Eficácia das Normas Constitucionais

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EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS	
Eficácia social X Eficácia juridical: 
Eficácia Juridicial: Quando uma norma está de acordo com o ordenamento jurídico e por isso se torna eficaz juridiciamente, podendo ser exigida ou tornar-se obrigatória. 
Eficácia Social: Existirá quando as pessoas sujeitas à determinada norma a aceitam e a obedecem.
Dessa forma, uma norma pode ter eficácia jurídica, mas não necessariamente eficácia social, a exemplo de diversas normas que não “pegam” na sociedade.
Classificação de José Afonso da Silva
NORMAS CONSTITUCIONAIS
 
DE EFICÁCIA
PLENA
- 
Direta
Imediata
Integral
CONTIDA
- Direta
- Imediata
- Possivelmente
 
não integral
LIMITADA
Indireta
Mediata
De 
Princípio
 
institutivo
De 
princípio
 
programático
Normas constitucionais de eficácia plena = NÃO PRECISA DE LEI
Auto-aplicáveis, auto-executáveis ou bastantes em si;
Possuem aplicabilidade:
Direta: Já pode surtir efeitos
Imediata: Já pode ser aplicada sem precisar de lei infraconstitucional futura.
Integral: Não sofre restrição
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Exemplos:
Art. 19, II: É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios recusar fé aos documentos públicos.
Art. 53: Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
Normas constitucionais de eficácia contida = PODE TER LEI RESTRINGÍVEL 
Redutíveis ou restringíveis (Michel Temer);
Possuem aplicabilidade:
Direta: Já pode surtir efeito
Imediata: Já pode ser aplicada sem precisar de lei infraconstitucional futura.
Possivelmente não integral: Pode sofrer restrição. 
Exemplos:
Art. 5º, XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
Obs.: Análise do Exame da Ordem (RE 603.583, Rel. Min. Marco Aurélio, Info 646/STF, 2011).
Normas constitucionais de eficácia limitada = PRECISA DE LEI
Possuem aplicabilidade:
Indireta: Só pode surtir efeito se tiver uma lei infraconstitucional expressa. 
Mediata: Depende de lei, depende de criação de lei infraconstitucional futura que venha a regulamentá-la.
Reduzida (ou aplicabilidade diferida): 
A lei está na constituição, mas não surte efeito em caso concreto, se não tiver lei infraconstitucional que a regulamente. Ex.: Criação de Municípios, Direito de greve.
Espécies
Norma de princípio institutivo: São aquelas que precisam de lei posterior para dar corpo aos institutos jurídicos ou entidades do Estado previsto na Constituição. 
Exemplos: Art. 88, 102 § 1.
Art. 88 - A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
Art. 33 - A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.
Art. 18, § 2º - Os Territórios federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas /em lei complementar.
Norma de princípio programático: Aquelas que estabelecem programas, metas, objetivos a serem desenvolvidos pelo Estado. Impõe um objetivo de resultado ao Estado – não diz como o Estado deverá agir, mas o fim a ser atingido.
Exemplos:
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
- garantir o desenvolvimento nacional;
- erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
- promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
Eficácia do Preâmbulo da Constituição
Estrutura da Constituição:
Preâmbulo;
Corpo: nove títulos;
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
- Preâmbulo da CF/88:
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte, para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem- estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil.
Obs.: Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.076-AC.
Constituição Estadual do Acre não colocou no seu Preâmbulo “ sob a proteção de Deus”, o que gerou uma ADI, mas foi decidido que o fato de não conter esta frase no preâmbulo da Constituição Estadual era de Irrelevância Jurídica.
“O relator da ação, ministro Carlos Velloso, sustentou em seu voto que o preâmbulo constitucional não cria direitos e deveres nem tem força normativa, refletindo apenas a posição ideológica do constituinte. “O preâmbulo, portanto, não contém norma jurídica”, disse o ministro.”
Referência:
http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/8235/Eficacia-das-normas-constitucionais
https://www.youtube.com/watch?v=Y48LVOb3yoI
https://blog.grancursosonline.com.br/eficacia-e-aplicabilidade-das-normas-constitucionais-2/
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=59125
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10627128/artigo-88-da-constituicao-federal-de-1988