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TRABALHO DE PENAL LAVA JATO

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RESUMO
Operação Lava Jato é um conjunto de investigações em andamento pela Polícia Federal do Brasil, cumprindo mandados de busca e apreensão, de prisão temporária, de prisão preventiva e de condução coercitiva, visando apurar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou bilhões de reais em propina. 
Investiga crimes de corrupção ativa e passiva, gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, organização criminosa, obstrução da justiça, operação fraudulenta de câmbio e recebimento de vantagem indevida. De acordo com investigações e colaborações recebidas pela força-tarefa da Operação Lava Jato, estão envolvidos membros administrativos da empresa estatal petrolífera Petrobras, políticos dos maiores partidos do Brasil, incluindo o presidente da Câmara dos Deputados e governadores de estados, além de empresários de grandes empresas brasileiras.
Através da prisão de Alberto Youssef, constatou-se sua ligação com Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras. Seguindo essa linha de investigação, foi preso Nestor Cerveró em 2015, o qual posteriormente delatou. Em junho, a operação atingiu grandes empreiteiras brasileiras, como a Andrade Gutierrez e Odebrecht, cujos respectivos presidentes foram presos; posteriormente muitas outras empresas de empresas de ramos diversos seriam investigadas. José Dirceu, já condenado em 2013 pelo seu envolvimento no Mensalão, foi preso novamente em agosto. Da ligação política, o publicitário João Santana seria investigado em fevereiro de 2016, enquanto, em março, a condução coercitiva do ex-presidente Lula para depor na sede da PF repercutiu na imprensa internacional. No mesmo mês, aconteceu a primeira operação internacional realizada pela Lava Jato, em parceria com a Polícia Judiciária portuguesa. O ex-tesoureiro do Partido Progressista, João Cláudio Genu foi preso em maio. Dois ex-ministros da Fazenda seriam presos em setembro, Guido Mantega e Antonio Palocci, sendo o primeiro liberado logo depois. O primeiro membro eleito do executivo a ser peso foi o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral em novembro; no mês seguinte, foi a vez de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara de Deputados. Ao final de dezembro de 2016, a Operação Lava Jato obteve um acordo de leniência com a empreiteira Odebrecht, que proporcionou o maior ressarcimento da história mundial. 
Em 2017, o empresário Eike Batista foi preso. A operação continua ativa. Já este ano, peritos da Polícia Federal levantaram que as operações financeiras investigadas na Operação Lava Jato somaram 8 trilhões de reais. A Polícia Federal a considera a maior investigação de corrupção da história do país. 
Palavras Chaves: Corrupção ativa e passiva, Lavagem de dinheiro, Peculato, Organização criminosa.
APRESENTAÇÃO
RESUMO
ÍNDICE
1. EQUIPE DE INVESTIGAÇÃO
2. HISTÓRICO
2.1 Antecedentes
2.2 Investigações
2.3 Fases
2.3.1 2014
2.3.2 2015
2.3.3 2016
2.3.4 2017
2.4 Quebra de sigilo telefônico de Lula
2.5 Recuperação de recursos
3 PROCEDIMENTOS INSTAURADOS
3.1 Denúncias do Ministério Público Federal
3.2 Ações no Supremo Tribunal Federal
3.2.1 Políticos investigados no esquema de desvios
3.2.2 Relatoria no STF
3.2.3 Resultados no STF
3.3 Ações na Justiça Federal
3.3.1 Indiciamentos pela Polícia Federal
3.3.2 Bloqueio de bens
3.3.3 Improbidade administrativa
3.3.4 Condenações na primeira instância
3.3.5 Absolvições na primeira instância
3.3.6 Apelações de condenações na segunda instância
3.4 Investigação de empresas pelo Cade
3.4.1 Sobre a MP 703
3.5 Acordos de delação
4 REAÇÕES E REPERCUSSÕES
4.1 Repercussão política
4.2 Repercussão econômica
4.3 Interferências nas investigações
4.3.1 Delcídio do Amaral
4.3.2 Aloizio Mercadante
4.3.3 Romero Jucá
4.4 Contribuições para outras investigações
4.4.1 No Brasil
4.4.2 Na América Latina
4.5 Percepção da população
4.6 Manifestações favoráveis
4.6.1 Manifestações críticas à atuação
5. BIBLIOGRAFIA
6. CONCLUSÃO
1 . EQUIPE DE INVESTIGAÇÃO:
A equipe de investigação da operação foi formada em abril de 2014 por procuradores da República. Denominada "Força-tarefa do Ministério Público Federal" (MPF), envolve investigadores da primeira instância da Justiça Federal do Paraná. Os investigadores do MPF que compõem a força-tarefa da Operação Lava Jato são: Sérgio Fenando Moro (designado em março de 2014), Deltan Dallagnol, Carlos Fernando Lima, Jersusa Burmann Viecili, Isabel Groba Vieira, Orlando Martello Júnior, Athayde Ribeiro Costa, Diogo Castor de Mattos, Roberson Henrique Pozzobon, Paulo Roberto Galvão, Júlio Noronha e Laura Tessler (designados em julho de 2015). Antônio Carlos Welter e Januário Paludo são ex-integrantes e, atualmente, colaboradores, mesma posição de Andrey Borges de Mendonça.
Também são associados à operação um grupo de trabalho (GT) atuando junto à Procuradoria-Geral da República (PGR), criado em janeiro de 2015 para auxiliar na investigação e acusação e dar ajuda ao procurador-geral na análise de processos em tramitação, e uma segunda força-tarefa (FT), instituída em dezembro de 2015 pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal, que trabalha junto ao Superior Tribunal de Justiça. O GT é formado por: Anna Carolina Resende Maia Garcia, Daniel Resende Salgado, Douglas Fischer, Melina Castro Montoya Flores, Pedro Jorge do Nascimento Costa, Rafael Ribeiro Rayol, Ronaldo Pinheiro de Queiroz, Sérgio Bruno Cabral Fernandes, Wilton Queiroz de Lima, tendo como colaboradores Andrey Borges de Mendonça, Bruno Freire de Carvalho Calabrich, Fábio Magrinelli Coimbra, Marcello Paranhos de Oliveira Miller e Rodrigo Telles de Souza. A segunda FT é composta pelos subprocuradores-gerais da República: Francisco de Assis Vieira Sanseverino, Áurea Maria Etelvina Pierre, José Adonis Callou de Araújo Sá, Maria Hilda Masiaj Pinto e Mônica Nicida Garcia.
 
BIOGRAFIA DO JUÍZ SÉRGIO MORO:
Nome completo: Sérgio Fernando Moro
Conhecido(a) por: Comandar o julgamento em primeira instância dos crimes identificados na Operação Lava Jato, dentre outros procedimentos relacionados a corrupção, como o Mensalão.
Nascimento: 1 de agosto de 1972 (44 anos) - Maringá, Paraná
Nacionalidade: Brasileiro
Cônjuge: Rosângela Wolff de Quadros
Alma mater: Universidade Estadual de Maringá
 Universidade Federal do Paraná
 Universidade Harvard
Profissão: Escritor, professor universitário e juiz federal
Prêmios: IstoÉ (2014)
 Época (2014)
 O Globo (2014)
 Fortune (2016)
 Time (2016)
 IstoÉ (2016)
2 . HISTÓRICO:
 Origem do nome - Em março de 2014, a delegada da Polícia Federal Erika Mialik Marena deu o nome à operação de LAVA JATO, devido ao uso de uma rede de lavanderias e postos de combustíveis para movimentar valores de origem ilícita, na primeira fase da operação, na qual o doleiro Alberto Youssef foi preso.
2.1 - Antecedentes
A Operação Lava Jato começou a partir de uma investigação em 2008, de Lavagem de dinheiro praticada pelo ex-deputado José Janene, no escândalo do Mensalão, quando o empresário Hermes Magnus, proprietário da empresa Dunel Indústria e Comércio, fabricante de máquinas e equipamentos para certificação, denunciou Janene. O empresário denunciou lavagem de dinheiro por operadores do esquema, dentre eles o próprio José Janene, e informou ainda que o doleiro Alberto Youssef tinha voltado a operar.
Em uma investigação iniciada em 2009, que após ser deflagrada em 2013 foi batizada de Miquéias, a PF descobriu que o doleiro Youssef estava em plena atividade. Desconfiado com o fato de não ter sido preso na operação, Youssef diz a Carlos Habib Chater: "…não sei como eu não entrei. Estou achando que tem outra em andamento, entendeu?"Assim, a Lava Jato é paralela à Operação Miqueias. A investigação começou em 2009 apurando crimes de lavagem de recursos relacionados ao ex-deputadofederal José Janene, em Londrina, no Paraná. Além do ex-deputado, estavam envolvidos nos crimes os doleiros Alberto Youssef e Carlos Habib Chater. 
Em julho de 2013, a investigação da operação Miqueias começou a monitorar as conversas do doleiro Carlos Habib Chater. Pelas interceptações, identificaram-se quatro organizações criminosas relacionadas entre si, todas lideradas por doleiros. A primeira era chefiada por Chater; a segunda, por Nelma Kodama; a terceira, por Alberto Youssef; e a quarta, por Raul Srour. O monitoramento das comunicações dos doleiros revelou que Alberto Youssef, mediante pagamentos feitos por terceiros, “doou” um carro Land Rover Evoque para o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Colheram-se ainda indícios iniciais de pagamentos indevidos realizados por empresas vencedoras de contratos na Refinaria Abreu e Lima (RNEST) para o doleiro Alberto Youssef.
2.2 - Investigações:
Números Sobre As Investigações
	Procedimentos instaurados
	1.434
	Pessoas presas
	79 prisões preventivas, 103 prisões temporárias e 6 prisões em flagrante
	Mandados de buscas e apreensões
	730
	Mandados de conduções coercitivas
	197
	Pedidos de cooperação internacional
	131
	Condenados
	125
	Acordos com pessoas
	71 acordos de colaboração premiada
	Acordos com empresas
	9 acordos de leniência firmados e 1 termo de ajustamento de conduta
	Acusações criminais
	57 contra 260 pessoas e 25 sentenças
	Empresas envolvidas
	16
	Acusações de improbidade administrativa
	7 contra 38 pessoas e 16 empresas, pedindo pagamento de R$ 12,5 bilhões
	Desvio total estimado
	R$ 42,8 bilhões
	Pagamento de propina
	R$ 6,4 bilhões (confirmados) e R$ 10 bilhões (estimados)
	Pedido de ressarcimento
	R$ 38,1 bilhões
	Dinheiro recuperado
	R$ 10,1 bilhões
	Dinheiro repatriado
	R$ 756,9 milhões
	Valores bloqueados em contas nacionais e estrangeiras
	R$ 3,2 bilhões
	Soma das penas condenatórias
	1.317 anos, e 21 dias de pena
 
 
Até abril de 2014, a operação já contava com 46 pessoas indiciadas pelos crimes de formação de organização criminosa, crimes contra o sistema financeiro nacional, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro e trinta pessoas presas, dentre elas o doleiro Youssef e o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Nessas medidas iniciais, mais de 80 mil documentos foram apreendidos pela PF, além de diversos equipamentos de informática e celulares. A análise desse material somou-se aos monitoramentos de conversas e aos dados bancários dos investigados que foram coletados e analisados eletronicamente no sistema Sistema de Investigação de Movimentações Bancárias (Simba), do Ministério Público Federal (MPF). Em junho, o ex-diretor negou participação no esquema criminoso, porém, após a Polícia Federal realizar buscas em empresas da esposa, filhas e genros e encontrar indícios que o incriminavam e a toda sua família, Paulo Roberto Costa decidiu colaborar com o MPF valendo-se do recurso da delação premiada, podendo obter dessa forma a redução de sua pena e a possibilidade de cumprimento da mesma em regime domiciliar e o pagamento de uma multa. 
Em janeiro de 2015, o MPF lançou um portal que reúne uma série de informações, como número de pessoas sob investigação, quantidade de procedimentos instaurados e a íntegra das denúncias apresentadas pelo MPF. A página foi produzida pela força-tarefa que cuida da Operação, em parceria com a Secretaria de Comunicação da Procuradoria-Geral da República (PGR). Um ano após sua criação, o portal alcançou mais de 1 milhão de acessos. Em 9 de outubro do mesmo ano o procurador Deltan Dallagnol, que atua na investigação da Operação Lava Jato em Curitiba, calculou que o valor total das propinas recebidas pelos envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras e outras estatais e órgãos públicos chega a pelo menos 10 bilhões de reais. 
Em 12 de outubro, investidores da Operação Lava Jato afirmaram ao Estadão que a Suíça bloqueou mais de 100 contas referentes a Lava Jato. No total, porém, os suíços confiscaram cerca de 400 milhões de dólares, o que representa a época 1,5 bilhão de reais. Em 19 de outubro, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, afirmou em palestra em Washington, Estados Unidos que as investigações em curso sobre o escândalo de corrupção que atuava na Petrobras estão provocando uma "revolução" no Brasil, em uma referência a condução da Operação Lava Jato. "As investigações têm sido muito bem conduzidas. Nós temos algumas sentenças muito duras, alguns dos altos executivos do Brasil já foram condenados a passar 15 ou 20 anos na cadeia. É realmente algo novo", disse o presidente do Supremo. 
Em 12 de novembro, a Polícia Federal, através de laudo de perícia criminal anexado a um dos processos da operação, calculou que o prejuízo causado pelas irregularidades na Petrobras descobertas pela Operação Lava Jato pode chegar à casa dos 42,8 bilhões de reais. Oficialmente, em abril deste ano de 2015, a Petrobras divulgou rombo de bilhões de reais. A cifra foi caracterizada como conservadora pelo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, uma vez que poderiam surgir novos fatos na investigação. O MPF considerou, em outubro, que o prejuízo passaria de 20 bilhões de reais. Em 16 de dezembro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou depoimento à Operação Lava Jato na condição de informante, não investigado, com autorização do ministro do STF, Teori Zavascki. Ao fim de dezembro, o ministro do STF Teori Zavascki autorizou a quebra do sigilo fiscal e bancário do presidente de Senado, Renan Calheiros, suspeito de envolvimento em fraudes na contratação de consórcio Estaleiro Rio Tietê pela Transpetro em 2010. 
Em janeiro de 2016, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que o esquema de corrupção sustentado pelo PP na Petrobras desviou 357,9 milhões de reais dos cofres da estatal, entre 2006 e 2014 com 161 atos de corrupção em 34 contratos, 123 aditivos contratuais e quatro transações extrajudiciais; o balanço consta da denúncia contra o deputado Nelson Meurer (PP-PR) oferecida ao Supremo Tribunal Federal. A investigação concentra seus trabalhos também na atuação do PT e do PMDB no esquema. As três legendas, conforme o MPF, agiam como controladoras de áreas estratégicas da Petrobras, por meio do controle de diretorias, e beneficiárias diretas de desvios. Em fevereiro de 2016, de acordo com o jornal El País, a Lava Jato ganhou alcance internacional com a prisão de João Santana e com a suspeita da Odebrecht ter pago propina de três milhões de dólares ao presidente do Peru Ollanta Humala. 
Ainda em fevereiro de 2016, em entrevista ao Estadão, José Ugaz, presidente da Transparência Internacional, elogiou a força-tarefa da Operação Lava Jato e comentou sobre o efeito da corrupção para o brasileiro comum, dizendo que a corrupção é um imposto pago pelos mais pobres. Em 29 de fevereiro de 2016, o procurador da República Deltan Dallagnol enviou uma manifestação à ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendendo que seja mantida a investigação em curso sobre propriedades atribuídas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dentro da Operação Lava Jato, a cargo do Ministério Público Federal no Paraná. O ofício é uma resposta a um pedido feito em 26 de fevereiro pelo Lula para suspender a investigação sobre reformas num apartamento no Guarujá e num sítio em Atibaia, que teriam sido feitas em favor da família do petista por construtoras investigadas no escândalo da Petrobras. 
Em março de 2016, de acordo com a revista IstoÉ, o senador do PT Delcídio do Amaral disse em depoimentos em acordo de delação premiada que Dilma e o ex-presidente Lula tentaram interferir na Operação Lava Jato. De acordo com a revista, a presidente conversou com auxiliares e nomeou ministros para tribunais superiores favoráveis a tese das defesas de acusados. Em 14 de março de 2016, o deputado PedroCorrêa fechou acordo de deleção para colaborar com a justiça na Operação Lava Jato. A expectativa é que Pedro Corrêa indique novos nomes de supostos beneficiários de pagamentos ilícitos, inclusive políticos. Em 15 de março o ministro do STF Toeri Zavascki homologou a delação do senador Delcídio do Amaral. A homologação confere validade jurídica ao acordo, atestando que cumpre regras estabelecidas em lei. Em 17 de março o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o procurador geral da Suíça, Michael Lauber, se reuniram em Berna para discutir cooperação entre os dois gabinetes relacionadas aos desvios na Petrobras. De acordo com comunicado da Suíça emitido no mesmo dia, os 70 milhões de dólares que foram congelados em relação às investigações deverão retornar ao Brasil. No mesmo mês a Procuradoria Geral da Suíça recebeu 340 relatos de lavagem de dinheiro associados à investigação de contas ligadas à Petrobras. O MP suíço solicitou documentos em relação a mil contas em quarenta bancos no contexto das investigações relacionadas à Petrobras. Há sessenta investigações que geram o congelamento de 800 milhões de dólares. Em entrevista à Revista Veja, Delcídio Amaral, disse que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula sabiam sobre esquema de corrupção na Petrobras. Delcídio, preso preventivamente durante a Operação Lava Jato e libertado após delação premiada, revelou detalhes sobre um suposto plano para impedir que as investigações comandadas pelo juiz Sérgio Moro fossem adiante. Durante a entrevista, o senador repete várias vezes um "mea culpa" e diz que quer "ajudar a Justiça e a sociedade brasileira a descobrir quem são os verdadeiros vilões desta história".
Senador Delcídio do Amaral, ex-líder do governo do PT, no Plenário do Senado. Em entrevista à Revista Veja, Delcídio afirma que Dilma e Lula sabiam de tudo e tentavam interferir nas operações.
	“
	…errei ao participar de uma operação destinada a calar uma testemunha, mas errei a mando do Lula. Ele e a presidente Dilma é que tentam de forma sistemática obstruir os trabalhos da Justiça, como ficou claro com a divulgação das conversas gravadas entre os dois.
	”
	“
	O presidente do STF, Ricardo Lewandowski, era peça-chave do plano. Eu, Dilma, José Eduardo Cardozo discutimos isso juntos. Ficou acertado que o encontro seria no exterior, para não chamar atenção.
	”
Em Portugal, Dilma teria conversado informalmente com o ex-ministro da Justiça Cardoso e o ministro Lewandowski. Teori Zavascki, relator da Lava-Jato, não participou do encontro. Segundo o senador, Dilma teria tentado convencer Lewandowski a aderir, mas fracassou.
Em 19 de março de 2016, em entrevista à Veja, Delcídio do Amaral afirmou que José Eduardo Cardozo vazou informações sobre a Operação Lava Jato na época em que era ministro da justiça para presidente Dilma e outros interessados. Em nota, Cardozo negou as acusações e disse que vai tomar as medidas judiciais cabíveis. Em 22 de março desencadeou-se a "Operação Xepa" em oito estados. Em todos eles, o foco foi em obras feitas pela Odebrecht, sendo duas delas no Rio de Janeiro, o Porto Maravilha e a Linha 4 do Metrô. É a primeira vez que iniciativas do chamado Legado Olímpico ficam sob a mira das investigações. Os nomes das obras do Rio aparecem em uma série de planilhas e mensagens de correio eletrônico apreendidos com a ex-secretária do ‘Setor de Operações Estruturadas’ da empreiteira, Maria Lúcia Tavares, que fez um acordo de delação premiada, após ser presa.
Em 22 de março de 2016, as investigações da Lava Jato identificaram que em 2006, o esquema de corrupção evoluiu de forma que a Odebrecht criou a "Divisão de Operações Estruturadas", também conhecido como "departamento de propinas". A ex-secretária Maria Lúcia Guimarães Tavares, que revelou a existência do departamento de propinas da Odebrecht, controlava, na sede da empresa em Salvador, as execuções de pagamentos em espécie, uma planilha listava as requisições semanais para entregas de dinheiro. Maria Lúcia Tavares trabalhou no departamento de 2006 a 2015.
Em 24 de março, a ministra do STF Carmen Lúcia afirmou que a Lava Jato respeita rigorosamente a Constituição e as leis. Em 3 de abril o jornalista Fernando Rodrigues, membro do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (na abreviação inglesa, ICIJ) publicou que a investigação jornalística internacional Panama Papers revelaram 107 novas offshores ligadas aos investigados pela Lava Jato. A Panama Papers revela que a Mossack Fonseca criou offshores para pelo menos 57 indivíduos já publicamente relacionados ao esquema de corrupção originado na Petrobras. As informações são originais, da base de dados da Mossack Fonseca, que foram obtidos pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung e compartilhados com o ICIJ. 
Em 4 de maio de 2016, o procurador-geral da República enviou ao STF um pedido de abertura de inquérito para investigar a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, na época ministro da justiça, por obstrução à justiça em tentativa de atrapalhar as investigações da Lava Jato. No pedido de abertura do inquérito, Rodrigo Janot menciona a nomeação do ministro Marcelo Navarro Ribeiro Dantas para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 2015, e também a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ministro da Casa Civil em 2016. Em delação premiada homologada, o senador Delcídio do Amaral e seu ex-chefe de gabinete Diogo Ferreira disseram que Marcelo Navarro foi nomeado para o STJ sob o compromisso de conceder liberdade a donos de empreiteiras presos na Operação Lava Jato. Em dezembro de 2015, Navarro votou pela libertação de Marcelo Odebrecht, mas foi vencido, por 4X1 votos. Navarro negou as acusações.
Em julho de 2016, a PF, o MPF, e a Receita Federal tiveram indícios de que parte do dinheiro da corrupção de estatais e empreiteiras do Brasil foi ou está sendo "lavada" por uma rede de doleiros até então desconhecida, instalada em Angola. Um dos desdobramentos das investigações da PF aponta que Angola virou um paraíso fiscal e sedia uma nova rede de doleiros abastecidos com dinheiro oriundo da corrupção brasileira. Outros países da África, como Nigéria e Moçambique, e da América Latina, como República Dominicana, também estão na mira dos investigadores.Em setembro do mesmo ano, a Procuradoria-Geral da República prorrogou a força-tarefa da operação até o ano seguinte.
2.3 - FASES DA OPERAÇÃO
2.3.1 - Ano de 2014 
O doleiro Alberto Youssef foi alvo da primeira fase da operação.
1.ª fase — Em 17 de março de 2014, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Lava Jato com prisões temporárias e preventivas de dezessete pessoas em sete estados, entre elas o doleiro Alberto Youssef. Apreenderam-se cinco milhões de reais em dinheiro e 25 carros de luxo, joias, quadros e armas. 
2.ª fase (Bidone) — Em 20 de março de 2014, a PF deflagrou a Operação Bidone cumprindo seis mandados de busca e um de prisão temporária, a do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. 
3.ª fase (Dolce Vita) — Em 11 de abril de 2014, a PF cumpriu dezesseis mandados de busca e apreensão, três de prisão temporária e seis de condução coercitiva. Batizada ‘Dolce Vita’, a ação buscou reunir provas sobre a ligação de Paulo Roberto Costa com o doleiro Youssef, na empresa Ecoglobal Ambiental. A empresa mantém pelo menos um contrato de 443 milhões de reais com a Petrobras. Aponta suspeito de propina de 110 mil reais de Youssef para o deputado Luiz Argolo, depositando o dinheiro nas contas de um comerciante de gado (Júlio Gonçalves de Lima Filho) e de uma empresa de transporte (União Brasil Transporte e Serviços) a mando do deputado; instalação da CPI da Petrobras e também a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras no Senado. 
4.ª fase (Casablanca) — Em 11 de junho de 2014, a PF deflagrou a Operação Casablanca, comum mandado de busca e um mandado de prisão preventiva contra Paulo Roberto Costa, preso novamente. 
5.ª fase (Bidone II) — Cumpriram-se sete mandados de busca, um mandado de prisão temporária e um de condução coercitiva. O executivo João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado foi preso dia 1º de julho de 2014 em São Paulo, por gerenciar na Suíça contas do doleiro Youssef. Bloquearam-se 5 milhões de reais em contas na Suíça. 
6.ª fase (Bidone III) — A PF no Rio de Janeiro 15 mandados de busca e apreensão e um de condução coercitiva. 
7.ª fase (Juízo Final) — A PF cumpriu 49 mandados de busca, seis de prisão preventiva e 21 de prisão temporária, prendendo presidentes e diretores de grandes empresas do Brasil, como Construtora OAS,  IESA Óleo & Gás, Camargo Corrêa Construções, UTC Engenharia, Engevix e Construtora Queiroz e Galvão. 
2.3.2 - Ano de 2015
8.ª fase — Em 14 de janeiro de 2015 a Polícia Federal (PF) cumpriu um mandado de prisão preventiva contra Nestor Cerveró, acusado de estar se desfazendo de patrimônio que poderia ter sido auferido ilicitamente. Cerveró foi detido ao desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro.
9.ª fase (My Way) — Em 5 de fevereiro de 2015 a PF cumpriu 62 mandados de busca e apreensão, prisões temporárias e preventivas e conduções coercitivas, em quatro estados da Federação, para colher elementos de investigação acerca de operadores que atuaram na intermediação no pagamento de vantagens ilícitas no âmbito da Petrobras. Colheram-se ainda indícios sobre o pagamento de vantagens ilícitas no âmbito da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Durante essa fase foram apreendidas na casa de Zwi Skornicki quarenta e oito obras de arte que foram levadas para o Museu Oscar Niemeyer. Apontou-se Zwi Skornicki como um dos operadores do esquema de corrupção. 
10.ª fase (Que País é esse?) — Em 16 de março de 2015, cerca de 40 policiais federais cumpriram 18 mandados no Rio de Janeiro e em São Paulo. Denominou-se "Que país é esse?", em razão da frase que Renato Duque dirigiu a seu advogado ao ser preso pela Polícia Federal em novembro de 2014. Em 27 de março de 2015, a Polícia Federal prendeu, em São Paulo, o empresário Dário Queiroz Galvão, sócio da Galvão Engenharia. No Rio de Janeiro foi preso o operador Guilherme Esteves de Jesus, um dos operadores investigados na My Way (9ª fase da Lava Jato), por pagar propina a mando do estaleiro Jurong. Os dois foram alvos de mandados de prisão preventiva sem prazo para expirar e foram levados para a sede da Policia Federal em Curitiba. Em 8 de abril de 2015, a justiça sequestrou 163,5 milhões de reais da empresa Queiroz Galvão, valor referente ao crédito de precatórios da empreiteira junto ao estado de Alagoas. 
11.ª fase (A Origem) — Em 10 de abril de 2015, a PF deu início à fase denominada de "A Origem", cumprindo 32 mandados, sendo sete de prisão, 16 de busca e apreensão e 9 de condução coercitiva. Esta fase teve operações em seis estados: Paraná, Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Foram presos nesta fase o ex-deputado André Vargas, Leon Vargas (irmão de André Vargas), o ex-deputado Luiz Argolo, Élia Santos da Hora (secretária de Argôlo), o ex-deputado Pedro Corrêa, Ivan Mernon da Silva Torres e Ricardo Hoffmann. 
João Vaccari Neto foi preso na décima segunda fase da operação.
12.ª fase — Em 15 de abril de 2015, a PF cumpriu dois mandados de prisão, um de condução coercitiva e um de busca e apreensão em São Paulo. João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, foi preso. A cunhada de Vaccari, Marice Correa de Lima ficou foragida até 17 de abril de 2015, e se entregou à polícia. A esposa de Vaccari, Gisela Lima, teve o mandado de condução coercitiva, sendo liberada após depoimento. A Polícia Federal encaminhou em 11 de maio de 2015, ao Ministério Público Federal (MPF), trinta indiciamentos contra 22 pessoas, investigadas na 11º fase, para apurar crimes de corrupção, fraude a licitações, lavagem de dinheiro e organização criminosa, entre outros. 
13.ª fase — Em 21 de maio de 2015, a PF cumpriu a 13.ª fase da Operação Lava Jato nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Cumpriram-se um mandado de prisão (Milton Pascowitch), um de condução coercitiva e quatro de busca e apreensão. Os mandados de busca e apreensão em São Paulo foram feitos na casa de José Adolfo Pascowitch, irmão de Milton Pascowitch. Os outros dois foram feitos um no Rio de Janeiro e outro em Minas Gerais. De acordo com o MPF, a empresa JD Consultoria, de José Dirceu, recebeu mais de 1,4 milhões de reais em pagamento da Jamp Engenheiros Associados Ltda, empresa que pertence a Milton Pascowitch. 
14.ª fase (Erga Omnes) — Em 19 de junho de 2015, a PF deflagrou a fase da operação, com nome de "Erga Omnes", expressão em latim que significa "vale para todos". Os alvos foram as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez. Prenderam-se na operação os presidentes da Odebrecht, Marcelo Odebrecht e da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo. Também prenderam os diretores da Odebrecht Marcio Faria, Rogério Araújo e Alexandrino Alencar. Cumpriram-se 38 mandados de busca, oito de prisão preventiva, quatro de prisão temporária e nove de condução coercitiva. Cumpriram-se os mandados judiciais em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Porto Alegre. 
Zelada foi preso na Conexão Mônaco.
15.ª fase (Conexão Mônaco) — Em 2 de julho de 2015, a PF deflagrou a fase operação, batizada de "Conexão Mônaco", cumprindo ao todo, cinco mandados judiciais sendo, quatro de busca e apreensão e um de prisão preventiva. Foi detido na cidade do Rio de Janeiro e encaminhado à carceragem em Curitiba, o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Jorge Luiz Zelada, em razão da movimentação, no Principado de Mônaco, de mais de 10 milhões de euros (34,5 milhões de reais, na cotação do dia da prisão) em recursos ilícitos obtidos em propinas nos negócios da empresa. Zelada fora citado anteriormente por dois delatores, Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco, como beneficiário do esquema de corrupção. Foi o sucessor de Nestor Cerveró, atuando na área internacional da Petrobras entre 2008 e 2012. 
Dirceu foi um dos alvos da 17ª fase, tendo a prisão decretada pela justiça.
16.ª fase (Radioatividade) — A Polícia Federal deflagrou em 28 de julho de 2015 a fase da operação batizada de "Radioatividade", com a prisão de Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-diretor presidente da Eletronuclear e Flávio David Barra, presidente da global AG Energia. Os dois foram presos no Rio de Janeiro e levados para a Superintendência da PF em Curitiba. Além do pagamento de propina, a 16ª fase investiga a formação de cartel e o prévio ajustamento de licitações nas obras de Angra 3. 
17.ª fase (Pixuleco) — A PF deflagrou em 3 de agosto de 2015 a fase da operação batizada de "Operação Pixuleco", batizada em referência ao termo que o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, havia usado para se referir à propina. Cumpriram-se 40 mandados judiciais, sendo três de prisão preventiva, cinco de prisão temporária, 26 de busca e apreensão e seis de condução coercitiva. José Dirceu e seu irmão Luiz Eduardo de Oliveira e Silva foram presos na operação, por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Cerca de duzentos policiais federais participam da ação. 
18.ª fase (Pixuleco II) — A PF deflagrou em 13 de agosto de 2015 a fase batizada de "Operação Pixuleco II". Na operação, 70 policiais federais cumpriram mandados de prisão e busca e apreensão em Brasília, São Paulo, Porto Alegre e Curitiba. Os mandados são um desdobramento da fase anterior da operação, que prendeu José Dirceu. Foi preso na operação o ex-vereador do PT, Alexandre Romano, que foi detido no aeroporto de Congonhas. Romano é suspeito de arrecadar vantagens indevidas superiores a 50 milhões de reais. Os pagamentos corriam por meio de empresas de fachada. 
19.ª fase (Nessum Dorma) — A PF deflagrou em 21 de setembro de 2015 a fase batizada de "Operação Nessum Dorma"(em português, "Ninguém dorme") com onze mandados expedidos. O executivo da Engevix, José Antunes Sobrinho, teve a prisão preventiva decretada e foi preso em Florianópolis. De acordo com as investigações, foi verificado que uma empresa recebeu cerca de 20 milhões de reais, entre 2007 e 2013, de empreiteiras já investigadas na operação. O dinheiro seria propina obtida a partir de contratos com a Petrobras. Além disso, Sobrinho realizou pagamentos de propina já com a operação em curso, sendo Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-diretor-presidente da Eletronuclear, que está preso em Curitiba, o destinatário dos recursos. "Ele fez movimentações em janeiro de 2015, inclusive, quando outro diretor da Engevix estava preso. Isso demonstra o quanto eles não têm limites nas suas operações", disse o Procurador da força-tarefa Carlos Fernandes Santos Lima. 
20.ª fase (Corrosão) — A PF deflagrou em 16 de novembro de 2015 a fase, batizada de "Corrosão", que faz menção à luta diária da Petrobras para combater os desgastes nas plataformas. Esta nova fase tem como objetivo buscar provas documentais sobre os crimes cometidos dentro da estatal e desvendados pela Operação Lava Jato. Prenderam-se na operação Roberto Gonçalves (ex-gerente executivo da Petrobras) e Nelson Martins Ribeiro, apontado como operador financeiro. 
21.ª fase (Passe Livre) — A Polícia Federal deflagrou em 24 de novembro de 2015 a fase, batizada de "Passe Livre". As investigações partiram da apuração das circunstâncias de contratação de um navio-sonda pela Petrobras com indícios concretos de fraude no procedimento licitatório. Ao todo, foram expedidos 32 mandados judiciais, sendo um de prisão preventiva ao pecuarista José Carlos Bumlai, além de 25 mandados de busca e apreensão e seis de condução coercitiva. A ação foi realizada em São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Entre os crimes investigados estavam fraudes relacionadas a licitação, falsidade ideológica, falsificação de documentos, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, lavagem de dinheiro, dentre outros. 
Em 21 de março de 2016, o pecuarista José Carlos Bumlai deixou a cadeia na região metropolitana de Curitiba. A prisão de Bumlai foi convertida de preventiva para domiciliar em virtude de um câncer diagnosticado na bexiga. Os advogados de Bumlai alegaram que o cliente tem 71 anos e outras doenças crônicas.
 
2. 3.3 - Ano de 2016
22.ª fase (Triplo X) — A Polícia Federal deflagrou, em 27 de janeiro de 2016, a operação Triplo X, em São Paulo e Santa Catarina. Oitenta policiais cumpriram seis mandados judiciais de prisão temporária, quinze de busca e apreensão e dois de condução coercitiva. A operação ocorreu em São Paulo: capital, Santo André e São Bernardo do Campo, e em Joaçaba, Santa Catarina, apurando estrutura criminosa destinada a abrir offshores e contas no exterior para ocultar e dissimular o produto dos crimes de corrupção, notadamente recursos oriundos de crimes praticados na Petrobras. Também se apura ocultação de patrimônio através de empreendimento imobiliário. Segundo a PF, suspeita-se que uma das empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato teria utilizado o negócio para repasse disfarçado de propina a agentes envolvidos no esquema criminoso da Petrobras. Entre os crimes investigados estão corrupção, fraude, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
23.ª fase (Acarajé) — A PF deflagrou, em 22 de fevereiro de 2016, a operação Acarajé, em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Trezentos policiais federais participaram da ação. A PF expediu um mandado de prisão contra o publicitário João Santana, mas ele não foi detido por estar no exterior, na República Dominicana. Também foram alvos da operação a empreiteira Odebrecht e o lobista e engenheiro representante no Brasil do estaleiro Keppel Fels, de Singapura, Zwi Skornicki, que também já havia sido alvo das investigações do Petrolão por suspeitas de atuar como operador de propinas. Ao todo, houve 38 mandados de busca e apreensão, dois de prisão preventiva, seis de prisão temporária e cinco de condução coercitiva. A investigação identificou pelo menos 7 milhões de dólares enviados ao exterior e com relação direta com João Santana. Segundo nota da PF, o termo Acarajé se refere ao nome que alguns investigados usavam para designar dinheiro em espécie. 
Os documentos da investigação ainda colocaram sob suspeita o financiamento de obras do Instituto Lula feita pela Odebrecht, no montante de cerca de 12,4 milhões de reais. Analisando documentos apreendidos na empreiteira, a polícia identificou a sigla IL como sendo do Instituto. A empreiteira também teria arcado com custos de outras propriedades pertencentes ao ex-presidente. 
24.ª fase (Aletheia) — A PF deflagrou, em 4 de março de 2016, a operação Aletheia, com onze conduções coercitivas e 33 mandados de busca e apreensão. Entre os alvos, o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, seus dois filhos e Paulo Okamotto, amigo do ex-presidente. A Polícia Federal também cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços relacionados a alguns dos familiares e a Instituto Lula, presidida por Okamotto e em direções relacionadas com Lula, e imóveis em São Bernardo do Campo, cidade onde mora o ex-presidente, Atibaia e Guarujá, ambas localizadas no estado de São Paulo, onde em ele e a mulher tiveram um apartamento tríplex remodelado pela empreiteira OAS. A PF informou que investigava crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Também houve mandados judiciais em Salvador, Rio de Janeiro e nos municípios paulistas de Diadema, Santo André e Manduri. A intimação do ex-presidente Lula a depor na sede da PF repercutiu na imprensa internacional. Conduziu-se coercitivamente o ex-presidente ao aeroporto de Congonhas para prestar depoimento. O nome da operação é uma palavra grega significando busca da verdade. 
25.ª fase (Polimento) — A polícia judiciária portuguesa cumpriu, em 21 de março de 2016 em Lisboa, a fase batizada de "Polimento". O operador financeiro Raul Schmidt Felippe Junior, foragido desde julho de 2015, foi preso preventivamente. Foi a primeira operação internacional realizada pela Lava Jato. Schmidt é alvo da 10ª fase da operação, e tido como sócio de Jorge Luiz Zelada, que está preso no Complexo Médico-Penal em Pinhais, no Paraná. As investigações apontam que Raul é suspeito de envolvimento em pagamentos de propinas à Zelada, Renato de Souza Duque e Nestor Cerveró.  Segundo o Ministério Público Federal, além do Schmidt atuar como operador, também aparece como preposto de empresas internacionais na obtenção de contratos de exploração de plataformas da Petrobras. Raul Schmidt tinha dupla nacionalidade, brasileira e portuguesa, e se mudou para Portugal após a deflagração da Operação Lava Jato. 
26.ª fase (Xepa) — A PF deflagrou, em 22 de março de 2016, a fase batizada de Xepa, um desdobramento da Operação Acarajé, baseada em informações que teriam sido prestadas por Mônica Moura, esposa do publicitário João Santana. A operação contou com 380 policiais federais. Cumpriram-se 110 mandados no Distrito Federal, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia, São Paulo e Santa Catarina, sendo 67 mandados de busca e apreensão, 28 mandados de condução coercitiva, 11 mandados de prisão temporária e 4 mandados de prisão preventiva. Investiga-se um esquema bilionário de desvio e lavagem de dinheiro envolvendo a Petrobras e empreiteiras. Há suspeitas de irregularidades na obra da Arena Corinthians, feita pela construtora Odebrecht, com indícios de propina ao vice-presidente. 
27.ª fase (Carbono 14) — Em 1º de abril de 2016 PF deflagrou a fase batizada de Carbono 14, com doze mandados judiciais, sendo de dois de prisão temporária, oito de busca e apreensão e dois de condução coercitiva. Expediram-se mandados de prisão contra Ronan Maria Pinto e Silvio Pereira e mandados de busca e apreensão nas empresas DNP Eventos, Expresso Santo André e no Diário do Grande ABC. O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e Breno Altman foramalvos de condução coercitiva. A operação investiga crimes de extorsão, falsidade ideológica, fraude, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 
Gim Argello foi preso na 28ª fase.
28.ª fase (Vitória de Pirro) — Em 12 de abril de 2016, a PF deflagrou a Vitória de Pirro, com a prisão do ex-senador Gim Argello, suspeito de evitar depoimentos decisivos na CPI Mista da Petrobras (CPMI) em 2014. 
29.ª fase (Repescagem) — Em 23 de maio de 2016, a Polícia Federal realizou a Operação Repescagem, que investigou crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva e ativa envolvendo verbas desviadas ligadas ao Partido Progressista (PP). O ex-tesoureiro do partido, João Cláudio Genu, foi preso na operação. Expediram-se seis mandados de busca e apreensão, um de prisão preventiva e dois mandados de prisão temporária em Pernambuco, Rio de Janeiro e no Distrito Federal. 
30.ª fase (Vício) — Em 24 de maio, a PF deflagrou a Operação Vício, com 39 mandados judiciais, sendo duas prisões, vinte e oito de busca e apreensão e nove mandados de condução coercitiva nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. O nome da operação está relacionado à sistemática, repetida e aparentemente dependente prática de corrupção por determinados funcionários da estatal e agentes políticos que aparentam não atuar de outra forma senão por meio de atos lesivos ao Estado. Os alvos da operação foram José Dirceu e Renato Duque. Os crimes apurados são de corrupção, organização criminosa e lavagem de ativos. 
31.ª fase (Abismo) — Em 4 de julho de 2016, a PF deflagrou a Operação Abismo em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Um dos alvos é o ex-tesoureiro do PT Paulo Adalberto Alves Ferreira, que foi detido em 24 de junho, quando foi alvo da Operação Custo Brasil, um desdobramento da Lava Jato que investiga fraudes no crédito consignado de servidores públicos. Ferreira foi alvo de mandado prisão preventiva. Foram expedidas ainda outros 35 mandados judiciais, sendo quatro de prisão temporária, 24 de busca e apreensão, além de sete conduções coercitivas. 
32.ª fase (Caça-Fantasmas) — Em 7 de julho de 2016, a PF deflagrou a Operação Caça-Fantasmas, que investiga crimes contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro e organização criminosa internacional. Cerca de 60 policiais cumpriram 10 mandados de busca e apreensão e sete de condução coercitiva nas cidades paulistas de São Paulo, São Bernardo do Campo e Santos. Os alvos foram o banco panamenho FPB Bank, que atuava no Brasil clandestinamente, sem autorização do Banco Central, e o escritório Mossack Fonseca, especializado em abertura e administração de offshores. Paulo Fanton, o representante do banco no Brasil, foi um dos alvos de mandados de condução coercitiva e busca e apreensão. Segundo a Polícia Federal, utilizando-se dos serviços da Mossack Fonseca, o banco investigado abria e movimentava contas em território nacional para viabilizar o fluxo de valores de origem duvidosa para o exterior, à margem do sistema financeiro nacional. 
Guido Mantega foi alvo da 34ª fase; chegou a ser preso, mas logo foi liberado.
33.ª fase (Resta Um) — Em 2 de agosto de 2016, a PF deflagrou a Operação Resta Um, que investiga a atuação da construtora Queiroz Galvão e de seus ex-executivos Idelfonso Collares e Othon Zanoide Filho em corrupção e fraude nas obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, na Refinaria Abreu e Lima e em diversas refinarias, como a do Vale do Paraíba, Landulpho Alves e Duque de Caxias. As investigações apontaram que a empreiteira pagava propina às diretorias de Serviços e de Abastecimento, comandadas à época por Renato Duque e Paulo Roberto Costa, e cujos repasses de dinheiro sujo se aproximaram dos 10 milhões de reais. Na transação para liberar dinheiro e subornar funcionários da Petrobras, a Queiroz Galvão e o consórcio repassaram milhões de dólares em propina para contas secretas no exterior. Além disso, há evidências de atuação da empresa para atrapalhar as investigações da CPI da Petrobras instalada no Senado. Houve 23 mandados de busca, dois de prisão preventiva, um de prisão temporária e seis de condução coercitiva. Foram presos na operação Ildefonso Collares e Othon Zanoide, que já haviam sido presos provisoriamente na sexta fase da Lava Jato. 
Antônio Palocci, preso na 35ª fase.
34.ª fase (Arquivo X) — Em 22 de setembro de 2016, a PF deflagrou a Operação Arquivo X em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e Distrito Federal, apurando, entre outros crimes, corrupção de agentes públicos, fraude licitatória, associação criminosa, lavagem de dinheiro e repasses de recursos a agentes e partidos políticos responsáveis pelas indicações de cargos importantes da Petrobrás. Ao todo 180 policiais federais e 30 auditores fiscais cumpriam 33 mandados de busca e apreensão, oito de prisão temporária e oito de condução coercitiva, incluindo a prisão do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, que teria arrecadado cinco milhões de reais em propina para pagamento de dívidas de mercadologia e propaganda de campanhas políticas do PT em 2012 nas obras das plataformas petrolíferas FSPO P67 e P70, do comando de empresas que não possuíam experiência, estrutura ou preparo para tanto, incluindo a Mendes Júnior, a OSX Construção Naval, de Eike Batista, e outras empresas por elas utilizadas para repasses de vantagens indevidas. Entre essas, constam na Integra offshore (consórcio de Mendes Jr. e OSX), com contratos falsos com Tecna/Isolux para passar dez milhões de reais a partidos políticos por meio da Credencial construtora, que teria repassado seis milhões a José Dirceu e associados. O suborno teria somado 34 milhões de reais em diversos contratos. 
35.ª fase (Omertà) — Em 26 de setembro de 2016, a PF deflagrou a Operação Omertà, que resultou na prisão do ex-ministro da Fazenda e da Chefia da Casa Civil Antônio Palocci, na capital paulista. Também foram presos o ex-chefe de seu gabinete Juscelino Dourado e o ex-assessor Branislav Kontic. A PF recolheu evidências de que Palocci atuou deliberadamente para garantir que o Grupo Odebrecht conseguisse contratos com o poder público. Em troca, o ex-ministro e seu grupo eram agraciados com suborno. A atuação de Palocci foi monitorada, por exemplo, na negociação de uma medida provisória que proporcionaria benefícios fiscais, no aumento da linha de crédito junto ao BNDES para a Odebrecht fechar negócios na África e em interferência na licitação para compra de 21 navios sonda para exploração da camada pré-sal. 
Sérgio Cabral, preso na 37ª fase.
36.ª fase (Dragão) — Em 10 de novembro de 2016, a PF deflagrou a Operação Dragão, com a prisão preventiva de Adir Assad e do operador Rodrigo Tacla Duran. Adir já estava preso em outra fase da Operação Lava Jato. Ao total foram cumpridos 18 mandados judiciais, sendo 16 de busca e apreensão e dois de prisão preventiva em cidades do Paraná, São Paulo e Ceará. Segundo o MPF, as investigações apontaram diversas evidências de que os operadores se utilizaram de mecanismos sofisticados de lavagem de dinheiro, entre eles o uso de contas bancárias em nome de offshores no exterior, a interposição de empresas de fachada e a celebração de contratos falsos. Diversos envolvidos valeram-se dessas empresas a fim de gerar recursos para realizar pagamentos de propina, como a UTC Engenharia e a Mendes Júnior que repassaram ao operador financeiro.
37.ª fase (Calicute) — Em 17 de novembro de 2016, a PF deflagrou a Operação Calicute, que prendeu o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral sob a acusação de cobrança de suborno em contratos com o poder público. A ação visou investigar o desvio de recursos públicos federais em obras realizadas pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, com prejuízo estimado superior a R$ 224 milhões. A investigação partiu das delações do dono da Delta Engenharia, o empreiteiro Fernando Cavendish, e de executivos da Carioca Engenharia e Andrade Gutierrez, no âmbito do inquérito do casoEletronuclear. Revelou-se à força-tarefa que os executivos das empreiteiras se reuniram no Palácio Guanabara, sede do governo fluminense, para tratar do dinheiro ilícito, e que houve cobrança nos contratos de grandes obras. Só a Carioca Engenharia comprovou o pagamento de mais de R$ 176 milhões em propina para o grupo. Ao todo, a polícia visou cumprir 38 mandados de busca e apreensão, 8 de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 14 conduções coercitivas. 
 
Vital do Rêgo e Marco Maia, alvos da 38.ª fase.
38.ª fase (Deflexão) — Em 5 de dezembro de 2016, a PF deflagrou uma nova fase que envolveu o atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo e o deputado federal Marco Maia (PT-RS), ex-presidente da Câmara. Os alvos da nova fase são suspeitos de terem negociado propinas com empreiteiros que estavam na mira da CPI da Petrobras, instalada no Congresso em maio de 2014. As investigações do caso começaram quando o ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral, revelou, em sua colaboração premiada, que a CPMI foi utilizada para fazer negociatas. Segundo os investigadores, há indícios de que Vital tenha solicitado a empreiteiros 5 milhões de reais para a sua campanha ao governo do Estado da Paraíba. A construtora OAS doou metade desse valor ao PMDB nacional, partido ao qual o ministro do TCU é filiado. A outra parte foi repassada por meio de caixa dois, numa transferência feita pela empreiteira à Construtora Planíce, também alvo de busca e apreensão. Já o deputado federal Marco Maia é suspeito de ter recebido duzentos mil reais de suborno em espécie. Júlio Camargo teria entregado o dinheiro a um operador do ex-presidente da Câmara. Além de Delcídio, o empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, também denunciou Vital do Rêgo e Marco Maia, que foram alvos da operação. Em outubro de 2016, o advogado de Léo pinheiro entregou ao juiz Sérgio Moro, notas fiscais e comprovantes de transferência que segundo ele, seria pagamentos de propina a Vital do Rêgo. 
2.3.4 - Ano de 2017
Eike Batista, preso na 39ª fase.
39.ª fase (Eficiência) — Em 26 de janeiro de 2017, a Polícia Federal deflagrou uma nova fase que investigou crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e na ocultação no exterior de aproximadamente 100 milhões de dólares (cerca de 340 milhões de reais). Entre os alvos dos mandados está o empresário Eike Batista. Um objeto das investigações é o pagamento de um suborno de 16,5 milhões de dólares ao ex-governador fluminense Sérgio Cabral por Eike Batista e Flávio Godinho (já preso), do grupo EBX, usando a conta Golden Rock no TAG Bank, no Panamá. Segundo o Ministério Público Federal, o valor foi solicitado por Cabral a Eike Batista em 2010. De acordo com os procuradores, a remessa de valores de Sérgio Cabral para o exterior foi contínua entre 2002 e 2007, acumulando 6 milhões de dólares. Durante a gestão como governador, ele acumulou mais 100 milhões de reais em propinas, distribuídas em diversas contas em paraísos fiscais no exterior. Identificaram-se ao menos onze contas. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão em cerca 40 endereços, que são de presos e de pessoas que foram prestar depoimentos e de empresas investigadas nesse inquérito. Segundo a Polícia Federal, o Ministério Público Federal já conseguiu repatriar cerca de 270 milhões de reais, que estão à disposição da Justiça Federal em conta aberta na Caixa Econômica Federal. A força-tarefa agora solicita cooperação internacional para o bloqueio e repatriação dos valores ainda ocultos em outros países.
40.ª fase (Leviatã) — No dia 16 de fevereiro de 2017, a PF deflagrou uma nova fase da operação para cumprir 16 mandados de busca e apreensão. O pedido foi da Procuradoria-Geral da República e foi atendido pelo ministro do STF e relator da operação Edson Fachin. Batizada de Leviatã, a operação tem como alvo o filho do senador Edison Lobão (PMDB), Márcio Lobão, e Luiz Otavio Campos, ex-senador. 
 2.4 - Quebra de sigilo telefônico de Lula 
Luiz Inácio Lula da Silva em junho de 2015. A Justiça Federal do Paraná autorizou a quebra de sigilo telefônico do ex-presidente no âmbito da Operação Lava Jato.
Em 16 de março de 2016, o juiz Sérgio Moro retirou o sigilo de interceptações telefônicas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As conversas gravadas pela Polícia Federal incluem diálogo no mesmo dia com a presidente Dilma Rousseff, que o nomeou Ministro Chefe da Casa Civil. Contudo, Moro declarou que Lula já tinha pelo menos a suspeita das gravações, o que comprometeria a espontaneidade e a credibilidade de diversos dos diálogos. O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, disse que a divulgação do áudio da conversa entre a presidente Dilma Rousseff com Lula é uma "arbitrariedade" e estimula uma "convulsão social".
A conversa telefônica se refere especialmente à oferta do cargo de ministro a Lula; ele diz que talvez aceitasse o cargo para ser útil ao governo, não para se proteger politicamente. Moro afirmou que havia indícios de tentativa de influenciar ou de obter auxílio de autoridades do Ministério Público ou da Magistratura em favor do ex-presidente, mas sem provas da participação das pessoas mencionadas. Referiu-se ainda à ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), "provavelmente para obtenção de decisão favorável ao ex-presidente na ACO 2822". Ela negou um pedido apresentado pela defesa do ex-presidente para suspender duas investigações sobre um triplex em Guarujá, SP e um sítio em Atibaia, SP ligados a ele, no que recebeu elogios de Moro no seu relatório.
Lula, numa conversa gravada com o Ministro Chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, solicita que converse com Dilma a respeito “de negócio da Rosa Weber”. Ricardo Lewandowski também aparece nos diálogos: "Há diálogo que sugere tentativa de se obter alguma intervenção do Exmo. Ministro Ricardo Lewandowski contra imaginária prisão do ex-presidente, mas sequer o interlocutor logrou obter do referido Magistrado qualquer acesso nesse sentido", disse o juiz. E ainda se fala do Ministro da Justiça Eugênio Aragão, que Lula reputa como amigo, embora "ainda não tivesse prestado qualquer auxílio". O juiz Moro enfatizou que "Houve tentativa pelos interlocutores em obter auxílio ou influenciar membro do Ministério Público ou da Magistratura não significa que esses últimos tenham qualquer participação nos ilícitos". Para Moro, porém, isso "não torna menos reprovável a intenção ou as tentativas de solicitação".
As interceptações telefônicas são numerosas e se referem a muitos outros nomes do processo de impedimento e do cenário político nacional. Moro explicou que "O levantamento [do sigilo] propiciará assim não só o exercício da ampla defesa pelos investigados, mas também o saudável escrutínio público sobre a atuação da Administração Pública e da própria Justiça criminal”. E ainda: “A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras”, afirmou o juiz no seu despacho. 
O ministro do STF Teori Zavascki criticou a decisão do juiz Sergio Moro de divulgar o conteúdo das interceptações telefônicas que envolvem o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff. O relator da Lava Jato Zavascki discordou da "imediata" divulgação das conversas e apontou a falta de "contraditório." Para Zavascki, "a divulgação pública das conversações telefônicas interceptadas, nas circunstâncias em que ocorreu, comprometeu o direito fundamental à garantia de sigilo, que tem assento constitucional." Em 22 de março de 2016, Zavascki determinou que Moro envie ao STF os processos que tramitam na 13ª Vara Federal de Curitiba que envolvem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 
2.5 - Recuperação de recursos
Deltan Dallagnol, coordenador da Operação, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o então presidente da Petrobras Aldemir Bendine, em 11 de maio de 2015, na cerimônia de devoluçãosimbólica de 157 milhões de reais à Petrobras, recuperados pela Lava Jato. No esquema de corrupção investigado pela operação, até 2015, devolveram-se à Petrobras 296 milhões de reais, em duas partes. 
Em novembro de 2015, o procurador Deltan Dallagnol disse que a Operação Lava Jato quebrou recordes de devolução de recursos para o país. Segundo ele, antes da Lava Jato, a soma de todos os valores recuperados em outros casos de corrupção é de menos de 45 milhões de reais. 
Em 16 de março de 2016, em viagem à Europa para nova repatriação de recursos, o Procurador Geral da República Rodrigo Janot disse que a operação Lava Jato já recuperou mais de 4 bilhões de reais. 
Em abril de 2016 o Departamento de Recuperação de Ativos de Cooperação Jurídica (DRCI), órgão do Ministério da Justiça, divulgou que a Lava Jato registrou em 2015 um recorde de repatriações de recursos desviados do país, com 124,9 milhões de dólares repatriados. Para Ricardo Saadi, diretor do DRCI, só foram possíveis as recuperações graças às delações premiadas. 
A força-tarefa da Operação Lava Jato e a Justiça Federal do Paraná conseguiram recuperar até setembro de 2016 10,1 bilhões de reais são alvo de recuperação, sendo 756,9 milhões de reais repatriados e 3,2 bilhões de reais bloqueados.
3 . PROCEDIMENTOS INSTAURADOS
 
3.1 - Denúncias do Ministério Público Federal 
3.1.2 - Ações no Supremo Tribunal Federal 
3.1.3 - Políticos Investigados No Esquema De Desvios 
Em 6 de março de 2015, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a abertura de 28 inquéritos para investigar 47 políticos suspeitos de envolvimento na Petrobras. Na lista estão congressistas, senadores e deputados, supostamente envolvidos com o recebimento de propina da estatal, além de dois operadores do esquema. Para os advogados, "a simples instauração do inquérito" já gera um "constrangimento enorme". "O que não se pode fazer é macular a vida pública do homem de bem, permitindo-se a tramitação de inquérito pela exclusiva menção inespecífica a seu nome, nos moldes do que ocorria na Idade Média, quando, apontada uma bruxa por um vizinho, a fogueira era seu destino sumário", escrevem os advogados. 
	Nome
	Cargo
	Partido
	UF
	Renan Calheiros
	Senador
	PMDB
	AL
	Eduardo Cunha
	Ex-deputado federal (cassado)
	PMDB
	RJ
	Fernando Collor de Mello
	Senador
	PTC
	AL
	Lindberg Farias
	Senador
	PT
	RJ
	Cândido Vaccarezza
	Ex-deputado federal
	PT
	SP
	Gleisi Hoffmann
	Senadora
	PT
	PR
	Benedito de Lira
	Senador
	PP
	AL
	Arthur Lira
	Deputado federal
	PP
	AL
	José Mentor
	Deputado federal
	PT
	SP
	Edison Lobão
	Senador
	PMDB
	MA
	Humberto Costa
	Senador
	PT
	PE
	José Otávio Germano
	Deputado federal
	PP
	RS
	João Alberto Pizzolatti
	Ex-deputado federal
	PP
	SC
	Roseana Sarney
	Ex-governadora
	PMDB
	MA
	Vander Loubet
	Deputado federal
	PT
	MS
	Aécio Neves (arquivado) 
	Senador
	PSDB
	MG
	Antônio Anastasia (arquivado) 
	Senador
	PSDB
	MG
	Aníbal Gomes
	Deputado federal
	PMDB
	CE
	Simão Sessim
	Deputado federal
	PP
	RJ
	Nelson Meurer
	Deputado federal
	PP
	PR
	Roberto Teixeira
	Ex-deputado federal
	PP
	PE
	Ciro Nogueira
	Senador
	PP
	PI
	Gladson Cameli
	Senador
	PP
	AC
	Aguinaldo Ribeiro
	Deputado federal
	PP
	PB
	Eduardo da Fonte
	Deputado federal
	PP
	PE
	Luiz Fernando Faria
	Deputado federal
	PP
	MG
	Dilceu Sperafico
	Deputado federal
	PP
	PR
	Jerônimo Goergen
	Deputado federal
	PP
	RS
	Sandes Júnior
	Deputado federal
	PP
	GO
	Afonso Hamm
	Deputado federal
	PP
	RS
	Missionário José Olímpio
	Deputado federal
	PP
	SP
	Lázaro Botelho
	Deputado federal
	PP
	TO
	Luis Carlos Heinze
	Deputado federal
	PP
	RS
	Renato Molling
	Deputado federal
	PP
	RS
	Roberto Balestra
	Deputado federal
	PP
	GO
	Roberto Britto
	Deputado federal
	PP
	BA
	Waldir Maranhão
	Deputado federal
	PP
	MA
	Mário Negromonte
	Ex-deputado federal
	PP
	BA
	Pedro Corrêa
	Ex-deputado federal
	PP
	PE
	Aline Corrêa
	Ex-deputada federal
	PP
	SP
	André Vargas
	Ex-deputado federal (cassado)
	PT
	PR
	Carlos Magno
	Ex-deputado federal
	PP
	RO
	João Leão
	Ex-deputado federal e vice-governador
	PP
	BA
	Luiz Argôlo
	Ex-deputado federal
	SD
	BA
	José Linhares
	Ex-deputado federal
	PP
	CE
	Pedro Henry
	Ex-deputado federal
	PP
	MT
	Vilson Covatti
	Ex-deputado federal
	PP
	RS
	Romero Jucá
	Senador
	PMDB
	RR
	Valdir Raupp
	Senador
	PMDB
	RO
	Luiz Fernando Pezão
	Governador
	PMDB
	RJ
3.2.2 - Relatoria no STF
O relator da ações da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal foi o ministro Teori Zavascki desde o início da operação, em 2014. Teori ficou à frente do caso por três anos, até sua morte em um acidente aéreo. Teori conduzia os processos com rigor e discrição. Com a morte de Teori, em 2 de fevereiro de 2017 o ministro Edson Fachin foi sorteado novo relator da operação na Corte. O novo ministro, professor da Universidade Federal do Paraná, tem um perfil considerado pelos seus pares incorruptível. No mesmo dia o gabinete do ministro Edson Fachin divulgou nota informando que já começara a transição com o gabinete de Teori Zavascki. Segundo a nota, Fachin "reconhece a importância dos novos encargos e reitera seu compromisso de cumprir seu dever com prudência, celeridade, responsabilidade e transparência". 
3.2.3 - Resultados no STF
No Supremo Tribunal Federal (STF) foram realizadas 1.925 manifestações, com 413 investigados e 79 milhões de reais foram repatriados. 
	Busca e apreensão
	171
	Quebras de sigilo fiscal
	156
	Quebras de sigilo bancário 
	215
	Quebras de sigilo telefônico 
	147
	Sequestros de bens
	19
	Sequestro de valores
	4
	Inquéritos
	85
	Denúncias
	20
	Acusados
	68
	Ações penais
	3
	Acordos de colaboração 
	49
	Valores repatriados 
	R$79 milhões
3.4 - Ações na Justiça Federal
As ações penais não tramitam em segredo de justiça e, por força do Inciso LX do artigo 5º e do Inciso IX do artigo 93 da Constituição Federal de 1988, são públicas.Realizam-se os interrogatórios em audiência pública, acessível a qualquer pessoa. Além disso, as declarações foram imediatamente inseridas no processo eletrônico, cujos atos estão disponíveis na Internet, pelo E-Proc V2, sistema da Justiça Federal do Tribunal Regional da 4ª Região. Os números dos processos estão acessíveis ao público. 
3.4.1 - Indiciamentos pela Polícia Federal
	Nome
	Cargo
	Empresa/Partido
	Fernando 'Baiano' Soares
	Lobista
	—
	José Aldemário Pinheiro Filho
	Presidente
	Construtora OAS
	Mateus Coutinho de Sá Oliveira
	Vice-presidente do conselho executivo
	Construtora OAS
	Agenor Franklin Magalhães Medeiros
	Diretor
	Construtora OAS
	José Ricardo Nogueira Berghirolli
	
	Construtora OAS
	Alexandre Portela Barbosa
	
	Construtora OAS
	Erton Medeiros Fonseca
	Diretor-presidente de engenharia industrial
	Galvão Engenharia
	Othon Zanoide de Moraes Filho
	Diretor-geral de desenvolvimento comercial
	Vital Engenharia (grupo Queiroz Galvão)
	Ildefonso Colares Filho
	Diretor-presidente
	Construtora Queiroz e Galvão
	Sérgio Cunha Mendes
	Vice-presidente-executivo
	Mendes Júnior
	Ângelo Alves Mendes
	
	Mendes Júnior
	Flávio Sá Motta Pinheiro
	
	Mendes Júnior
	Rogério Cunha de Oliveira
	
	Mendes Júnior
	Valdir Lima Carreiro
	Diretor-presidente
	IESA Óleo & Gás
(Grupo Inepar)
	Otto Garrido
	Diretor de operações
	IESA Óleo & Gás
3.4.2 - Bloqueio de bens
Em 14 de maio de 2014, a Justiça determinou o bloqueio de 241,54 milhões de reais da construtora Camargo Corrêa e da Sanko Sider, e 302,56 milhões de reais da Galvão Engenharia. Em 15 de maio de 2015, o Ministério Público Federal obteve o bloqueio de 282,49 milhões de reais em bens da OAS e seus diretores. O bloqueiodos valores das empresas foi através de cautelar em paralelo a ação civil pública por improbidade administrativa ajuizada pelo MPF.
Em janeiro de 2015, a Justiça Federal de Curitiba determinou o bloqueio de bens em 118,8 milhões de reais de três empresas dezesseis pessoas envolvidas no esquema. Entre os que tiveram os bens bloqueados estão o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, o então vice-presidente da Engevix Gerson Almada e o lobista Fernando Soares. Em abril, a Justiça determinou o bloqueio de 153 milhões de reais da construtora Engevix. De acordo com as investigações, Gerson Almada, vice-presidente da empresa, desviou de 1% a 3% dos contratos da Engevix com a Petrobras para garantir o pagamento das propinas ao ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa. No mesmo mês, a Justiça determinou o bloqueio de 9,5 milhões das contas de Eduardo Cunha na Suíça. No mês seguinte, a Justiça determinou o bloqueio de 137,5 milhões de reais da construtora Mendes Júnior e dos executivos da construtora para garantir ressarcimento de dinheiro desviado da Petrobras. O bloqueio atingiu os bens da Mendes Júnior Participações S/A, da Mendes Júnior Trading e Engenharia S/A, do ex-vice-presidente, Sergio Cunha Mendes, do ex-vice-presidente corporativo Ângelo Alves Mendes e de Rogério Cunha de Oliveira, Alberto Elísio Vilaça Gomes e José Humberto Cruvinel Resende. 
Em 28 de julho de 2015, a Justiça determinou o bloqueio de 60 milhões de reais dos presos na 16ª fase da operação, sendo 20 milhões de reais do presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva e 20 milhões de reais do executivo da empreiteira Andrade Gutierrez, Flávio David Barra. Os outros 20 milhões de reais bloqueados são da Aratec Engenharia Consultoria & Representações Ltda, que pertencente a Othon Luiz. 
Em fevereiro de 2016, a Justiça Federal de Curitiba determinou o bloqueio das contas pessoais e das empresas do publicitário João Santana e de sua mulher, Mônica Moura. Em junho 2016, a Justiça determinou o bloqueio de até 220 milhões de Eduardo Cunha. Em agosto do mesmo ano, o Tribunal de Contas da União (TCU) comunicou ao juiz Sérgio Moro, o bloqueio de bens do ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, do ex-diretor Renato Duque e das empreiteiras OAS e Odebrecht. A Corte ordenou a disponibilidade de 2,1 bilhões de reais para assegurar ressarcimento dos prejuízos da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, causados pelo esquema de cartel, corrupção e superfaturamento investigado na operação. Em novembro, a Justiça Federal de Curitiba determinou o bloqueio dos bens das mesmas empreiteiras. De acordo com a decisão, as construtoras deverão depositar mensalmente em juízo a quantia de 3% do faturamento, valor referente ao percentual de propina que teria sido cobrada em contratos da Petrobras. 
Em 28 de novembro, a Justiça Federal do Rio determinou o bloqueio de bens imóveis de Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, e do escritório de advocacia Ancelmo Advogados, de propriedade dela. 
3.4.3 - Improbidade administrativa
Em 20 de fevereiro de 2015,o Ministério Público Federal ajuizou ação civil pública pelos atos de improbidade administrativa contra as empreiteiras Camargo Corrêa, OAS, Engevix, Galvão Engenharia, Mendes Júnior e Sanko Sider acusadas de cartel na Petrobras sejam condenadas a pagar 4,47 bilhões de reais. 
Em 12 de março de 2016, a força-tarefa da Operação Lava Jato ajuizou ação de improbidade administrativa contra os ex-diretores da Petrobras Renato Duque e Paulo Roberto Costa, o ex-gerente executivo Pedro Barusco e o ex-funcionário Celso Araripe Oliveira, as empresas Odebrecht e a Construtora Norberto Odebrecht e contra os executivos Marcelo Bahia Odebrecht, Marcio Faria da Silva, Rogério Araújo, Cesar Rocha e Paulo Sérgio Boghossian. De acordo com a Procuradoria, esta é a sexta ação de improbidade administrativa no âmbito da Operação Lava Jato. 
Na ação o MPF pede que os réus sejam condenados a pagar uma quantia superior a 7 bilhões de reais, totalizando R$ 7 288 289 786,40. Neste valor incluem-se o ressarcimento em R$ 520 592 127,60, equivalente ao total de propina paga em razão dos contratos, o pagamento de multa civil no total de R$ 1 561 776 382,80 e o pagamento de danos morais coletivos em montante não inferior a R$ 5 205 921 276,00. Além disso, pede-se que os réus sejam proibidos de contratar com o poder público e de receber benefícios ou incentivos fiscais. 
A ação tem por base evidências de que as empresas do Grupo Odebrecht, individualmente ou por intermédio de consórcios, pagaram propinas para serem favorecidas em licitações nas obras:
Execução das obras de “ISBL da Carteira de Gasolina e UGHE HDT de instáveis da Carteira de Coque” da Refinaria Getúlio Vargas (REPAR), localizada no município de Araucária, Paraná; 
Implantação de UHDTs e UGHs no âmbito da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), no estado de Pernambuco; 
Implantação das UDAs no âmbito da RNEST; 
Serviços de terraplanagem para a RNEST; 
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ); 
Obras referentes à terraplanagem do COMPERJ; 
Realização das obras da UPCGN II, para o Terminal de Cabiúnas, no Rio de Janeiro; 
Realização das obras referentes à instalação do UPCGN III, para o Terminal de Cabiúnas; 
Realização de obras da Tocha (Ground Flare) do Terminal de Cabiúnas; 
Execução de obras do gasoduto GASDUC III, no Rio de Janeiro; 
Obras referentes às plataformas P-59 e P-60; 
Obras relativas ao prédio administrativo de Vitória, ES. 
Em 13 de junho de 2016, o MPF protocolou ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra Eduardo Cunha. Também foram alvos da ação a mulher do deputado, Cláudia Cruz, o ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada, o operador João Augusto Rezende Henriques, e o empresário português Idalécio Oliveira, proprietário da Companie Beninoise des Hydrocarbures Sarl (CBH). 
3.5 - Condenações na Primeira Instância
Em 2015 vários julgamentos resultaram em condenações diversas. Em 22 de abril, condenaram-se Alberto Youssef (doleiro), Esdra de Arantes Ferreira (sócio da Labogen), Márcio Andrade Bonilho (Sanko Sider), Waldomiro de Oliveira (Sanko Sider), Leandro Meirelles (sócio da Labogen), Leonardo Meirelles (sócio da Labogen), Paulo Roberto Costa (ex-diretor da Petrobras) e Pedro Argese Junior (operador do esquema). Em 26 de maio, o mesmo ocorreu a Nestor Cerveró (ex-diretor da Petrobras).
Entre abril e agosto, foi a vez de André Catão de Miranda (ligado a Youssef), Carlos Alberto Pereira da Costa (ligado a Youssef), Carlos Habib Chater (ligado a Youssef), Cleverson Coelho de Oliveira (ligado a Youssef), Dalton dos Santos Avancini (ex-presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa), Ediel Viana da Silva (ligado a Youssef), Eduardo Hermelino Leite (ex-vice-presidente da Camargo Corrêa), Esdra de Arantes Ferreira (ligado a Youssef), Faiçal Mohamed Nacirdine (ligado a Youssef), Fernando Antônio Falcão Soares (lobista), Fernando Augusto Stremel Andrade (funcionário da OAS), Iara Galdino da Silva (doleira), Jayme Alves de Oliveira Filho (atuação com Youssef na lavagem de dinheiro), João Ricardo Auler (ex-presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa), José Aldemário Pinheiro Filho (presidente da OAS), José Ricardo Nogueira Breghirolli (contato de Youssef com a OAS), Juliana Cordeiro de Moura (ligada a Youssef), Júlio Gerin de Almeida Camargo (ex-consultor da Toyo Setal), Leandro Meirelles (ligado a Youssef), Leonardo Meirelles (ligado a Youssef), Luccas Pace Júnior (ligado a Youssef), Márcio Andrade Bonilho (ligado a Youssef), Maria Dirce Penasso (ligada a Youssef), Matheus Coutinho de Sá Oliveira (ex-funcionário da OAS),[  Nelma Mitsue Penasso Kodama (doleira), Pedro Argese Júnior (ligado a Youssef), Renê Luiz Pereira (ligado a Youssef), Rinaldo Gonçalves de Carvalho (ligado a Youssef) e Waldomiro Oliveira ("laranja" de Youssef em empresas de fachada). 
Em 21 de setembro, condenaram-se Adir Assad, Alberto Youssef (doleiro),Augusto Ribeiro de Mendonça Neto (Toyo Setal), Dario Teixeira Alves Júnior, João Vaccari Neto (ex-tesoureiro do PT), Júlio Gerin de Almeida Camargo (Toyo Setal), Mario Frederico Mendonça Goes (operador do esquema), Pedro Barusco (ex-diretor da Petrobras), Renato Duque (ex-diretor da Petrobras) e Sônia Mariza Branco (operadora do esquema). 
André Vargas (ex-deputado), Leon Denis Vargas Ilário (irmão do ex-deputado) e Ricardo Hoffmann (operador da agência de publicidade Borghi Lowe) foram condenados em 22 de setembro. Dois meses depois, Luiz Argôlo foi condenado em 16 de novembro por dois crimes e absolvido por outro. Em dezembro, houve condenações para Erton Medeiros Fonseca (executivo), Jean Alberto Luscher Castro (executivo),]Dario de Queiroz Galvão (ex-presidente),Alberto Youssef (doleiro) e Paulo Roberto Costa (ex-diretor da Petrobras) por sentenças dadas no dia 2.
Em 2016, houve condenações em primeira instância em 8 de março e 18 de maio. Na primeira data foram condenados: Marcelo Odebrecht, Márcio Faria da Silva, Rogério Santos de Araújo César Ramos Rocha, Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, Renato de Souza Duque, Pedro José Barusco Filho, Paulo Roberto Costa. Na segunda: Gerson de Mello Almada, Renato de Souza Duque, Pedro José Barusco Filho, João Vaccari Neto, Milton Pascowitch, José Adolfo Pascowitch, José Dirceu de Oliveira e Silva, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva (ligado ao departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht, cuidando da abertura de empresas offshore para pagar ilegalmente a políticos no estrangeiro), Olívio Rodrigues (operava contas bancárias da Odebrecht no exterior), Júlio Cesar dos Santos]e Fernando Antônio Guimarães Hourneaux de Moura. 
3.5.1 - Absolvições na Primeira Instância
Apenas três pessoas foram absolvidas em ações julgadas: Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-Ministro das Cidades Mário Negromonte, absolvido do crime de pertinência a organização criminosa e do crime de lavagem de dinheiro; Antonio Almeida da Silva, ligado a Youssef; e Murilo Tena Barros, ligado a Youssef.
3.5.2 - Apelações De Condenações Na Segunda Instância
Até 18 de dezembro de 2016, a 8.ª Turma do TRF4 julgou sete apelações envolvendo 28 condenados por Moro em primeira instância — três destas apelações já transitaram em julgado no tribunal. As penas de nove deles foram aumentadas no total de 78 anos e sete meses. Por outro lado, quatro réus tiveram a pena reduzida e outros quatro foram absolvidos, que juntos diminuíram as penas em 34 anos. Os 11 condenados restantes tiveram as penas mantidas. Em outras palavras, o TRF4 ratificou ou subiu a pena de 71% dos condenados por Moro.
3.5.3 - Investigação de Empresas pelo Cade
Em 22 de dezembro de 2015, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão vinculado ao Ministério da Justiça (MJ), abriu um processo administrativo para apurar se 21 empresas e 59 pessoas – executivos e funcionários das companhias –, se uniram para a prática de cartel na Petrobras. Segundo o Cade, a soma dos contratos nos quais há evidência da atuação do chamado "clube das empreiteiras" é de R$ 35 bilhões. No documento que confirma a instauração do processo, os técnicos apontaram "existência de indícios robustos de infração à ordem econômica" e afirmam que há elementos que apontam o cartel em pelo menos sete licitações da estatal, além de outras "potencialmente afetadas".
As empresas alvos do processo foram Alusa Engenharia, Camargo Corrêa, Carioca Christiani, Nielsen Engenharia, Andrade Gutierrez, Norberto Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Engevix, Galvão Engenharia, GDK, Iesa, Jaraguá Equipamentos, Mendes Júnior, MPE Montagens e Projetos, Promom Engenharia, Schahin, Setal Óleo e Gás, Skanska, Techint, Tomé Engenharia e UTC. 
A ação do Cade contra o cartel surge após quase dois anos de deflagrada a Operação Lava Jato, dois anos e meio depois da Lei Anticorrupção (Lei 12.846) e um dia após a publicação da MP 703 (acordo de leniência). A negociação de acordos de leniência com a advocacia pública também impede que sejam ajuizadas ações para punições mais duras à empresa. 
3.6 - Sobre a MP 703
O Ministério Público (MP) junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) entrou em 20 de fevereiro com um pedido de ação cautelar contra a celebração de acordos de leniência entre o governo federal, posteriormente assinados por Dilma Rousseff, e as empreiteiras acusadas de corrupção no âmbito da Operação Lava Jato.
O receio do MP é que um acordo de leniência agora entre empreiteiras acusadas de corrupção e o governo federal por meio da Controladoria Geral da União (CGU) possa atrapalhar o processo de investigação em curso, conduzido pelos procuradores e pela Polícia Federal, junto a Justiça Federal do Paraná. Haveria risco de o governo federal “atravessar” o atual processo de investigação, escreveu o procurador Júlio Marcelo de Oliveira no pedido de ação cautelar ao presidente do TCU, Aroldo Cedraz. O procurador do TCU, Júlio Marcelo de Oliveira, diz ter sido provocado a entrar com o pedido de ação cautelar depois de receber uma manifestação assinada pela Associação Contas Abertas, Associação Nacional dos Auditores de Controle Externo dos Tribunais de Contas do Brasil (ANTC) e Associação da Auditoria de Controle Externo do Tribunal de Contas da União; além de que, o que chamou a atenção do Ministério Público e das entidades que estão contra o acordo de leniência entre CGU e empreiteiras, foi uma operação muito rápida do governo para tentar esse caminho.
Ao final da ação cautelar, o procurador pede que “seja determinado à Controladoria Geral da União que se abstenha de celebrar quaisquer acordos de leniência com empresas envolvidas na operação Lava Jato que não tenham já celebrado acordos de leniência com o Ministério Público Federal, de modo a evitar que se celebrem acordos que possam atrapalhar o curso das investigações”.
3.6.1 - Acordos de Delação 
Paulo Roberto Costa na CPI da Petrobras em dezembro de 2014. Ex-diretor da Petrobras, Costa foi o primeiro a fechar acordo de delação premiada na Operação Lava Jato.
A Operação Lava Jato teve uma série de delatores, pessoas que admitiram os crimes após serem investigados, indiciados e presos temporariamente ou preventivamente. Os delatores colaboraram com os investigadores e posteriormente quando comprovados os depoimentos, tiveram a delação homologadas pela Justiça Federal do Paraná ou pelo Supremo Tribunal Federal, a depender da condição do acusado.
O primeiro delator foi o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em meados de 2014. Homologou-se a delação de Paulo Roberto Costa em 30 de setembro de 2014, obtendo o benefício de prisão domiciliar por ordem judicial. 
O segundo delator foi o doleiro Alberto Youssef, que assinou acordo em setembro de 2014, e teve a delação homologada em dezembro de 2014.[216] A partir da colaboração de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, a força-tarefa da Operação Lava Jato conseguiu obter informações dos políticos e das empreiteiras envolvidas no escândalo da Petrobras. As empresas envolvidas tinham contrato de 59 bilhões de reais com a estatal. Os executivos de algumas destas empresas foram presos na sétima fase da operação, no final de 2014. 
Em meados de 2014, o consultor da Toyo Setal Julio Camargo e o executivo Augusto Mendonça Neto assinaram a delação premiada, e os depoimentos foram liberados em 3 de dezembro de 2014. Julio Camargo e Augusto Mendonça Neto afirmaram ter pago mais de 150 milhões de reais em propina. Camargo afirmou ter pago 40 milhões de dólares ao lobista Fernando Baiano para garantir que uma empresa sul-coreana fornecesse à Petrobras sondas de perfuração para serem usadas na África e no Golfo do México. Mendonça Neto relatou aos investigadores que, no período de 2008 e 2011, pagou entre 50 e 60 milhões de reais em propina ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. Os valores teriam sido pagos em espécie no Brasil e por meio de contas bancárias na Suíça e no Uruguai. O delator disse ao Ministério Público que

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