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linguagem interação e comunicação

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
pedagogia
Andréa palazzo gôngora
linguagem: interação e comunicação
Viçosa – M.G.
2005
Andréa palazzo gôngora
linguagem: interação e comunicação
Trabalho apresentado ao Curso Normal Superior da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a disciplina Teoria Geral do Conhecimento, Desenvolimento e Comportamento Humano, Cultura e Sociedade.
Orientador: Prof. João Vicente, Fernando e Okçana. 
Viçosa – M.G.
2005
Linguagem: interação e comunicação
No início dos tempos o homem utilizava os recursos existentes na natureza para garantir a sua sobrevivência e se comunicar através de gestos, desenhos e símbolos. Quando aprende a falar, a compreensão do outro e a troca de informações torna-se bem mais fácil. Sendo assim, a comunicação exerce um papel fundamental na sociedade, pois é uma necessidade do homem que utiliza a linguagem escrita, falada, arte, mídias, matemática e outras, para se comunicar e interagir, expondo seus pensamentos e emoções. “A linguagem é o veículo fundamental de transmissão de informação, que se formou na história social da humanidade, [...]” (LURIA, 1979, p 81).
O pensamento se desenvolve na interação com os outros por meio do processo de comunicação, nesse processo a linguagem promove a construção do conhecimento de si e do mundo. Dessa forma, a interação mediada pela linguagem tem importante papel na construção da identidade, na produção da cultura e exerce várias influências na escola. Pois, a linguagem pode ser vista como um instrumento que pode modificar o desenvolvimento das funções psicológicas superiores, da mesma forma que os instrumentos podem ser usados para modificar a vida do homem.
Podemos perceber que é através da comunicação, das relações existentes em sociedade e atividades em grupo que faz com que os indivíduos desenvolvam as suas capacidades mentais, emocionais e afetivas. Dessa forma, é através do contato social que a criança constrói sua identidade, uma vez que precisa se espelhar em alguém. Segundo VYGOTSKY (2000, p 29) “[...] a experiência social exerce seu papel através do processo de imitação”. Desse modo a criança aprende o comportamento do adulto de maneira que possa reproduzi-lo.
De acordo com Vygotsky, o conhecimento se constrói num primeiro momento entre pessoas e num segundo momento no interior do sujeito. Dessa maneira, percebemos que a linguagem gestual começa a se unir a fala, pois quando um bebê estende a mão para tocar um objeto e o adulto lhe diz o nome ele começa a associar o som da palavra ao sentido que ela tem, e ao receber o objeto emite um determinado som fazendo com que o adulto entenda o que ele deseja. Assim, aos poucos vão sendo inseridos no mundo do bebê o símbolo lingüístico, que se fixam em sua mente. Porém, se a criança aponta o objeto e o adulto aproxima-o dela, aos poucos internalizará este gesto como o de apontar. Se no início, a criança usa essa forma de linguagem difusamente, gradativamente passará a estabelecer elos entre a ação difusa e a organizada por outra pessoa. 
Aos poucos as crianças vão construindo seu próprio sistema de significados, através da interação que estabelece com outros membros da sua cultura e com os meios de comunicação em geral, construindo a sua personalidade.
Por isso, os adultos que cuidam de um bebê não lhe proporcionam apenas cuidados físicos, mas colocam sobre eles certas representações sociais, como imagens, idéias, expectativas, que o introduzem no mundo da cultura. Pois, como sabemos, o indivíduo não nasce conhecendo cultura, ela é adquirida através do contato com o meio onde nasce e se desenvolve, na aquisição de capacidades, habilidades, hábitos e valores que são definidos pela sociedade. Sendo a cultura algo que é aprendido necessita de um instrumento de comunicação: a linguagem, pois através dela o ser humano interage com o grupo, troca informações e estabelece regras.
Atualmente existe uma troca cada vez maior de culturas em diversas regiões, muitas vezes distantes da nossa, através dos meios de comunicação em massa. Nos tempos atuais seria impossível nos ver sem a utilização desses meios, como o telefone, a televisão, a Internet, entre outros. Estamos na era da tecnologia e vivemos numa sociedade capitalista, no qual os meios de comunicação produzem bens culturais com dois objetivos: a obtenção de lucro e a venda de imagens, mostrando uma imagem totalmente ilusória, totalmente fora da nossa realidade, principalmente através da propaganda, induzindo os indivíduos ao consumo exagerado, desenfreado, influenciando o modo de vestir, falar pensar, alterando valores e comportamentos. Percebemos que a linguagem veiculada pela mídia exerce grande influência nas crianças, pois a transferem para o seu cotidiano, principalmente escolar, não sabendo diferenciar ficção de realidade, imitando gestos e gírias.
No decorrer do texto vimos que a criança enquanto cresce e se desenvolve amplia seu conhecimento que será transmitido através da linguagem pela sociedade em que vive e se desenvolve, por isso, ao iniciar na escola trará consigo a sua própria evolução lingüística, cabendo a escola respeitar o dialeto do aluno e ensinar-lhe o dialeto padrão, sem discriminações.
De acordo com Geraldi (1997, p.44), “cabe ao professor de língua portuguesa ter presente que as atividades de ensino deveriam oportunizar aos seus alunos o domínio de outra forma de falar, o dialeto padrão, sem que signifique a depreciação da forma de falar predominante em sua família, em seu grupo social etc. Isso porque é preciso romper com o bloqueio de acesso ao poder, e a linguagem é um de seus caminhos, se ela serve para bloquear e disso ninguém duvida, também serve para romper o bloqueio”.
A linguagem é uma das maiores riquezas adquiridas pelo homem e pode ser usada tanto para o bem como para o mal, como forma de dominação ou como libertação. Nos tempos atuais, onde a tecnologia se faz presente a cada dia trazendo um grande números de informações a todo instante, precisamos ter discernimento para ditingüir quais são as boas e as ruins, pois muitas vezes os meios de comunicação tentam calar o nosso pensar e agir, mantendo em nós o senso comum, a aceitação por tudo que é imposto. Cabe a nós futuras profissionais do ensino, ter distinção entre uma e outra para formar não apenas em nós, mas em nossos futuros alunos, o senso crítico, usando a tecnologia e os meios de comunicação a nosso serviço. Lembrando que, a linguagem ocupa um lugar fundamental na formação e no desenvolvimento do ser humano.
Referência Bibliográfica: 
UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ; Curso normal superior: habilitação para os anos Iniciais do ensino fundamental: módulo I. 3. ed. Ver. Ampl. Londrina: UNOPAR: CDI, 2004.

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