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20 Reconhecimento, Localizacao e processamento descendente

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Reconhecimento, Localização e processamento descendente
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A percepção visual envolve mais do que a recepção e processamento de sinais luminosos.
A imagem refletida na retina é um pouco mais do que uma coleção de sinais luminosos descontínuos, de intensidades e comprimentos de onda variáveis.
Apesar da natureza descontínua dos sinais retinianos, percebemos unidades integradas. 
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Da maneira como é percebido, o mundo visual acha-se organizado em objetos distintos e superfícies com configurações e formas coesas.
A percepção é uma conquista construtiva que resulta de processos de unificação e tendências organizacionais do sistema visual.
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O processamento da informação visual:
Nos olhos humanos, a informação de quase 130 milhões de bastonetes e cones receptores é recebida e transmitida por cerca de 1 milhão de células ganglionares (única saída de informações visuais da retina), cujas fibras constituem o nervo óptico.
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Processamento paralelo
No olho humano, há neurônios corticais que recebem a informação (córtex visual), reagem a aspectos específicos de uma cena, contornos, linhas, ângulos e movimentos específicos. Com estes elementos, o cérebro monta a imagem percebida.
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O processamento da visão ocorre em paralelo: Os impulsos nervosos viajam 1 milhão de vezes mais devagar do que as mensagens internas de um computador, mas ainda assim o cérebro é muito mais ágil no reconhecimento instantâneo de um rosto do que qualquer computador. 
Ao contrário da maioria dos computadores (processamento serial) o cérebro se empenha no processamento paralelo, o que significa que podemos fazer várias coisas ao mesmo tempo. 
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O córtex parietal é responsável por receber os estímulos que têm origem no ambiente, representam todas as áreas do corpo. São as zonas mais sensíveis que ocupam mais espaço nesta área, porque têm mais dados para interpretar. A área posterior do lobo parietal é uma área secundária que analisa, interpreta e integra as informações recebidas pela área anterior ou primária, permitindo-nos a localização do nosso corpo no espaço (movimento e profundidade), o reconhecimento dos objetos através do tato. 
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O córtex occipital é também designada por córtex visual, porque processa os estímulos visuais (forma e cor). Há zonas especializadas em processar a visão da cor, do movimento, da profundidade, da distância, etc. Depois de percebidas por esta área - área visual primária- estes dados passam para a área visual secundária. É aqui que a informação recebida é comparada com os dados anteriores que permite, por exemplo, identificar um cão, um automóvel, uma caneta.
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A área visual comunica com outras áreas do cérebro que dão significado ao que vemos tendo em conta a nossa experiência passada, as nossas expectativa. Por isso é que o mesmo objeto não é percebido da mesma forma por diferentes sujeitos. Para além disso, muitas vezes o cérebro é orientado para discriminar estímulos. Uma lesão nesta área provoca agnosia, que consiste na impossibilidade de reconhecer objetos, palavras e, em alguns casos, os rostos de pessoas conhecidas ou de objetos familiares.
 
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Localização X Reconhecimento
Localização: identificar onde
Reconhecimento: identificar o que.
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Processo Bottom-Up 
e Top-Down
Processos bottom-up também chamados de processos dirigidos por dados, começam com elementos simples e básicos – as características sensoriais discretas fornecidas pelos receptores sensoriais. 
Tais características podem ser diferenças de luminância, frequências especiais ou orientação de elementos.
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O sistema visual funciona de maneira bottom-up quando seus elementos básicos se combinam perceptualmente por mecanismos involuntários do cérebro e do sistema visual para construir e formar padrões e formas identificáveis. As informações sensoriais que entram fluem a partir de um nível básico, “inferior”, subindo em direção a níveis mais elevados e mais integrativos.
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Os processos top-down também chamados de processos dirigidos conceitualmente, envolvem níveis de análise mais elevados, globais e abstratos, voluntariamente comprometidos na operação de processos inferiores. Os processos top-down enfatizam o conhecimento, a experiência, o significado e a interpretação que o observador já possui, bem como expectativas na formação da percepção.
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Tanto o processo bottom-up quanto o processo top-down são processos ativos, e muitos eventos perceptuais exigem a interação e complementação entre estes processos.
Nossos sentidos são alimentados continuamente por informações oriundas do ambiente. Mas não conseguimos dar conta de atender a maioria das informações disponíveis.
Entre o input do ambiente e nossa percepção situa-se algum processo intermediário de seleção.
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Como o cérebro e o sistema sensorial lidam com o imenso fluxo de informações?
Como uma pessoa se concentra em uma estimulação de importância, eliminando e filtrando as estimulações irrelevantes que desviam a atenção?
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Aquilo a que se dá atenção em determinado momento é o resultado de um processo altamente seletivo de limitação de informações.
No caso do ser humano, a atenção envolve muito mais do que orientação e atividade dos sistemas sensoriais em direção a fonte de estimulação. Há processos seletivos profundamente influenciados por fatores não-sensoriais, como motivos, intenções, emoções, memórias e expectativas.
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Quando a imagem retiniana contém estímulos múltiplos a atividade de sua representação cortical correspondente depende do grau de atenção a eles concedida. Especificamente, quando a atenção é dirigida a um estímulo específico ou importante na imagem retiniana, aumenta a atividade de sua representação cortical correspondente, enquanto diminui a resposta neural aos estímulos remanescentes e sem importância.
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Isso sugere a existência de um mecanismo córtico-atencional encoberto que realça estímulos importantes e filtra informações supérfluas em cenas visuais complexas durante o tempo de atenção.
De um ponto de vista funcional, a atenção tanto seleciona quanto suprime a estimulação ambiental.
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Identificação de objetos:
reconhecimento por componentes
Os textons (Julesz, 1984, 1986) são características específicas e distinguíveis dos elementos compreendidos em uma textura. De acordo com Julesz, quanto maiores as diferenças entre os textons de um arranjo de elementos, mais fácil é a discriminação.
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Uma teoria proposta por Biederman (1987) propõe que o reconhecimento de objetos começa com o processamento de um conjunto de características primitivas.
A principal pressuposição de Biederman é que a percepção de qualquer objeto tridimensional pode ser decomposta em um arranjo de um conjunto de módulos geométricos primitivos.
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Segundo Biederman (1990), existem cerca de 24 componentes geométricos tridimensionais assim, chamados geons (geometrical íons), que podem ser combinados e arranjados para criar a forma de quase todos os objetos.
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Agnosia Visual
Refere-se a incapacidade de reconhecer e identificar objetos comuns.
Freud introduziu esse termo em 1891 para se referir a incapacidade de alguns de seus pacientes de integrar perceptualmente elementos visuais num todo completo e reconhecível.
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Os portadores de agnosia visual conseguem reconhecer prontamente formas geométricas simples, porém são incapazes de distinguir objetos complexos que requerem a integração e a organização de componentes perceptuais individuais por parte do sistema visual.
Estímulos familiares, que são normalmente percebidos como objetos coerentes e unificados, podem não ser reconhecidos como tais, aparecendo somente como uma coleção de elementos separados e desconexos.
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Formas de agnosia
Prosopagnosia: perda da capacidade de reconhecer as faces de seus familiares, de amigos íntimos, de pessoas famosas e mesmo de sua própria face vista em fotografias
ou refletida num espelho.
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Os indivíduos com prosopagnosia parecem ser capazes de acessar alguma informação útil para o processamento de faces, eles frequentemente reconhecem uma face como sendo uma face e distinguem uma de outra, sendo até mesmo capazes de nomear as partes do rosto e de dar nome a elas, porém não conseguem integrar as informações necessárias para a identificação ou reconhecimento dos rostos individuais.
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Alexia: refere-se à perda da capacidade de reconhecimento de palavras escritas.
Acromatopsia: estado patológico da visão no qual o indivíduo não possui capacidade de distinguir as cores devido a escassez de cones na retina, sendo sensível à presença de luminosidade.
Acineptosia: Refere-se a perda da capacidade de perceber o movimento.

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