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1001 questões CESPE

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Direito Penal
Professor Vitor Falcão
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Princípio da Legalidade
Marco histórico: Magna carta João sem terra 1215
Previsão: Art. 5°, XXXIX CF/88 e art. 1° CP.
Não há crime / contravenção, nem pena / medida de segurança sem lei em sentido estrito
MP pode regular matéria penal?
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Princípio da Legalidade
Art. 62, §1°, “b”, CF/88.
 § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
I - relativa a: 
b) direito penal, processual penal e processual civil;
Posição Doutrinária!! 
Para uma parte da doutrina com a emenda constitucional 32/01, restou estabelecido que Medida Provisória não pode versar sobre Direito Penal, independentemente se for ou não incriminador.
A EC 32/01 reforça a proibição da Medida Provisória sobre Direito Penal incriminador, permitindo matéria de Direito Penal não incriminador.( Posição do STF).
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Princípio da Legalidade
Não há crime / contravenção, nem pena / medida de segurança sem lei escrita.
Costume pode revogar / criar crimes?
Existe alguma função para os costumes no Direito Penal?
Súmula 501: Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação ao crime previsto no art. 184, § 2º, do CP, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas 
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Princípio da Legalidade
* Não há crime / contravenção, nem pena / medida de segurança sem lei anterior.
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Princípio da Legalidade
Não há crime / contravenção, nem pena / medida de segurança sem lei estrita.
A 2ª Turma do STF, no julgamento do HC 97.261 declarou a atipicidade da conduta do agente que subtrai sinal de TV à cabo asseverando ser impossível a analogia incriminadora com o crime de furto de energia elétrica. 
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Princípio da Legalidade
Interpretação Analógica
Forma de interpretação
Existe norma para o caso concreto
Exemplo casuísticos seguidos de encerramento genérico
Analogia
Forma de integração
Não existe norma para o caso concreto
Cria-se nova norma a partir de outra! Cuidado, só é admissível se favorável ao réu
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Princípio da Legalidade
Não há crime / contravenção, nem pena / medida de segurança sem lei necessária.
Princípio da intervenção mínima.
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Princípio da Insignificância
O princípio da insignificância não tem previsão legal
Origem: Claus Roxin- 1964
Terminologias
Natureza jurídica
Tipicidade formal x Tipicidade Material
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Princípio da Insignificância
O princípio da insignificância não tem previsão legal
O critério não é apenas patrimonial (valor sentimental, condição econômica da vítima, condições pessoais do agente, circunstância do delito, consequências do delito).
 Requisitos/ vetores objetivos
 Mínima ofensividade da conduta do agente 
 Ausência de periculosidade social da ação. 
 Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento
 Inexpressividade da lesão jurídica causada. 
Requisito subjetivo: Não deve ser criminoso habitual
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Princípio da Insignificância
O princípio da insignificância não tem previsão legal
Infração batelar imprópria
Conceito:
Existe fundamento legal?
Exemplos: art. 121, §5° CP.
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Princípio da Insignificância
Descaminho Art. 334 CP x Contrabando Art. 334-a CP
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Exercícios
 01- 2016, CESPE, PC-PE, Prova: Agente de Polícia:
Acerca dos princípios básicos do direito penal brasileiro, assinale a opção correta.
O princípio da fragmentariedade ou o caráter fragmentário do direito penal quer dizer que a pessoa cometerá o crime se sua conduta coincidir com qualquer verbo da descrição desse crime, ou seja, com qualquer fragmento de seu tipo penal.
O princípio da anterioridade, no direito penal, informa que ninguém será punido sem lei anterior que defina a conduta como crime e que a pena também deve ser prevista previamente, ou seja, a lei nunca poderá retroagir.
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Exercícios
c)É possível que uma lei penal mais benigna alcance condutas anteriores à sua vigência, seja para possibilitar a aplicação de pena menos severa, seja para contemplar situação em que a conduta tipificada passe a não mais ser crime.
d)O princípio da insignificância no direito penal dispõe que nenhuma vida humana será considerada insignificante, sendo que todas deverão ser protegidas.
e)O princípio da ultima ratio ou da intervenção mínima do direito penal significa que a pessoa só cometerá um crime se a pessoa a ser prejudicada por esse crime o permitir.
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02- (CESPE – 2014 – TJ/SE – TÉCNICO) A respeito do princípio da legalidade, da relação de causalidade, dos crimes consumados e tentados e da imputabilidade penal, julgue os itens seguintes.
 É legítima a criação de tipos penais por meio de decreto.
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03-(CESPE – 2015 – TCU – AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO)
 Em consequência da fragmentariedade do direito penal, ainda que haja outras formas de sanção ou outros meios de controle social para a tutela de determinado bem jurídico, a criminalização, pelo direito penal, de condutas que invistam contra esse bem será adequada e recomendável.
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04-(CESPE – 2011 – TRE-ES – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) 
A lei penal que beneficia o agente não apenas retroage para alcançar o fato praticado antes de sua entrada em vigor, como também, embora revogada, continua a reger o fato ocorrido ao tempo de sua vigência. 
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05-(CESPE- 2011 – TJ-ES – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Uma das funções do princípio da legalidade refere-se à proibição de se realizar incriminações vagas e indeterminadas, visto que, no preceito primário do tipo penal incriminador, é obrigatória a existência de definição precisa da conduta proibida ou imposta, sendo vedada, com base em tal princípio, a criação de tipos que contenham conceitos vagos e imprecisos.
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06-(CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO)
 A respeito da aplicação da lei penal, dos princípios da legalidade e da anterioridade e acerca da lei penal no tempo e no espaço, julgue o seguinte item. O princípio da legalidade, que é desdobrado nos princípios da reserva legal e da anterioridade, não se aplica às medidas de segurança, que não possuem natureza de pena, pois a parte geral do Código Penal apenas se refere aos crimes e contravenções penais. 
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07-(CESPE – 2014 – TJ/SE – TÉCNICO). 
Conforme o STF, para que incida o princípio da insignificância e, consequentemente, seja afastada a recriminação penal, é indispensável que a conduta do agente seja marcada por ofensividade mínima ao bem jurídico tutelado, reduzido grau de reprovabilidade, inexpressividade da lesão, e nenhuma periculosidade social. 
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08-(CESPE - 2016 - TCE-PR – AUDITOR - ADAPTADA) Conforme o entendimento doutrinário dominante relativamente ao princípio da intervenção mínima, o direito penal somente deve ser aplicado quando as demais esferas de controle não se revelarem eficazes para garantir a paz social. Decorrem de tal princípio a fragmentariedade e o caráter subsidiário do direito penal. 
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09-(CESPE - 2015 - TJDFT - OFICIAL DE JUSTIÇA) Em relação à aplicação, à interpretação e à integração da lei penal, julgue os itens seguintes.
 Em se tratando de direito penal, admite-se a analogia quando existir efetiva lacuna a ser preenchida e sua aplicação for favorável ao réu. Constitui exemplo de analogia a aplicação ao companheiro em união estável da regra que isenta de pena o cônjuge que subtrai bem pertencente ao outro cônjuge, na constância da sociedade conjugal. 
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10-(CESPE – 2016 – TRT8 – ANALISTA JUDICIÁRIO - ADAPTADA) 
Dado o princípio da legalidade estrita, é proibido o uso de analogia em direito penal. . 
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Aplicação da Lei Penal
 EFICÁCIA DA LEI PENAL DO TEMPO 
Regra Geral (“tempus regit actum”). 
Excepcionalmente, no entanto, será permitida a retroatividade da lei penal para alcançar os fatos passados, desde que benéfica ao réu. 
É possível que a lei penal se movimente no tempo:
extra-atividade da lei penal. 
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Aplicação da Lei Penal
Extra atividade da lei penal
Ultra-atividade
Retroatividade
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EFICÁCIA DA LEI PENAL NO TEMPO
EFICÁCIA DA LEI PENAL NO TEMPO TEMPO DO CRIME 
Quando (no tempo) um crime se considera praticado?. 
1- TEORIA DA ATIVIDADE: 
2- TEORIA DO RESULTADO: 
3- TEORIA MISTA / UBIQUIDADE: 
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EFICÁCIA DA LEI PENAL NO TEMPO
 Tempo do crime 
“Art. 4º C.P. - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.” 
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EFICÁCIA DA LEI PENAL NO TEMPO
Nova lei benéfica – In mellius
 “Art. 2º, parágrafo único, C.P. - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
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EFICÁCIA DA LEI PENAL NO TEMPO
 É possível combinar as leis para favorecer o Réu (lex tertia?
Teoria da ponderação unitária
“É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis” (súmula 501). 
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EFICÁCIA DA LEI PENAL NO TEMPO
Nova lei benéfica – In mellius
 “Art. 2º, parágrafo único, C.P. - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
Nova lei Maléfica – in pejus
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EFICÁCIA DA LEI PENAL NO TEMPO
 Súmula 711 STF: “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou permanência.
Crimes continuados- Ficção jurídica
Crimes permanentes Art. 148 CP (sequestro)
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ABOLITIO CRIMINIS
Natureza jurídica: art, 107, III, CP.
Art. 2º,caput. Ninguém poderá ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
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ABOLITIO CRIMINIS x CONTINUIDADE NORMATIVO TÍPICA
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CCCCC
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LEI TEMPORÁRIA / LEI EXCEPCIONAL (Art. 3º CP) 
LEI TEMPORÁRIA: 
LEI EXCEPCIONAL: 
Autorrevogabilidade . 
Consideram-se revogadas assim que encerrado o prazo fixado (temporária) ou cessada a situação de anormalidade (excepcional). 
São Leis Ultra-ativas!!!
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Exercícios
12- 2016, CESPE PC-GO, Escrivão de Polícia Civil Considerando os princípios constitucionais e legais informadores da lei penal, assinale a opção correta.
a) Por adotar a teoria da ubiquidade, o CP reputa praticado o crime tanto no momento da conduta quanto no da produção do resultado.
b) A lei material penal terá vigência imediata quando for editada por meio de medida provisória, impactando diretamente a condenação do réu se a denúncia já tiver sido recebida.
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Exercícios
c) Considerando os princípios informativos da retroatividade e ultratividade da lei penal, a lei nova mais benéfica será aplicada mesmo quando a ação penal tiver sido iniciada antes da sua vigência.
d) A novatio legis in mellius só poderá ser aplicada ao réu condenado antes do trânsito em julgado da sentença, pois somente o juiz ou tribunal processante poderá reconhecê-la e aplicá-la.
e) Ainda que se trate de crime permanente, a novatio legis in pejus não poderá ser aplicada se efetivamente agravar a situação do réu
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Exercícios
13-(Ano: 2016,Banca: CESPE, PC-PE ) 
   Um crime de extorsão mediante sequestro perdura há meses e, nesse período, nova lei penal entrou em vigor, prevendo causa de aumento de pena que se enquadra perfeitamente no caso em apreço.
a)a lei penal mais grave não poderá ser aplicada: o ordenamento jurídico não admite a novatio legis in pejus.
b)a lei penal menos grave deverá ser aplicada, já que o crime teve início durante a sua vigência e a legislação, em relação ao tempo do crime, aplica a teoria da atividade
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Exercícios
 c)a lei penal mais grave deverá ser aplicada, pois a atividade delitiva prolongou-se até a entrada em vigor da nova legislação, antes da cessação da permanência do crime.
 d)a aplicação da pena deverá ocorrer na forma prevista pela nova lei, dada a incidência do princípio da ultratividade da lei penal.
 e)a aplicação da pena ocorrerá na forma prevista pela lei anterior, mais branda, em virtude da incidência do princípio da irretroatividade da lei penal.
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Exercícios
14 - (Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TRE-GO – Analista Judiciário) No que concerne à lei penal no tempo, tentativa, crimes omissivos, arrependimento posterior e crime impossível, julgue o item a seguir.  A revogação expressa de um tipo penal incriminador conduz a abolitio criminis, ainda que seus elementos passem a integrar outro tipo penal, criado pela norma revogador
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Exercícios
15-(Cespe, 2012, Inspetor de Polícia) 
Aplica-se a novatio legis in mellius aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado, sem que haja violação à regra constitucional da preservação da coisa julgada.
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Exercícios
16- (2013 CESPE  PRF)
Havendo conflito aparente de normas, aplica-se o princípio da subsidiariedade, que incide no caso de a norma descrever várias formas de realização da figura típica, bastando a realização de uma delas para que se configure o crime
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O FATO TÍPICO E SEUS ELEMENTOS
Esqueleto do crime
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CRIME DOLOSO
Teorias do dolo
Teoria da vontade
Teoria da representação
 Teoria do assentimento
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CRIME DOLOSO
Teorias do dolo
d) Teoria da probabilidade ( Greco)
Teorias adotadas pelo CP:
“ Art. 18 - Diz-se o crime: 
Crime doloso 
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;” 
Dolo: vontade consciente dirigida a realizar (ou aceitar realizar) a conduta descrita no tipo penal.
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CRIME DOLOSO
Espécies de dolo:
Dolo direto
De primeiro grau
De segundo grau / necessário / efeitos colaterais.
Existe dolo de terceiro grau?
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CRIME DOLOSO
Espécies de dolo:
Dolo indireto
Dolo alternativo
- Dolo eventual
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CRIME DOLOSO
Espécies de dolo:
Dolo normativo x dolo natural
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Exercícios
 17-(Aplicada em: 2016 Banca: CESPE Órgão: TCE-PR Prova: Analista de Controle - Jurídica)
Considerando a relação de causalidade prevista no Código Penal, assinale a opção correta.
a) As causas supervenientes relativamente independentes possuem relação de causalidade com conduta do sujeito e não excluem a imputação do resultado.
b) As causas preexistentes relativamente independentes não possuem relação de causalidade com a conduta do sujeito e excluem a imputação do resultado.
c) As causas preexistentes absolutamente independentes possuem relação de causalidade com a conduta do sujeito e não excluem o nexo causal.
d) As causas concomitantes relativamente independentes não possuem relação de causalidade com a conduta do sujeito e não excluem a imputação do resultado.
e) As causas concomitantes absolutamente independentes não possuem relação de causalidade com a conduta do sujeito e excluem o nexo causal.
 
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Exercícios
 18.(CESPE – 2016 – TCE-SC – AUDITOR FISCAL DE CONTROLE EXTERNO) Caracteriza-se o dolo eventual no caso de um caçador que, confiando em sua habilidade de atirador, dispara contra a caça, mas atinge um companheiro que se encontra próximo ao animal que ele desejava abater.
19-(CESPE - 2013 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA) Segundo a teoria causal, o dolo causalista é conhecido como dolo normativo, pelo fato de existir, nesse dolo, juntamente com os elementos volitivos e cognitivos, considerados psicológicos, elemento de natureza normativa (real ou potencial consciência sobre a ilicitude do fato)
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Exercícios
 20-(CESPE – 2014 – CÂMARA DOS DEPUTADOS – CONSULTOR LEGISLATIVO – ÁREA III) Age com dolo eventual o agente
que prevê possíveis resultados ilícitos decorrentes da sua conduta, mas acredita que, com suas habilidades, será capaz de evitá-los
21-(CESPE - 2008 - TCU-) Durante um espetáculo de circo, Andrey, que é atirador de facas, obteve a concordância de Nádia, que estava na platéia, em participar da sua apresentação. Na hipótese de Andrey, embora prevendo que poderia lesionar Nádia, mas acreditando sinceramente que tal resultado não viesse a ocorrer, atingir Nádia com uma das facas, ele terá agido com dolo eventual.
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Exercícios
 22-(CESPE – 2014 – CÂMARA DOS DEPUTADOS – Ricardo, com o objetivo de matar Maurício, detonou, por mecanismo remoto, uma bomba por ele instalada em um avião comercial a bordo do qual sabia que Maurício se encontrara, e, devido à explosão, todos os passageiros a bordo da aeronave morreram. 
 Nessa situação hipotética, Ricardo agiu com dolo direto de primeiro grau no cometimento do delito contra Maurício e dolo direto de segundo grau no do delito contra todos os demais passageiros do avião
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Exercícios
23-(CESPE – 2008-TJDFT-Analista Judiciário) Se o sujeito ativo do delito, ao praticar o crime, não quer diretamente o resultado, mas assume o risco de produzi-lo, o crime será culposo, na modalidade culpa consciente. . 
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Exercícios
24-Ano: 2015-Banca: CESPE-Órgão: TJ-DFT- Analista Judiciário)
Em relação à aplicação da lei penal e aos institutos do arrependimento eficaz e do erro de execução, julgue o item seguinte.
 Se um indivíduo praticar uma série de crimes da mesma espécie, em continuidade delitiva e sob a vigência de duas leis distintas, aplicar-se-á, em processo contra ele, a lei vigente ao tempo em que cessaram os delitos, ainda que seja mais gravosa. 
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CRIME CULPOSO
 Art 18,II –Diz-se o crime culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.” 
 Conceito: O crime culposo consiste numa conduta voluntária que realiza um evento ilícito não querido ou aceito pelo agente, mas que lhe era previsível (culpa inconsciente) ou excepcionalmente previsto (culpa consciente) e que poderia ser evitado se empregasse a cautela necessária (Sanches).
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CRIME CULPOSO
Elementos do crime culposo: 
1- Conduta humana voluntária 
2- Violação de um dever de cuidado objetivo 
3- Resultado naturalístico involuntário 
4- Nexo entre conduta e resultado 
5- Resultado involuntário previsível 
6- Tipicidade
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CRIME CULPOSO
Elementos do crime culposo: 
1- Conduta humana voluntária 
2- Violação de um dever de cuidado objetivo:
 
Imprudência: precipitação, afoiteza É uma ação: ex: excesso de velocidade
Negligência: ausência de precaução. Ex: Deixa arma de fogo em local acessível a menor de idade.
 Imperícia: falta de aptidão técnica para o exercício de arte ou profissão. Parto médico x curandeiro x erro profissional
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CRIME CULPOSO
3- Resultado naturalístico involuntário 
Integra o grupo dos crimes materiais.
4- Nexo entre conduta e resultado 
Reação de causa e efeito entre a conduta voluntária e o resultado.
5- Resultado involuntário previsível 
Previsibilidade objetiva
6- Tipicidade - Se o tipo penal quer punir a forma culposa, deve ser expresso. No silêncio, o tipo penal só é punido a título de dolo. 
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CRIME CULPOSO
Espécies de culpa:
Culpa Consciente / com previsão
Culpa inconsciente 
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CRIME CULPOSO
 * Culpa Imprópria – é aquela em que o agente, por erro evitável, imagina certa situação de fato que, se presente, excluiria a ilicitude do seu comportamento.
Descriminantes putativas art. 20, §1°, CP.
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.”
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CRIME CULPOSO
 * É cabível tentativa em crime culposo?
Não existe compensação de culpa no Direito Penal
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CRIME PRETERDOLOSO
Nem todo crime qualificado pelo resultado é preterdoloso!!!!
“Agravação pelo resultado 
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente.” 
OBS: Existem vários crimes qualificados pelo resultado. 
	a) Dolo no antecedente e dolo no consequente (ex.: Latrocínio) 
	b) Culpa no antecedente e culpa no consequente(ex.: incêndio culposo qualificado pela morte culposa) 
	C) Culpa no consequente e dolo no consequente (ex: Lesão culposa no trânsito e deixa de prestar socorro (dolosamente).
	D) Dolo no antecedente e culpa no consequente
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CRIME PRETERDOLOSO
 No crime preterdoloso, o agente pratica delito distinto do que havia projetado cometer, advindo da conduta dolosa resultado culposo mais grave do que o projetado. 
 ELEMENTOS: 
 a) Conduta dolosa visando determinado resultado 
 b) Provocação de resultado PREVISÍVEL culposo mais grave que o desejado 
 c) Nexo causal entre conduta e resultado 
 d) Tipicidade: não se pune crime preterdoloso sem previsão legal
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EXERCÍCIOS
25- CESPE ,PC-DF, Agente de Polícia
Em relação ao direito penal, julgue os próximos itens. O crime culposo advém de uma conduta involuntária.
26- 2013 CESPE,DPF, Prova: Perito criminal
A imprudência caracteriza-se pela omissão daquilo que razoavelmente se faz, ajustadas as condições emergentes às considerações que regem a conduta normal dos negócios humanos.
 
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EXERCÍCIOS
27-(CESPE – 2016 – TCE-SC – AUDITOR FISCAL DE CONTROLE EXTERNO) A culpa imprópria ocorre nas hipóteses de descriminantes putativas em que o agente, em virtude de erro evitável pelas circunstâncias, dá causa dolosamente a um resultado, mas responde como se tivesse praticado um delito culposo. 
 
28-(CESPE – 2015 – DPU – DEFENSOR PÚBLICO)No direito penal brasileiro, admite-se a compensação de culpas no caso de duas ou mais pessoas concorrerem culposamente para a produção de um resultado naturalístico, respondendo cada um, nesse caso, na medida de suas culpabilidades..
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EXERCÍCIOS
 29- 2009-CESPE-PC-PBTécnico em Perícia
Fábio, ao tomar conhecimento de que seu empregado Luciano estava subtraindo valores pertencentes à empresa, chamou-o até seu escritório e o demitiu. Nesse momento, Luciano, visando assustar Fábio, sacou sua arma, apontou-a para o empregador e, sabendo que a mesma estava municiada, rodou o tambor e acionou o gatilho em direção à vítima, assumindo o risco de causar a morte. A arma disparou, tendo atingido a vítima, que faleceu.  
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EXERCÍCIOS
Nessa situação hipotética, Luciano responderá por homicídio, caracterizando-se o elemento subjetivo como sendo
a)Preterdolo.
b)culpa inconsciente.
c)culpa consciente.
d) Dolo direto
e) Dolo eventual
 
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ITER CRIMINIS
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Crime consumado e crime tentado
 CONSUMAÇÃO 
É o instante da composição plena do fato criminoso. 
PREVISÃO LEGAL: art. 14, I, CP 
“Art. 14 - Diz-se o crime: 
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;” 
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Crime consumado e crime tentado
 CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA: 
a) Crime material Art. 121CP
b) Crime formal Art. 159CP
c) Crime de mera conduta Art. 150CP
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Crime consumado e crime tentado
 CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA: 
d) Crime permanente art. 148
e) Crime Habitual Art. 282
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Crime consumado e crime tentado
 Tentativa 
Art. 14 C.P. - Diz-se o crime: 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. 
 Pena de tentativa 
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.” 
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Elementos do crime tentado
 O art. 14, II CP atua como NORMA DE EXTENSÃO (subordinação mediata)
Elementos:
Conduta dolosa
O agente ingresse na fase de execução
Não consiga consumar o crime por circunstâncias alheias a sua vontade.
 QUESTÃO: Qual o critério para aplicação da diminuição da pena?
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Teorias da tentativa
 TEORIA SUBJETIVA – Responde como consumado
 TEORIA OBJETIVA / REALÍSTICA 
Regra: Teoria objetiva (pune-se a tentativa com a pena da consumação reduzida de 1/3 a 2/3). 
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Teorias da tentativa
 Exceção: Teoria subjetiva (pune-se a tentativa com a mesma pena da consumação – sem redução). 
 Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.” 
 “Evasão mediante violência contra a pessoa 
 Art. 352 C.P. - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa: 
Conclusão: O CP adotou a teoria objetiva temperada!
 
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ESPÉCIES DE TENTATIVA
 Branca ou incruenta – quando o agente sequer atinge o objeto que pretendia lesar;
Vermelha ou cruenta – quando o agente atinge o objeto, mas não obtém o resultado naturalístico esperado, em razão de circunstâncias alheias à sua vontade;
 Tentativa perfeita (crime falho) – O agente esgota completamente os meios de que dispunha para lesar o objeto material;
Tentativa imperfeita – O agente, antes de esgotar toda a sua potencialidade lesiva, é impedido por circunstâncias alheias. Exemplo: Tício possui um revólver com 04 projéteis. Dispara os 02 primeiros contra Mévio, mas antes de disparar o quarto é surpreendido pela polícia.
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INFRAÇÕES PENAIS QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA
 Crimes culposos – Nestes crimes o resultado naturalístico não é querido pelo agente, logo, a vontade dele não é dirigida a um fim ilícito ;Cuidado: Culpa imprópria!!!
 Crimes preterdolosos – Como nestes crimes existe dolo na conduta precedente e culpa na conduta seguinte;
 Crimes unissubsistentes – São aqueles que se produzem mediante um único ato, não cabendo fracionamento de sua execução. Assim, ou o crime é consumado ou sequer foi iniciada sua execução. EXEMPLO: Injúria. 
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INFRAÇÕES PENAIS QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA
 Crimes omissivos próprios – Ou agente se omite, e pratica o crime na modalidade consumada ou não se omite, hipótese na qual não comete crime; 
Crimes de perigo abstrato – Como aqui também há crime unissubsistente (não há fracionamento da execução do crime), não se admite tentativa; 
 Contravenções penais – Não é punível a tentativa, nos termos do art. 4° do Decreto-Lei n° 3.688/41 (Lei das Contravenções penais); 
 Crimes de atentado (ou de empreendimento) – São crimes que se consideram consumados com a obtenção do resultado ou ainda com a tentativa deste. 
Crimes habituais 
Conclusão:
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CRIME IMPOSSÍVEL (TENTATIVA INIDÔNEA)
Art. 17 CP
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
*Ineficácia absoluta do meio –Sem aptidão para produzir o resultado, munição já detonada, falsificação grosseira, açúcar para não diabético.
* Absoluta impropriedade do objeto – Matar morto, mulher ingere abortivo supondo estar grávida.
O CP adotou a teoria OBJETIVA TEMPERADA DA PUNIBILIDADE DO CRIME IMPOSSÍVEL.
A ineficácia do meio ou a impropriedade do objeto devem ser ABSOLUTAS.
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CRIME IMPOSSÍVEL (TENTATIVA INIDÔNEA)
Art. 17 CP
JURISPRUDÊNCIA
O STJ já decidiu que a presença de câmeras e dispositivos eletrônicos de segurança em estabelecimentos comerciais não afasta a possibilidade de consumação do crime de furto. Assim, se o agente tenta sair do local com um produto escondido (furto), mas é detido pelos seguranças, não há crime impossível, pois havia uma possibilidade, ainda que pequena, de que ele conseguisse burlar o sistema e causar o prejuízo ao bem jurídico tutelado (patrimônio do estabelecimento).
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CRIME IMPOSSÍVEL (TENTATIVA INIDÔNEA)
Art. 17 CP
Súmula 145 STF
Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.
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Exercícios
30-(CESPE – 2015 – DPU – DEFENSOR PÚBLICO) 
Em relação à tentativa, adota-se, no Código Penal, a teoria subjetiva, salvo na hipótese de crime de evasão mediante violência contra a pessoa. 
31-( 2015 CESPE-Analista Judiciário - Área Judiciária)
No que concerne à lei penal no tempo, tentativa, crimes omissivos, arrependimento posterior e crime impossível, julgue o item a seguir.
 Configura-se tentativa incruenta no caso de o agente não conseguir atingir a pessoa ou a coisa contra a qual deveria recair sua conduta.
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Exercícios
32-(CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) 
No que concerne à lei penal no tempo, tentativa, crimes omissivos, arrependimento posterior e crime impossível, julgue os itens a seguir.
 De acordo com a teoria subjetiva, aquele que se utilizar de uma arma de brinquedo para ceifar a vida de outrem mediante disparos, não logrando êxito em seu desiderato, responderá pelo delito de tentativa de homicídio. 
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Exercícios
 33-(Ano: 2013-Banca: CESPE-TCU)
A respeito de tipicidade, ilicitude, imputabilidade e crimes previstos na Lei n.º 8.666/1993, julgue o item seguinte.
Um crime é enquadrado na modalidade de delito tentado quando, ultrapassada a fase de sua cogitação, inicia-se, de imediato, a fase dos respectivos atos preparatórios, tais como a aquisição de arma de fogo para a prática de planejado homicídio.
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Exercícios
34-(Ano: 2013 CESPE  DPF- Escrivão de polícia)
No que concerne a infração penal, fato típico e seus elementos, formas consumadas e tentadas do crime, culpabilidade, ilicitude e imputabilidade penal, julgue o item que se segue.
Considere que Aldo, penalmente capaz, após ser fisicamente agredido por Jeremias, tenha comprado um revólver e, após municiá-lo, tenha ido ao local de trabalho de seu desafeto, sem, no entanto, o encontrar. Considere, ainda, que, sem desistir de seu intento, Aldo tenha se posicionado no caminho habitualmente utilizado por Jeremias, que, sem nada saber, tomou direção diversa. Flagrado pela polícia no momento em que esperava por Jeremias, Aldo entregou a arma que portava e narrou que pretendia atirar em seu desafeto. Nessa situação, Aldo responderá por tentativa imperfeita de homicídio, com pena reduzida de um a dois terços.
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Exercícios
35-(Ano: 2011- Banca: CESPE- PC-ES- Escrivão de Polícia)
Acerca do direito penal, julgue o item subsequente.
A tentativa e o crime omissivo impróprio são exemplos de tipicidade mediata.
36-(2014-CESPE- TJ-SE-Analista Judiciário)
Julgue os itens subsecutivos, acerca de crime e aplicação de penas.  Configura crime impossível a tentativa de subtrair bens de estabelecimento comercial que tem sistema de monitoramento eletrônico por câmeras que possibilitam completa observação da movimentação do agente por agentes de segurança privada.
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Exercícios
37-( 2004-CESPE- Polícia Federal)
Cecília colocou a mão no bolso esquerdo e, posteriormente, no bolso direito da roupa de uma transeunte, com a intenção de subtrair-lhe dinheiro. Não encontrou, contudo, qualquer objeto de valor. Nessa situação, houve crime impossível e, assim, Cecília não responderá por crime algum.
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Exercícios
38- (Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: DPU Prova: Defensor Público)
Com referência ao crime tentado, à desistência voluntária e ao crime culposo, julgue o  próximo  item. Configura-se a desistência voluntária ainda que não tenha partido espontaneamente do agente a ideia de abandonar o propósito criminoso, com o resultado de deixar de prosseguir na execução do crime.
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Exercícios
39- (CESPE – 2014 – TJ/SE - ANALISTA)
 Julgue os itens subsecutivos, acerca de crime e aplicação de penas. Configura crime impossível a tentativa de subtrair bens de estabelecimento comercial que tem sistema
de monitoramento eletrônico por câmeras que possibilitam completa observação da movimentação do agente por agentes de segurança privada. 
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Exercícios
40-(CESPE – 2007 – TSE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA - ADAPTADA)
 Para que se possa falar em desistência voluntária, é preciso que o agente já tenha ingressado na fase dos atos de execução do delito, pois, caso o agente se encontre praticando atos preparatórios, sua conduta será considerada um indiferente penal. 
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São duas partes importantes: 
A primeira é importante para você entender a sua rotina e para você identificar qual os horários disponíveis para os estudos
A segunda é importante para assegurar que você tenha o melhor rendimento possível nas horas alocadas para os estudos
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São duas partes importantes: 
A primeira é importante para você entender a sua rotina e para você identificar qual os horários disponíveis para os estudos
A segunda é importante para assegurar que você tenha o melhor rendimento possível nas horas alocadas para os estudos
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São duas partes importantes: 
A primeira é importante para você entender a sua rotina e para você identificar qual os horários disponíveis para os estudos
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