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DITADURA MILITAR, ESQUERDAS E SOCIEDADE - UMA ANÁLISE

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS
Lenon Castro De Araujo, Wilhelm Buenaga Holtz e Yuri Brandão Brito Dos Santos.
DITADURA MILITAR E CENSURA NO BRASIL
Rio de Janeiro/RJ
2017
Lenon Castro De Araujo, Wilhelm Buenaga Holtz e Yuri Brandão Brito Dos Santos.
DITADURA MILITAR E CENSURA NO BRASIL
Resenha crítica apresentada para a disciplina História do Brasil III - 2017.2, no curso de Bacharelado em Biblioteconomia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UNIRIO.
	
Profª Maria da Conceição Francisca Pires
Rio de Janeiro/RJ
2017
	A história do Brasil apresenta características importantes da sociedade que necessitam ser estudadas e exercitadas. A seguinte resenha tem como objetivo abordar os caminhos que levaram a nação para um estado autoritário, começando com uma visão mundial e logo após analisando como a sociedade, parte essencial deste processo, se comportou durante este período fundamental para a construção da democracia. Afinal, a ditadura promoveu amplo significado e importância para os ideais esquerdistas. Como característica de um estado ditatorial, serão abordados também os meios de repressão às ideias contrárias ao governo – como foram articulados esses veículos – e introduzido à ideia de passividade da sociedade brasileira.
	Introduzidos em um mundo capitalista e de grandes evoluções, países como Argentina, México, Índia, Brasil, China – entre outros do 3º mundo – viam a necessidade de estabelecer uma política autonomista, se libertando dos laços apertados das grandes potências. 
	Com o advento da Primeira Grande Guerra e os complicados anos 20 e 30, estes países enxergaram uma brecha para romper de vez as dependências econômicas e políticas que haviam sido construídas durante a colonização. Lançados aos desafios de uma política autonomista, que quase sempre assumia um papel nacional-estatista, diversos movimentos e ideologias percorreram os continentes americano, africano e asiático. 
	Com este novo sentimento de autonomia percorrendo os continentes, vastas foram as políticas implantadas: O Estado Novo varguista no Brasil, a proposta republicana de Sun Yat-sem na China, a modernização da Turquia, o nacionalismo mexicano de Ernesto Cardenas, entre outros. Todos estes projetos autonomistas visavam a exploração da abertura que as eventualidades mundiais permitiram, seja através da exploração da rivalidade entre países, ou até mesmo o enfraquecimento das grandes potências. 
	Com o término da 2º Grande Guerra, o mundo é inserido em um novo contexto pós-conflito. Países que antes haviam prestígios econômicos, como Alemanha e Japão, foram derrotados e imersos em um longo processo de reconstrução. Surgia no mundo uma nova perspectiva econômica, nomeada de EUA e URSS. 
	EUA e URSS discordavam em muitos pontos, e vemos essa ambiguidade na Guerra Fria, no entanto ambos concordavam em diminuir a autonomia já conquistada ou a conquistar dos países do terceiro mundo. Na América Latina essa perca de fôlego dos projetos autonomistas ocorrem majoritariamente, por mais que houvesse toda uma revolução ideológica nos outros continentes, a forte presença dos EUA mudou o rumo do continente latino. 
	No Brasil essas manifestações afloram no governo de Jânio Quadro, eleito em outubro de 1960, e renunciando em 1961. Jânio prometia ao Brasil uma quebra no governo de Vargas e JK. Comprometido a entregar uma resolução nova à sociedade brasileira, típico da política brasileira, Jânio foi eleito com 48% dos votos. Apoiado em um discurso ambíguo e carismático, Jânio seria rosto e face de um novo começo.
	O governo de Jânio não demorou muito a definhar. Os projetos desagradavam tanto internamente, como externamente. Os setores industriais, acostumados com crédito fácil, se revoltavam com as políticas econômicas ortodoxas; os trabalhadores, diante à inflação crescente, recebiam promessas de austeridade. 
	Em um golpe bem planejado, porém mal articulado, Jânio Quadro renunciou em agosto de 1961, abandonando o governo apoiado em suas convicções. O sucessor foi seu vice-presidente, João Goulart, que apesar dos ministros militares tentarem impedir sua eleição, assumiu o poder.
	Jango ascendeu ao poder resgatando alguns dos ideais de Vargas, no entanto reatualizando o projeto nacional-estatista. O governo de JK e seus 50 anos em 5 abalara o projeto nacional-estatista, no entanto não foi capaz de superá-lo. Quanto ao governo de Jânio, era claro que suas políticas sem fundamentação não foram de grande abalo para a sociedade – não de uma forma boa. João Goulart incorporou os fundamentos já existentes, porém com uma ideia reformulada: os obstáculos, que antes impediam o desenvolvimento pleno do nacional-estatismo no país, deveriam ser removidos, e não evitados; e os alvos, abatidos, e não contornados. Tomou forma o projeto de reformas de base de João Goulart. 
	Diversas reformas foram propostas pelo governo de Jango, como a reforma agrária – para a distribuição de terra, com o objetivo de criar uma numerosa classe de pequenos proprietários no campo -, a reforma urbana, a reforma bancária, entre outras. Tais reformas ascenderam na sociedade um sentimento de mudança, e diversos debates invadiram as ruas e campos da sociedade, tanto a favor, quanto contra. A sociedade estava dividida entre cidadãos que aclamavam por essas mudanças, e cidadãos conservadores de direita, que as negavam. 
	Seja por processos políticos e burocráticos, seja pela movimentação intensa da sociedade e militares diante de tais transformações, o projeto de reformas de base não seguiu a frente. Em um movimento nomeado de A Marcha da Família com Deus pela Liberdade (MFDL), composta de cidadãos que acreditavam que tais propostas iriam instaurar um cenário comunista e anticristão no país, colocou os projetos de Jango, em termos técnicos, em xeque-mate.
	Jango aos poucos foi perdendo espaço no país, fugindo aos poucos: Brasília, Porto Alegre, e por fim, ultrapassando as fronteiras com o Uruguai, deixando para atrás um sentimento de vitória para a direita, e desolação para as pessoas que acreditavam nas reformas. O país entrava em uma nova fase, apoiada por uma parte da população e festejada pelos militares. 
	Poucos sabiam, mas o Brasil acabava de entrar em um longo período de Ditadura, e tudo começou a partir daqui. 
	Os golpistas celebravam a vitória, no entanto agora era necessário a fundamentação de um plano conciso, que fosse estruturado e não apenas apoiado nos planos do golpe, que tinham bases polêmicas, como ataque aos valores cristãs e à família brasileira. 
	Durante o período entre a derrota de Jango e a posse dos militares, houve uma briga silenciosa entre lideranças para assumir ao poder. Parte das pessoas que apoiavam o golpe, acreditavam na ideia de apenas retirar Jango do poder, promover uma eleição e deixar os militares retornarem aos seus quartéis como de costume. Outra perspectiva acreditava em uma limpeza profunda, que arrancasse pela raiz todos os pensamentos nacionais-estatistas da época de Vargas que ainda perpetuavam no país. 
	Logo de pranto, foi definida uma condensação dos três poderes armados do país, reunindo chefes e militares que se autodenominaram Comando Supremo da Revolução. A intenção deste poder era promover a limpeza profunda no país. 
Poucos dias após, em 9 de abril, o Comando Supremo da Revolução editou um Ato Institucional que instaurou o estado de exceção no país. O Ato permitia a cassação de inimigos políticos, a censura de publicações e suspensão de direitos políticos. 
	Com intuito de dar legitimidade ao poder militar, foi posto no poder o general Castelo Branco, que aparentava conciliar o respeito à democracia com a força que o governo precisava impor.
	Durante o mandato de Castelo Branco é possível atinar uma falha em seu plano de respeitar a democracia e impor poder, tendo em vista quesão extremos opostos e de difícil conciliação. 
	Os meios utilizados para a censura, seja da informação, seja da população – um dentro do outro – foram brutos e violentos durante o período da ditadura. A polícia política intervinha de forma acirrada quanto as manifestações estudantis e de esquerda, que lutavam por direitos que haviam sido, de certa forma, derrotados na queda de Jango. 
	O governo ditatorial de Castelo Branco visava reestruturar a política econômica do país através de um plano internacionalista, completamente contrários aos princípios autonomistas. De fato, a economia reagiu melhor nesse período, no entanto não o suficiente para ser domada. Os assalariados recebiam reajustes bem inferiores aos da inflação; os créditos, motivos de críticas nos governos anteriores, continuavam escassos e promoviam quebras de indústrias e comerciantes, provocando revolta e descontentamento com o governo.
	Os movimentos estudantis e de trabalhadores contra o governo cresciam por todo país, que mesmo postos na ilegalidade em 1964, continuam atuando de forma clandestina. 
 	Amordaçados, sem poder de voz e luta, parte da sociedade se acomodavam com as imposições surreais do governo, sujeitos a mera sobrevivência e de certa forma, conformados com a ideia de impotência. 
	O governo ditatorial seguiu apesar das críticas, perpassando de Castelo Branco, para Costa e Silva. Neste segundo mandato, ocorre uma grande onda de repressão quanto aos meios de comunicação e manifestação dos pensamentos. Ambos os governos de certa forma possuíam um discurso semelhante: prestigiar a democracia como alvo político – porém nunca alcançá-la.
	Costa e Silva assumiu o poder com um discurso de crítica ao governo anterior, cujo a meta era restabelecer a economia do país, se preocupando com números e cifrões. De acordo com Costa e Silva, a política de seu governo seria em prol do homem. Prometeu reformas, diálogos, ordem jurídica estável e democracia.
	Logo de imediato, o governo demonstrou não estar aberto ao diálogo. Frente ao único movimento social ativo, o estudantil, o governo provou ser completamente contrários às ideias de suas propostas inicias.
	Durante o seu governo, foi estabelecido o Ato Institucional número 5, conhecido como o ato mais severo da ditadura militar, no qual tivemos o veto a liberdade de expressão, o aumento do poder executivo e a suspensão do habeas corpus, o que permitiu o aumento da repressão já existente durante o período. 
	Por meio do Serviço de Censura de Diversões Públicas (SCDP), setor do Departamento de Censura de Diversões Públicas (DCDP), instaura-se uma forte e agressiva ação de censura a livros, teatro, cinema, o que afetou diretamente a circulação de bens culturais e restringiu a produção e circulação da cultura.
	Devido a problemas de saúde, houve a necessidade do afastamento do general Costa e Silva e diretamente o seu vice, Pedro Aleixo, deveria assumir seu posto. Contudo, o mesmo não era militar e através de uma inédita votação entre os oficiais-generais, temos o general Garrastazu Médici assumindo o posto. O período em que esteve no poder ficou conhecido como “Anos de Chumbo”, pois foi o auge da repressão, mas também teve como ponto significativo o começo do “Milagre econômico brasileiro”, no qual ocorreu um avanço significativo na economia brasileira, o crescimento do PIB, tanto por investimento de outros países, através do investimento estatal e privado, e grande investimento na engenharia civil – a construção da Ponte Rio Niterói e da Rodovia Transamazônica.
	No início do governo Geisel, os militares sentiram os reflexos da crise do petróleo, com a recessão da economia e a grande insatisfação social. Chegou-se a conclusão que haveria a necessidade de uma abertura da ditadura, mas de maneira lenta, segura e gradual. Temos então a instauração do Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento, com objetivo de conter a nova crise econômica e o decreto do Pacote de Abril que tinha como objetivo impedir a tomada do poder pelo MDB.
	Durante o último governo militar, comandado pelo general João Baptista Figueiredo, temos o término do AI-5, ao qual o país reingressou no Estado de Direito, mesmo que precário, mas que serviu como marco para o fim da ditadura que estava instaurada e aprovação da Lei da Anistia, apagando-se da memória o período vivido, torturadores e torturados foram anistiados, e deu-se um novo significado social para a instauração da ditadura vivida.
	Após a análise dos textos apresentados, pode-se concluir que o sistema autoritário imposto durante a ditadura militar gerou um grande impacto social e cultural, devido a restrição e dificuldade do acesso as informações. 
	É possível pontuar a existência de avanços econômicos e alguns pontos positivos, como a construção da Ponte Rio Niterói e da Rodovia Transamazônica, mas o que de fato marcou todo o período em que o país esteve governado por generais foi a presença da censura, da violência e do medo, construindo um cenário de imposição e conversa unilateral, que de certa forma começou com o apoio popular, e terminou com o fortalecimento e enriquecimento dos ideais democráticos.
Bibliografia:
REIMÃO, Sandra. " Proíbo a publicação e circulação..."-censura a livros na ditadura militar. estudos avançados, v. 28, n. 80, p. 75-90, 2014.
REIS FILHO, Daniel Aarão. Ditadura militar, esquerdas e sociedade. Zahar, 2000.

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