumprimento aos referidos contratos; se do adquirente do lote, seus direitos serão levados à praça. Art. 31º - O contrato particular pode ser transferido por simples trespasse, lançado no verso das vias em poder das partes, ou por instrumento em separado, declarando-se o número do registro do loteamento, o valor da cessão e a qualificação do cessionário, para o devido registro. § 1º - A cessão independe da anuência do loteador, mas, em relação a este, seus efeitos só se produzem depois de cientificado, por escrito, pelas partes ou quando registrada a cessão. § 2º - Uma vez registrada a cessão, feita sem anuência do loteador, o oficial do registro dar-lhe-á ciência, por escrito, dentro de 10 (dez) dias. Art. 32º - Vencida e não paga a prestação, o contrato será considerado rescindido 30 (trinta) dias depois de constituído em mora o devedor. § 1º - Para os fins deste artigo o devedor-adquirente será intimado, a requerimento do credor, pelo oficial do registro de imóveis, a satisfazer as prestações vencidas e as que se vencerem até a data do pagamento, os juros convencionados e as custas de intimação. § 2º - Purgada a mora, convalescerá o contrato. § 3º - Com a certidão de não haver sido feito o pagamento em cartório, o 13 vendedor requererá ao oficial do registro o cancelamento da averbação. Art. 33º - Se o credor das prestações se recusar a recebê-las ou furtar se ao seu recebimento, será constituído em mora mediante notificação do oficial do registro de imóveis para vir receber as importâncias depositadas pelo devedor no próprio Registrode Imóveis. Decorridos 15 (quinze) dias após o recebimento da intimação, considerar-se-á efetuado o pagamento, a menos que o credor impugne o depósito e, alegando inadimplemento do devedor, requeira a intimação deste para os fins do disposto no art. 32 desta Lei. Art. 34º - Em qualquer caso de rescisão por inadimplemento do adquirente, as benfeitorias necessárias ou úteis por ele levadas a efeito no imóvel deverão ser indenizadas, sendo de nenhum efeito qualquer disposição contratual em contrário. Parágrafo único - Não serão indenizadas as benfeitorias feitas em desconformidade com o contrato ou com a lei. Art. 35º - Ocorrendo o cancelamento do registro por inadimplemento do contrato e tendo havido o pagamento de mais de um terço do preço ajustado, o oficial do registro de imóveis mencionará este fato no ato do cancelamento e a quantia paga; somente será efetuado novo registro relativo ao mesmo lote, se for comprovada a restituição do valor pago pelo vendedor ao titular do registro cancelado, ou mediante depósito em dinheiro à sua disposição junto ao Registro de Imóveis. § 1º - Ocorrendo o depósito a que se refere este artigo, o oficial do registro de imóveis intimará o interessado para vir recebê-lo no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de ser devolvido ao depositante. § 2º - No caso de não ser encontrado o interessado, o oficial do registro de imóveis depositará a quantia em estabelecimento de crédito, segundo a ordem prevista no inciso I do art. 666 do Código de Processo Civil, em conta com incidência de juros e correção monetária. Art. 36º - O registro do compromisso, cessão ou promessa de cessão só poderá ser cancelado: I - por decisão judicial; II - a requerimento conjunto das partes contratantes; III - quando houver rescisão comprovada do contrato. CAPÍTULO VIII Disposições Gerais Art. 37º - É vedado vender ou prometer vender parcela de loteamento ou desmembramento não registrado. Art. 38º - Verificado que o loteamento ou desmembramento não se acha registrado ou regularmente executado ou notificado pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, deverá o adquirente do lote suspender o pagamento das prestações restantes e notificar o loteador para suprir a falta. § 1º - Ocorrendo a suspensão do pagamento das prestações restantes, na forma do caput deste artigo, o adquirente efetuará o depósito das prestações devidas junto ao Registro de Imóveis competente, que as depositará em 14 estabelecimento de crédito, segundo a ordem prevista no inciso I do art. 666 do Código de Processo Civil, em conta com incidência de juros e correção monetária, cuja movimentação dependerá de prévia autorização judicial. § 2º - A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, ou o Ministério Público, poderá promover a notificação ao loteador prevista no caput deste artigo. § 3º - Regularizado o loteamento pelo loteador, este promoverá judicialmente a autorização para levantar as prestações depositadas, com os acréscimos de correção monetária e juros, sendo necessária a citação da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o caso, para integrar o processo judicial aqui previsto, bem como audiência do Ministério Público. § 4º - Após o reconhecimento judicial de regularidade do loteamento, o loteador notificará os adquirentes dos lotes, por intermédio do Registro de Imóveis competente, para que passem a pagar diretamente as prestações restantes, a contar da data da notificação. § 5º - No caso de o loteador deixar de atender à notificação até o vencimento do prazo contratual, ou quando o loteamento ou desmembramento for regularizado pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, nos termos do art. 40 desta Lei, o loteador não poderá, a qualquer título, exigir o recebimento das prestações depositadas. Art. 39º - Será nula de pleno direito a cláusula de rescisão de contrato por inadimplemento do adquirente, quando o loteamento não estiver regularmente inscrito. Art. 40º - A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, se desatendida pelo loteador a notificação, poderá regularizar loteamento ou desmembramento não autorizado ou executado sem observância das determinações do ato administrativo de licença, para evitar lesão aos seus padrões de desenvolvimento urbano e na defesa dos direitos dos adquirentes de lotes. § 1º - A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, que promover a regularização, na forma deste artigo, obterá judicialmente o levantamento das prestações depositadas, com os respectivos acréscimos de correção monetária e juros, nos termos do § 1º do art. 38 desta Lei, a título de ressarcimento das importâncias despendidas com equipamentos urbanos ou expropriações necessárias para regularizar o loteamento ou desmembramento. § 2º - As importâncias despendidas pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, para regularizar o loteamento ou desmembramento, caso não sejam integralmente ressarcidas conforme o disposto no parágrafo anterior, serão exigidas na parte faltante do loteador, aplicando-se o disposto no art. 47 desta Lei. § 3º - No caso de o loteador não cumprir o estabelecido no parágrafo anterior, a Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, poderá receber as prestações dos adquirentes, até o valor devido. § 4º - A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, para assegurar a regularização do loteamento ou desmembramento, bem como o ressarcimento integral de importâncias despendidas, ou a despender, poderá promover judicialmente os procedimentos cautelares necessários aos fins 15 colimados. § 5º - A regularização de um parcelamento pela Prefeitura Municipal, ou Distrito Federal, quando for o caso, não poderá contrariar o disposto nos arts. 3º e 4º desta Lei, ressalvado o disposto no § 1º desse último. (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99) Art. 41º - Regularizado o loteamento ou desmembramento pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, o adquirente do lote, comprovando o depósito de todas as prestações do preço avençado, poderá obter o registro de propriedade do lote adquirido, valendo para tanto o compromisso de venda e compra devidamente firmado. Art. 42º - Nas desapropriações não serão considerados como loteados ou loteáveis, para fins de indenização, os terrenos ainda não vendidos ou compromissados, objeto de loteamento ou desmembramento não registrado. Art. 43º - Ocorrendo a execução de loteamento não aprovado, a destinação de áreas públicas exigidas no inciso I do art. 4º desta Lei não se poderá alterar sem prejuízo da aplicação das sanções administrativas, civis e criminais previstas. Parágrafo único - Neste caso, o loteador ressarcirá a Prefeitura Municipal ou o Distrito Federal quando for o caso, em pecúnia ou em área equivalente, no dobro da diferença entre o total das áreas públicas exigidas e as efetivamente destinadas. (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99) Art. 44º - O Município, o Distrito Federal e o Estado poderão expropriar áreas urbanas ou de expansão urbana para reloteamento, demolição, reconstrução e incorporação, ressalvada a preferência dos expropriados para a aquisição de novas unidades. Art. 45º - O loteador, ainda que já tenha vendido todos os lotes, ou os vizinhos, são partes legítimas para promover ação destinada a impedir construção em desacordo com restrições legais ou contratuais. Art. 46º - O loteador não poderá fundamentar qualquer ação ou defesa na presente Lei sem apresentação dos registrose contratos a que ela se refere. Art. 47º - Se o loteador integrar grupo econômico ou financeiro, qualquer pessoa física ou jurídica desse grupo, beneficiária de qualquer forma do loteamento ou desmembramento irregular, será solidariamente responsável pelos prejuízos por ele causados aos compradores de lotes e ao Poder Público. Art. 48º - O foro competente para os procedimentos judiciais previstos nesta Lei será sempre o da comarca da situação do lote. Art. 49º - As intimações e notificações previstas nesta Lei deverão ser feitas pessoalmente ao intimado ou notificado, que assinará o comprovante do recebimento, e poderão igualmente ser promovidas por meio dos Cartórios de Registro de Títulos e Documentos da comarca da situação do imóvel ou do domicílio de quem deva recebê-las. § 1º - Se o destinatário se recusar a dar recibo ou se furtar ao recebimento, ou se for desconhecido o seu paradeiro, o funcionário incumbido da diligência informará esta circunstância ao oficial competente que a certificará, sob sua responsabilidade. 16 § 2º - Certificada a ocorrência dos fatos mencionados no parágrafo anterior, a intimação ou notificação será feita por edital na forma desta Lei, começando o prazo a correr 10 (dez) dias após a última publicação. CAPÍTULO IX Disposições Penais Art. 50º - Constitui crime contra a Administração Pública: I - dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembramento do solo para fins urbanos sem autorização do órgão público competente, ou em desacordo com as disposições desta Lei ou das normas pertinentes do Distrito Federal, Estados e Municípios; II - dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembramento do solo para fins urbanos sem observância das determinações constantes do ato administrativo de licença; III - fazer, ou veicular em proposta, contrato, prospecto ou comunicação ao público ou a interessados, afirmação falsa sobre a legalidade de loteamento ou desmembramento do solo para fins urbanos, ou ocultar fraudulentamente fato a ele relativo. Pena: Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa de 5 (cinco) a 50 (cinqüenta) vezes o maior salário mínimo vigente no País. Parágrafo único - O crime definido neste artigo é qualificado, se cometido: I - por meio de venda, promessa de venda, reserva de lote ou quaisquer outros instrumentos que manifestem a intenção de vender lote em loteamento ou desmembramento não registrado no Registro de Imóveis competente; II - com inexistência de título legítimo de propriedade do imóvel loteado ou desmembrado, ressalvado o disposto no art. 18, §§ 4º e 5º, desta Lei, ou com omissão fraudulenta de fato a ele relativo, se o fato não constituir crime mais grave. (NR) (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99) Pena: Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa de 10 (dez) a 100 (cem) vezes o maior salário mínimo vigente no País. Art. 51º - Quem, de qualquer modo, concorra para a prática dos crimes previstos no artigo anterior desta Lei incide nas penas a estes cominadas, considerados em especial os atos praticados na qualidade de mandatário de loteador, diretor ou gerente de sociedade. Parágrafo único - (VETADO) ((Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99) Art. 52º - Registrar loteamento ou desmembramento não aprovado pelos órgãos competentes, registrar o compromisso de compra e venda, a cessão ou promessa de cessão de direitos, ou efetuar registro de contrato de venda de loteamento ou desmembramento não registrado. Pena: Detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa de 5 (cinco) a 50 (cinqüenta) vezes o maior salário mínimo vigente no País, sem prejuízo das sanções administrativas cabíveis. CAPÍTULO X Disposições Finais Art. 53º - Todas as alterações de uso do solo rural para fins urbanos dependerão de prévia audiência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, do Órgão Metropolitano, se houver, onde se localiza o Município, e da 17 aprovação da Prefeitura Municipal, ou do Distrito Federal quando for o caso, segundo as exigências da legislação pertinente. Art. 53º - A. São considerados de interesse público os parcelamentos vinculados a planos ou programas habitacionais de iniciativa das Prefeituras Municipais e do Distrito Federal, ou entidades autorizadas por lei, em especial as regularizações de parcelamentos e de assentamentos. (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99) Parágrafo único - Às ações e intervenções de que trata este artigo não será exigível documentação que não seja a mínima necessária e indispensável aos registros no cartório competente, inclusive sob a forma de certidões, vedadas as exigências e as sanções pertinentes aos particulares, especialmente aquelas que visem garantir a realização de obras e serviços, ou que visem prevenir questões de domínio de glebas, que se presumirão asseguradas pelo Poder Público respectivo." (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99) Art. 54º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação. Art. 55º - Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 19 de dezembro de 1979; 158º da Independência e 91º da República. JOÃO BAPTISTA DE OLIVEIRA FIGUEIREDO Petrônio Portella Mário David Andreazza Angelo Amaury Stábile * Nota: Texto redigitado e sujeito a correções. Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 20.12.1979 18 Exemplo Interessante Mensagem enviada pelo jurista Edésio Fernandes Loteamentos da RMBH serão fiscalizados O presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) Gilson Queiroz, e o secretário estadual de desenvolvimento regional e política urbana, Manoel Costa, assinaram nesta quinta-feira, 18/05, convênio para fiscalização conjunta dos loteamentos nos 34 municípios da RMBH. Este é o terceiro trabalho que o Crea-MG e a Sedru fazem juntos. Os órgãos já têm parceria para orientação aos municípios na elaboração dos planos diretores e para criação de plano diretor nos municípios da região do Lago de Furnas. O objetivo do convênio é organizar o processo de ocupação na região. Segundo Manoel Costa a parceria com o Crea-MG vai evitar loteamentos clandestinos e que a população sofra golpes por pessoas que não têm comprometimento com o desenvolvimento da cidade. "Quem executa os loteamentos são profissionais e empresas ligados ao Crea e o convênio vai assegurar a participação de pessoas habilitadas. Belo Horizonte precisa se organizar. A cidade que nasceu planejada se transforma em outra, quando saímos da avenida do Contorno", acrescenta. Para o presidente do Crea-MG, Gilson Queiroz, além de dar regularidade aos loteamentos a parceria vai ampliar o mercado de trabalho para os profissionais, uma vez que pune a atividade ilegal. "O estado tem competência legal para fazer a anuência prévia e o Crea tem a possibilidade de fiscalizar uma área onde ainda não atuava usando a sua estrutura de fiscalização", lembra. A grande preocupação dos dois órgãos é com a proteção do comprador. A existência de pessoas que vendem lotes que não existem, ou o mesmo terreno para mais de uma pessoa, foi o que motivou as instituições a assinarem o acordo. A lei 6766/79, que dispõe sobre o parcelamento dosolo urbano, prevê punição para a venda ilegal de lotes. Os municípios que elaborarem suas leis de uso e ocupação do solo, devem inserir os princípios da 6766, que é uma lei federal. Segundo Manoel Costa não existe um levantamento da quantidade de lote ilegais na RMBH e isto será feito logo que forem definidos os procedimentos para atuação conjunta. A partir da criação dos procedimentos e dos testes de execução dos trabalhos, será feita campanha orientando a população. 19 U n id a d e s d e M e d id a Li n e a r, d e S u p e rf íc ie , V o lu m e e A n g u la r 5 20 21 Principais unidades de medidas usadas em Cartografia Grandezas Medidas : 1. Comprimento 2. Superfície 3. Volume 4. Angulares 1. Comprimento Unidade Padrão Sistema Métrico Decimal Metro com seus múltiplos e submúltiplos km 1000 m 10m3 hm 100 m 10m2 dam 10 m 10m m 1 m 1m dm 0,1 m 10-1m cm 0,01 m 10-2m mm 0,001m 10-3m Outros : - (micron) ............................. 0,000001m.................. 10-6m - m (milimicron).................. 0,000000001m.................. 10-9m - dm(decilimicron ) ou ( Angstron)................. 0,0000000001m..................10-10m Sistema Inglês: 1 polegada inch (in 2,54cm 0,0254m 1 pé foot (ft) 12 in 30,48cm 0,3048m 1 jarda yard(yd) 3 ft 91,44cm 0,9144m 1 milha mile(ml) 1760 yd 1.609,35m 22 Unidades brasileiras antigas : Nome Equivalência Valor Em milímetros Em metros 1 linha 2,3mm 0,0023m 1 polegada 12 linhas 2,75cm 0,0275m 1 palmo 8 polegadas 22,00cm 0,22m 1 pé 12 polegadas 33,00cm 0,33m 1 côvado 3 palmos 66,00cm 0,66m 1 vara 5 palmos 110,00cm 1,10m 1 toesa 6 pés 198,06cm 1,98m 1 braça 2 varas 220,00cm 2,20m 1 corda 15 braços 33m 1 quadra 4 cordas 132m 1 milha 841,75 braços 1.851,85m 1 légua marítima 3 milhas 5.555,50m 1 légua terrestre 6 km 6.000m 1 légua de sesmaria 3000 braços 6.600m Exercícios: 1 – A distância focal de uma câmera aérea é de 5 polegadas. Qual o valor da referida distância focal em metros? 2 – A altitude de vôo de um determinado recobrimento aerofotogramétrico é de 4050m. Se o altímetro da aeronave é graduado em pés, pergunta-se qual o valor da altitude de vôo a ser adotada pelo piloto com relação ao altímetro de bordo? 3 – Ao perguntar a um agricultor qual a distância que teria de percorrer para atingir a próxima cidade no interior do estado de MG, você recebeu a seguinte resposta: 8,5 léguas. Quanto em quilômetros corresponde o valor da referida distância? 4 – Analisando um relatório sobre propriedades rurais você encontrou referência a um sítio cuja extensão de frente a fundos é de 30 quadras. Em metros, quanto vale a referida medida? 23 2. Superfícies : Unidade Padrão Sistema Métrico Decimal Metro quadrado com seus múltiplos e submúltiplos Km2 1.000.000 m2 106 m2 hm 2 10.000 m2 104 m2 dam 2 100 m2 102 m2 m 2 1 m 2 1 m2 dm 2 10-2 m2 cm 2 10-4 m2 mm 2 10-6 m2 Medidas agrárias muito empregadas: Hectare (ha) 10.000 m2 104m2 Are ( a) 100m2 102m2 Centiare (Ca) 1m2 1 m2 Sistema inglês: 1 polegada quadrada 5 q in 6,4516 cm2 1 pé quadrado 5 q ft 929,0304 cm2 1 jarda quadrada 5 q yd 0,856127 m2 1 ACRE (A) 4.043,873 m2 1 milha quadrada 5 q ml 2.589.846,49 m2 Obs.: sendo q (square) : quadrado em inglês. Unidades de medidas de Áreas: Nome Equivalência Valor (m2) 1 alqueire paulista 50 x 100 braças 5000 braças quadradas 110m x 220m 24200 m2 1 alqueire nortista 75 x 75 braças 5625 braças quadradas 165m x 165m 27225m2 1 alqueire mineiro (alqueire geométrico) 100 x 100 braças 10000 braças quadradas 220m x 220m 48400m2 Obs.: Exemplos de outras unidades podem ser encontrados na publicação CONVERSÃO DE UNIDADES AGRÁRIAS EM UNIDADES LEGAIS, do INSTITUTO NACIONAL DE PESOS E MEDIDAS, algumas terão até o mesmo nome, porém “dimensões diferentes”, outros terão dimensões idênticas, porém “nomes diferentes”, tudo dependendo da região do Brasil (estado) ao qual estejamos referindo. 24 Exercícios: 1 – Uma propriedade mede 1.850m de frente por 2500m de frente s fundos. Qual o valor dessa área em alqueires geométricos? 2 – Determinada propriedade tem uma área de 60 alqueires paulistas. Pergunta-se qual a área da propriedade em : a) m2 b) km2 c) hectares 3 – Uma fazenda tem uma área de 25,5 alqueires nortistas. Pergunta-se qual o valor desta área em acres? 25 3. Volume: m 3 1 m 3 1 m3 dm 3 (0,1m)3 10-3 m3 cm3 (0,01m)3 10-6 m3 mm 3 (0,001m)3 10-9 m3 Obs.: Correspondendo a unidade de capacidade temos o litro (l) correspondendo a 1 dm3. Sistema inglês: 1 onça 28,4131 cm3 1 galão 4,545963 l Sistema Americano: 1 onça 29,5737 cm3 1 quarta 976,358 cm3 1 galão 3,7854 l Exercícios: 1 – Em um laboratório fotográfico uma banheira de revelação tem as seguintes dimensões: 0,2m x 0,5m x 80cm. Qual o seu volume em litros? 2 – Uma elevação de forma cônica, apresenta a base com uma área de 300 m2 e uma altura de 40 metros. Qual o seu volume? V = 1/3 x S x h Unidade Padrão Metro cúbico com seus submúltiplos 26 4. Angulares: GRAU Base sexagesimal 1 grau = 1° = 60 minutos = 60’ 1 minuto = 1’ = 60 segundos = 60’’ Ex: 24° 32’ 17’’ 1 circunferência = 360° 00’ 00’’ GRADO Base centesimal 1 grado = 1g = 100 minutos = 100c 1 minuto = 1c = 100 segundos = 100c c Ex: 234 g 78 c 97 cc 1 circunferência = 400g RADIANO Arco correspondente ao comprimento do raio 1 circunferência = 2 Ex: 1,8234 rad Ângulo central que subtende um Arco deCírculo cujo comprimento é igual ao do respectivo raio. MILÉSIMO Arco correspondente a 1m visto a 1000m de distância. 1 circunferência = 6400’’’ Ex: 1247’’’,2 HORA Base sexagesimal 1 hora = 1h = 60 minutos = 60m 1 minuto = 1 m = 60 segundos = 60s 1 circunferência = 24 horas Ex. 12 h 40 m 37,4 s 27 TRANSFORMAÇÃO DE UNIDADES Transformação de GRAU p/ GRADO e vice-versa a° = 360° = logo, a° = 0,9 . a ġ ou a° = _a ġ a ġ 400 0,9 Exercícios: 1. Quantos Grados correspondem ao Ângulo de 62° 35’ 44” ? 28 Transformação de GRAU p/ RADIANO e vice-versa 1° Caso: a expresso em Graus(°): a° = 360° = 180° = 57,29578 ° logo, a° = 57,3 ° arad 2p p arad Assim temos: a° = 57,3 (°/rad). arad ou arad = a° 57,3(°/rad) 2° Caso: a expresso em Minutos(’): a° = 360° = 180° x (60’) = 3437,8 °/rad logo, a° = 3437,8 °/rad arad 2p p arad Assim temos: a° = 3437,8 (°/rad). arad ou arad = a° 3437,8 (°/rad) 3° Caso: a expresso em Segundos(” ): a° = 360° = 180° x (60’) x (60”) = 206265 ° logo, a° = 206265° arad 2p p arad Assim temos: a° = 206265 (°/rad). arad ou arad = a° 206265 (°/rad) 29 FÓRMULA DO RADIANO: arad = l = R = 1 R R arad sendo R = l temos, arad = l / d Fig.1 Admitindo-se na fig.1 que o arco l tenha o comprimento igual ao raio do círculo, por definição, o ângulo de 1 rad resultará da divisão de l/ R . Consideremos agora, a fig.2 na qual o raio R foi aumentado de um valor considerável mente grande . Consideremos também que esse raio ao ser aumentado foi traçada uma circunferência. Em virtude da grande dimensão do raio o arco da circunferência na extremidade do mesmo irá se confundir com uma perpendicular, daí resultando que um operador situado no centro desse círculo e observando o ângulo b notará que o mesmo está definido em termos de radiano pela perpendicular na extremidade ao raio, dividida pelo comprimento do mesmo, que em virtude de seu grande comprimento deixa de se chamar Raio para transformar-se em Distância(d). Exercícios: 1. Aplicando-se a fórmula do radiano, pede-se calcular qual o valor, em (” ) do ângulo a que compreende uma frente de 35cm vista a 12.345,678m de distância ? 30 2. Aplicando-se a fórmula do radiano, pede-se calcular a distância segundo a qual uma palmeira com 2m de altura é vista segundo um ângulo de 1’15” ? 3. Aplicando-se a fórmula do radiano, pede-se calcular a frente correspondente a um ângulo de 3’ vista a uma distância de 4km? 4. A quantos ( ° )( ’ )( ” ) corresponde um ângulo de 1,287243 rad? 5. A quantos ( ’ )( ” ) corresponde um ângulo de 0,015453292 rad? 6. A quantos ( ” ) corresponde um ângulo de 0,000065297 rad? 31 Transformação de GRAU p/ MILÉSIMO e vice-versa a° = 360° = 9° logo, a’’’ 6400’’’ 160’’’ a° = 9° . a’’’ ou a’’’ = 160’’’ . a° 160’’’ 9° E ainda, por definição e semelhança de triângulos: n ’’’ = f____ 1000 d Exercícios: 1. A quantos ( ° )( ’ )( ” ) corresponde um ângulo de 845,5’’’? 2. A quantos (’’’) corresponde um ângulo de 46° 32’ 18,7’’? 32 3. Com um binóculos que possui escala milesimal medimos um ângulo de 20’’’ entre duas casas que estão situadas a 2,5km. Qual a distância entre as casas? 4. Qual o ângulo em ( ’’’ ) que enquadra uma palmeira de 5m de altura vista a 200m de distância? 5. Com um binóculo que possui escala milesimal enquadramos com 5’’’ uma casa com 4,5m de altura. A que distância nos enquadramos da referida casa? 33 Transformação de GRAU p/ HORA e vice-versa a° = 360° = 15 ( °/h ) ah 24h logo, a° = 15 ( °/h ) . ah ou ah = a° 15 ( °/h ) Exercícios: 1. A quantos ( ° )( ’ )( ” ) correspondem a 2h 32 mim 45,8 seg ? 2. A quantas ( h) ( mim) (seg) correspondem a 54° 20’ 38,47’’? 34 35 E sc a la 6 36 37 ESCALA 1- DEFINIÇÕES E CONSIDERAÇÕES Escala é a relação entre a medida de um objeto representado no papel e sua medida real. Trata-se na verdade, de uma semelhança entre a figura reduzida e a dada. O emprego da escala surgiu da necessidade de reduzir as proporções de determinados objetos a fim de representá-lo graficamenteem um espaço limitado, essa proporção é chamada de escala e nesse caso empregamos uma escala de redução, e quando necessitamos obter representações gráficas maiores que os objetos, empregamos a escala de ampliação. Determinados tipos de acidentes, dependendo da escala, não permitem uma redução acentuada pois se tornariam imperceptíveis, no entanto são acidentes que por sua importância devem ser representados nos documentos cartográficos. A solução é a utilização de símbolos cartográficos . Entre as várias escalas existentes a mais comum é a linear. Para alguns tipos de desenho, já existem determinadas escalas convencionalmente adotadas. Assim por exemplo, existem escalas convencionadas para desenho de máquinas, para a construção naval , para representações cartográficas, para construção civil etc. 2 - CLASSIFICAÇÃO Escala Real : (d = D) O desenho tem as mesmas dimensões do objeto. Representa-se : 1: 1 ou 1/1 (um por um) Escala de Redução: (d < D) O desenho tem as representações gráficas menores que o objeto. Representa-se : 1: 100 ou 1/100 (um por cem) Escala de Ampliação: (d > D) O desenho tem as representações gráficas maiores que o objeto. Representa-se : 5: 1 ou 5/1 (cinco para um) 38 3 – AS ESCALAS PODEM SER: Escala Numérica: As escalas numéricas são apresentadas por algarismos , formando uma fração ordinária. Indica a relação entre op comprimento de uma medida no desenho e o correspondente comprimento no real, em forma de fração com a unidade para o numerador. E = 1 / N onde N = D / d Logo, E = 1 / D: d e assim: E = d / D Sendo , E = escala N= denominador de escala 1= numerador d= distancia medida no desenho D= distancia real medida no terreno As escalas mais comuns têm para o numerador a unidade e para denominador, um múltiplo de 10. E = __1__ 10X Exemplo: a) E = __1___ ; 1/ 25.000 ou 1:25.000 25.000 b) E = __1__ ; 1/ 100 ou 1:100 100 Isso significa que um centímetro no desenho corresponde a 25.000 cm ou 250 m no real e no 2° caso significa que 1cm no desenho corresponde a 100cm ou 1 m no terreno. OBS: Uma escala é tanto maior quanto menor for o denominador Ex: 1/ 50.000 é maior que 1/ 100.000 Escala Gráfica: Chama-se escala gráfica qualquer forma que represente graficamente a lei de relacionamento existente entre um desenho representativo de um objeto e o objeto, dando imediatamente uma distancia natural correspondente a uma distancia gráfica considerada , sem auxilio de cálculo. Para sua construção entretanto, torna-se necessário o emprego da escala numérica. A escala gráfica pode ser: Ordinária - também chamada simples ou primária Transversal – também camada múltipla ou decimal Triangular 39 4 – CONSTRUÇÃO: Escala Gráfica Simples de título 1/50 sabendo que a unidade da escala é o metro. - Dividindo-se 1 por 50 , tem-se 0,02 e como a unidade é o metro ,significa que a unidade da escala deve ter 0,02m. traça-se então uma reta marcando-se na mesma um ponto arbitrário 0 (zero) que será a origem. Sucessivamente marca-se nessa reta, para o lado direito , tantos segmentos de 2cm quanto se queira como por exemplo 0-1, 1-2, 2-3, 3-4 e coloca-se a letra m(metro) diante dos segmentos. Para o lado esquerdo de 0 marca-se um segmento de 2cm dividindo-o em 10 partes iguais. Este é o talão da escala. Escalas Gráficas Simples: Escala 1/50 1 0 1 2 3 4 5 6m I I I I I I I I I 2 0 2 4 6 8 10 12cm Escala 1/1000 10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 140m IIIIIIIII 5 – PRECISÃO GRÁFICA: É a menor grandeza medida no terreno, capaz de ser representada no desenho na referida escala. A experiência demonstrou que o menor comprimento gráfico que se pode representar em um desenho é de 1/5 do milímetro ou 0,02 mm, sendo esse erro admissível. Quanto menor for a escala maior será o erro admissível. Exercícios: 5. Sabendo que o erro gráfico em qualquer escala é de 0,02mm, comprove se uma edificação de 50m de comprimento (reais) pode ser representada em uma carta na escala de 1/100.000? 6. Qual a menor dimensão real de um elemento natural ou artificial representável nas seguintes escalas: 7. 1/ 25.000 8. 1/ 1.000.000 40 6 – ESCALÍMETRO: Hoje o uso da escala se tornou mais prático , pois as indústrias de instrumentos para desenho colocaram no marcado o escalímetro, que já traz cravadas em seu dorso as escalas de redução de maior uso. As graduações das escalas estão expressas em metros ou seja a distancia compreendida entre o número ZERO e UM equivale a 1,00 (um metro) e a distancia compreendida entre os números ZERO e DEZ , equivale a 10,0 (dez metros) 7 – EXERCÍCIOS: 7.1 – Determinar a escala de um desenho em que uma rua de 12,00m de largura mede 24mm no desenho. 7.2 – Determinar a altura de um prédio desenhado na escala 1/75, sabendo que no projeto essa altura mede 160mm? 7.3 – Quanto deve medir no desenho, um terreno quadrado que tem 82,50m de lado, se a escala utilizada for 1/250? Resposta em mm. 7.4 - Qual é a dimensão de uma estrada, que em uma carta cuja escala é 1 /20.000, é representada por 8,00cm. 7.5 – Em uma determinada carta, qual a distancia correspondente a 12,5 km no terreno, sendo a escala da referida carta igual à 1/50.000? 7.6 – Qual a escala de uma carta na qual uma estrada de 1.600m reais é representada por 64 cm? 7.7 – Uma distancia gráfica de 0,004m corresponde a uma distância no terreno de 200m. Responda: qual é a escala da carta? 7.8 – Em uma carta na escala de 1/1.000.000, medimos uma estrada com 3,0 cm de extensão. Ao ampliarmos essa carta 4 vezes, que escala encontraremos e qual será o valor da mesma distância? 41 7.9 – Utilizando-se do escalímetro meça as linhas dadas abaixo de acordo com as escalas indicadas: ________________________________________________________________________ Esc.: 1/5000 ____________________________________ Esc.: 1/1000 ____________________________ Esc.: 1/2500 ________________________________________________________________________Esc.: 1/200 ___________________ _________ Esc.: 1/100 __________________________________________________________________________________________ Esc.: 1/10 ___ Esc.: 1/2000 _________ Esc.: 1/25000 ____________________________________ Esc.: 1/10000 _______ Esc.: 1/50.000 _______ Esc.: 1/5.000 _______ Esc.: 1/500 _______ Esc.: 1/50 _______ Esc.: 1/5 7.10 – Qual a distância Gráfica que corresponde à distância real de 320m, numa escala de 1:20.000? 7.11 – Na escala de 1:60.000, qual a distância real que corresponde a uma distância gráfica de 15,5cm? 7.12 – Uma determinada distância correspondendo a 1Km está representado por 4cm em uma carta. Qual a escala da carta? 7.13 – Para representar no papel, uma linha reta que no terreno mede 45m, utilizando-se a escala 1:450, pergunta-se: Qual será o valor desta linha em cm? 7.14– A distância entre dois pontos medida sobre uma planta topográfica è de 520mm. Sabendo-se que no terreno , estes pontos estão distantes 215,5m, determine qual seria a escala da planta. 7.15 – A distância entre dois pontos medida sobre uma planta topográfica è de 55cm. Para uma escala igual a 1:250, qual será o valor real desta distância? 7.16 – Construa uma escala gráfica para as escalas nominais: a) 1 : 600 b) 1 : 25:000 c) 1 : 1.000.000 42 43 R u m o s e A zi m u te s 7 44 45 O QUE É UM AZIMUTE Um azimute é uma direção definida em graus, variando de 0º a 360º contado a partir do Norte. Existem outros sistemas de medida de azimutes, tais como o milésimo e o grado, mas o mais usado é o Grau. A direção de 0º graus corresponde ao Norte, e aumenta no sentido direto dos ponteiros do relógio. º Exemplo de um azimute de 60: Exemplos de Azimutes: AzOA = 35º AzOB = 145º AzOC = 250º AzOD = 340º Há 3 tipos de azimutes a considerar: Azimute Magnético: quando medido a partir do Norte Magnético (indicado pela bússola); Azimute Geográfico: quando medido a partir do Norte Geográfico (direção do Pólo Norte) Azimute Cartográfico ou de Quadrícula: quando medido a partir do Norte Cartográfico (direção das linhas verticais das quadrículas na carta). 46 COMO DETERMINAR O AZIMUTE MAGNÉTICO DE UM ALVO Querendo-se determinar o azimute magnético de um alvo usando uma bússola há que, primeiro, alinhar a fenda de pontaria com a linha de pontaria e com o alvo. Depois deste alinhamento, espreita-se pela ocular para o mostrador e lê-se a medida junto ao ponto de referência. Todo este processo deve ser feito sem deslocar a bússola, porque assim alteraria a medida. O polegar deve estar corretamente encaixado na respectiva argola, com o indicador dobrado debaixo da bússola, suportando-a numa posição nivelada. COMO APONTAR UM AZIMUTE MAGNÉTICO Querendo apontar um azimute magnético no terreno, para se seguir um percurso nessa direção, por exemplo, começa-se por rodar a bússola, constantemente nivelada, de modo a que o ponto de referência coincida com o azimute pretendido. Isto é feito mirando através da ocular para o mostrador. Uma vez que o ponto de referência esteja no azimute, espreita-se pela fenda de pontaria e pela linha de pontaria, fazendo coincidir as duas, e procura-se ao longe, um ponto do terreno que possa servir de referência. Caso não haja um bom ponto de referência no terreno, pode servir bastão da patrulha que, entretanto, se deslocou para a frente do azimute e se colocou na sua direção. COMO MARCAR UM AZIMUTE NUMA CARTA Para marcar um azimute numa carta, basta usar um transferidor. Coloca-se a base do transferidor (linha 0º - 180º) paralela às linhas verticais das quadrículas da carta e o ponto de referência sobre o ponto a partir do qual pretendemos traçar o azimute. De seguida faz-se uma marca na carta mesmo junto ao ponto de graduação do transferidor correspondente ao ângulo do azimute que pretendemos traçar. Por fim, traçamos uma linha a unir o nosso ponto de partida e a marca do azimute. 47 Exemplo para marcar um azimute de 55º a partir de uma Igreja A Igreja, a partir da qual se pretende marcar um azimute de 55º O transferidor alinhado com as linhas verticais das quadrículas, e com o ponto de referência sobre a igreja. O azimute de 55º traçado a partir da Igreja e passando pela marca correspondente aos 55º graus. O AZIMUTE INVERSO O Azimute Inverso é o azimute de direção oposta. Por exemplo, o Azimute Inverso de 90º (Este) é o de 270º (Oeste). Para o calcular basta somar ou subtrair 180º ao azimute em causa, consoante este é, respectivamente, menor ou maior do que 180º. EXEMPLO DOS CÁLCULOS PARA CALCULAR O AZIMUTE INVERSO DE 65º E DE 310º Azimute Operação Azimute Inverso 65º como é inferior a 180º deve-se somar 180º 65º + 180º = 245º 310º como é superior a 180º deve-se subtrair 180º 310º - 180º = 130º 48 MÉTODO DA TRIANGULAÇÃO PARA DETERMINAR A NOSSA POSIÇÃO NUMA CARTA Este método permite-nos localizar, com bastante precisão, a nossa posição numa carta. Segue-se um exemplo de como utilizar este método. Começa-se por identificar, no terreno e na carta, dois pontos à vista. Neste caso escolheu-se um marco geodésico e um cruzamento, pois ambos estão à vista do observador e são facilmente identificáveis na carta através dos seus símbolos. De seguida, com a bússola determinam-se os azimutes dos dois pontos, 340º e 30º, respectivamente para o marco geodésico e para o cruzamento. Conhecidos os azimutes, passamos a calcular os azimutes inversos respectivos: 160º é o azimute inverso de 340º e 210º o de 30º. Na carta, e com o auxílio de um transferidor, traçam-se os azimutes inversos a partir de cada um dos pontos (160º para o marco geodésico e 210º para o cruzamento). O ponto onde as linhas dos dois azimutes inversos se cruzam corresponde à nossa localização. 49 MÉTODO DA TRIANGULAÇÃO PARA IDENTIFICAR UM PONTO DO TERRENO NA CARTA Este método permite-nos, com bastante precisão, identificar um determinado ponto do terreno à nossa frente na carta. O seguinte exemplo usa a mesma localização que o anterior. Desta vez, pretende-se localizar na carta o ponto onde está o Totem de Patrulha. É preciso que uma pessoa vá até aos dois pontos com uma bússola e meça os azimutes desses pontos para o Totem. Depois disso, não é preciso calcular os azimutes inversos, porque basta usar os mesmos azimutes para traçar as linhas na carta e obter os pontos (tal como na figura do exemplo anterior).
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