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ORÇAMENTO PÚBLICO

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ORÇAMENTO PÚBLICO
AULA 1: ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
Atividade Financeira do Estado:
 O modelo clássico de estudo das finanças públicas contempla quatro itens:
Receita Pública;
Despesa Pública;
Créditos Públicos;
Orçamento Público.
 A fim de atender às necessidades públicas, o Estado precisa obter recursos (receitas e créditos públicos). Tal fato o leva a ter de exercer atividade financeira, que consiste basicamente na gestão dos recursos obtidos e em sua destinação (despesa) pelo orçamento, de modo que sejam satisfeitas as demandas da população.
 Além de administrar o processo de obtenção e destinação dos recursos, a atividade financeira do Estado constitui um importante mecanismo de gestão econômica, que pode estimular o crescimento e melhorar a distribuição de renda.
 Para atender às necessidades públicas, o Estado executa diversas atividades, as quais são classificadas em dois grupos:
Atividades típicas do Estado - a execução é inalienável por ser atribuição direta do Estado, seja por imposição constitucional ou legal, seja por necessitar da aplicação do poder de polícia. Exemplos: Defesa Nacional; Justiça; Segurança Pública etc. Tipicamente, essas atividades estão relacionadas às necessidades básicas e diretas para a própria existência do Estado.
Atividades complementares - podem ser exercidas indiretamente, por concessão a particulares ou a empresas criadas pelo próprio Estado para tal fim, muito embora o Estado delas necessite para seu bom funcionamento e o bem-estar comum.
 A atividade financeira do Estado pode ser representada como um ciclo permanentemente em funcionamento, sujeito a diferentes tipos de controle (Tribunal de Contas da União [TCU], Controladoria-Geral da União [CGU], controle popular etc.), e promove a intervenção na atividade econômica visando ao bem-estar comum e à justiça social, conforme podemos observar na figura a seguir:
Intervenção do Estado na atividade econômica:
 O crescimento e a estabilidade econômica são alicerces do bem-estar comum. Para preservá-los, o Estado pode intervir na atividade econômica, estimulando ou coibindo determinada atividade, por meio de três mecanismos básicos:
O estabelecimento de normas que visam à coibição do abuso do poder econômico e à proteção dos consumidores; 
O fomento às atividades de interesse por meio de agências de financiamento; 
A exploração direta de atividade econômica que os particulares não podem suprir e que constituem interesse coletivo.
 O reconhecimento da necessidade de intervenção do Estado na economia tem origem na depressão econômica de 1930, nas duas grandes guerras mundiais e na instabilidade ocasionada pelo acúmulo de capital que leva à concentração de renda e faz perder de vista a justiça social.
 Richard Musgrave, em seu relevante estudo acerca da necessidade de intervenção do Estado na economia, classificou em três as funções do Estado, também conhecidas como funções fiscais ou funções do orçamento. São elas:
Função alocativa
 Consiste basicamente em destinar recursos para produção de bens ou serviços necessários à população e que não são supridos pelo mercado, geralmente em decorrência de duas situações:
Desequilíbrios, na concorrência, normalmente observados em mercados monopolistas ou oligopolistas, o que pode levar à majoração artificial de preços, causando efeitos maléficos aos consumidores;
Excesso de risco, em geral, decorrente de incertezas ocasionadas pela falta de regulamentação ou consolidação dos mercados – um fator que afugenta o capital privado, tornando necessária a intervenção do Estado para suprir a população dos bens e serviços desejados.
Função distributiva
 O sistema capitalista tende a gerar concentração de riquezas, uma vez que o “sucesso” na aplicação do capital por uma pessoa, um grupo ou um setor econômico atrai mais capital. Além disso, alguns fatores – como políticas econômicas setoriais, falta de igualdade nas oportunidades e mercados com estruturas regionalizadas, entre outros – também causam acúmulo de riquezas.
 A função distributiva tem por objetivo ajustar a distribuição das riquezas em níveis que possibilitem levar o bem-estar social à população.
 Para adequar os níveis de distribuição das riquezas, o Estado utiliza o sistema de tributação, diferenciando as cobranças segundo os níveis de renda e acúmulo patrimonial. Além disso, podem ser criados mecanismos de subsídios, isenções tarifárias, renúncia fiscal e políticas de remuneração mínima.
Função estabilizadora
 Tem por objetivo evitar a perda das conquistas decorrentes da aplicação das outras duas funções, assegurando a manutenção de níveis adequados de empregos, de estabilidade de preços e dos fatores produtivos.
 Essa função está fortemente ligada à gestão de variáveis macroeconômicas, buscando os níveis ótimos, que são o pleno emprego, a ausência de inflação e um fluxo adequado e permanente de entradas e saídas de recursos na economia.
Orçamento público: Conceito, princípios, esferas, tipos e espécies:
 São muitas as maneiras de conceituar orçamento público.
 Segundo Augustinho Paludo, “orçamento público é um instrumento de viabilização do planejamento governamental e de realização das políticas públicas organizadas em programas, mediante a quantificação das metas e a alocação de recursos para as ações orçamentárias (projetos, atividades e operações especiais)”. Ainda de acordo com o autor, “orçamento público é uma lei que, entre outros aspectos, exprime, em termos financeiros, a alocação dos recursos públicos; é um documento legal que contém a previsão de receitas e a fixação de despesas a serem realizadas por um governo, em determinado exercício financeiro”.
 Para Aliomar Baleeiro, o orçamento público é “o ato pelo qual o Poder Legislativo prevê e autoriza ao Poder Executivo, por certo período e em pormenor, as despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei”.
 Podemos estratificar o conceito de orçamento sob quatro aspectos:
Conceito técnico - Orçamento é um instrumento dinâmico que fixa a despesa e estima a receita para um exercício financeiro.
Conceito legal - Orçamento é uma lei que estima a receita e fixa a despesa.
Conceito contábil - Orçamento é um instrumento que visa facilitar o controle dos fluxos de receitas e despesas.
Conceito político - Orçamento é um instrumento que possibilita conduzir o processo de formulação e a posterior execução das políticas públicas.
Princípios orçamentários:
 
 Na 6ª edição do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) consta que os princípios orçamentários visam estabelecer regras norteadoras básicas, a fim de conferir racionalidade, eficiência e transparência aos processos de elaboração, execução e controle do orçamento público. 
 Válidos para os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os entes federativos – União, estados, Distrito Federal e municípios –, são estabelecidos e disciplinados por normas constitucionais, infraconstitucionais e pela doutrina.
Unidade ou Totalidade;
Universalidade;
Anualidade ou Periodicidade;
Exclusividade;
Orçamento Bruto;
Legalidade;
Publicidade;
Transparência;
Não vinculação (não afetação) da Receita de Impostos.
Esferas orçamentárias:
 No orçamento, a esfera tem por finalidade identificar se a receita ou a despesa pertence ao: 
Orçamento fiscal (F) – referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público.
Seguridade Social (S) – abrange todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
Investimento das Empresas Estatais (I) – orçamento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioriado capital social com direito a voto.
Tipos orçamentários:
 O tipo de orçamento adotado por um país está vinculado ao regime político e à forma de governo. No Brasil, já foram adotados os três tipos de orçamento.
Legislativo - adotado em países parlamentaristas. A elaboração, votação e aprovação são de competência do Poder Legislativo; a execução é de competência do Poder Executivo. (No Brasil, Constituição Federal de 1891);
Executivo - utilizado em países onde impera o poder absoluto. A elaboração, aprovação, execução e controle são de competência do Poder Executivo. (No Brasil, Constituição Federal de 1937);
Misto - empregado em países com funções legislativas exercidas pelo Congresso ou Parlamento, que, por meio de votação, aprova o orçamento e exerce o controle sobre sua execução. A sanção, elaboração e execução são de competência do Poder Executivo. Esse é o tipo utilizado atualmente no país. (No Brasil, Constituição Federal de 1988).
Espécies orçamentárias:
 O orçamento público classifica-se em cinco espécies, a saber:
Orçamento clássico ou tradicional - sua principal característica é a falta de planejamento, o que evidencia um descompromisso dos gestores para com as necessidades da população. É uma peça meramente contábil e financeira, na qual a previsão de receita e a autorização de despesas são baseadas no orçamento do exercício anterior.
Orçamento de desempenho ou por realizações - caracteriza-se pela preocupação do resultado produzido pelo gasto dos recursos públicos, executado dentro de um programa de trabalho. Apesar de representar uma evolução no processo de elaboração orçamentária, essa espécie de orçamento não está vinculada a um instrumento central de planejamento.
Orçamento de base zero ou por estratégia - consiste basicamente em uma dinâmica na qual o órgão prepara a sua proposta orçamentária incluindo a totalidade das suas necessidades, sem compromisso com qualquer montante preestabelecido de dotação e sem utilizar o ano anterior como referência de valor inicial mínimo. Em seguida é estabelecido um limite de gastos e é feita uma análise crítica das necessidades a fim de se definirem as prioridades que serão atendidas.
Orçamento-programa - essa espécie de orçamento age como um instrumento de planejamento da ação do governo, quantificando e qualificando receitas e despesas nos programas de trabalho, através da alocação de recursos em projetos, atividades e operações especiais, vinculados a objetivos e metas. Ao atrelar o orçamento ao planejamento expresso no Plano Plurianual (PPA), a Constituição Federal de 1988 consolidou a adoção do orçamento-programa no Brasil.
Orçamento participativo - com base nos princípios democráticos e no exercício da cidadania, essa espécie de orçamento consiste basicamente em franquear a participação direta das comunidades envolvidas por meio de conselhos e associações na definição de objetivos e metas que integrarão os programas de trabalho do governo e, portanto, serão objeto de alocação de recursos orçamentários. Essa espécie de orçamento se alinha com o parágrafo único do art. 48 da Lei Complementar nº 101/2000, segundo a qual “a transparência será assegurada também mediante incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e de discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos”.
Orçamento e constituições brasileiras:
 Como podemos observar no Quadro 1.1. o legislador, ao longo do tempo, procurou regulamentar o orçamento público nas constituições federais, tratando de aspectos que vão desde os responsáveis pela sua elaboração, passando pelo processo de aprovação, chegando até as sistemáticas de acompanhamento e fiscalização, além da sua vinculação com o planejamento.
Constituição de 1824
 Ainda no império, foi a primeira a exigir formalismo na elaboração do orçamento. A competência de elaboração da proposta de orçamento era do Poder Executivo, e a aprovação, do Poder Legislativo.
Constituição de 1891
 Primeira Constituição Republicana, estabelecia a elaboração do orçamento como competência exclusiva do Congresso Nacional.
Constituição de 1934
 O orçamento é tratado em um capítulo próprio, ganhando destaque. A competência de elaboração da proposta de orçamento era do Presidente da República, e a votação, do Poder Legislativo.
Constituição de 1937
 Instaurado o Estado Novo, o orçamento passou a ser elaborado por um departamento administrativo, ligado à Presidência da República, e a votação passou a ser uma atribuição da Câmara dos Deputados e do Conselho Federal, que contava com membros nomeados pelo Presidente da República.
Constituição de 1946
 Com a retomada do regime democrático, voltam a sistemática de elaboração da proposta de orçamento pelo Poder Executivo e a votação pelo Poder Legislativo, com possibilidade de emendas.
Constituição de 1967
 Estando em vigência o Regime Militar, a competência de elaboração da proposta de orçamento continua sendo do Poder Executivo, e a votação, do Poder Legislativo, entretanto, com exíguas possibilidades de emendas.
Constituição de 1988
 Conhecida como Constituição Cidadã, com a retomada do regime democrático, a competência de elaboração da proposta de orçamento continuou sendo do Poder Executivo, e a votação do Poder Legislativo, com possibilidades de emendas. Foram instituídos dois instrumentos de planejamento e programação orçamentária: o Plano Plurianual (PPA) e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
AULA 2: LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA)
Elaboração do Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa):
 Antes de apresentar o Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) ao Poder Legislativo, o Executivo elabora o seu conteúdo em um processo conhecido como elaboração da proposta orçamentária.
 A Secretaria de Orçamento Federal (SOF), do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, na qualidade de órgão específico do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal, no cumprimento de sua missão institucional, tem, entre outras, a competência para coordenar, consolidar e supervisionar a elaboração da lei de diretrizes orçamentárias e da proposta orçamentária da União, compreendendo os orçamentos fiscal e da seguridade social. Essa missão pressupõe uma constante articulação com os agentes envolvidos na tarefa de elaboração das propostas orçamentárias setoriais das diversas instâncias da Administração Pública Federal e dos demais Poderes da União.
 Os órgãos setoriais desempenham o papel de articuladores no âmbito da sua estrutura, coordenando o processo decisório no nível das respectivas unidades orçamentárias (UO) subordinadas ou vinculadas. Sua atuação no processo orçamentário envolve, entre outras iniciativas, o estabelecimento de diretrizes setoriais para elaboração e alterações orçamentárias e a definição e divulgação de instruções, normas e procedimentos a serem observados no âmbito do órgão durante o processo de elaboração e alteração orçamentária.
 As unidades orçamentárias UOs desempenham o papel de coordenação do processo de elaboração da proposta orçamentária nos seus respectivos âmbitos de atuação, integrando e articulando o trabalho das suas unidades administrativas, com base no programa de trabalho do órgão.
 Responsáveis pela apresentação da programação orçamentária detalhada da despesa por programa, ação e subtítulo, as UOs atuam no processo orçamentário por meio de algumas iniciativas, dentre elas, o estabelecimento de diretrizes no âmbito da UO para elaboração da proposta e estudos de adequação da estrutura programática.
 O processo de elaboração do Ploa é iniciado com a discussão dos parâmetros, diretrizes, objetivos, metas, projetos e atividades que devem ser adotados pelos órgãos que no ano seguinte receberão recursos à conta do orçamento público. Nesse processo, busca-se o equilíbrio entre receitas e despesas.
 Na sequência, são estabelecidas as prioridades que serão atendidas dentro do limite das receitas estimadas. Como resultadodesse processo, obtém-se um projeto de lei orçamentária que deve ser encaminhado pelo Presidente da República ao Congresso Nacional até 31 de agosto de cada ano. Vejamos o fluxo desse processo:
Etapas do processo de criação de uma LOA:
 O processo de preparação e aprovação do Orçamento de um ente político (União, Estados e Municípios) é regido, em caráter geral, pelos artigos 165 a 167 da Constituição Federal de 1988 (CF/88), bem como pela Lei Federal nº 4.320/1964. Envolve a preparação anual, pelo Poder Executivo, do Ploa (abrangendo inclusive as propostas orçamentárias dos demais Poderes, centralizadas pelo Executivo em sua função administrativa), seguida de seu envio ao Poder Legislativo para discussão, alteração e aprovação. Por ter natureza de lei ordinária, a lei orçamentária, após a aprovação final pelo Legislativo, segue ao Chefe do Poder Executivo (Presidente da República, Governador ou Prefeito, conforme o ente) para sanção.
 A tramitação da proposta de lei orçamentária no Poder Legislativo Federal foi regulamentada pelo Congresso Nacional, por meio da Resolução nº 1/2006-CN, de 22 de dezembro de 2006 (Fonte: Senado Federal).
 São seis as etapas do processo de criação de uma Lei Orçamentária Anual (LOA), como geralmente ocorre com qualquer lei: iniciativa, discussão, votação, sanção, promulgação e publicação.
 Vejamos cada uma delas a seguir:
Primeira etapa – Iniciativa - consiste na apresentação do Ploa ao Poder Legislativo. A CF/88 estabelece que a competência para apresentação de um projeto de lei pode ser do Executivo ou do Legislativo. No caso do Ploa, essa competência é exclusiva do Chefe do Poder Executivo, nos termos do art. 166 da Carta Magna.
Segunda etapa – Discussão - no Poder Legislativo, o Ploa é analisado conjuntamente pela Câmara e pelo Senado por meio da Comissão Mista de Orçamento (CMO), formada por Senadores e Deputados. Essa análise conjunta é uma característica marcante do processo de discussão do Ploa, pois só ocorre quando se trata de matéria orçamentária. Com o objetivo de facilitar a apreciação final pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional, a CMO emite parecer sobre o Ploa. Nessa etapa, também são apresentadas emendas a esse projeto, cabendo adicionalmente à CMO emitir parecer sobre emendas parlamentares, por atribuição decorrente do art. 166, § 2º da CF/88.
Terceira etapa – Votação - consite na aprovação ou rejeição do Ploa. A LOA é uma lei ordinária, e sua aprovação ocorre por votação conjunta das duas Casas do Congresso Nacional e maioria simples, que consite na obtenção de 50% dos votos + 1.
Quarta etapa – Sanção - é um ato de competência exclusiva do Chefe do Poder Executivo e consiste na concordância com o texto legal do Ploa que vem aprovado do Poder Legislativo. O Chefe do Executivo pode concordar e sancionar ou discordar e vetar parcial ou totalmente o Ploa. No caso de veto, o Ploa retorna ao Legislativo para nova discussão e votação. Se o veto for derrubado, o projeto não volta mais para o Executivo, devendo o próprio Legislativo aprová-lo e promulgá-lo. Com a sanção pelo Poder Executivo, o Ploa torna-se a chamada Lei Orçamentária Anual (LOA).
Quinta etapa – Promulgação - consiste na confirmação de que a lei foi aprovada pelas etapas anteriores. É como uma declaração de que o projeto de lei passa definitivamente a ser executado como lei, que entrará em vigorar após sua publicação. A promulgação, dependendo da espécie de matéria tratada pelo projeto de lei, pode ser um ato do Chefe do Poder Executivo ou do Poder Legislativo.
Sexta etapa – Publicação - consiste na divulgação oficial do texto da LOA, de modo que seja possível a todos terem seu conhecimento, não sendo permitido alegar desconhecimento da LOA para não cumpri-la. Publicada a LOA, inicia-se o processo de execução do orçamento, que consiste na arrecadação das receitas previstas e no gasto das dotações autorizadas, dentro dos limites fixados.
Prazos para envio e aprovação do Ploa:
 O art. 166, § 6°, da CF/88, estabelece que lei complementar sobre direito financeiro deve estabelecer os prazos para as leis orçamentárias. Uma vez que a citada lei complementar ainda não foi editada, atualmente as normas gerais de direito financeiro, elaboração e controle dos orçamentos são reguladas pela Lei n° 4.320/64 e pela Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), as quais, entretanto, não tratam do prazo para envio das propostas das leis orçamentárias, o que faz com que tal prazo siga o disposto no art. 35, § 2°, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT).
 Dessa maneira, o Poder Executivo deve encaminhar o Ploa ao Legislativo até quatro meses antes do encerramento de cada exercício (30 de agosto). O Ploa deve ser aprovado pelo Legislativo e devolvido para sanção do Chefe do Executivo até o final da sessão legislativa (fim do ano), de modo que o Ploa se transforme na LOA e passe a vigorar a partir de 1º de janeiro.
 Um fato frequente no Brasil é a não aprovação do Ploa antes do final do exercício anterior ao que a LOA deve entrar em vigor, descumprindo o prazo estabelecido no art. 35 do ADCT. A aprovação do Ploa tem ocorrido no mesmo exercício em que a LOA deve ser executada, o que se caracteriza uma afronta ao princípio da anualidade, pois essa situação faz com que a LOA tenha duração inferior a 12 meses. Uma consequência da não aprovação do Ploa dentro do prazo é a liberação mensal de fração equivalente a 1/12 do valor das despesas “inadiáveis”, contidas no Ploa em discussão. Essa prática, conhecida como liberação de duodécimos, não está regulamentada e decorre da impossibilidade de paralisação da máquina pública.
 Outro fato que pode ocorrer é o Chefe do Executivo não enviar o Ploa ao Legislativo no prazo estipulado, caso em que, nos termos do art. 32 da Lei n° 4.320/64, o Poder Legislativo deve considerar como Ploa a LOA em vigor.
 O Quadro a seguir apresenta resumidamente os prazos de tramitação do Ploa e as consequências do descumprimento desses:
 O art. 166, § 6°, da CF/88, estabelece que lei complementar sobre direito financeiro deve estabelecer os prazos para as leis orçamentárias. Uma vez que a citada lei complementar ainda não foi editada, atualmente as normas gerais de direito financeiro, elaboração e controle dos orçamentos são reguladas pela Lei n° 4.320/64 e pela Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), as quais, entretanto, não tratam do prazo para envio das propostas das leis orçamentárias, o que faz com que tal prazo siga o disposto no art. 35, § 2°, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT).
 Dessa maneira, o Poder Executivo deve encaminhar o Ploa ao Legislativo até quatro meses antes do encerramento de cada exercício (30 de agosto). O Ploa deve ser aprovado pelo Legislativo e devolvido para sanção do Chefe do Executivo até o final da sessão legislativa (fim do ano), de modo que o Ploa se transforme na LOA e passe a vigorar a partir de 1º de janeiro.
 Um fato frequente no Brasil é a não aprovação do Ploa antes do final do exercício anterior ao que a LOA deve entrar em vigor, descumprindo o prazo estabelecido no art. 35 do ADCT. A aprovação do Ploa tem ocorrido no mesmo exercício em que a LOA deve ser executada, o que se caracteriza uma afronta ao princípio da anualidade, pois essa situação faz com que a LOA tenha duração inferior a 12 meses. Uma consequência da não aprovação do Ploa dentro do prazo é a liberação mensal de fração equivalente a 1/12 do valor das despesas “inadiáveis”, contidas no Ploa em discussão. Essa prática, conhecida como liberação de duodécimos, não está regulamentada e decorre da impossibilidade de paralisação da máquina pública.
 Outro fato que pode ocorrer é o Chefe do Executivo não enviar o Ploa ao Legislativo no prazo estipulado, caso em que, nos termos do art. 32 da Lei n° 4.320/64, o Poder Legislativo deve considerar como Ploa a LOA em vigor.
 O Quadro a seguir apresenta resumidamente os prazos de tramitaçãodo Ploa e as consequências do descumprimento desses:
Processo de elaboração e aprovação do Ploa:
 A Figura a seguir apresenta uma visão abrangente do processo de elaboração e aprovação do Ploa. Vejamos:
 A partir dos objetivos do Estado, destacadamente o de gerar o bem comum da população, o governo, com a utilização dos órgãos que integram a estrutura da Administração Pública, promove a identificação dos recursos que poderão ser utilizados no exercício seguinte.
 Na sequência, são identificadas as necessidades dentro de padrões e níveis aceitáveis de satisfação. Da comparação entre as necessidades e os recursos disponíveis, é possível dimensionar o déficit, característico dos países pobres ou em desenvolvimento.
 Estimados os recursos (receita) e mapeadas as necessidades (despesa), o Poder Executivo decide politicamente as ações prioritárias que serão atendidas e elabora o Ploa, alinhado com o planejamento definido no Plano Plurianual (PPA), em conformidade com as diretrizes estabelecidas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
 Na sequência, o Chefe do Poder Executivo envia o Ploa ao Legislativo a fim de que seja discutido, aprovado e devolvido ao Executivo para sanção e publicação, transformando-se na LOA, que passa a vigorar.
AULA 3: Planejamento Governamental - Plano Plurianual (PPA)
Planejamento e orçamento do Brasil:
 O art. 174 da Constituição Federal de 1988 (CF/88) estabelece que a função de planejamento para o setor público é um dever do Estado e um indicativo para o setor privado, o que confere ao PPA o papel de balizador das ações nacionais e dos planos regionais e setoriais.
 Os principais documentos institucionais de planejamento e orçamento do país (ver Figura 3.1 e Quadro 3.1) estão definidos no art. 165 da Constituição Federal de 1988 (CF/88).
Planejamento das ações governamentais:
Principais documentos institucionais:
 Planejamento e orçamento | Principais documentos institucionais.
Lei nº 10.180/2001:
 O artigo 1º da Lei nº 10.180/2001 determina a organização sistêmica das atividades de planejamento e orçamento federal.
 Adicionalmente, o artigo 2º dessa mesma lei lista as finalidades do referido sistema:
Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop):
 Para cumprir eficazmente o que estabelece o artigo 1º da Lei nº 10.180/2001, foi desenvolvido, pelo Governo Federal, o Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), que compreende as atividades de elaboração, acompanhamento e avaliação de planos, programas e orçamentos, bem como de realização de estudos e pesquisas socioeconômicas.
 Sob a gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP), o sistema é composto por módulos e foi desenvolvido e implantado pela Secretaria de Orçamento Federal (SOF/MP), em parceria com a Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos (SPI/MP) e o Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest/MP). O Siop é o primeiro sistema estruturante do governo.
 Totalmente desenvolvido por meio de software livre, é o resultado da iniciativa de integração dos sistemas e processos a partir da necessidade de se:
Otimizarem procedimentos;
Reduzirem custos;
Integrarem e oferecerem informações para o gestor público e para os cidadãos.
 Os objetivos do Siop são garantir, nas atividades de planejamento e orçamento:
Confiabilidade nos dados;
Simplicidade na utilização;
Integração e transparência;
Visões diferenciadas da informação para níveis estratégicos e tático-operacionais.
Desenvolvimento do Siop:
 O Siop começou a ser desenvolvido em 2009 por iniciativa da SOF em substituição ao antigo sistema utilizado para o Orçamento Federal – o Sistema Integrado de Dados Orçamentários (Sidor), que estava chegando ao final de sua vida útil em função das tecnologias usadas em seu desenvolvimento.
 O Siop atende aos servidores da Administração Pública que exercem atividades nas áreas de planejamento, orçamento, compras, finanças, convênios e controle, além de cidadãos interessados nos temas de orçamento público e políticas públicas.
 Os seguintes assuntos e/ou processos envolvidos no planejamento e orçamento da União são tratados no Siop, a saber:
Elaboração e revisão do Projeto de Lei do Plano Plurianual – PLPPA;
Elaboração do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias – PLDO;
Elaboração do Projeto de Lei Orçamentária Anual – PLOA;
Alterações Orçamentárias/Créditos;
Receitas;
Acompanhamento das Estatais;
Acompanhamento Orçamentário;
Monitoramento do PPA;
Outras funcionalidades.
 O sistema de planejamento e de orçamento federal é integrado pelos seguintes órgãos:
Plano Plurianual (PPA):
 Previsto no inciso I do artigo 165 da Constituição Federal de 1988 (CF/88), e regulamentado pelo Decreto nº 2.829, de 29 de outubro de 1998, o Plano Plurianual (PPA) é um plano de médio prazo, que estabelece as diretrizes, os objetivos e as metas a serem seguidos pelo Governo Federal, Estadual ou Municipal para um período de quatro anos.
Breve histórico:
 O PPA não foi implementado imediatamente após a CF/88. Observe um breve histórico dos PPAs, identificando as principais características de cada um:
Elaboração:
 Obrigatório para a União, os estados e os municípios, o PPA deve ser regionalizado e compatível com a legislação da respectiva esfera de governo (Constituição, Lei Orgânica, Plano Diretor etc.).
 O Plano deve apresentar as diretrizes, os objetivos e as metas para um período de quatro anos, com início no 2º ano do mandato do Chefe do Poder Executivo, seguindo-se até o 1º ano do mandato do próximo.
 Segundo as normas em vigor, o Projeto de Lei do PPA (PLPPA) é encaminhado pelo Chefe do Executivo ao Legislativo até o dia 31 de agosto do primeiro ano do mandato.
Estrutura:
 A estrutura do PPA se apresenta de modo a dar coerência às ações de governo, articulando as dimensões estratégica, tática e operacional.
Dimensão estratégica - é a orientação estratégica que tem como base os macrodesafios e a visão de longo prazo do Governo Federal.
Dimensão tática - define caminhos exequíveis para o alcance dos objetivos e das transformações definidas na dimensão estratégica, considerando as variáveis inerentes à política pública tratada. Vincula os programas temáticos para a consecução dos objetivos assumidos, estes materializados pelas iniciativas expressas no Plano.
Dimensão operacional - relaciona-se com o desempenho da ação governamental no nível da eficiência, sendo especialmente tratada no orçamento. Busca a otimização na aplicação dos recursos disponíveis e a qualidade dos produtos entregues.
Instituição do Plano Plurianual:
 O § 1º da CF/88 estabelece que a lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
Programas de ações do governo:
 A partir do PPA 2000-2003, as ações destinadas a atender às demandas da sociedade passaram a ser estruturadas em Programas e condicionadas a indicadores destinados a quantificar a evolução da situação a ser modificada com a iniciativa.
 Programas são instrumentos de organização da ação governamental visando à concretização dos objetivos pretendidos. Podem ser de dois tipos (Fonte: PPA 2012–2015. Nota Técnica Conjunta nº 09/2011, Congresso Nacional):
PROGRAMA TEMÁTICO - expressa as políticas públicas que orientam a ação governamental para a entrega de bens e serviços à sociedade. Sua abrangência deve ser a necessária para superar os desafios e organizar a gestão, o monitoramento, a avaliação, as transversalidades, as multissetorialidades e a territorialidade. É composto por objetivos, indicadores, valor global e valor de referência.
PROGRAMA DE GESTÃO, MANUTENÇÃO E SERVIÇOS AO ESTADO - reúne um conjunto de ações destinadas ao apoio, à gestão e à manutençãoda atuação governamental, bem como as ações não tratadas nos Programas Temáticos por meio de suas iniciativas.
AULA 4: Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
Conhecer os aspectos relacionados com a Lei De Diretrizes Orçamentárias, seu conceito e vigência, sua relação com a Lei de Responsabilidade Fiscal etc.;
Reconhecer a importância das LDOs como elemento de integração do planejamento com o orçamento.
Conceito:
 A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é uma inovação da Constituição Federal de 1988 (CF/88) e tem como principal finalidade orientar a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA), buscando sintonizá-la com as diretrizes, os objetivos e as metas estabelecidas no plano plurianual (PPA), constituindo-se assim como um elo entre o planejamento e a programação orçamentária.
 A LDO é obrigatória para todos os entes federados, sendo que a União, os estados e os municípios diferem em alguns detalhes, como prazos de encaminhamento e aprovação.
Características e prazos da LDO:
 A obrigatoriedade de elaboração da LDO está prevista no art. 165, inciso II da CF/88, e sua regulamentação foi estabelecida pelo art. 4º da Lei Complementar nº 101/2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
 A LDO é uma lei ordinária de inciativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo. Conforme o art. 35 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), da CF/88, o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) deve ser encaminhado pelo Poder Executivo ao Poder Legislativo, para discussão e aprovação, até oito meses e meio antes do encerramento do exercício (dia 15 de abril) e devolvido para sanção até o final do primeiro período da sessão legislativa (17 de julho). Caso o PLDO não seja devolvido, a sessão legislativa não poderá ser interrompida, nos termos do § 2º do art. 57 da CF/88, o que, na prática, não permite que o Congresso Nacional entre em recesso.
 Quando entra em vigor, a LDO passa a produzir efeitos sobre a elaboração do Projeto de Lei Orçamentária (Ploa), que deve ser enviado para discussão e aprovação do Poder Legislativo até 31 de agosto. Após aprovado pelo Legislativo e sancionado pelo Executivo, o Ploa se transforma na Lei Orçamentária Anual (LOA), que vigorará até 31 de dezembro do ano seguinte, período durante o qual deverão ser cumpridas as orientações contidas na LDO. Dessa maneira, conclui-se que a vigência da LDO é de 18 meses, referentes ao período de 17 de junho a 31 de dezembro do exercício financeiro subsequente.
 Esses prazos se referem à União, prevalecendo para estados, Distrito Federal e municípios o que estiver disposto nas suas respectivas constituições e leis orgânicas.
Conteúdo da LDO:
 A LDO define as metas e prioridades do governo para o ano seguinte; no entanto, trata também de vários outros temas, como alterações tributárias, gastos com pessoal, política fiscal, transferências da União e política das agências financeiras de fomento.
 Paludo (2015) chama atenção para dois importantes aspectos também tratados pela LDO:
O preenchimento de lacunas deixadas pela ausência de legislação que trate adequadamente dos prazos, conceitos e estruturas referentes aos instrumentos de planejamento e programação orçamentária preconizados pelo art. 165 da CF/88 – PPA) e LOA; e
O papel de instrumento de autorização de despesa assumido pela LDO ao estabelecer a liberação mensal de 1/12 de partes do PLOA, quando este não é aprovado até 31 de dezembro.
Entendendo melhor as atribuições da LDO:
 Há ainda outras matérias que podem e têm sido tratadas na LDO:
Estrutura e organização dos orçamentos;
Disposições relativas às despesas da União com pessoal;
Disposições relativas à dívida pública federal;
Disposições sobre a fiscalização pelo Poder Legislativo etc.
A LDO e a Lei de Responsabilidade Fiscal:
 A edição da Lei Complementar nº 101/2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), deu maior destaque à LDO, exclusivamente na Seção II da LRF.
 O art. 4º da LRF estabelece que, além de atender às disposições contidas no § 2º do art. 165 da Constituição, a LDO disporá também sobre:
Equilíbrio entre receitas e despesas;
Critérios e formas de limitação de empenho, na ocorrência de arrecadação da receita inferior ao esperado, de modo que possa comprometer as metas de resultado primário e nominal previstas para o exercício;
Normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos;
Demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas.
 Um dos principais pontos da LRF que fortaleceu a LDO foi a inclusão do Anexo de Metas Fiscais, onde serão estabelecidas metas anuais em valores correntes e constantes para um período de três anos. Essas metas correspondem às previsões para receitas e despesas, resultado nominal e resultado primário, além do montante da dívida pública para três anos, isto é, o exercício a que se referir a LDO e os dois seguintes.
 Os §§ 1º e 2º do art. 4º da LRF estabelecem que o PLDO deve conter Anexo de Metas Fiscais, em que serão definidas metas anuais, em valores correntes e constantes.
Fases da LDO:
 O processo de criação da LDO compreende cinco fases:
Preparação - consiste no levantamento das prioridades estabelecidas pela Administração, dos objetivos estratégicos, das diretrizes, das estimativas de receita e despesas e da avaliação dos cenários macroeconômico e social, além das demais informações relacionadas com o processo de elaboração do Ploa.
Elaboração - a partir da avaliação dos objetivos que serão priorizados à luz do PPA, das informações e avaliações, obtidas e realizadas na etapa de preparação, a elaboração consiste basicamente na confecção do documento formal Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, contendo todas as informações determinadas pela CF/88 e pela LRF, além de diretivas próprias, com vistas a preencher eventuais lacunas decorrentes do descumprimento de prazos. Todo esse conjunto constituirá, em última análise, as diretrizes para a elaboração do orçamento do exercício seguinte. Na elaboração, merece destaque o estabelecimento de metas fiscais com base nas estimativas de receitas e despesas, e a determinação do nível dos riscos fiscais com base na análise de variáveis macroeconômicas – taxa de juros, câmbio e inflação. O PLDO deve ser encaminhado ao Poder Legislativo, seguido de mensagem do Chefe do Executivo.
Discussão/Aprovação - no Poder legislativo, o PLDO é recepcionado pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), que emite parecer de modo a facilitar o processo de discussão. O PLDO pode ser alterado com a apresentação de emendas. Outra característica importante do processo de discussão e aprovação do PLDO é participação popular por meio da realização de audiências públicas, assegurada pelo parágrafo único do art. 48 da LRF.
Execução - consiste no acompanhamento do cumprimento das metas fiscais estabelecidas (receitas, despesas, resultados nominal e primário), bem como da liberação e execução de créditos orçamentários destinados aos programas priorizados na LDO. Durante a execução, caso ocorra criação, expansão ou aprimoramento de alguma ação governamental, o gestor deverá declarar expressamente que esta se encontra adequada à LOA, à LDO e ao PPA, nos termos do art. 16, inciso II, da LRF.
Alteração - a LDO pode ser alterada tanto na fase de discussão quanto na de execução da LOA, como, por exemplo, no caso de necessidade de revisão da meta de resultado primário.
AULA 5: CICLO ORÇAMENTÁRIO AMPLIADO
Analisar a inter-relação entre os instrumentos de planejamento e programação orçamentária – PPA, LDO e LOA –, situando seus respectivos tempos funções.
Ciclo orçamentário:
 A Constituição Federal de 1988 (CF/88) introduziu expressivas mudanças no processo de preparação do orçamento público. O planejamento de médio prazo se tornou obrigatório, e os Poderes Executivo e Legislativo foram envolvidosmais efetivamente no processo, interagindo na fixação de metas e prioridades para a administração pública, no estabelecimento de políticas públicas e diretrizes para a elaboração dos orçamentos, e no controle, entre outros aspectos. Essas mudanças derivadas do texto constitucional acarretaram alterações no ciclo orçamentário.
 Podemos definir ciclo orçamentário como uma sequência de etapas, dotadas de características próprias, que se repetem em períodos predeterminados, dentro dos quais os orçamentos são elaborados, discutidos, aprovados, executados, avaliados e julgados.
 De modo geral, a literatura especializada apresenta o ciclo orçamentário como um processo restrito à LOA, formado por um conjunto integrado por quatro etapas (Figura 5.1), que se repete continuamente ao longo dos anos:
Elaboração e apresentação do Projeto De Lei Orçamentária Anual (Ploa);
Discussão e aprovação do Ploa, transformando-o na Lei Orçamentária Anual (LOA);
Programação e execução da LOA;
Avaliação e controle da execução.
Ciclo orçamentário ampliado:
 Com as mudanças introduzidas pela Constituição Federal de 1988, o processo de elaboração do orçamento foi integrado ao planejamento, ampliando a abrangência do ciclo orçamentário.
 O ciclo orçamentário ampliado inicia-se com o estabelecimento do planejamento plurianual, perpassa quatro leis de diretrizes orçamentárias e quatro leis orçamentárias anuais, encerrando-se com a avaliação da execução e com o julgamento das contas, após o que se inicia um novo ciclo, constituindo-se um processo contínuo, que se repete ao longo dos anos.
A articulação entre os três instrumentos preconizados pela CF/88:
 Mognatti (2008) descreve, de modo sucinto, o processo de apreciação do orçamento no Congresso Nacional. Ele reconhece que é o Poder Executivo que determina a formação da agenda para o conjunto de políticas públicas a serem formalizadas no orçamento.
 No âmbito do Poder Legislativo Federal, a apreciação das peças orçamentárias cabe à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), composta por 30 deputados federais e dez senadores da República, com igual número de suplentes, regida pela Resolução nº 1 do Congresso Nacional, de 26 de dezembro de 2006 (Resolução nº 1/06-CN).
 A CMO emite parecer e delibera sobre os projetos de lei do plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e suas alterações (créditos adicionais), além de outras matérias de cunho orçamentário. Em seu âmbito são apresentadas as emendas aos projetos para inclusão dos interesses dos parlamentares, respeitando os prazos, limites e condições determinados pela Resolução.
 Cada proposta de PPA, LDO ou LOA recebe proposições acessórias durante sua tramitação, que auxiliarão na análise das proposições principais e determinarão regras para a atuação dos relatores e a apresentação de emendas. Dentre essas proposições acessórias destacam-se o parecer preliminar, os relatórios setoriais (somente no caso do projeto da LOA), as emendas e os destaques.
 Sanches (1993), a partir dos dispositivos constitucionais, identificou um conjunto de oito fases que compõem o ciclo orçamentário ampliado. São elas:
Formulação do planejamento plurianual - Competência: Poder Executivo. Consiste na formulação da proposta do Projeto de Lei do Plano Plurianual (PLPPA), estabelecendo, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas da Administração Pública Federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. A formulação do planejamento plurianual compreende as seguintes etapas:
Elaboração de diagnóstico da situação atual;
Estabelecimento de uma visão de futuro;
Definição de prioridades;
Estabelecimento das estratégias para implementação das políticas públicas;
Formulação de programas destinados a alterar a situação atual.
Apreciação e adequação do plano plurianual - Competência: Poder Legislativo. Consistem no processo de discussão, alteração e aprovação do PLPPA, pelo Poder Legislativo, envolvendo um conjunto de atividades que podem ser classificadas em quatro etapas:
1° Recepção do PLPPA – O projeto é recebido pelo Congresso Nacional e remetido à Comissão Mista de Planos e Orçamentos Públicos (CMO); é designado, então, um relator e estabelecido um prazo para a apresentação de emendas;
2° Proposição de emendas – Os parlamentares preparam as propostas de alteração do PLPPA por meio da elaboração de emendas enviadas à CMO;
3° Apreciação do PLPPA e das emendas na CMO – O relator analisa as emendas e emite seu parecer sobre cada uma. Na sequência, o PLPPA é colocado em discussão pelo Plenário da Comissão, que emite o parecer da Comissão e envia ao Presidente do Congresso Nacional o projeto aprovado;
4° Decisão pelo Congresso Nacional – Consiste na discussão, votação e aprovação do PLPPA, que é autografado e remetido ao Chefe do Poder Executivo, para sanção.
Proposição de metas e prioridades e formulação da política de alocação de recursos - Competência: Poder Executivo. Trata-se da elaboração do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) que, nos termos do art. 165, § 2º, da CF/88, compreenderá as metas e prioridades da Administração Pública Federal – incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente –, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
Apreciação e adequação da LDO - Competência: Poder Legislativo. Consiste no processo de discussão, alteração e aprovação do PLDO pelo Poder Legislativo, de modo a assegurar o alinhamento da lei orçamentária com a lei do plano plurianual. Os deputados e senadores discutem na CMO a proposta enviada pelo Executivo, fazem as modificações que julgarem necessárias por meio das emendas e votam o projeto. Estas só são apreciadas se estiverem compatíveis com o PPA e não contrariarem as normas de funcionamento da Comissão.
Elaboração da proposta de orçamento - Competência: Poder Executivo. Consiste no processo de elaboração do PLOA para o exercício seguinte, que se desenvolve no âmbito do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal e engloba um conjunto articulado de tarefas complexas, além de um cronograma gerencial e operacional com especificação de etapas, produtos e agentes participantes (os órgãos central e setoriais, bem como as unidades orçamentárias), o que pressupõe a constante necessidade de tomada de decisões nos seus vários níveis;
Apreciação, adequação e autorização legislativa - Competência: Poder Legislativo. Consiste no debate, na alteração e na aprovação do Ploa, tarefas de elevada complexidade e abrangência. Os trabalhos se iniciam mesmo antes do recebimento da proposta de Ploa e se desdobram em seis etapas:
Organização das atividades;
Recepção e divulgação do projeto;
Estabelecimento de normas e proposição de emendas;
Apreciação pelas relatorias parciais e setoriais;
Compatibilização e consolidação dos relatórios setoriais;
Decisão pelo Congresso Nacional.
Execução dos orçamentos aprovados - Competência: Executivo. É por meio da execução orçamentária que efetivamente são implementadas as políticas públicas. Executar a LOA consiste em um processo complexo e abrangente que ocorre em duas frentes:
(1) a arrecadação das receitas previstas; e
(2) o gasto das dotações autorizadas. A execução é normatizada por diversas leis, como a Lei nº 4.320/64, a Lei nº 8.666/93 (Lei de Licitações), a Lei Complementar nº 101/00 (LRF) e a LDO, que estabelecem cronogramas, limites e regras do tratamento a ser dado para a obtenção e o gasto dos recursos públicos.
 Em uma visão mais ampla, a execução orçamentária deve buscar a excelência na arrecadação e utilização dos recursos públicos, de modo a atender com economicidade, eficiência, eficácia, e efetividade as necessidades da população, tendo por paradigma os princípios constitucionais que regema Administração Pública: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.
Avaliação da execução e julgamento das contas - Competência: Legislativo. Essa avaliação é um processo permanente, cuja maior parte ocorre concomitantemente à execução orçamentária e está relacionada com o controle externo, que tem como alicerce a independência dos Poderes. Por essa razão, não deve haver hierarquia direta entre eles, mas, sim, funcionar de acordo com o princípio da separação dos Poderes, cada um exercendo suas funções típicas e atípicas, controlando uns aos outros em um sistema de freios e contrapesos. Segundo Hely Lopes Meirelles, o controle externo é o que se realiza por órgão estranho à Administração responsável pelo ato controlado, como, por exemplo:
Judiciário controla o Executivo e o Legislativo, verificando a constitucionalidade dos atos praticados e dos projetos de lei sancionados;
O Executivo controla o Judiciário, indicando membros para o Superior Tribunal Federal (STF);
O Legislativo controla o Executivo e o Judiciário, quando pratica o ato de sabatinar os Ministros indicados para o STF;
O Executivo controla o Legislativo por meio da sanção ou do veto de dispositivos de leis aprovadas;
O Legislativo aprecia as contas do Executivo e do Judiciário.
 A partir da CF/88, o Tribunal de Contas da União (TCU), como órgão de assessoramento do Poder Legislativo, assumiu competência para exercer a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, à legitimidade, à economicidade e à fiscalização da aplicação das subvenções e da renúncia de receitas.
Dinâmica do ciclo orçamentário ampliado:
 O PPA vigora por um período de quatro anos, a cada ano correspondendo uma LDO e uma LOA. Buscando tornar contínuo e encadeado o processo de planejamento e de execução dos programas na dinâmica de sucessão governamental, as datas de início e término do PPA não coincidem com o mandato do Chefe do Poder Executivo.
 Isso significa que, quando um novo Chefe do Executivo assume, ele tem de executar a LOA correspondente ao último ano do PPA, ambos elaborados por seu antecessor. No transcurso do primeiro ano do seu mandato, ele elabora um novo PPA e uma nova LOA, que executará por três anos, até o fim do seu mandato – deixando para o seu sucessor a execução do último ano de vigor do “seu” PPA e da correspondente LOA. Esse processo tem como balizadores a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e a Lei nº 4.320/64.
 É importante notar que, quanto aos períodos em que os três instrumentos de planejamento e programação orçamentária vigoram (PPA: 4 anos; LDO: 18 meses; LOA: 1 ano), o ciclo de cada um deles se inicia na fase de elaboração – portanto, antes do início do vigor como lei – e se estende para além dos respectivos términos, adentrando a fase de avaliação e julgamento das contas.
AULA 6: RECEITA ORÇAMENTÁRIA PÚBLICA
Reconhecer as estruturas de classificação da receita pública, utilizadas no processo orçamentário;
Analisar os estágios e as etapas de execução da receita orçamentária pública.
Receita Pública — Conceito:
 Receitas públicas são ingressos de recursos financeiros nos cofres do Estado, que se desdobram em receitas orçamentárias, quando representam disponibilidades de recursos financeiros para o erário, e ingressos extraorçamentários, quando representam apenas entradas compensatórias.
 ERÁRIO - Significa tesouro público, é um termo oriundo do latim, aerarium. Erário é o dinheiro que o Governo dispõe para administrar o país. O erário é controlado pelo Fisco, que é um conjunto de órgãos da administração pública, com o objetivo de arrecadar e fiscalizar tributos.
Receita Orçamentária:
 As receitas orçamentárias são os recursos financeiros que ingressam nos cofres públicos durante o exercício e representam as disponibilidades que podem ser utilizadas para execução das políticas públicas, por meio da sua aplicação nos programas e ações que têm como finalidade atender às necessidades públicas.
 O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, por intermédio da Secretaria de Orçamento Federal (SOF), em parceria com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), do Ministério da Fazenda, editaram a Portaria Interministerial nº 163, de 4 de maio de 2001, que constitui, atualmente, o marco para a padronização da classificação de receitas, utilizada por todos os entes da Federação – União, estados, município e Distrito Federal.
 As receitas públicas aumentam o saldo financeiro do Estado e são previstas na lei orçamentária anual (LOA), inclusive aquelas provenientes da alienação de bens ou de operações de crédito, em conformidade com princípio da universalidade da LOA, insculpidono art. 4º da Lei nº 4.320/1964.
 As receitas obtidas através de Operações de Crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO) constituem uma exceção, e não são consideradas receitas orçamentárias.
 Segundo o Dicionário de Termos da Contabilidade Pública, as Operações de Crédito por Antecipação de Receita orçamentária (ARO) constituem “o processo pelo qual o tesouro público pode contrair uma dívida por antecipação da receita prevista”. As ARO são contratadas junto a instituições financeiras e devem ser liquidadas quando ocorrer o ingresso dos recursos financeiros que foram antecipados.
 As ARO são destinadas a atender a insuficiência de caixa dentro do próprio exercício financeiro e por não representarem novas receitas extraorçamentária. A matéria referente à ARO é disciplinada pela Seção XI do Decreto nº 93.872/1986, pelo art. 38 da Lei Complementar nº 4.320/1964, pelo e pelos artigos. 165, § 8º, e 167, X, da Constituição Federal de 1988.
 A classificação da receita orçamentária é de utilização obrigatória pela União, estados, município e Distrito Federal, sendo facultado o seu desdobramento para atender às respectivas particularidades. As receitas orçamentárias são classificadas segundo os seguintes critérios:
Classificação por Natureza Econômica da Receita:
 A classificação orçamentária por natureza de receita é estabelecida pelo § 4º do art. 11 da Lei nº 4.320/1964. No âmbito da União, sua codificação é normatizada por meio de Portaria da SOF e para Estados e Municípios é feita por meio de Portaria Interministerial (SOF e STN).
 A classificação da receita por natureza é utilizada por todos os entes da Federação e visa identificar a origem do recurso segundo o acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres públicos (fato gerador).
 A partir de 2016, com o objetivo de simplificar, agilizar e dar maior transparência à gestão das receitas orçamentárias públicas entrou em vigor uma nova estrutura de codificação das Naturezas de Receita.
 A nova estrutura tornou possível associar, de forma direta e imediata, a receita principal com aquelas dela originadas:
Multas e Juros;
Dívida Ativa;
Multas e
Juros da Dívida Ativa.
 A nova estrutura é formada por um código numérico de 8 dígitos, com a seguinte composição:
Classificação por Natureza de Receita:
 Quando, por exemplo, o imposto de renda pessoa física é recolhido, classifica-se a receita pública correspondente no código de natureza de receita “1.1.1.3.01.1.1”, conforme representado a seguir:
Fonte: MTO 2016
Categoria Econômica:
 O art. 11, da Lei nº 4.320/64, classifica a receita orçamentária em duas categorias econômicas:
 
 A codificação, em âmbito de categoria econômica, tem a seguinte forma:
Origem:
 A origem consiste no detalhamento das categorias econômicas e tem por finalidade identificar a procedência das receitas no momento em que ingressam nos cofres públicos.
 Na origem, existem algumas arrecadações inter-relacionadas que dependem da existência de um fato gerador inicial a partir do qual, por falta de pagamento, são geradas outras receitas: multas, juros e dívida ativa. Ou seja, o não pagamento da ReceitaOrçamentária original, dentro dos prazos estabelecidos em lei, gera outras receitas.
Espécie e desdobramentos para identificação de peculiaridades da receita:
 Quanto à categoria econômica, vejamos:
Espécie
 A espécie está vinculada à origem e permite qualificar com maior detalhe o fato gerador das receitas. Por exemplo, dentro da origem “Contribuições”, identificam-se as espécies “Contribuições Sociais”, “Contribuições Econômicas” e “Contribuições para Entidades Privadas de Serviço Social e de Formação Profissional”.
Desdobramentos para identificação de peculiaridades da receita
 Com a finalidade de identificar peculiaridades de cada receita, foram reservados 4 dígitos para desdobramentos, caso seja necessário. Desse modo, esses dígitos podem ou não ser utilizados conforme a necessidade de especificação do recurso.
Tipo de categoria econômica:
 Correspondente ao último dígito na natureza de receita tem a finalidade de identificar o tipo de arrecadação a que se refere aquela natureza, sendo:
 O último dígito do código de natureza de receita contém um dos valores mencionados, fazendo com que as arrecadações de cada recurso – sejam da receita propriamente dita ou de seus acréscimos legais – fiquem agrupadas sob um mesmo código, conforme detalhamento a seguir:
Classificação por Identificador de Resultado Primário:
 Conforme essa classificação, as receitas do Governo Federal podem ser divididas em:
a) primárias (P), quando seus valores são incluídos no cálculo do resultado primário; e
b) financeiras (F), quando não são incluídas no citado cálculo.
Classificação por Fonte/Destinação de Recursos:
 A classificação por Fonte/Destinação de recursos visa a assegurar que receitas vinculadas por lei a finalidade específica sejam aplicadas exclusivamente em despesas destinadas a sua consecução.
 A classificação da natureza de receita orçamentária procura identificar a origem do recurso segundo seu fato gerador, enquanto a fonte/destinação de recursos tem a finalidade de identificar o destino dos recursos arrecadados, que podem ser de dois tipos:
Destino vinculado - consiste na vinculação entre a origem e a aplicação de recursos, em atendimento às finalidades específicas estabelecidas em leis que regulamentam a aplicação de recursos e os direcionam para despesas, entes, órgãos, entidades ou fundos.
 O código de fonte/destinação de recursos exerce duplo papel no processo orçamentário:
Na receita, indica o destino dos recursos para o financiamento de determinadas despesas;
Na despesa, identifica a origem dos recursos que estão sendo utilizados.
 Essa característica vai ao encontro do que estabelece o parágrafo único, do art. 8º, e do art. 50, inciso I, ambos da Lei de Responsabilidade fiscal.
 Exemplos de fontes/destinação de recursos:
Classificação por Esfera Orçamentária:
 Essa classificação tem por finalidade identificar se a receita pertence ao Orçamento Fiscal, da Seguridade Social ou de Investimento das Empresas Estatais, conforme distingue o § 5º, do art. 165, da Constituição Federal de 1988.
Etapas e estágios da receita pública:
 O Manual da Receita Nacional estabelece que a receita pública percorra três etapas. Vejamos, a seguir, as etapas e os estágios dessa receita:
AULA 10: DESPESA ORÇAMENTÁRIA PÚBLICA
Reconhecer as estruturas de programação orçamentária, física e financeira, da despesa pública;
Analisar os estágios de execução da despesa pública.
Despesa Pública: conceito:
 Em sentido amplo, despesa, dispêndio, gasto ou desembolso são palavras normalmente utilizadas para caracterizar as importâncias que saem dos cofres públicos. Entretanto, nem toda saída de recursos dos cofres públicos pode ser considerada como despesa pública. Vejamos:
Despesas orçamentárias - são aquelas que só podem ser executadas se estiverem autorizadas na lei orçamentária anual ou nas leis de créditos adicionais, e caracterizam gastos que o governo realiza para atender às necessidades públicas.
Desembolsos extraorçamentários - são recursos que saem dos cofres públicos e não representam uma despesa orçamentária porque não são aplicados no custeio das necessidades públicas e não constam da lei do orçamento. Consistem basicamente na devolução de valores decorrentes de ingressos extraorçamentários, tais como: depósitos de terceiros, cauções, consignações, pagamento de Restos a Pagar e operações de crédito por antecipação de receita.
Despesas Intraorçamentárias - são gastos realizados entre entidades integrantes dos orçamentos, fiscal e da seguridade social, no âmbito da mesma esfera de Governo.
Programação orçamentária:
 A programação orçamentária é feita por meio de um sistema de classificação estruturada que deve prover as informações demandadas por todos os interessados nas questões relacionadas com as finanças públicas.
 Na atual estrutura, a programação orçamentária está organizada em programas de trabalho, que contêm informações qualitativas e quantitativas – físicas e financeiras.
 Vejamos:
 O atual modelo de planejamento é estruturado por programas, que são orientados para a resolução de problemas e atendimento das demandas da sociedade, através do incentivo ao desenvolvimento econômico e à geração de oportunidades.
 De forma alinhada com o processo de planejamento, o modelo de programação orçamentária adotou o nível de programa como foco central e elo entre o planejamento e o orçamento.
 Essa estrutura tem por base o orçamento-programa, no qual os programas representam unidades de gestão através das quais são organizadas ações gerando bens ou serviços que atendam às demandas da sociedade. O orçamento-programa contém o plano de trabalho do governo, que traduz qualitativamente e quantitativamente o que foi expresso pelo planejamento, detalhando-o em projetos, atividades com a correspondente previsão dos custos relacionados.
Programação Quantitativa:
 A programação orçamentária quantitativa é dividida em duas dimensões: a física e a financeira. Vejamos:
Programação Física - a dimensão física indica a quantidade de bens e serviços a serem entregues à sociedade. Meta Física — indica a quantidade de produto a ser ofertado por ação, no exercício. As metas físicas são indicadas em nível de subtítulo. A localização geográfica da meta física é expressa nos localizadores de gasto previamente definidos para a ação.
Programação Financeira - a dimensão financeira indica o valor estimado para o desenvolvimento da ação orçamentária.
 Natureza da Despesa — os artigos 12 e 13 da Lei nº 4.320/1964, tratam da classificação da despesa por categoria econômica e elementos, e o art. 8º estabelece que, os itens da discriminação da despesa são identificados por números de código decimal, na forma do respectivo Anexo IV, que estão atualmente no Anexo II da Portaria Interministerial STN/SOF nº 163, de 2001.
 A natureza da despesa é representada por um código composto por 8 algarismos, conforme a seguir:
Categoria Econômica:
 A categoria econômica se divide em:
Grupo de Natureza da Despesa (GND):
 O GND é um agregador de elemento de despesa com as mesmas características quanto ao objeto de gasto, conforme discriminado a seguir:
Modalidade de Aplicação:
 A modalidade de aplicação indica se os recursos serão aplicados diretamente pela unidade detentora do crédito orçamentário ou através de transferência/descentralização financeira e/ou orçamentária para outros órgãos ou entidades (do mesmo ou de outro nível de governo), ou para entidades privadas sem fins lucrativos e outras instituições.
 A modalidade de aplicação tem por objetivo principal eliminar a dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados.
Elemento de Despesa:
 O elemento de despesa tem por finalidade identificar os objetos de gasto, tais como vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, material de consumo, serviços de terceiros prestados sob qualquer forma, subvenções sociais,obras e instalações, equipamentos e material permanente, auxílios, amortização e outros que a Administração Pública utiliza para a consecução de seus fins.
Subelemento de Despesa:
 De uso facultativo no processo de coleta de informações para a elaboração do projeto de lei orçamentária, representa o detalhamento do elemento de despesa e é aplicado na fase de execução da despesa, por ocasião da apropriação.
Identificadores:
 Agora, vejamos alguns identificadores das despesas orçamentárias:
Identificador de Uso — IDUSO - O IDUSO complementa o dado referente à aplicação dos recursos indicando se eles compõem contrapartida nacional de empréstimos ou de doações ou destinam-se a outras aplicações, constando da Lei Orçamentária Anula (LOA) e de seus créditos adicionais.
Identificador de Doação e de Operação de Crédito — IDOC - O IDOC identifica as doações de entidades internacionais ou operações de crédito contratuais alocadas nas ações orçamentárias, com ou sem contrapartida de recursos do erário. O IDOC também pode ser usado nas ações de pagamento de amortização, juros e encargos para identificar a operação de crédito a que se referem os pagamentos.
Identificador de Resultado Primário - O identificador de resultado primário tem como finalidade auxiliar a apuração do resultado primário previsto na lei de diretrizes orçamentárias, devendo constar no projeto de lei orçamentária anual e na respectiva LOA, em todos os GND.
Programação Qualitativa:
 A programação orçamentária qualitativa é feita através do programa de trabalho, e é estruturada em blocos que devem responder a diversas questões.
Classificação da Despesa por Esfera Orçamentária:
 Na lei orçamentária anual tem-se por finalidade identificar a que orçamento a despesa pertence:
Classificação Institucional:
 A classificação institucional reflete as estruturas organizacional e administrativa e compreende dois níveis hierárquicos:
Orçamentário; 
Unidade Orçamentária (UO).
 As dotações orçamentárias, em seu menor nível de programação, são atribuídas às UO, que são as responsáveis pela realização das ações. Órgão Orçamentário é o agrupamento de várias UO.
 Um Órgão Orçamentário ou uma UO pode corresponder qualquer entidade que seja objeto de alocação de recursos. (órgãos da estrutura administrativa, fundos especiais, transferências a estados, Distrito Federal e municípios, encargos financeiros da União, operações oficiais de crédito, refinanciamento da dívida pública mobiliária federal e reserva de contingência).
Classificação Funcional da Despesa:
 A atual classificação funcional da despesa foi instituída pela Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999, do então Ministério do Orçamento e Gestão (MOG), e é composta por um rol de funções e subfunções.
 Na estrutura de programação orçamentária, cada atividade, projeto e operação especial deve identificar a função e a subfunção às quais se vinculam.
 De uso comum e obrigatório pela União, estados, municípios e Distrito Federal, as funções, em primeiro lugar, e as subfunções, em um nível imediatamente inferior, representam os maiores níveis de agregação dos gastos públicos por área de atuação, o que permite a consolidação dos gastos do setor público em nível nacional.
 A classificação funcional é independente dos programas e é representada por 5 dígitos, sendo os 2 primeiros relativos às funções e os 3 últimos às subfunções.
 É possível combinar as subfunções a funções diferentes daquelas a elas diretamente relacionadas, o que se denomina matricialidade.
Estrutura Programática:
 Toda ação do governo está estruturada em programas orientados para a realização dos objetivos definidos para o período de 4 anos do plano plurianual (PPA).
 Os programas são identificados por um código formado por 4 dígitos e constituem o elo entre a lei orçamentária anual e o PPA.
 As ações orçamentárias integram exclusivamente a LOA e os programas, que constam no PPA e na LOA — são subdivididos em Programas Temáticos e Programas de Gestão — sendo que, na LOA, existem alguns programas que não constam no PPA, aqueles compostos exclusivamente por Operações Especiais.
Ações Orçamentárias:
 Uma ação constitui uma iniciativa da qual resultam produtos (bens ou serviços) que contribuem para atender ao objetivo de um programa. Incluem-se também no conceito de ação as transferências obrigatórias ou voluntárias a outros entes da Federação e a pessoas físicas e jurídicas, na forma de subsídios, subvenções, auxílios, contribuições, entre outros, e os financiamentos.
 A ação é identificada por um código alfanumérico de oito dígitos:
 Através do 1º dígito do código da ação, pode-se identificar o seu tipo:
Subtítulo:
 Os subtítulos identificam a localização física da ação orçamentária, não podendo haver alteração de sua finalidade, do produto e das metas estabelecidas.
 A localização do gasto pode ser de abrangência nacional, no exterior, por região, por estado ou município ou, excepcionalmente, por um critério específico.
 A localização do gasto permite mais controle governamental e social sobre a implantação das políticas públicas, evidenciando geograficamente seus custos e impactos.
Ações Orçamentárias Padronizadas no Orçamento:
 A ação orçamentária é considerada padronizada quando sua implementação costuma ser realizada em mais de um órgão orçamentário e/ou UO, tendo em comum:
a subfunção à qual está associada;
a descrição;
o produto e sua correspondente unidade de medida; e
o tipo de ação orçamentária.
 A padronização permite organizar a atuação governamental e facilitar seu acompanhamento, de forma alinhada com o que estabelece a LDO.
AULA 8: CRÉDITOS ADICIONAIS
Reconhecer as características do processo de solicitação;
Analisar a aprovação das alterações orçamentárias – qualitativas e quantitativas – efetivadas através de créditos adicionais.
Créditos adicionais:
 Créditos adicionais são mecanismos utilizados para atender a situações nas quais a Lei Orçamentária Anual (LOA) precisa ser alterada durante a sua execução.
 Os créditos adicionais classificam-se em:
suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária;
especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica;
extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública.
 A necessidade de alteração na LOA pode ser identificada pela Unidade Orçamentária (UO) ou pelo órgão setorial. Em qualquer caso, a solicitação de alteração deverá ser elaborada de forma a atender as condições dispostas nas portarias editadas pela Secretaria de Orçamento Federal (SOF). As alterações orçamentárias podem ser qualitativas ou quantitativas.
Alterações orçamentárias:
 As ações orçamentárias podem ser:
Elaboração e Formalização dos Atos Legais:
A SOF detém a atribuição para elaborar os atos legais relativos às alterações orçamentárias, que podem ser:
decreto do Poder Executivo para créditos suplementares autorizados na LOA e para a transposição e os remanejamentos autorizados na lei de diretrizes orçamentárias;
projeto de lei para os créditos suplementares dependentes de autorização legislativa e para os créditos especiais;
medida provisória para os créditos extraordinários;
portaria do Secretário de Orçamento federal para alterações de fonte de recursos, de identificador de uso ou de identificador de resultado primário.
 Os projetos de lei são remetidos ao Congresso Nacional para que sejam apreciados e votados, momento em que é publicada mensagem presidencial no Diário Oficial da União. E, no caso de créditos extraordinários, que são efetivados por medida provisória, a Casa Civil a encaminha para publicação e dá conhecimento ao Congresso Nacional.
Efetivação das Alterações Orçamentárias – Quantitativas e Qualitativas:
 A efetivação das Alterações Orçamentárias podem ser:
Quantitativas - as solicitações dealteração orçamentárias de natureza quantitativa podem ter início nas UO ou nos órgãos setoriais. Em ambos os casos, deverão ser elaboradas mediante acesso ao Sistema Integrado de Orçamento e Planejamento (SIOP) e encaminhadas à SOF para análise. Nos casos em que as solicitações têm início na UO, essas deverão encaminhá-las previamente ao respectivo órgão setorial, para avaliação da efetiva necessidade dos créditos solicitados e das possibilidades de que sejam oferecidos recursos compensatórios, no âmbito do próprio órgão e das demais UO a esse vinculadas. Após análise, a SOF, em caso de aprovação e após a publicação dos créditos, efetiva a alteração no SIOP e transmite as informações à Secretaria do Tesouro Nacional (STN), que disponibiliza os recursos por meio do Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI), para execução por parte das respectivas entidades solicitantes.
Qualitativas - referem-se aos casos em que a solicitação de abertura de créditos especiais ou extraordinários implica na criação de um novo programa de trabalho. A solicitação de alteração qualitativa pode partir da UO, do órgão setorial ou da SOF e deve ser feita por meio do módulo qualitativo do SIOP.
Características dos Créditos Adicionais:
 Os créditos adicionais são gênero que se desdobra em três espécies: créditos suplementares; créditos especiais e créditos extraordinários, cada um com suas características, finalidades, forma de autorização, modos de abertura e origem de recursos.
 A Lei nº 4.320/1964 não condiciona a abertura de créditos adicionais extraordinários à indicação da origem de recursos disponíveis, entretanto, para a abertura dos créditos suplementares e especiais, é necessário que seja feita tal indicação, podendo ser indicadas quatro diferentes origens, nos termo do art. 43:
o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior;
os provenientes de excesso de arrecadação;
os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em lei; 
o produto de operações de credito autorizadas.
 Créditos suplementares - são aqueles destinados ao reforço de dotações orçamentárias aprovadas na LOA, ou seja, têm por objetivo suplementar recursos para algo já previsto. Com o objetivo de conferir mais agilidade ao processo de alteração do orçamento, em consonância com o art. 165, § 8º, da Constituição Federal de 1988 (CF/88), a LOA pode conter autorização para que o Poder Executivo aprove a abertura de créditos suplementares sem a necessidade de submissão ao Poder Legislativo, limitados a determinadas importâncias ou percentuais e observadas determinadas regras e condições, em especial aquelas emanadas da lei de diretrizes orçamentárias correspondente ao exercício e à Lei de Responsabilidade Fiscal (LC nº 101/2000). Os créditos suplementares têm vigência restrita ao exercício em que forem abertos. Efetivamente, ao longo dos últimos anos, as leis orçamentárias têm autorizado o Poder Executivo a abrir créditos suplementares sem a necessidade de prévia submissão ao Poder Legislativo.
Créditos Especiais e Extraordinários:
 Além dos que vimos nesta aula, há mais dois importantes tipos de créditos: Especiais e Extraordinários. Vejamos, detalhadamente, as características de cada um deles:
 Os créditos especiais são aqueles destinados a atender despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica aprovada na LOA, ou seja, servem para atender despesas para as quais não existe dotação prévia que ampare a sua realização. Os créditos especiais devem ser autorizados por lei. A abertura de créditos especiais depende da indicação de recursos disponíveis, nos termos do art. 43 da Lei nº 4.320/1964. Os créditos especiais não podem ter vigência além do exercício em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos 4 meses, caso em que, reabertos nos limites dos seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente, conforme disposto no art. 45 da Lei nº 4320/1964.
 Os créditos extraordinários são aqueles destinados a atender despesas urgentes e imprevisíveis, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, conforme art. 167 da CF/88. Em âmbito Federal, os créditos extraordinários são abertos por meio de medida provisória, ou seja, sem autorização legislativa prévia, e não podem ter vigência além do exercício em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos 4 meses daquele exercício, caso em que serão reabertos nos limites dos seus saldos e incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente, conforme disposto no art. 45 da Lei nº 4.320/1964.
AULA 9: PROGRAMAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO – ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA
Reconhecer os aspectos relacionados com a programação, a descentralização e a transferência de recursos orçamentários e financeiros, no âmbito das entidades que integram a estruturas do governo e da Administração Pública Federal.
Programação e Descentralização:
 O art. 1º, da Lei nº 10.180, de 6 de fevereiro de 2001, estabelece que, entre outras, em âmbito federal, as atividades de planejamento, orçamento e de administração financeira serão organizadas sob a forma de sistemas. Portanto, as atividades de descentralização orçamentária e de programação e execução financeira, inserem-se no âmbito do referido sistema.
Descentralização Orçamentária:
 Após a aprovação da lei orçamentária, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), por meio magnético, contendo informações fornecidas pela Secretaria de Orçamento Federal (SOF), registra no Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI) os limites orçamentários das dotações iniciais e créditos adicionais, com reflexo automático nas contas dos Órgãos Setoriais de Programação Financeira (OSPF).
 Entretanto, existem unidades, vinculadas ou subordinadas aos OSPF, que participam da execução do programa de trabalho e, portanto, precisam receber dotações orçamentárias, o que ocorre através de um processo denominado descentralização de créditos orçamentários.
 Tal processo consiste na transferência de uma unidade orçamentária ou administrativa para outra, da prerrogativa de utilizar as dotações que lhes tenham sido atribuídas na Lei Orçamentária Anual (LOA) ou por meio de créditos adicionais, ou ainda por transferências.
 No âmbito Federal, os órgãos que participam do processo de descentralização orçamentária, são:
Secretaria de Orçamento Federal (SOF), do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP) -> Como órgão central do Sistema Integrado de Orçamento e Planejamento, coordena o processo de alocação das dotações orçamentárias.
Unidades setoriais de cada Ministério, ou órgãos equivalentes -> Fazem a articulação entre o órgão central (SOF) e as unidades orçamentárias (UO).
Unidades orçamentárias e unidades administrativas -> Na condição de unidade gestora executora, realizam as despesas orçamentárias por meio do Sistema Integrado de Administração Financeira (SAI).
Unidade Setorial - unidade que faz a articulação entre o órgão central e os órgãos executores, dentro de um sistema, sendo responsável pela coordenação das ações na sua esfera de atuação.
Unidade Orçamentária (UO) - segmento da administração direta a que o orçamento da União consigna dotações especificas para a realização de seus programas de trabalho e sobre os quais exerce o poder de disposição.
Unidade Administrativa (UA) - segmento da administração direta ao qual a lei orçamentária anual não consigna recursos e que depende de destaques ou provisões para executar seus programas de trabalho.
 A descentralização de créditos tem como objetivo dar mais agilidade e flexibilidade na execução da despesa e, consequentemente, das ações orçamentárias que integram o programa de trabalho.
 A descentralização de crédito pode ser de dois tipos:
Descentralização Interna - Provisão de Crédito - consiste na transferência de créditos orçamentários entre

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