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Unidade 1 Introducao desenvolvimento humano 11 4a.versao

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Unidade 1: 
Introdução ao estudo do desenvolvimento humano
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O que é psicologia do desenvolvimento?
Aspectos históricos
Objeto de estudo
Campos de atuação
Aplicações
Ciclos da vida
Períodos do desenvolvimento
Processos de mudança e plasticidade
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O que estudar em desenvolvimento humano?
Biologia X cultura; 
Hereditariedade X meio ambiente; 
Desenvolvimento na infância X curso de vida;
Mudança X continuidade; 
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O que é psicologia do desenvolvimento?
O desenvolvimento humano é o estudo científico de como as pessoas mudam, bem como das características que permanecem razoavelmente estáveis durante toda a vida; (Papalia, p. 47);
O desenvolvimento humano envolve o estudo de variáveis afetivas (emocionais), cognitivas, sociais e biológicas em todo o ciclo de vida, (interface com biologia, sociologia, antropologia, educação, medicina.
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Aspectos históricos
O desenvolvimento humano tem ocorrido desde que os seres humanos existem, entretanto o estudo cientifico é relativamente novo (século XIX);
Filósofos do século XVII e XVIII já concebiam idéias que influenciariam a psicologia do desenvolvimento: 
John Locke (1632-1704) acreditava que a mente humana poderia ser comparada, desde o nascimento, a um quadro em branco e toda a estimulação do ambiente é que formaria a psique;
Jean Jacques Rousseau (1712-1778) e Immanuel Kant (1724-1804) enfatizavam a existência de características inatas do ser humano. Rousseau defendia a bondade natural da criança e já mostrava a divisão da infância em estágios com características próprias. Kant enfatizava a existência de categorias inatas do pensamento;
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Preyers (1841-1897) publicou (1882) o livro “The mind of the child” (A mente da criança), impulsionando as pesquisas na área de desenvolvimento; Marco do estudo do desenvolvimento?
Stanley Hall (EUA, 1891) funda o “Child Research Institute at Clark” (Pesquisa da criança) e o periódico “Pegagogical Seminars” (Seminários Pedagogicos); Pioneiro no estudo da criança;
Binet (França, 1899) funda a “Sociét´Libre pour l’Étude de l’Enfant” (Sociedade livre para o estudo da criança) e o periódico “Lánnée Psychologique”;
Stanley Hall foi importante para o estudo do desenvolvimento; estudou a adolescência, foi o primeiro a propor a psicologia da adolescência como campo distinto de conhecimento e realizou o primeiro estudo sobre o tema “Adolescence – its psychology, anthropology, sociology, sex, crime, religion and education” (livro não científico) (sua psicologia, antropologia, sociologia, sexo, crime, religião e educação); Também foi um dos primeiros a se interessar pelo estudo do envelhecimento;
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Perspectivas Históricas
Séc. XVII – as crianças não eram consideradas diferentes dos adultos, eram tidas como adultos em miniatura, com menos força física e menos inteligência.
Séc. XVIII – preocupação da igreja em relação à formação moral – escolas.
A igreja afasta a criança de assuntos ligados ao sexo, apontando as inadequações que estas vivências traziam à formação do caráter e da moral dos indivíduos.
Passaram a constituir escolas onde, além do ensino da religião e da moral, ensinavam-se habilidades como leitura, escrita, aritmética, etc.
Grandes filósofos dos séculos XVII e XVIII passaram a discutir aspectos da natureza humana, baseados nas suas próprias concepções a respeito da criança. 
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Perspectivas Históricas
Séc. XIX – despertar da consciência da humanidade acerca do assunto.
Sistematização do estudo da criança e a necessidade de educação formal.
Acontecimentos decisivos para o início do estudo científico do Desenvolvimento Infantil:
-A descoberta sobre a concepção;
-A discussão sobre a importância da hereditariedade x meio;
-A descoberta dos germes e de formas de imunização que tornaram possível proteger as crianças de doenças e tornar menos incerta a sobrevivência delas;
-A mão-de-obra mais barata ajudou a afastar as crianças de certos trabalhos;
-Novas leis protegendo as crianças de longos dias de trabalho.
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Evolução histórica
Tradicionalmente o estudo do desenvolvimento humano focou o estudo da criança e adolescente. Esse interesse tem origem na preocupação com os cuidados e com a educação das crianças, e com o próprio conceito de infância como um período particular do desenvolvimento;
Hoje esse enfoque vem mudando para a importância de focar o desenvolvimento dos indivíduos ao longo de todo o ciclo vital;
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1ª Fase (1920-1939):
Grande investimento no estudo da criança, apesar das publicações dos primeiros estudos sobre envelhecimento e adolescência; os principais interesses de estudos foram o desenvolvimento intelectual, maturação e crescimento; 
A pesquisa se dá a partir de estudos descritivos, observação dos indivíduos em seu ambiente. Já se começa a falar em estudos longitudinais, mas não se concretiza.
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2ª Fase (1940-1959):
Baixo investimento em pesquisas por causa da Segunda Guerra Mundial. 
O interesse nesta época ainda se concentra no estudo da criança, especialmente no estabelecimento de relações entre variáveis que afetam o desenvolvimento;
A pesquisa está voltada para relações entre variáveis/correlação (inteligência e nível socioeconômico; atitude materna e ajustamento dos filhos);
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3ª Fase (1960-1989):
Influência da Teoria Behaviorista, dos conceitos de Aprendizagem Social, re-emergência da Teoria Piagetiana;
Crescente interesse pelas bases biológicas do comportamento; investigação dos aspectos da cognição; 
A pesquisa se volta para a tentativa de explicar causas do desenvolvimento (pesquisa experimental);
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4ª Fase (1990 até os dias atuais):
Novos paradigmas surgem, importância do caráter interdisciplinar da disciplina, dimensão histórica começa a ser discutida;
O desenvolvimento é estudado ao longo do ciclo vital, ao invés da tradicional ênfase na infância e adolescência; por abordagens contextuais e sistêmicas como a teoria ecológica de Bronfrebrenner.
Proposta: Ciência do Desenvolvimento Humano, uma vez que engloba conhecimentos não só da psicologia, mas de áreas afins. No Brasil, funda-se em 1998 a Sociedade Brasileira de Psicologia do Desenvolvimento. 
Estudos longitudinais, transculturais;
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Quais são os quatro objetivos do estudo científico do desenvolvimento humano?
Descrição, explicação, predição e modificação do comportamento.
Descrição – tentativa de retratar o comportamento com precisão.
Explicação – é a revelação das possíveis causas do comportamento.
Predição – é prever o desenvolvimento futuro com base no desenvolvimento presente.
Modificação – é a intervenção para promover o desenvolvimento ideal. 
Processos de Desenvolvimento: Mudança e Estabilidade
Mudança quantitativa – é uma mudança de número ou quantidade, como as do crescimento em altura, peso, vocabulário ou frequência de comunicação.
Mudança qualitativa - é uma mudança no tipo, na estrutura ou na organização. Ela é marcada pelo surgimento de novos fenômenos que não podem ser facilmente antecipados com base no funcionamento anterior, como a mudança de uma criança não-verbal para outra que compreende as palavras e sabe comunicar-se verbalmente.
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É importante entender como as condições internas e externas ao indivíduo afetam e promovem essas mudanças:
	- Variáveis internas: ligadas à maturação orgânica do indivíduo, as bases genéticas do desenvolvimento;
	- Variáveis externas: ligadas à influência do ambiente no desenvolvimento, diversas interações que ocorrem nos múltiplos contextos em que o desenvolvimento se dá.
	Apesar dessas mudanças, a maioria das pessoas apresentam estabilidade , ou constância, básica de personalidade e comportamento.
	ex: há crianças tímidas e crianças ousadas.
	Embora diversas influências possam modificar um pouco esses traços, eles parecem persistir em um grau moderado.
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Campos de atuação
Ciência multidisciplinar: profissionais em escolas, clínicas,
hospitais, ambientes de cuidados à saúde, organizações voltadas para o bem-estar das pessoas.
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Principais Dimensões ou Aspectos do Desenvolvimento
desenvolvimento físico = crescimento do corpo e do cérebro, das capacidades sensórias, das habilidades motoras e da saúde.
desenvolvimento cognitivo = capacidades mentais, aprendizagem, linguagem, memória, pensamento, criatividade.
desenvolvimento psicossocial = personalidade (maneira peculiar e relativamente consistente de uma pessoa sentir, reagir e se comportar) e relacionamentos sociais.
Durante toda a vida esses aspectos estão interligados.
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Influências no Desenvolvimento 
Hereditariedade = influências inatas sobre o desenvolvimento, transmitidas pelos genes herdados dos pais biológicos;
Ambiente = influências não-genéticas, externas à pessoa;
Maturação = desdobramento de uma sequência natural geneticamente influenciada, relacionada à idade, à mudanças físicas;
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Influências normativas e não-normativas
Normativa: experimentado de modo semelhante pela maioria das pessoas;
Etárias: semelhantes para pessoas de uma mesma faixa etária (eventos biológicos - puberdade, eventos sociais – casamento).
Históricas: comuns a uma determinada coorte, pessoas que compartilham de uma experiência como crescer na mesma época e no mesmo lugar.
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Influências normativas e não-normativas
Não-normativo: são eventos incomuns mas com impacto nas vidas individuais;
Eventos típicos que ocorrem em momentos atípicos (casamento na adolescência, perda do pai quando criança);
Eventos atípicos: sofrer um acidente, ser acometido de alguma doença).
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Período crítico ou sensível
É um tempo específico em que um determinado evento ou sua ausência tem maior impacto sobre o desenvolvimento;
Bebê: período crítico para desenvolver o apego;
Mulher grávida: exposição a raios X, uso de substâncias, doenças podem levar o feto a apresentar efeitos negativos;
Jovem adulto: período crítico para o desenvolvimento profissional;
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Desenvolvimento no ciclo vital
Desenvolvimento no ciclo vital
A maioria dos cientistas do desenvolvimento reconhecem que o desenvolvimento ocorre durante toda a vida (Paul Baltes)
Princípios Fundamentais do desenvolvimento no ciclo vital:
	- o desenvolvimento é vitalício;
 (cada período do tempo de vida é influenciado pelo que aconteceu antes e irá afetar o que está por vir; tem características próprias)
	- o desenvolvimento depende de história e contexto;
 (cada pessoa desenvolve-se conforme as condições definidas por tempo e lugar)
 
	
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O desenvolvimento é multidimensional e multidirecional
O desenvolvimento durante toda a vida envolve um equilíbrio entre crescimento e declínio. Quando as pessoas ganham em um aspecto, podem perder em outro;
As crianças crescem numa direção: para cima, tanto em tamanho como em habilidades; na idade adulta, o equilíbrio muda gradualmente ;
Algumas capacidades como vocabulário, continuam aumentando; outras como a capacidade de resolver problemas desconhecidos, podem diminuir;
As pessoas procurar maximizar ganhos e minimizar perdas.
O desenvolvimento é flexível ou plástico
Plasticidade = capacidade de modificação do desempenho. Capacidades como memória, força e resistência, podem ser aperfeiçoadas com treinamento e prática, mesmo em idade avançada.
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Períodos do desenvolvimento
(Papalia, p. 51,52 e 53)
Período pré-natal (concepção ao nascimento)
Primeira infância (nascimento aos 3 anos)
Segunda infância (dos 3 aos 6 anos)
Terceira infância (dos 6 aos 11 anos)
Adolescência (dos 11 aos 20 anos)
Jovem adulto (dos 20 aos 40 anos)
Meia-idade (dos 40 aos 65 anos)
Terceira idade (dos 65 em diante)
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Abordagens Teóricas
Descrevem e explicam a grande diversidade de desenvolvimento e comportamento humanos.
O que muda?
Como muda?
E quando muda?
(Bee, p. 44-51)
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Teorias Biológicas (ler em Bee p. 31)
A proposição mais básica das teorias biológicas é a de que tanto os nossos padrões comuns de desenvolvimento quanto nossas tendências comportamentais individuais únicas são parcial ou inteiramente programados pelos genes.
Esta visão pode ser ilustrada pela teoria maturacional de Gesell e pela ênfase dos geneticistas do comportamento sobre o componente genético na maioria dos comportamentos e desenvolvimentos, se não em todos.
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Teorias Biológicas (ler em Bee p. 31)
Maturação = descrever padrões de mudança sequencial geneticamente programados.
Uma sequencia de desenvolvimento determinada pela maturação ocorre independente da pratica ou treinamento (exemplo crescimento dos pêlos púbicos, ensinar a caminhar).
Qualquer padrão maturacional é marcado por três qualidades:
	- é universal, aparecendo em todas as crianças, atravessando fronteiras culturais;
	- é sequencial, envolvendo algum padrão de habilidade ou características em expansão;
	- é relativamente impenetrável à influência ambiental.
IMPORTÂNCIA DA EXPERIÊNCIA.
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Teoria cognitivo-desenvolvimental:
“Quero que minhas crianças tenham tempo para explorar, compreender as coisas por elas mesmas. Se eu tiver tudo programado até os mínimos detalhes, elas não terão tempo para brincar com objetos e ideias.” (Bee, p. 45)
As crianças são participantes ativos no próprio desenvolvimento, de que chegam à compreensão das coisas por suas explorações e por seus sentimentos espontâneos.
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Teorias cognitivo-desenvolvimentais
Jean Piaget (1896-1980): está na natureza do organismo humano adaptar-se ao seu ambiente, este é um processo ativo. Piaget não acha que o ambiente molda a criança. A criança (e o adulto) busca, de forma ativa, compreender o seu ambiente. Ela explora, manipula e examina os objetos e as pessoas de seu mundo.
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Teorias cognitivo-desenvolvimentais
Lev Vygotsky (1986-1934): formas complexas de pensamento tem origens em interações sociais. Enfatiza que o desenvolvimento da criança se dá num ambiente social e nas interações que ela estabelece com os outros em casa, com os pais, com o professor, com as outras crianças, na escola, na brincadeira. O desenvolvimento das capacidades de pensar, dirigir a sua atenção, conhecer os objetos, aprender a escrever, lidar com números, tudo isso se dá na interação social da criança com os outros.
Zona de desenvolvimento proximal: tarefas difíceis da criança realizar sozinha, mas que ela realiza com orientação;
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Teoria da aprendizagem
“Eu não quero que as minhas crianças ‘explorem’ sozinhas. Quero que fiquem focadas nas tarefas que considero importantes. Quero ter o controle da classe para poder enfatizar as coisas importantes, recompensar as crianças por bom comportamento e controlar sua impetuosidade.” (Bee, p. 45)
Suposição de que as crianças são moldadas por seu ambiente e, para que ocorra aprendizagem, ela precisa controlar esse ambiente.
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Teorias da Aprendizagem
Enfatiza o papel dominante da experiência, o ambiente molda a criança, o meio ambiente como principal influencia no desenvolvimento.
Albert Bandura: comportamento humano como imensamente plástico, moldado por processos predizíveis de aprendizagem. 
Dois desses processos são o condicionamento clássico e o condicionamento operante. A aprendizagem também pode ocorrer simplesmente como resultado de observarmos alguém realizar uma ação.
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Teorias Psicanalíticas
Sigmund Freud (1856-1939): comportamento é governado por processos inconscientes e conscientes. 
Freud propôs a existência de um impulso sexual instintivo, inconsciente, que ele chamava de libido. Essa energia é a força motriz de todos os nossos comportamentos. 
Estrutura da personalidade: ID, EGO, SUPEREGO;
Propõe estágios de desenvolvimento psicossexual (oral, anal, fálico e genital);
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Teorias Psicanalíticas
Erik Erikson: tem origem na teoria psicanalítica e propõe fases no desenvolvimento social (psicossocial);
John Bolwby
(Teoria do Apego): desenvolvimento do apego seguro pela criança. Importância do laço mãe-bebê.
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Teoria do Apego
Mary Ainsworth/ John Bowlby
Apego = é um relacionamento afetivo, afetuoso, recíproco e duradouro entre duas pessoas cuja interação fortalece ainda mais sua ligação;
Comportamentos por parte do bebê que leve a uma resposta de um adulto pode ser considerado comportamento em busca de apego: mamar, chorar, sorrir, agarrar-se;
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Mary Ainsworth: 4 estágios sobrepostos de comportamento de apego durante o 1º ano
Antes de aproximadamente os dois meses, os bebês respondem indiscriminadamente a qualquer pessoa;
Em torno de oito a 12 semanas, os bebês choram, sorriem e balbuciam mais para a mãe do que para qualquer outra pessoa, mas continuam a responder aos outros;
Aos seis a sete meses, os bebês demonstram um apego nitidamente definido à mãe. O medo de estranhos pode aparecer entre seis e oito meses;
Enquanto isso, os bebês desenvolvem apego a uma ou mais figuras familiares, como o pai e os irmãos.
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Como se estabelece o apego?
Tanto a mãe quanto o bebê contribuem para a segurança do apego por suas personalidades e comportamento e o modo de responderem um ao outro;
Com base nas interações, o bebê sabe o que se pode esperar dela;
Quanto mais seguro é o apego da criança a um adulto responsivo (com atitudes compreensivas, com apoio emocional), mais fácil parece ser para ela tornar-se independente desse adulto;
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Psicologia do desenvolvimento = estudo através de metodologia específica e levando em consideração o contexto sócio-histórico, das múltiplas variáveis, sejam elas cognitivas, afetivas, biológicas ou sociais, internas ou externas ao indivíduo que afetam o desenvolvimento humano ao longo da vida.
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