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Aula 3 mosquitos

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Ordem díptera – mosquitos
Iago Felipe – Medicina XVI
Os mosquitos mais importantes podem ser organizados em quatro famílias. Os gêneros Aedes, Culex e Anopheles são bem parecidos e os demais são mais diferentes, tendo em vista que são de famílias diferentes. Dentro da família Culicinae, nós temos o Aedes e o Culex, os quais são muito parecidos entre si e um pouco mais diferentes do Anopheles, por isso, apesar de serem da mesma família, pertencem a subfamílias diferentes. 
Para a prova: saber quem são os Aedes, quais doenças transmitem, quais as características dos criadouros e como é a distribuição no país. 
Estudos têm mostrado que o Culex, além de transmitir filariose linfática, também transmite Zika.
Os anopheles são responsáveis pela transmissão da malália. 
Os mosquitos-palha, do gênero Lutzomya, são vários. Deve-se atentar para o L. longipalpis, porque há uma diferença da espécie para o tipo de leishmania que ela transmite e o L. longipalpis é o que transmite a leishmania infantum, a qual é a leishmania mais urbanizada justamente porque o L. longipalpis é o mais urbanizado.
Falaremos um pouco de outros dois mosquitos dos gêneros Simulium e Culicoides, ambos são transmissores de doenças, porém não transmitem no país inteiro, nem na nossa região. São doenças que são transmitidas na região Norte. Então, sabemos que eles podem transmitir doenças, mas que não estão funcionando no país inteiro como transmissores de doenças. Existem no país inteiro e vão incomodar muito mais pela picada.
Diferença entre mosquitos e moscas
Moscas têm antenas curtas, já mosquito têm antenas com seis ou mais artículos (vários segmentozinhos). Moscas: macho e fêmea tem os olhos próximos ou separados (não entendi direito). Moscas: não há muita diferença entre machos e fêmeas. Mosquitos: diferenças importantes entre machos e fêmeas e geralmente são as fêmeas que são vetores, pois elas se alimentam também de sangue e o macho identifica a presença da fêmea. O macho possui antenas mais decoras e que são plumosas, já as antenas das fêmeas são mais simples e são pilosas. Os mosquitos têm o corpo todo coberto por escamas, então além do exoesqueleto, eles têm essas escamas que vão ajudar a dar colorações diferentes. O aedes é escuro com listras brancas e o culex tem uma cor mais clara, essa diferença é resultante das escamas que eles têm. Os mosquitos também são chamados de pernilongos, principalmente no sul e sudeste. As larvas têm cabeça visível, diferente da larva da mosca. As pupas são móveis, diferente da mosca. Mosquitos: fêmeas hematófagas. Mosquitos: importantes porque estão envolvidos em diversas doenças. 
Borrachudos ou piuns: transmissor de doenças na região Norte. É comum no país inteiro. Na nossa região, ele costuma estar presente onde tem rio. Estamos estudando dípteros (ovo, larva, pupa e adulto). As larvas desse mosquito ficam grudadas em pedras. Criadouros são rios, onde tem água corrente. Então, beira de rio tem bastante esses bichinhos. A picada dói. O aparelho bucal é curto, mas vai fazer hematofagia (não entendi), a picada além de doer vai possui uma saliva que costuma ser muito antigênica. O problema é que ele tem uma mania de atacar em bandos. Pessoas podem ser atacadas por bandos, sofrendo várias picadas doloridas e tem também a questão da alergia. Não li nada ainda sobre mortes ocasionadas por esse mosquito no Brasil. Mas existe uma questão econômica importante: muitas pousadas e locais de ecoturismo vão a falência, porque a picada incomoda a um ponto de as pessoas não conseguirem conviver. 
Maruins: pequenininho, asinha decorada. Mesmo problema: picadas em bando. Pessoa picada várias vezes por um mesmo mosquito, se incomoda com a dor e pela picada ser antigênica. Reação ao mosquito tem muito a ver com a resposta a saliva. Repelente ajuda a previr. Roupas também podem ajudar. Mas, dependendo do tipo de roupa, eles podem picar. O aedes, por exemplo, consegue picar se a roupa for muito colada. Indicação: tecido mais grossos. Tende a picar da cintura para baixo. Criadouro: imagem mostra bananeiras, indicando que ele vai se procriar onde tem frutas, em um solo com muita matéria orgânica, por isso acaba sendo mais comum do que os borrachudos. Vão incomodar também por causa da picada e na região norte podem transmitir doenças.
Morfologia 
Entrando na família mais importante: família culicidae – aedes, culex e anopheles. A fêmea do aedes coloca os ovos individualemente e vai tentando colar esses ovos em um substrato que fique acima da água. A fêmea do culex coloca um ovo seguido do outro, colando um ao outro, formando uma verdadeira jangadinha e esse ovo fica em cima da água. A fêmea do anopheles também vai colocar esses ovos individualmente e em cima da água, o ovo tem uma espécie de “asinha” que o faz flutuar. Então, para os três nós temos a dependência da água, só que o aedes é o único que não coloca o ovo diretamente nela, colocando-o em um substrato, garantindo que esse ovo permaneça no ambiente sem eclodir e aguarde até mais de 400 dias para ficar submerso na água, ocorrendo a liberação das larvas.
Comparando as larvas. É possível notar a diferença pelas formas como elas respiram. Aedes e culex possuem um espiráculo na porção terminal, sempre sobem para superfície para respirar e depois voltam lá para baixo. O anopheles tem vários espiráculos que se localizam na região abdominal, fazendo com que durante a respiração eles fiquem na posição horizontal. O espiráculo do culex é mais longo e mais fino, tanto é que ele respira e rapidamente já desce.
As pupas têm pequenos detalhes.
Diferença entre os adultos: posição de pouso. Quando o anopheles (mosquito prego) está se alimentando, ele sobe essas patas, possibilitando fazer uma linha reta seguindo cabeça, tórax e abdome. Aquela história do prego torto. Quando o aedes e o culex se alimentam, não há essa tendência de subir o abdome. 
Asas e palpos. As asas dos três são transparentes. A mudança de cor é no corpo. Uma característica evidente do anopheles são as decorações nas asas, escamas coloridas mas não continuas.
Principais espécies 
Todos os culex são muriçocas, mas o mais comum é o culex quinquefasciatus. É o principal que nos pica durante a noite, então já é um perturbador. Mas, se não transmitisse doenças, não teria essa importância que ele tem. A mais comum seria filariose linfática, mas já estudamos que não houve uma adaptação tão boa do mosquito ao parasito, isso não foi muito importante porque a muriçoca costumava picar muito o homem, então o parasito teve sucesso. Mas a partir do momento em que você começou a interferir no ciclo do parasito, essa falta de adaptação ao mosquito fez com que pudéssemos falar em erradicação da filariose linfática sem perspectiva de erradicar a muriçoca. O ciclo de desenvolvimento da W. bancrofti é muito longo, quase o tempo de vida da muriçoca, fazendo com que muitas vezes ela não conseguisse transmiti-lo. O parasito não se multiplica no vetor, então o tanto que ele ingerir vai ser o tanto que ele poderá transmitir, ele não fica uma vez infectado para sempre infectado. O parasito lesiona a muriçoca no momento da transmissão. Na região norte, o culex está transmitindo o vírus Oropouche. Esse vírus pode ser transmitido também pelo aedes. 
A muriçoca também pode transmitir o parasito Dirofilaria immitis, o qual é comum no cão, mas o homem poderia ser acometido, geralmente é assintomático, mas quando o parasito morre, ele é levado para o pulmão e lá faz um granuloma e muitas vezes é diagnosticado nesse momento, enquanto está dentro do coração é assintomático (isso é em relação ao homem ou ao cão?). Mais importante de tudo: as muriçocas podem transmitir Encefalite de Saint Louis, Encefalite Equina do Leste, Encefalite Equina do Oeste, Encefalite Equina Venezuelana e a Febre do Nilo Ocidental. Febre do Nilo ocidental: doença viral, causa encefalite, não temos casos no Brasil. Não devemos subestimar a importância da muriçoca. Tem potencial para transmitir,mas para transmissão tem que ter a tríade: homem, mosquito e agente etiológico. Hoje, acreditamos que o culex atua na transmissão do Zika vírus a nível de Brasil e isoladamente atua transmitindo essas outras enfermidades em um canto e outro. Apenas as fêmeas picam, são altamente antropofílicas (preferência pelo homem e não pelo animal). Cor de palha. Escamas mais claras no abdome. Falou em listras brancas: aedes.
Ciclo biológico – ovo, larva, pupa e adulto. Há dificuldade em controlar o adulto, deve-se controlar as formas aquáticas e, no caso da muriçoca, as formas aquáticas são encontradas predominantemente em água com muita matéria orgânica, por exemplo, a água da lagoa em frente a faculdade, águas de esgoto. Onde tem aquela água com odor forte é criadouro de muriçoca. Se não tiver água suja, ela procria em água limpa, mas ela procria melhor onde tem água com esgoto. Infelizmente, quando você diz “Mossoró é uma cidade que tem muita muriçoca”, indiretamente você diz que é uma cidade que não tem saneamento e que tem muito esgoto a céu aberto. 
Anopheles. Mosquito prego. Malária. No Pará, houve uma época em que transmitia também a filariose linfática. Há vários tipos de anopheles, mas destacaremos a espécie Anopheles darlingi, que é encontrada em todos os estados brasileiros (relembrar o conceito passado: “a malária é da Amazônia legal, mas o mosquito existe no Brasil inteiro). Em Mossoró, não é fácil capturá-lo porque ele não gosta muito de regiões quentes, nem altas, então outras espécies vão ocupar esse espaço. Reprodução sexuada dentro do mosquito com produção de esporozoítos. Quando você compara essa produção de esporozoítos, a do A. darlingi é o dobro dos outros anopheles. Logo, A. darlingi se destaca por ser encontrada em todo país e ser aquela espécie na qual o Plasmodium sp. melhor se adaptou. Quando falar em anopheles, associar a malária, e associar a Anopheles darlingi como sendo a principal espécie. O A. darlingi evita áreas secas, então no caso do Rio Grande do Norte estaria mais localizado pelo litoral. Femeas são muito antropofilicas, encontradas tanto dentro quanto fora de casa. Os Anopheles têm hábitos crepusculares, picam no começo do dia e ao final do dia. Esse inseto se procria no ambiente natural, por isso a dificuldade de controle. Gostam de se procriar em grandes coleções de águas limpas e ensolaradas ou parcialmente sombreadas. Épocas de chuva: criadouros temporários, por exemplo lagoas artificiais. 
A. aquasalis. Encontrado em regiões costeiras, onde é comum você ter esses reservatórios naturais de água, “um rio com um pouco de sal”. São insetos de água doce, mas que suportam uma certa salinidade. Comum em regiões costeiras, consequentemente, onde existe mais gente, então acaba sendo importante por causa disso.
A. albitarsis. É a espécie mais adaptada a regiões mais quentes, ou seja, RN, PB, PE, aqui no Nordeste. Onde o A. darlingi não consegue viver, você encontra o A. albitarsis. 
Anopheles cruzii e Anopheles bellator: regiões mais frias, por exemplo RS.
Relembrando: anopheles – criadouros naturais, como coleções de água naturais, rios ou lugares que vão acumular água por um tempo. Hábitos crepusculares. Associar a malária. Principal espécie é o A. darlingi. Morfologia: asas sem escamas escuras uniformes, vão formar como se fossem grupos. 
Família psychodidae. Subfamília Phlebotominae, gênero Lutzomya. Mosquito-palha. Pica e você nem sente. É muito pequenininho. Chega até metade do tamanho de uma muriçoca. Cor de palha. Até um tempo desses, ele era silvestre. As pessoas têm dificuldade de identifica-lo. Voo não é uniforme, é um voo saltado. Costuma estar com as asinhas abertas, por isso chamado de “orelha de veado”. Corpo cheio de pelinhos. Lembra a mosquinha do banheiro. Tirando o maruim, todos os mosquitos retratados se reproduziam na água. O phleotominae se procria no solo. Formas jovens são difíceis de serem encontradas. Devemos orientar as pessoas a não acumularem lixo e matéria orgânica, recolher folhas e frutos, aparar copas de árvores para que o sol incida mais sobre o solo. É um controle bem geral. Tem várias leshimanias, tem vários lutzomyas. O mais importante é o L. longipalpans, porque transmite a leishamnia infantum chagasi e é o mais urbanizado. Se ele se urbanizou, as outras espécies podem se urbanizar também, então nos próximos anos teremos muitos problemas com esse inseto. estamos despreparados para essa onda de leishmaniose que ele trará. 
Proteção e controle. 
Sobre inseticidas: este ano houve uma polêmica muito grande sobre a liberação de inseticidas por pequenos aviões. Isso foi muito feito na década de 60 para controlar a malária. 
Fumacê: o inseticida é colocado em uma máquina para vaporizar e é misturado com algum tipo de óleo. O inseticida sai na forma de vapor misturado com óleo, gruda-se em um local e espera-se que ele tenha algum poder residual. É um método muito questionável. A população adora, porque ele passa para pegar o aedes e deixa um resíduo que mata as muriçocas. 
Deve-se optar por inseticidas mais específicos.
Organofosforados e carbamatos: agem em acetilcolina, agindo na acetilcolinesterase ou ligando-se aos receptores da acetilcolinesterase. Têm poder residual. Organosfosforados: ligação irreversível.
Pietroides: atualmente, muito usado nos fumacês. Interfere no gaba, na repolarização da membrana.
Ano passado, os casos de zyka começaram pela Bahia. Acontecia no Nordeste duas campanhas: a de produção de insetos inférteis e a de aplicação de diflubenzuron. Esses dois métodos estavam sendo usados nas áreas em que começaram a surgir os casos de microcefalia e zyka. Esses casos predominaram muito na região nordeste, então muitos pesquisadores saíram soando os alarmes. As empresas e o ministério da saúde tentaram calar essas pessoas.
Insetos modificados geneticamente: macho esterilizado com radiação, liberado na natureza, competindo com o macho fértil pela fêmea. Muitos machos inférteis liberados. O macho esterilizado foi modificado para ter um tamanho maior, chamando a atenção da fêmea. Entretanto, segundo um pesquisador, 5% dos machos geneticamente modificados liberados são fêmeas. O aedes pode transmitir 35 agente etiológicos, mas não se sabe o poder de uma fêmea geneticamente modificada. 
Homens são mais atrativos para os insetos do que as mulheres, por causa do suor dos homens e dos produtos usados pelas mulheres.
A ingestão de álcool também trai insetos. 
 
Fiocruz – bactéria volbaquia infecta o aedes, reduzindo seu tempo de vida. 
Controle biológico: peixes e insetos. O ministério da saúde produziu a bactéria BPI, a qual tinha quatro mecanismos de ação contra o aedes. Houve resistência.
Investir em saneamento. Falta água em Mossoró, fazendo com que as pessoas acumulem água.

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