Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
GUIA RÁPIDO PARA PSICOPATOLOGIA. Na súmula: 1 – Apresentação 2 – Atitude 3 – Consciência 4 – Atenção 5 – Orientação 6 – Sensopercepção 7 – Memória 8 – Inteligência 9 – Afetividade 10 – Vontade e pragmatismo 11 – Pensamento 12 – Juízo de realidade 13 – Psicomotricidade 14 – Linguagem 15 – Consciência do eu 16 – Consciência de morbidade 17 – Planos para o futuro Radicais importantes: Hiper: aumento Eu/Normo: normal, sem alteração Hipo: diminuição A: ausência Para/Dis: deficiência 1 – APRESENTAÇÃO: Tipo constitucional, condições de higiene pessoal, adequação do vestuário, cuidados pessoais. Não confundir com a classe social a que pertence o indivíduo. Ex: “Paciente é alto, atlético e apresenta-se para a entrevista em boas condições de higiene pessoal, com vestes adequadas, porém sempre com a camisa bem aberta. Pode ser: Inadequada, extravagante, excêntrica, bizarra, peculiar, desleixada etc. 2 - ATITUDE: Lugar de fala do sujeito. Cooperativo, submisso, arrogante, desconfiado, apático, superior, irritado, indiferente, hostil, bem-humorado, etc. Ex: “Mostra-se cooperativo, mas irrita-se ao falar de sua medicação...” Outras possibilidades: Altiva, Responsiva, Desconfiada, Manipuladora, Sedutora, Desinibida, Suspicaz etc. 3 - CONSCIÊNCIA (1a função psiquica): Definição: estado de vigília e lucidez no qual o ser humano se encontra em contato com a realidade. Continuum de instantes; clareza do sensório. •Foco: parte central, mais iluminada da consciência. •Margem: periferia menos iluminada, parte mais nebulosa da consciência. ALTERAÇOES QUANTITATIVAS 1.Obnubilaçao/turvação: rebaixamento da consciência em grau leve a moderado. O paciente possui uma lentidão de compreensão e dificuldade de concentração. 2.Sopor: marcante turvação da consciência. O paciente so ficara acordado se utilizado estimulo enérgico, principalmente a dor. Claramente sonolento com psicomotricidade mais comprometida. 3.Coma: grau mais profundo de rebaixamento da consciência. Não é possível qualquer ação voluntaria consciente. Delirium: termo mais adequado para designar a maioria das síndromes confusionais agudas. Aparece muito em pacientes idosos e com doenças somáticas. Diz respeito aos quadros de rebaixamento da consciência leve a moderado (turvação ou obnubilaçao), acompanhado de desorientação temporoespacial, dificuldade de concentração, discurso ilógico e confuso, alucinações quase sempre visuais e ilusões. EM QUALQUER CASO DE DELIRIUM O REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA É O SINTOMA CENTRAL. Casos de rebaixamento da consciência estão ligados a causas orgânicas (intoxicação ou abstinência) ou traumáticas (acidentes). Opções de respostas na súmula: •Preservada •Rebaixada •Rebaixada? 4 - ATENÇÃO (2a função psiquica): Definição: direção da consciência, o estado de concentração da atividade mental sobre determinado objeto. Parte central dos momentos da consciência “prosexia”: radical utilizado para indicar as alterações quantitativas da atenção. COMPONENTES DA ATENÇAO: • Tenacidade: permanecer em foco em um objeto. • Vigilância: capacidade de mudar o foco. ALTERAÇOES: 1. Normoprosexia: sem alterações. 2. Hipoprosexia: diminuição global da atenção, ou seja, perda básica da capacidade de se concentrar, diminuição dos estímulos do ambiente. 3. Hiperprosexia: estado de atenção exacerbado. Não necessariamente associado a um aumento de desempenho cognitivo. 4. Aprosexia: atenção totalmente abolida. 5. Distração (hipertenaz e hipovigil): superconcentraçao sobre um determinado objeto, ignorando tudo a sua volta. 6. Distrabilidade (hipotenaz e hipervigil): instabilidade marcante e mobilidade acentuada da atenção, incapacidade de focar em um único objeto. A atenção facilmente é desviada de um objeto para outro. 5 – ORIENTAÇÃO (3a função psíquica): Definição: capacidade de situar-se quanto a si mesmo e quanto ao ambiente é elemento básico da atividade mental. TIPOS DE ORIENTAÇAO: • Autopsíquica: orientação do individuo em relação a si mesmo. Revela se o sujeito sabe quem é: nome, idade, profissão, nascimento, etc. • Alopsíquica: diz respeito à capacidade de orientar-se em relação ao mundo, isto é, quanto ao espaço e quanto ao tempo. - Orientação espacial: verificar se o paciente sabe o lugar onde está, o bairro, a cidade, se ele sabe o caminho de casa, etc. - Orientação temporal: verificar se o paciente sabe o dia em que está, o mês, o ano, a época, a noção da duração do tempo e etc. Normalmente, o paciente primeiro perde a orientação temporal, depois a espacial e por último a autopsíquica (num quadro degenerativo). Opções de respostas na súmula: •Globalmente orientado (preservou tanto a autopsíquica quanto a alopsíquica) •No caso de desorientado em apenas uma é preciso especificar, por exemplo: orientado autopsiquicamente, orientado espacialmente, desorientado temporalmente. •Duplamente orientado (possui uma orientação de si mesmo normal e, ao mesmo tempo, uma delirante – acredita ser outra pessoa). Acréscimo de uma narrativa delirante a uma orientação autopsíquica original. Implica uma alteração de Consciência da Identidade do Eu. 6 – SENSOPERCEÇÃO (4a função psiquica) Definição: fenômeno passivo elementar gerado por estímulos físicos, químicos, ou biológicos, originados fora ou dentro do organismo (sensação). Fenômeno ativo onde há a tomada da consciência, pelo individuo do estimulo sensorial (percepção). “estesia”: radical utilizado para indicar as alterações quantitativas da sensopercepçao. ALTERAÇOES QUANTITATIVAS: 1. Hiperestesia: percepções encontram-se anormalmente aumentadas em sua intensidade e duração. Comum em quadros maniformes e intoxicações. 2. Hipoestesia: o paciente percebe o mundo como se não tivesse cor e as coisas sem prazeres, comum em casos depressivos. ALTERAÇOES QUALITATIVAS: 1. Ilusão: tem a percepção deformada de um objeto real e presente. Ocorre em três condições (rebaixamento de consciência, fadiga grave e estados afetivos). As ilusões mais comuns são as visuais e auditivas. 2. Alucinação: a percepção de um objeto, sem que este esteja presente, sem o estimulo sensorial respectivo. TIPOS DE ALUCINAÇAO: • Auditiva (mais comum) • Olfativas • Táteis • Visuais • Sinestésica (troca de uma sensação pela outra, ou a combinação delas, ex: “escuto cores”) • Cenestésica (vivências internas do corpo, ex: “sinto meu estômago se esfarelando”) • Cinestésica (movimentos externos em relação ao corpo, ex: “o ventilador estava vindo em direção a minha cabeça”) 3. Alucinose: o paciente possui uma crítica, uma idéia de que está alucinando, de que aquilo não é normal. Causas orgânicas. 4. Pseudoalucinaçao: quase uma alucinação. Impressão de uma alucinação. Os contornos não são tão nítidos quanto na alucinação, possui um caráter exteriforme no qual o sujeito cogita a imaginação. Comum em casos de histeria. Obs.: Alucinações são alterações paradigmáticas. Para ver algo é preciso estar mergulhado numa cultura e suas nuances de sentido. 7 - MEMÓRIA (5a função psíquica): Definição: é a capacidade de registrar, manter e evocar as experiências e os fatos já ocorridos. Reconstrução de narrativas. Ela se relaciona intimamente com a o nível de consciência, com a atenção e com o interesse afetivo. Memória de Fixação (curto-médio prazo) X Memória de evocação (longo prazo) -> Procurar dizer algo sobre ambas. “mnésia”: radical utilizado para indicar as alterações quantitativas da memória. Lei de Ribot (Lei da Regressão Mnêmica): como a memóriaregride, qual é o curso habitual de perda da memória: 1. Elementos mais recentes 2. Elementos mais complexos 3. Elementos mais estranhos 4. Elementos mais neutros/com menor carga afetiva ALTERAÇOES QUANTITATIVAS: 1. Hipermnésias: super memória na qual uma lembrança “atropela” a outra e, portanto, essas lembranças possuem menos qualidades. Fluxo intenso que acarreta perda de clareza e precisão. Comum em quadros maníacos e intoxicações. 2. Amnésia/ hipomnésia: perda de memória. Essa perda pode ser: - anterógrada: não consegue guardar as coisas a partir do evento que causou o trauma. - retrógrada: não consegue lembrar-se de fatos ocorridos antes do trauma. - retroanterógrada: ambos os casos. (comum em traumatismos cranianos) - psicogênica – perda de elementos mnêmicos focais dotados de valor simbólico ou afetivo ALTERAÇOES QUALITATIVAS (paramneses): 1. Ilusão mnêmica: acréscimo de elementos falsos a um núcleo verdadeiro. Ex: fui a aula (verdadeiro) e o professor me xingou (falso). 2. Alucinação mnêmica: totalmente delirante e falso. Peça delirante que vem sob a forma de recordação. 3. Confabulações/fabulações: pessoa mente, sem querer e perceber. Ocorre geralmente devido a falhas na memória. Mentiras não intencionais, em geral provocadas pela própria interação com o entrevistador. Enxertos mnêmicos num contexto de lacunas preexistentes, que podem ser provocadas por sugestão. Característica de quadros orgânicos e geralmente ligadas a um déficit de memória de fixação. Comum no alcoolismo crônico. 4. Criptomnésia: lembranças que aparecem como fatos novos aos pacientes. Típico da demência. 5. Ecmnésia: recaptulação abreviada e panorâmica, recordação condensada (experiências de quase-morte). Opções de respostas na súmula: •Diferenciar, se for o caso, a memória de fixação e a de evocação 8 – INTELIGÊNCIA (6a função psíquica): Definição: conjunto das habilidades cognitivas do indivíduo; o vetor final dos diferentes processos intelectivos. É a capacidade de identificar e resolver problemas novos, encontrar soluções, as mais satisfatórias possíveis para si e para o ambiente, respondendo às exigências de adaptação biológica e sociocultural. Ela é um constructo, um modo de ver e estudar uma dimensão do funcionamento mental. Retardo mental: comprometimento das habilidades cognitivas que são adquiridas ao longo do desenvolvimento, na infância e na adolescência. Desenvolvimento interrompido ou incompleto. O que difere o grau é a capacidade de autonomia do indivíduo. Retardo mental leve – ligado a privações psicossociais, autismo. Com frequência leva a transtornos emocionais, de conduta ou hiperatividade. Retardo mental grave – distúrbios físicos e neurológicos Opções de respostas na súmula: 1. Inteligência preservada 2. Inteligência diminuída 9 – AFETIVIDADE (7a função psiquica): Definição: um termo genérico que compreende várias modalidades de vivências afetivas, como o humor, as emoções e os sentimentos. HUMOR (estado de espírito, estado emocional basal. Disposição afetiva, formado de afetividade mais estável, menos reativo aos acontecimentos) X SENTIMENTOS E EMOÇOES (relacionado com o outro, modulado pelo outro, afetado pelo outro, circunstâncial, reativo. Sentimentos são associados a conteúdos intelectuais) Teoria das emoções de James-Lange: uma emoção é uma espécie de percepção cognitiva sobre o que acontece no corpo durante um impacto. Catatimia: É a importante influência que a vida afetiva, o estado de humor, as emoções, os sentimentos e as paixões exercem sobre as demais funções psíquicas. Ex: ilusão catatímica = ilusão ilustrada pela afetividade. ALTERACOES PATOLÓGICAS DA AFETIVIDADE: a) Alterações do humor (distimia): 1. Hipotímico: diminuído. Depressão 2. Hipertímico: aumentado. Euforia, mania. 3. Disforia: distimia acompanhada de mal-humor, amargura, desgosto e agressividade. Tonalidade desgradável do humor. Rancor, peso, trato difícil, desgosto. 4. Irritabilidade patológica: agressividade, hostil, hiper-atividade. Explosões, rompantes. B) Alterações das emoções e sentimentos 1. Anedonia: não sente prazer. 2. Paratimia: descompasso entre o que vivencia e como se comporta. Ex: recebe uma noticia boa e fica triste. Fragmentação radical, típica do sujeito cindido. 3. Ambitimia: experimentar sentimentos opostos ao mesmo tempo. Também típica do sujeito cindido. 4. Neotimia: sentir algo que não poderia imaginar que viria a sentir, algo novo. Típica do pródromos do surto. Afeto jamais experimentado, sentido com estranheza radical pulverizada. 5. Labilidade afetiva: mudanças súbitas. Começar a chorar ou a rir do nada. Acesso facilitado ao choro ou riso. 6. Incontinência afetiva: não conseguir para de rir ou de chorar. 7. Apatia: não consegue sentir nada. Progressiva instalação da indiferença. Aplainamento, embotamento afetivo, esvaziamento. Típico da depressão e de quadros esquizofrênicos de longo tratamento. Nos casos depressivos, sugere encapsulamento, baixa interação emocional. 8. Fobias: medos patológicos. Hipomodulação afetiva: pouca variação emocional, em qualquer sentido. Isolamento afetivo, afeto não acompanha o pensamento. Mecanismo defensivo não-consciente, característico da neurose obsessiva. Na súmula: diferenciar alterações do humor de alterações de sentimentos e emoções. Exs: 1. Humor hipertímico e labilidade afetiva e incontinência afetiva. 10 - VONTADE E PRAGMATISMO (8a função psiquica): Definição: vontade é a capacidade de escolha, enquanto o pragmatismo é a vontade colocada em prática. Um pode estar preservado e o outro não. “bulia”: radical utilizado para indicar as alterações quantitativas da vontade. Ato volitivo ou processo volitivo: 1. Intenção 2. Deliberação 3. Decisão 4. Execução – atos psicomotores são postos em funcionamento afim de realizar o que mentalmente foi decidido. ALTERAÇOES QUANTITATIVAS: 1. Hipobulia: diminuição da atividade volitiva. Comum na depressão. 2. Hiperbulia: aumento dos atos volitivos. Comum na mania. 3. Abulia: abolição quase completa dos atos volitivos. ALTERAÇOES QUALITATIVAS: 1. Impulso: pula da fase de intenção do ato volitivo para a execução em função da intensidade que o individuo tem com seus desejos. É egossintônico, ou seja, o individuo não percebe tal ato como inadequado. Ele não tenta evitar-lo ou adiar-lo. 2. Compulsão: o individuo fica transitando entre as três primeiras fases do ato volitivo. É egodistônica por ser reconhecida pelo individuo como um ato indesejável e inadequado. O sujeito tenta adiá-lo ou evitá-lo. TIPOS: - IMPULSO OU COMPULSAO AGRESSIVOS E DESTRUTIVOS: podem ser auto- dirigidos ou dirigidos à alguém. Ex: automutilação, tricotilomania (arrancar o cabelo), frangofilia (destruir objetos), piromania (colocar fogo), ato suicida... - IMPULSO OU COMPULSAO DE INGESTAO DE SUBSTÂNCIA: dipsomania (álcool), bulimia, polidisia(sentir mutia sede), potomania (beber muita água sem sede)... - IMPULSO OU COMPULSAO SEXUAIS: fetichismo, exibicionismo, pedofilia, pederastia, gerontofilia, zoofilia... - OUTROS: negativismo, sitiofasia (recusa de alimentos), fenômenos do eco... Na súmula: diferenciar vontade de pragmatismo. Ex: aumento da vontade (hiperbulia), e pragmatismo diminuído. Obs.: Obsessão – pensamento com forte impulso ou imagem vivido de forma intrusiva, com forte intenção e deliberação. Vivido com angústia, frequentemente com temáticas difíceis, que se chocam com o conjunto de crenças morais. Compulsão – ação que pode ou não ter relação com a obsessão. Impulso – curto-circuito da vontade, execução direta, que não impede uma elaboração posterior. “Acting out” (mostração) –intencionado a um objeto mas demonstrado a outro “Passagem ao ato” – Sujeito se ausenta da cena e escoa em direção à ação 11 – PENSAMENTO (9a função psíquica): Dimensões do processo de pensar: curso (fluir do pensamento), forma (estrutura do pensamento) e conteúdo. ALTERACOES DO CURSO: 1. Aceleração 2. Lentificação 3. Bloqueio 4. Roubo 5. Inserção: pensamento que não me pertencem, rejeição de um conteúdo pelo sujeito. ALTERACOES DA FORMA: desarrumações 1. Fuga de idéias: pensamento mais organizado. Fazer desvios. Volubilidade associativa, desvios por associação ou assonância. 2. Dissociação (afrouxamento dos nexos associativos, descarrilhamento, desagregação): Os pensamentos passam progressivamente a não seguir uma seqüência lógica e bem- organizada. Os principais conteúdos que preenchem os sintomas psicopatológicos são: • Persecutórios • Depreciativos • Religiosos/Místicos • Sexuais • De poder, riqueza, prestigio ou grandeza • De ruína ou culpa • Conteúdos hipocondríacos Na súmula: dizer algo sobre o curso, a forma e o conteúdo. 12 – JUIZO DE REALIDADE (10a função psíquica): A alteração do juízo de realidade é uma alteração do conteúdo do pensamento. Se o que julgo como realidade é compatível com o que se chama de realidade. Percepção delirante: sintoma inaugural do delírio, muito característico na esquizofrenia. Feito de duas partes: 1. Percebe-se algo 2. Pensa-se algo Idéias prevalentes ou sobrevaloradas (idéias errôneas por superestimação afetiva): mais ou menos uma fantasia, ela não resiste a um encontro com a realidade, pode ser desfeita. Não sobrevive a uma evidência suficientemente forte do seu contrário. Delírio: Juízos patologicamente falsos. Sua base é mórbida, pois é motivado por fatores patológicos. Uma idéia aceita como irrefutável, ela resiste a um confronto com a realidade. Inabalável mesmo diante das mais concretas evidências contrárias. O máximo que as evidências fazem é que o delírio seja retrabalhado. É um trabalho psíquico sobre a experiência do surto. O surto é uma queda de crenças, enquanto o delírio é a tecitura de novas. • Idéia delirante: delírio primário. (Esquizofrenia/Psicoses) • Idéia deliróide: delírio secundário, decorrente de outro sintoma psicopatológico. É explicado por outro acontecimento, orgânico, tóxico, de transtornos de humor, de personalidade ou quadros demenciais. TIPOS DE DELÍRIOS SEGUNDO SEUS CONTEÚDOS: • De perseguição • De referência (tipo de perseguição): diz ser alvo freqüente ou cosntante de referencias depreciativas, caluniosas. • Mecanismo de projeção: inconscientemente, o individuo “projeta” para fora de seu mundo mental, no mundo externo, o conteúdo (deformado) que seria insuportável se fosse percebido como pertencente a seu mundo interno. • De relação: o individuo delirante constrói conexões significativas (delirantes) entre os fatos normalmente percebidos. • De influencia ou controle (também denominado vivencias de influencia): o individuo vivencia intensamente o fato de estar sendo controlado, comandado ou influenciado por forca, pessoa ou entidade externa. Afeta a Consciência de Limite do Eu e de Atividade do Eu. • De grandeza: o individuo acredita ser extremamente especial, dotado de capacidades e poderes. Acredita ter um destino espetacular, • Místico ou religioso: o individuo afirma ser um novo messias um Deus, Jesus, um santo poderoso ou, ate um demônio. Podem-se distinguir delírios místico-religiosos de crenças ou idéias religiosas intensas, sustentadas, às vezes, com considerável fanatismo, por meio dos seguintes elementos: 1. A experiência vinculada à ideação tem as características descritas de um verdadeiro delírio. 2. Há outros sintomas de transtornos psicóticos. 3. O estilo de vida, o comportamento eas relações sociais são consistentes com o transtorno psicótico e não com a experiência de alguém socialmente envolvido com fé religiosa. • De ciúmes e de infidelidade • Erótico (erotomania) • De conteúdo depressivo: congruente com o humor ou incongruente com o humor. • De ruína (niilista): o individuo vive em um mondo repleto de desgracas, está condenado à miséria. • De culpa e de auto-acusação: o individuo se sente culpado por tudo de ruim que acontece no mundo. • De negação de órgãos • Hipocondríaco: o individuo crê com convicção extrema que tem uma doença grave, incurável. • De reivindicação (querelância): afirma ser vitima de terríveis injustiças e discriminações e, em conseqüência disso, envolve-se em intermináveis disputas legais, querelas familiares, processos trabalhistas, etc. • De invenção ou descoberta: o individuo, mesmo completamente leigo na ciência, revela ter descoberto a cura de uma doença grave. • De reforma (salvacionismo): ocorre entre indivíduos que se sentem destinados a salvar, reformar, revolucionar ou redimir o mundo ou a sua sociedade. • Cenestopático: o individuo afirma que existem animais ou objetos dentro de seu corpo. • De infestação (síndrome de EKBOM): o indivíduo acredita que seu corpo está infestado por pequenos organismos. • Fantástico ou mitomaníaco: o individuo descreve historias fantásticas com convicção plena, sem qualquer crítica. Na súmula: estabelecer se é delirante e deliróide e qual é o cunho. Ex: idéia delirante de cunho místico. 13 – PSICOMOTRICIDADE (11a função psiquica): Definição: ato motor/psicomotricidade: componente final do ato volitivo. ALTERAÇOES: 1. Agitação 2. Lentificacao 3. Inibição 4. Estupor: perda total da atividade espontânea. 5. Catalepsia: exagero do tônus muscular. 6. Flexibilidade cerácea: tipo de catalepsia, quando uma parte do corpo do paciente é colocada numa posição, e fica assim, rigidamente, como um boneco de cera moldado por alguém. 7. Cataplexia: perda do tônus. 8. Estereotipias motoras: repetição do ato motor, perda de controle do movimento. 9. Maneirismo: tipo de estereotipia motora, movimento exagerado e bizarro, ritualizado. 10. Tiques 11. Conversão 12. Ecopraxia – repetição de gestos do entrevistador 14 – LINGUAGUEM (12a função psiquica): Afasia: perda linguagem, falada e escrita, por incapacidade de compreender e utilizar os símbolos. A afasia é sempre a perda de habilidade lingüística que foi previamente adquirida no desenvolvimento cognitivo do individuo; tal perda se deve, em regra, a lesão neuronal do SNA. ALTERAÇOES : 1. Logorréia: produção aumentada e acelerada. 2. Loquacidade: Aumento da fluência verbal sem qualquer prejuízo da lógico do discurso. 3. Bradifasia/Bradilalia: o paciente fala muito vagarosamente. 4. Mutismo: ausência de resposta verbal oral por parte do doente. 5. Palilalia: repetição automática e estereotipada pelo paciente da ultima ou das ultimas palavras que ele próprio emitiu em seu discurso. 6.Logoclonia: Repetição automática e involuntária das últimas sílabas que o paciente pronunciou. 7. Ecolalia: repetição das ultimas palavras do entrevistador. 8. Tiques verbais ou fonéticos: produções de fonemas ou palavras de forma recorrente, imprópria e irresistível. 9. Coprolalia: emissão involuntária e repetitiva de palavras obscenas, vulgares ou relativas a excrementos. 10. Verbigeracao: repetição, de forma monótona e sem sentido comunicativo aparente, de palavras, sílabas ou trechos de frases. Falar sozinho de forma audível. 11. Mussitacao: produção repetitiva de uma voz muito baixa, murmurada, sem significado comunicativo. Falar sozinho em baixo volume. 12. Glossolalia: produção de uma fala gutural, pouco compreensível, um verdadeiro conglomerado ininteligível de sons. Línguas inexistentes 13. Neologismo:palavras novas ou que recebem um novo sentido, comum na esquizofrenia. 14. Jargonofasia: salada de palavras comum na esquizofrenia. 15. Inibição: lentificação especialmente pronunciada. 15 – CONSCIÊNCIA DO EU (13a função psiquica): Dimensões: 1. Atividade: o próprio Eu realiza as atividades psíquicas (autonomia). 2. Unidade: o Eu é só um. 3. Limite: divisão entre o Eu e o mundo. 4. Identidade: o Eu é o mesmo através do tempo. Alterações quase específicas da psicose: • Delírio de influencia implica uma alteração na atividade e limite do EU • Publicação do pensamento implica uma alteração no limite do EU • Dupla orientação implica uma alteração na identidade do EU 16 – CONSCIÊNCIA DE MORBIDADE (14a função psiquica): Definição: noção de seu transtorno. O paciente reconhecer que tem um problema e que precisa ser tratado. Na súmula: presente ou ausente. 17 – PLANOS PARA O FUTURO (15a função psiquica): Na súmula: pode estar ausente ou presente (caracterizar no caso de ser macabro, delirante...) Congruentes ou não com o delírio (se houver).
Compartilhar