Buscar

Modelos Convencionais e alternativos de Agricultura

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Modelos Convencionais e alternativos de Agricultura: Princípios, Evolução, Práticas Adotadas, Resultados, Problemas.
Introdução 
O inicio da agricultura está ligado a uma série de transformações no conceito de produzir. A agricultura passou por várias revoluções agrícolas, que visavam diminuir as restrições do meio ambiente e necessidade de trabalho. A agricultura a partir dos anos 50 priorizou um modelo tecnológico com base no uso intensivo da mecanização, adubos minerais de alta solubilidade agrotóxicos, sendo sinônimo de crescimento econômico, este período foi denominado de Revolução Verde, nesse período a agricultura se desenvolveu expressivamente, causando impactos ao meio ambiente, neste período predominou a agricultura convencional.
No âmbito econômico da época ela pareceu muito adequada, como consequência da revolução verde, obteve um aumento significativo da produção agrícola e pecuária nacional, com uma série de politicas e ações prioritariamente direcionados aos estabelecimentos rurais patronais. Ou seja, o modelo de agricultura praticado no período era direcionado aos grandes produtores e contribuiu tanto para o aumento da produção no meio rural como para a liberação de mão de obra e o crescimento das indústrias.
Com a padronização da produção de alimentos, tornou-se possível a negociação no mercado internacional a valores mais atraentes. Portanto, perdeu-se a característica de produzir alimentos para o consumo e passa-se a produzir commodities.
Assim, os agricultores começaram a gastar com insumos agroquímicos para maximizar a sua produção, mas ao mesmo tempo, seus produtos passaram a valer menos pela grande oferta e competitividade de preços. Isso demostra a alta demanda de tecnologias e de insumos que esse modelo de agricultura necessita para atender suas necessidades, sendo que a questão ambiental torna-se irrelevante.
Diante o predomínio da produção agrícola em larga escala impulsionada pela “agricultura convencional”, surge em 1966 um grupo formado por uma centena de pessoas, autodenominado clube de Roma, põe em marcha uma série de estudos dedicados a investigar problemas de ordem econômica, ambiental e sociológica em escala mundial; e surge o primeiro resultado destes trabalhos que deu origem ao que hoje mundialmente é conhecido “Limits of growth” (Limites do crescimento), divulgado em 1972, também conhecido como relatório Meadows.
Assim inicia-se um forte discurso ambiental (muito difundido por defensores ambientalistas) sobre os problemas gerados por esse modo de exploração agrícola, sua insustentabilidade e a necessidade de preservamos nossa biodiversidade para as gerações futuras, assim surge a difusão de uma agricultura ecológica.
Neste panorama possibilidades da transição de uma “agricultura convencional” para uma agricultura ecológica está em debate a questão da sustentabilidade. A sustentabilidade passou a ser mais discutido como reflexão do debate sobre modos de desenvolvimento, e ganhou mais força no período pós-guerra, e trata-se de um conceito amplo que incorpora definições em comum como manutenção a longo prazo de recursos naturais, produtividade agrícola respeitando as limitações impostas pelo meio ambiente, otimização da produção das culturas com pouca ou nenhuma dependência de recursos externos e satisfação as necessidades sociais das famílias e comunidades rurais. Assim a sustentabilidade engloba dimensões econômicas, ambientais e sociais. 
AGRICULTURA CONVENCIONAL
A agricultura convencional tem-se refletido em práticas extremamente conflituosas e contraditórias. Aliada ao discurso de aumento da produtividade, cujo objetivo último seria o de alimentar uma população cada vez maior e mais urbanizada, ela acabou por incorporar ao seu processo de desenvolvimento métodos amplamente artificiais: o abuso do uso de fertilizantes e de pesticidas químicos, da manipulação genética e da irrigação nas lavouras. Isto sem falar no tocante à monocultura extensiva, outro aspecto fortemente característico desse tipo de agricultura. 
Contudo, esse modelo não apenas contribuiu para agravar o problema da fome e da desnutrição ao redor do mundo, e de forma especial nos países subdesenvolvidos, como acabou por fazer da agricultura a maior fonte de propagação da poluição ambiental, de degradação da saúde humana e de acirramento dos problemas sociais no campo, contribuindo também para o agravamento das situações de risco nas zonas urbanas. Frequentemente, e com precisão, tem-se responsabilizado este padrão industrial de produção agrícola pela redução da fertilidade dos solos e da biodiversidade dos ecossistemas, bem como pelo aumento da dependência dos agroquímicos e das fontes não-renováveis de energia, especialmente aquelas derivadas do petróleo. Tais questões encontram-se na raiz do movimento ambientalista, na busca por uma sociedade não apenas mais consciente dos seus problemas, como mais ativa na procura por solucioná-los. 
Somente após a publicação do livro Primavera Silenciosa, da jornalista e bióloga Rachel Carson, em 1960, que denunciou o uso abusivo dos pesticidas (neste caso, o DDT, principalmente) na agricultura e suas influências nefastas sobre o ambiente, é que a relação entre a adoção de insumos artificiais nas lavouras e a disseminação da poluição ambiental se fez evidente e divulgada mundialmente. Mas, ainda assim, essas práticas continuaram a ser aplicadas e, pior, tiveram seus domínios ampliados, persistindo em pleno processo de expansão pelos anos seguintes, estendendo-se até os dias atuais.
Princípios
O foco da agricultura convencional tem procurado aumentar a produção agrícola sem considerar as consequências posteriores sobre o ambiente em que ela é praticada. Estas práticas são promovidas e implementadas sob a abordagem chamada agricultura convencional. Não se pode negar que a aplicação das práticas convencionais e inovações tecnológicas aumentam a produção agrícola, mas também a sua prática deteriora consideravelmente os recursos naturais, que por vezes torna-se irreversível.
Dessa forma, os objetivos deste tipo de agricultura tem sido geralmente maximizar os rendimentos, minimizar a instabilidade entre cada ano e evitar perda a longo prazo da capacidade produtiva do sistema agrícola.
Com essa concepção e os avanços na agricultura eles eliminaram a produtividade original como sistema naturais não-agrícola, a tal ponto que os agroecossistemas e ecossistemas naturais chegaram ser muito diferente em estrutura e função. Assim o fluxo de energia é fortemente alterada pelo homem, resultando em sistemas abertos, onde uma grande quantidade de energia é dirigida para fora do sistema através da colheita. A reciclagem de nutrientes é mínima e quantidades consideráveis ​​são perdidas no sistema de colheita por lixiviação e erosão com grande reduções das reservas de biomassa dentro do sistema.
Além disso, a necessidade de aumentar a produtividade agricultura levou ao longo dos últimos 40 anos desenvolvimento de um sistema de agricultura baseada nas técnicas da revolução verde, o que significou criação de novas variedades híbridas de alto desempenho e homogeneidade genética. Estas variedades são adaptados para responder de forma produtiva a adição contínua de recursos, principalmente sob a forma de agroquímicos e trabalhos altamente mecanizada. 
A toxicidade causada aos organismos vivos e a indução da resistência provocada por pesticidas tem levado a necessidade de produzir novos pesticidas a um custo adicional.
Dessa forma a agricultura convencional tem como princípios:
 Uso intensivo de fertilizantes químicos de alta solubilidade (nitrogênio, fósforo e potássio), fungicidas, herbicidas, formiguicidas e inseticidas sintéticos.
 Uso de sementes híbridas e transgênicas incluindo soja e milho, muito produtiva, mas bastante vulnerável
 Visão do solo sobre o aspecto puramente físico (plantas de apoio) e químico (nutrientes), sem considerar o aspecto biológico (vida). 
 Uso intensivo de insumos externos à fazenda
 Intensa mecanização (tratores,maquinaria pesada) e consequente redução da mão de obra
 Uso maciço de produtos químicos baseados em energia fóssil não renovável (petróleo e rochas fosfatado, etc.)
 A monocultura e redução da biodiversidade
 Concentração de terra e extensão das monoculturas.
 Elevado consumo de água em muitas culturas (Sistema de Rega).
 Subsidio e apoio institucional
A agricultura moderna apresenta as seguintes características:
À Agricultura de mercado – é principalmente nos agricultores bem informados que saibam qual é o modo de cultivo mais adequado de maneira a obter o maior lucro possível. Atualmente os agricultores são empresários e frequentam cursos de formação.
À A agricultura mecanizada – é onde todo o processo de produção é feito mecanicamente.
À Agricultura científica – utiliza técnicas extremamente sofisticadas como uso de fertilizantes, sistemas de irrigação adequados às culturas, correcção dos solos, atribuindo-lhes produtos químicos para corrigir as suas características, uso de estufas e selecção de sementes.
À Agricultura especializada – existente nas regiões de exploração agrícola com produções adaptadas ao clima, relevo e solo com o objectivo de produzir o máximo com menor custo, havendo uma elevada produtividade.
À Agricultura ligada à indústria – fornece a esta actividade matérias-primas, ou seja, são indústrias relacionadas com a actividade agrícola, uma vez que, transformam produtos agrícolas ou a conservação destes.
Evolução
O homem até o surgimento da agricultura apresentava uma dependência pelos seus produtos fornecidos de maneira natural, apesar de alguns serem caçadores e coletores, que apresentavam técnicas rústicas; estes não tinham o interesse de acumular bens, a organização apresentava modos primitivos. Só com o surgimento da agricultura é que passou a produzir os itens necessários a sua alimentação de forma controlada, sem depender das atividades naturais. O invento da agricultura, entre 10 e 15 mil anos atrás, foi um marco histórico na evolução do homem, já que a agricultura parte de algo superior capaz de controlar e dominar a natureza para que esta atenda as suas necessidades. É neste momento que o homem deixa de ser
nômade passando a ser sedentário, começam a surgir regras, chefias, com organização política e temporal marcada por períodos de plantio e colheitas.
Entre os séculos XVI e XVIII, uma revolução ocorreu na agricultura tendo como característica a implantação de novas formas de cultivo e de drenagem de rios objetivando o aumento da produção para atender o mercado. Até então era uma prática desenvolvida sem recorrer a insumos químicos e maquinarias pesadas, o sistema era diversificado e havia a associação de animais aos cultivos.
A agricultura foi durante milênios uma prática, que apesar dos impactos causados, mantinha certo equilíbrio em relação às questões ambientais. Os agricultores revertiam a perda da fertilidade através de técnicas simples como a rotação de culturas, a plantação de leguminosas que aumentam a fertilidade do solo,
o abandono dos campos e até mesmo a utilização de produtos naturais como a adubação à base de esterco.
Portanto, podemos perceber que o meio rural sempre foi a atividade econômica mais importante para a constituição e manutenção das sociedades. Quando as técnicas agrícolas permitiam a existência de um excedente na produção, iniciavam-se as primeiras trocas comerciais. Assim, é possível concluir que, inicialmente, todas as práticas rurais e urbanas subordinavam-se ao campo.
O século XX foi marcado pela agricultura com base nos conhecimentos científicos. Nos anos 30 esse conhecimento já estava disponível nos Estados Unidos, tendo sua disseminação atrasada devido a grande dispersão econômica. Esta dispersão, que paralisou a economia mundial, foi juntamente com suas pesquisas reiniciadas e aplicadas a partir da Segunda Guerra Mundial, inicialmente nos Estados Unidos e posteriormente em muitos outros países.
É nesse momento que o poder inseticidas do DDT, descoberto em 1939, apresenta resultados parecendo anunciar o fim das pesquisas sobre controle biológico, mas os efeitos prejudiciais ao meio estavam se multiplicando. Se por um lado o uso de pesticidas organoclorados apresenta uma eficácia de longa duração, mas por outro apresenta mostra efeitos patogênicos de longo prazo para as comunidades bióticas. Esse tipo de agricultura, baseada no uso dos diversos insumos agrícolas atualmente é chamada de agricultura convencional.
Esse tipo de agricultura tem como base o uso intensivo e a dependência de capital, energia e recursos não renováveis, sendo bastante agressiva ao meio ambiente e excludente do ponto de vista social .
Após a Segunda Guerra aumentam as áreas cultivadas, bem como começa a ser definida a ocupação de campos por apenas uma espécie vegetal, embora ainda fossem poucas e pequenas as áreas que apresentavam este tipo de exploração procurando-se, com isso, aumentar a produção agrícola. Tal prática criou condições para a proliferação de pragas e doenças nos campos cultivados, tornando-os mais e mais dependentes dos praguicidas.
Neste período, a dependência por fertilizantes e pesticidas começou a se difundir buscando maximização da produção sob quaisquer custos. A implantação da mecanização agrícola, que causa grandes impactos ao ambiente, foi mais tardia, pois necessitava de culturas homogêneas as chamadas monoculturas o que veio ocorrer a partir da Revolução Verde.
Esta revolução, que trouxe as máquinas para a agricultura ficou popularmente conhecida como Revolução Verde, mas só recebeu esta denominação na década de 70. Ela mostrou-se com grande sucesso, já que conseguiu aumentar a produção suprindo as necessidades da maioria da população, que cada vez mais aumentava sua densidade. Embora tão importante trouxe diversas consequências, como a contaminação de todos os tipos de ambientes aquáticos a liberação de gases que levam ao efeito estufa, a perda da diversidade genética das culturas agrícolas e a eutrofização de rios, riachos, lagos e dos ecossistemas marinhos. Além disso, a Revolução Verde, que pode ser considerada fruto da Revolução Industrial, quebra os ciclos dos nutrientes que existiam anteriormente nos sistemas agrícolas.
Com ela iniciou-se, também, o uso de técnicas agrícolas baseadas na ciência, fato que pode muito ser observado no Terceiro Mundo. É neste momento também, que a utilização de fertilizantes químicos baratos e abundantes tornou-se uma das grandes conquistas do século.
Várias são as consequências da Revolução Verde, e estas se fazem presentes até os dias atuais, como: o êxodo rural; o aumento da insegurança alimentar; a dependência de insumos externos; a contaminação por agrotóxicos — e, consequentemente, aumento das pragas e doenças nas plantas, nos animais e no homem; a concentração de renda, patrimônio e poder na classe dominante; degradação do solo; desperdício e uso exagerado de água; perda da diversidade genética; e crescente dependência de sistemas bancários, o que leva à falência da agricultura familiar.
Assim, os avanços da agricultura convencional têm colocado em risco a sobrevivência das gerações futuras. “A agricultura moderna é insustentável — ela não pode continuar a produzir comida suficiente para a população global, a longo prazo, porque deteriora as condições que a tornam possível.
A prática da agricultura atual fundamenta-se em procedimentos avançados, que denotam uma nova característica para o espaço geográfico, classificado como meio técnico-científico informacional. Hoje, existem técnicas avançadas em manejo dos solos, máquinas e colheitadeiras que realizam o trabalho de dezenas ou até centenas de trabalhadores em uma velocidade maior, além de avanços propiciados pelo desenvolvimento da biotecnologia. Isso significa que as práticas agrícolas cada vez mais se subordinam à ciência e à produção de conhecimento.
Práticas Adotadas
A agricultura convencional é composta por um conjunto de práticas e técnicas que pode incluir:
Maquinário
O uso de máquinase implementos agrícolas de última geração para o preparo do solo é uma característica marcante. Tratores, plantadores, colheitadeiras, arados, irrigadores, caminhões e outros tipos de implementos são usados visando garantir mais produtividade. 
Uso intensivo de fertilizantes químicos de alta solubilidade (nitrogênio, fósforo e potássio), fungicidas, herbicidas, formiguicidas e inseticidas sintéticos 
Irrigação
A irrigação do solo é uma das práticas mais marcantes da agricultura convencional e ela é necessária para permitir que a produção possa acontecer em todas as épocas do ano e locais possíveis.
Uso de agrotóxicos
O uso de agrotóxicos, embora muito questionável, é muito comum na agricultura hoje. Produtos destinados ao controle de pragas e doenças comuns em várias plantas são necessários para garantir a produção.
A monocultura, aliada a exigência de grandes escalas de produção
Uso de sementes híbridas e transgênicas incluindo soja e milho, muito produtiva, mas bastante vulnerável
A criação de espécies de pragas e doenças resistentes e a eliminação de seus inimigos naturais
A degradação do solo e a contaminação de cursos d’água por práticas equivocadas: monocultura, uso intensivo de máquinas e implementos agrícolas, baixa cobertura do solo, entre outras.
A alta dependência externa de insumos e de energia não renovável
Resultados:
A meta da agricultura convencional é a maximização da produção e lucro, minimizar a instabilidade entre cada ano e evitar perda a longo prazo da capacidade produtiva do sistema agrícola. Na busca dessas metas as práticas dotadas por esse sistema foram desenvolvidas sem cuidar suas conseqüências e sem considerar a dinâmica ecológica dos agroecossistemas.
Problemas
Há o problema do desmatamento de áreas nativas pela expansão da produção em massa de monoculturas, a questão da contaminação de rios e águas subterrâneas por pesticidas, os problemas de saúde provenientes da ingestão de alimentos com agroquímicos
A agricultura é historicamente um subsídio indispensável para o suprimento alimentar e a sustentação da vida na terra. Porém, da maneira que está sendo utilizada atualmente não há meios de se garantir uma segurança ambiental, social e nutricional. São incontáveis os problemas oriundos dos métodos utilizados no cultivo, produção e consumo agrícola pelo método convencional. Há o problema do desmatamento de áreas nativas pela expansão da produção em massa de monoculturas, a questão da contaminação de rios e águas subterrâneas por pesticidas, os problemas de saúde provenientes da ingestão de alimentos com agroquímicos, além de muitos outros malefícios sociais e ambientais. Segundo a Organização Mundial da Saúde, em média, entre 3 e 5 milhões de pessoas são intoxicadas anualmente por agrotóxicos no mundo.
A agricultura convencional preocupa-se, antes de tudo, com os fatores econômicos, esquecendo que os fatores sociais e ambientais estão intimamente ligados a essa primeira abordagem. Não há como haver um sistema agrícola equilibrado se apenas um desses fatores está em proporcionalidade direta com o desenvolvimento. É necessário que haja uma visão holística da situação, promovendo métodos alternativos onde os fatores econômicos, sociais e ambientais estejam em concordância e em conformidade com os reais benefícios que a agricultura pode trazer à sociedade.
O que era para ser a solução de muitos problemas a partir do aumento da produtividade agrícola como o combate a fome, a desnutrição e a diminuição na taxa de desempregos, acabou por, além de não resolver nenhum desses problemas, a originar o aparecimento de muitos outros. O problema da fome e desnutrição não está nem perto de acabar.
Um destes problemas consiste na erosão e a salinização dos solos, poluição das águas e dos solos por nitratos e por agrotóxicos, a contaminação do homem do campo e dos alimentos, o desflorestamento, a diminuição dos recursos não renováveis, são alguns dos inúmeros impactos ambientais os quais ocorrem através das práticas agrícolas. Os impactos da agricultura podem ocorrer local, regional e globalmente. Os efeitos locais, são os efeitos diretos das práticas agrícolas sobre o ecossistema local, como a erosão e aumento de sedimentos nos sistemas hídricos. Os efeitos regionais resultam da intensificação dos efeitos locais pela combinação das práticas agrícolas de uma região e também a poluição em larga escala de rios e lagos com os pesticidas. Por sua vez, os efeitos globais incluem mudanças climáticas e nos ciclos biogeoquímicos. Inicialmente o homem faz o desmatamento, que é o processo de retirada e desaparecimento das florestas com a mata nativa, devido à utilização do solo para cultivos agrícolas. A redução das matas vem ocorrendo ano após ano. Uma consequência da retirada das florestas é o desaparecimento de absorventes de dióxido de carbono, reduzindo-se a capacidade do meio em absorver as enormes quantidades deste causador do efeito estufa, e agravando o aquecimento global.
O material erodido é carregado para corpos d´agua, provocando o assoreamento dos rios, várzeas e represas e a contaminação da água com nutrientes, material orgânico, agrotóxicos e lixo. A camada de solo abaixo do material erodido apresenta menos matéria orgânica, menor fertilidade e estrutura mais frágil, comprometendo o potencial de produção futuro do solo. A erosão pode ser tão severa em uma única chuva que pode arrastar as plantas de uma lavoura, causando sérios prejuízos. Os solos erodidos exigem mais fertilizantes para que consigam suprir as necessidades nutricionais das plantas, tornando-as mais suscetíveis ao ataque de pragas e doenças. Dessa forma os agricultores passam a aplicar doses crescentes de agrotóxicos e o seu uso freqüente oferece riscos como à contaminação dos solos agrícolas, das águas superficiais e subterrâneas e dos alimento.
Os poluentes químicos (fertilizantes em excesso, agrotóxicos e dejetos) que são utilizados nas lavouras, se depositam no solo e nas água’s e ao se depositarem no solo, quebram e alteram os ciclos naturais. Os resíduos de pesticidas na água são muito preocupantes, não só pela possibilidade de se transferirem resíduos para o homem, mas também para algumas formas de vida das cadeias alimentares aquáticas.
A poluição da água provocada por agrotóxico ou fertilizante é a segunda causa de contaminação da água no país, conforme aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, só perdendo para o despejo de esgoto doméstico. Portanto, o risco do consumo de produtos com agrotóxicos não se restringe apenas no cultivo direto em que é utilizado, visto que os peixes e invertebrados podem acumular os agrotóxicos em concentrações muito acima daquelas encontradas nas águas nas quais eles vivem, pois estes compostos podem se ligar ao material particulado em suspensão que será ingerido pelos organismos aquáticos.
Existem muitos estudos, principalmente nos EUA, que afirmam que os herbicidas, pesticidas, inseticidas e os fertilizantes causam graves efeitos diretos (comportamentais, retardo no crescimento e desenvolvimento, distúrbios hormonais, maior suscetibilidade a doenças infecciosas e letalidade) e indiretos (via cadeia alimentar) às comunidades de anfíbios, tanto em adultos quanto em fases jovens. Por conseguinte, os anfíbios estão diminuindo e sendo extintos em muitas partes do mundo. Logo, a agricultura convencional tende a ocasionar inúmeros agravos ambientais, que não são contabilizados pelos seus adeptos.
As atividades agrícolas dependem de fatores climáticos como temperatura, umidade do solo e radiação solar. As mudanças climáticas podem afetar a produção agrícola. Mas ao mesmo tempo a agricultura também influencia na mudança do clima, ela contribui para o efeito estufa pelo uso de fertilizantes nitrogenados, fixação biológica de nitrogênio, adição de dejetos animais, incorporação de resíduos culturais, entre outros fatores, são responsáveis por significantes emissões de óxido nitroso.
Além disso, contribui com o aumento da desigualdade social, poisconcentra a maior parte do capital em poucas empresas, que são os gigantes do agronegócio, em detrimento da agricultura familiar. Além disso, a agricultura moderna, de acordo com o crescimento produtivo, prometia gerar uma infinidade de novos empregos. Isso não aconteceu devido à crescente mecanização e à menor dependência da mão-de-obra humana. Há também o surgimento de problemas de saúde dos produtores rurais devido ao contato e manuseio de agrotóxicos e fertilizantes químicos e da sociedade ao ingerir esses alimentos. Além disso, há contaminação e perda de fertilidade do solo, poluição do ar, contaminação de corpos d’água, além de inúmeros prejuízos ambientais arcados por toda a sociedade.
Declínio da fertilidade do solo: os tipos de mobilização de solo, através da mecanização agrícola podem ser responsáveis pela aceleração da degradação do solo. Especialmente a mobilização intensiva do solo provoca erosão, ainda mais grave quando associada a precipitação forte e a falta de vegetação que cubra o solo. A erosão do solo reduz o conteúdo em matéria orgânica do solo, reduz a disponibilidade de nutrientes para as plantas, reduz a capacidade de retenção de água do solo e altera a comunidade biótica do solo, levando, em última análise, a um declínio da fertilidade do solo, que pode chegar até ao ponto da desertificação. O problema da redução da fertilidade do solo, associada frequentemente à agricultura convencional, é particularmente grave, dado que a formação do solo tem que ser contada em tempo geológico, levando centenas, se não milhares de anos para ser reposta. No entanto, a fertilidade do solo pode ser destruída em poucos anos de gestão inadequada do solo. Nos últimos 50 anos a gestão adequada do solo não era rentável, pois a redução da fertilidade do solo, devido à erosão, pôde ser superada em grande parte pela aplicação de fertilizantes sintéticos baratos (frequentemente subsidiados, no caso da actual União Europeia)
Decréscimo da biodiversidade: a agricultura convencional é considerada uma das maiores ameaças à conservação da biodiversidade. Este tipo de agricultura reduz a diversidade da paisagem, pois para que a aquisição de máquinas seja rentável e o cultivo mais “eficiente” em termos económicos, aumentou-se progressivamente as áreas homogéneas, em que apenas a espécie e variedade é produzida (monoculturas extensas). A maioria dos animais precisa de habitats diversos para satisfazer as suas diferentes necessidades vitais (áreas de proteção, áreas para alimentação, etc). A agricultura industrializada reduz a diversidade de habitats, leva à degradação da sua qualidade e à sua fragmentação.
A adoção desse modelo de agricultura “moderna” trouxe consigo impactos indesejáveis, seja pela forma como foi implantado, seja pela natureza em si das tecnologias difundidas, especialmente no que se refere ao uso dos insumos e dos tipos de manejo de solo e da água adotados. O modelo, baseado em monoculturas, contribui para a redução da biodiversidade, o aumento da necessidade de ocupação de maiores áreas, ocasionando elevados níveis de desmatamento, e consequentemente ampliação das desigualdades sociais. 
AGRICULTURA ALTERNATIVA
Evolução
Ao se analisar a história da agricultura em nível mundial nos últimos cem anos, identifica-se dois processos distintos que a marcaram, denominando-os de transições agroecológicas 1: o primeiro marco dessas mudanças foi a Revolução Verde; e, o segundo, o atual processo de ecologização da agricultura.
O pacote tecnológico da “Revolução Verde” foi difundido inicialmente nos países desenvolvidos e, posteriormente nos países subdesenvolvidos. No caso do Brasil, em particular, o processo de “modernização conservadora da agricultura” se, por um lado, levou a um aumento da produtividade de algumas lavouras, sobretudo daquelas destinadas à exportação, ao setor agroindustrial e/ou a produção de biocombustíveis, por outro resultou no agravamento de diversos problemas.
Além do alto custo econômico de sua manutenção, a exploração excessiva da base dos recursos naturais levou a crescentes níveis de degradação e esgotamento dos solos, poluição das águas, intoxicações e contaminações de agricultores por agrotóxicos, além de perda de biodiversidade. Por outro lado, as políticas de desenvolvimento agrícola que viabilizaram a implementação deste modelo tecnológico foram direcionadas à modernização das grandes propriedades, aprofundando ainda mais as desigualdades e a exclusão social no meio rural, principalmente em se tratando dos agricultores familiares.
Com o aprofundamento dos efeitos sociais e ambientais nos últimos trinta anos, se intensificou, em escala mundial, o questionamento ao modelo de agricultura produtivista, dando-se início à segunda transição agroecológica. Esta transição iniciada no final do século XX é marcada pelo crescente questionamento sobre a sustentabilidade do modelo produtivista propugnado pela Revolução Verde e, até então, dominante, agravando sua crise. Em conseqüência, há a introdução de valores ambientais nas práticas agrícolas, na opinião pública e na agenda política (BUTTEL, 1995), ao mesmo tempo em que se abre a possibilidade de expansão de formas de produção que tem como princípio fundamental uma relação de respeito com a Natureza e que, portanto, seriam mais sustentáveis a médio e longo prazos.
Esse crescente processo de incorporação de preocupações ambientais em relação à agricultura fomentou a discussão e levou à formulação de perspectivas de análise e de intervenção antagônicas e conflitantes que, em última instância, refletem diferentes interesses e posicionamentos sobre os modelos de desenvolvimento dos países e sobre a própria sustentabilidade. Nesse sentido, procurou-se identificar pelo menos duas dessas perspectivas, quais sejam:
A) aquelas que ainda concebem o desenvolvimento científico-tecnológico como a única via capaz de resolver os problemas derivados da escassez de alimentos e do esgotamento dos recursos naturais;e,
B) aquelas que se opõem a esta perspectiva tecnológica e propõem formas mais sustentáveis, que poderiam ser agrupadas sob a denominação de Agricultura Alternativa, como por meio da Agroecologia que é proposta como um “enfoque científico destinado a apoiar a transição dos atuais modelos de desenvolvimento rural e de agricultura convencional para estilos de desenvolvimento rural e agricultura sustentáveis”.
Em relação à primeira perspectiva, também denominada de “duplamente verde”, o desenvolvimento tecnológico garantiria os níveis atuais de produtividade obtidos na agricultura convencional, minimizando os efeitos ambientais da Revolução Verde por meio da adoção de novas tecnologias, como por exemplo, a biotecnologia e os produtos transgênicos. Para as empresas transnacionais que tem seus interesses econômicos estruturados no padrão produtivista da agricultura, essa perspectiva é perfeitamente compatível com o atual modelo, devendo apenas ser praticada com maior eficiência e racionalidade em termos ambientais.
Essa perspectiva refere-se a um conjunto de práticas bem definidas, que podem ser julgadas como mais ou menos sustentáveis, conforme as previsões sobre a durabilidade dos recursos naturais que empregam. A redução do uso de insumos industriais (low input agriculture), a aplicação mais eficiente ou mesmo a substituição dos agroquímicos por insumos biológicos ou biotecnológicos seriam suficientes para a consolidação do novo paradigma (da sustentabilidade). Nesse caso, a agricultura sustentável é algo bem mais palpável, um objetivo de curto prazo.
A ideologia subjacente a esta perspectiva poderia ser resumida da seguinte forma: mudar as práticas (ou parte destas) para se manter o atual padrão produtivista da agricultura e, sobretudo, o interesse das grandes corporações transnacionais.
Para as tendências discordantes desta perspectiva tecnológica representadas, sobretudo, pelas organizações não-governamentais e pelos movimentos ambientalistas, a única forma de se garantir a sustentabilidade da agricultura épor meio da promoção de transformações sociais, econômicas e ambientais em todo o sistema agroalimentar. A erradicação da fome e da miséria, a promoção de melhorias na qualidade de vida para centenas de milhões de habitantes, a democratização do uso da terra ou mesmo a consolidação de uma ética social mais igualitária são alguns dos desafios contidos na noção de desenvolvimento e de agricultura sustentável. 
Nessas perspectivas que tem como foco central a sustentabilidade é que poderíamos inserir a chamada Agricultura Alternativa e a Agroecologia, que embora tenham surgido inicialmente de forma marginal e em contraposição à agricultura convencional ou produtivista, se apresentam em expansão.
Assim, apesar do predomínio do padrão produtivista da agricultura nos Estados Unidos e na Europa desde o início do século XX, persistiram focos de resistência à adoção das inovações tecnológicas por meio de pesquisadores e grupos de produtores rurais que utilizavam práticas de cultivo que valorizavam a fertilização orgânica dos solos e o potencial biológico dos processos produtivos.
Durante várias décadas, esses grupos defensores da chamada Agricultura Alternativa persistiram em alguns pontos da Europa, dos Estados Unidos e do Japão, sendo hostilizados tanto pela comunidade científica internacional como pelo setor produtivo agrícola, se mantendo a margem no cenário agrícola mundial.
Todavia, o agravamento dos problemas ambientais, como a erosão dos solos, a crescente contaminação dos recursos hídricos, dos alimentos, do homem e dos animais, as impostas à biodiversidade genética, entre outros, associado à pressão da opinião pública, manifestada, sobretudo, por meio da mídia e das Organizações Não-Governamentais (ONGs), forçaram à discussão, em âmbito mundial, de novos parâmetros para se pensar o desenvolvimento e novas formas de se produzir no campo.   
Nesse contexto, se abriram novas perspectivas em termos de expansão das formas alternativas de agricultura que, a partir dos anos 1980, com o fortalecimento da noção de desenvolvimento sustentável, passaram a ser agrupadas sob a denominação de agricultura sustentável .
Como base na utilização dos princípios agroecológicos, diferentes correntes de produção agrícola alternativas, desenvolvidas foram tomadas como base para os principais modelos de sistemas agroecológicos. Dentre estas, as principais são a agricultura orgânica, biodinâmica, a agricultura natural, biológica, a agricultura agroecológica, permacultura e a agricultura alternativa, sendo a orgânica a mais difundida e reconhecida junto à pesquisa e ao mercado como sinônimo de todas as outras.
Principais Formas de "Agricultura Alternativa": princípios básicos:
	
	Princípios básicos e alcance
	Agricultura Orgânica
	A mais antiga e tradicional corrente da agricultura ecológica. Teve origem na Índia e foi trazida por acadêmicos franceses e ingleses, ainda hoje in􀃛uenciando a sua sistemática de trabalho. A agricultura orgânica é baseada na compostagem de matéria orgânica, com a utilização de microorganismos efcientes para processamento mais rápido do composto; na adubação exclusivamente orgânica, com reciclagem de nutrientes no solo; e na rotação de culturas. Os animais não são utilizados na produção agrícola, a não ser como tração dos implementos e como produtores e recicladores de esterco.
	Agricultura Biodinámica
	Originária da Alemanha, é baseada no trabalho de Rudolf Steiner. As principais características, além da compostagem, é a utilização de "preparados" homeopáticos ou biodinâmicos, elementos fundamentais na produção que são utilizados para fortalecimento da planta, deixando-a resistente a determinadas bactérias e fungos, e do solo, ativando sua microvida. Os animais são integrados na lavoura para aproveitamento de alimentos, ou seja, aquilo que o animal tira da propriedade volta para a terra. A importação de adubo orgânico não é permitida, pois materiais orgânicos de fora da propriedade ou da região não são adequados por não possuírem a bioquímica, a energia ou a vibração adequada à cultura. Existe a preocupação com o paisagismo, com a arquitetura e com a captação da energia cósmica. A agricultura biodinâmica está baseada na Antroposo􀃚a, que prega a importância de conhecer a in􀃛uência dos astros sobre todas as coisas que acontecem na superfície da terra.
	Agricultura Natural
	Com origem no Japão, a principal divulgadora desta corrente de trabalho ecológico é a Mokiti Okada Association (MOA). Além da compostagem, utilizam microorganismos eficientes que têm capacidade de processar e desenvolver matéria orgânica útil. Utilizam a adaptação da planta ao solo e do solo à planta. Este é o primeiro passo para a manipulação genética e, conseqüentemente, para a dominação tecnológica, característica semelhante à agricultura moderna, não sendo bem aceita por outras correntes da agricultura ecológica.
	Agricultura Biológica
	Desenvolvida na França na década de 30, tem como um dos principais expoentes Steiner e Howard, além do político Hans Muller. A agricultura biológica diferencia-se das outras vertentes criadas no período, principalmente no aspecto socioeconômico, já que tinha como preocupação à autonomia dos agricultores, ou seja, essa vertente pretendia uma relação direta entre agricultores e consumidores através do sistema de comercialização, diminuindo ou até mesmo rompendo com a dependência de atravessadores. Destacam-se dentro do movimento da agricultura biológica, dois pesquisadores franceses, como Claude Aubert, que publicou L’Agriculture Biologique ou “A Agricultura Biológica”, em que destaca a importância de manter a saúde dos solos para melhorar a saúde das plantas (qualidade biológica do alimento) e, em conseqüência, melhorar a saúde do homem. O segundo personagem importante é Francis Chaboussou, que publicou em 1980, Les plantes malades des pesticides, traduzido para o português como “Plantas doentes pelo uso de agrotóxicos: A teoria da trofobiose”. Sua obra mostra que uma planta em bom estado nutricional torna-se mais resistente ao ataque de pragas e doenças. Outro ponto que o autor destaca é que o uso de agrotóxicos causa um desequilíbrio nutricional e metabólico à planta, deixando-a mais vulnerável e causando alterações na qualidade biológica do alimento.
	Agricultura agroecológica
	Um de seus principais expoentes é o pesquisador chileno Miguel Altieri que nos anos 80, lança mão das bases que devem nortear a Agroecologia. Em 1989, Altieri publica o livro “Agroecologia: As Bases Científicas da Agricultura Alternativa”, no qual se define um conceito ainda que superficial desse novo movimento. Para o autor: “a agroecologia incorpora idéias mais ambientais e de sentimento social acerca da agricultura, focando não somente a produção, mas também a sustentabilidade ecológica dos sistemas de produção” (ALTIERI, 1989, p. 28). No entanto, a Agroecologia vai além de um conjunto de técnicas de manejo, visto que propõe a tentativa de valorização dos aspectos socioeconômicos da produção agrícola (HECHT, 1995; ALTIERI, 1998; COSTA, 1993, apud MARZALL, 1999, p. 27).
	Permacultura
	Tem origem na Austrália e no Japão e segue o pensamento de Bill Mollison. As principais características são os sistemas de cultivo (sistemas agro-silvo-pastoris) e os extratos múltiplos de culturas. Utilizam a compostagem, ciclos fechados de nutrientes, integração de animais aos sistemas, paisagismo e arquitetura integrados. Na Permacultura não existem tecnologias adequadas ou próprias, mas sim "tecnologias apropriadas". A comunidade tem determinada importância, deve ser autossustentável e auto-suficiente, produzindo seus alimentos, mplementos e serviços sem a existência de capital. A comercialização deve ser feita através da troca de produtos e serviços.
	Agricultura Alternativa
	Seus precursores no Brasil foram Ana Primavesi, José Lutzenberger, Sebastião Pinheiro, Pinheiro Machado e Maria José Guazelli. Os princípios desta corrente são a compostagem, adubação orgânica e mineral de baixasolubilidade. Dentro da linha alternativa, o equilíbrio nutricional da planta é fundamental. Aparece, então, o conceito de Trofobiose, que considera a fisiologia da planta em relação à sua resistência a "pragas" e "doenças". Outra característica é o uso de sistemas agrícolas regenerativos, e daí surgiu à agricultura regenerativa, termo defendido por José Lutzenberger. Outras pessoas dentro desta mesma tendência adotaram o termo agroecologia (Miguel Altieri) que possui um cunho político e social. A agroecologia prioriza não só a produção do alimento, mas também o processamento e a comercialização. Esta linha também se preocupa com questões sociais como a luta pela terra, fixação do homem ao campo e reforma agrária.

Continue navegando