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CONTRATOS- PARTE GERAL Roteiro n°2 Professora: Laura Dutra de Abreu 5° Período Direito 1- FATO, ATO E NEGÓCIO JURÍDICO: 1.1- FATO JURÍDICO EM SENTIDO AMPLO: Segundo Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona, todo acontecimento natural ou humano, que determine a ocorrência de efeitos constitutivos, modificativos ou extintivos de direitos e obrigações, na órbita do direito, denomina-se fato jurídico. Para Venosa, são fatos jurídicos todos os acontecimentos que, de forma direta ou indireta, ocasionam efeito jurídico. Nesse contexto, admitimos a existência de fatos jurídicos em geral, em sentido amplo, que compreendem tanto os fatos naturais, sem interferência do homem, como os fatos humanos, relacionados com a vontade humana. Assim, são fatos jurídicos a chuva, o vento, o terremoto, a morte, bem como o usucapião, a construção de um imóvel, a pintura de uma tela. Tanto uns como outros apresentam, com maior ou menor profundidade, conseqüências jurídicas. Assim, a chuva, o vento, o terremoto, os chamados fatos naturais, podem receber a conceituação de fatos jurídicos se apresentarem conseqüências jurídicas, como a perda da propriedade, por sua destruição, por exemplo. Assim também ocorre com os fatos relacionados com o homem, mas independentes de sua vontade, como o nascimento, a morte, o decurso do tempo, os acidentes ocorridos em razão do trabalho. De todos esses fatos decorrem importantíssimas conseqüências jurídicas. O nascimento com vida, por exemplo, fixa o início da personalidade entre nós. Por aí se pode antecipar a importância da correta classificação dos fatos jurídicos. A matéria era lacunosa mormente em nossa lei civil de 1916. Em razão disso, cada autor procura sua própria classificação, não havendo, em conseqüência, unidade de denominação. Partamos do seguinte esquema: Assim, são considerados fatos jurídicos todos os acontecimentos que podem ocasionar efeitos jurídicos, todos os atos suscetíveis de produzir aquisição, modificação ou extinção de direitos. Os acontecimentos naturais (fatos jurídicos em sentido estrito) e as ações humanas sejam elas lícitas ou ilícitas (ato jurídico em sentido amplo e ato ilícito, respectivamente), bem como aqueles fatos em que, embora haja atuação humana, esta é desprovida de manifestação de vontade, mas mesmo assim produz efeitos jurídicos ( ato-fato jurídico), TODOS FAZEM PARTE DO FATO JURÍDICO EM SENTIDO AMPLO. Portanto, mesmo havendo inúmeras divergências e controvérsias quanto á essa classificação, podemos assim ilustrar o que seria FATO, ATO E NEGÓCIO JURÍDICO Fato Jurídico em sentido estrito= acontecimentos naturais Ato- Fato Jurídico FATO JURÍDICO Ação Humana *Lícita (ato jurídico em 1-Ato Jurídico em sentido estrito- Sentido amplo não negocial 2-Negócio Jurídico *Ilícita---------Ato Ilícito < Vide artigo 185 do NCC 1.2- FATO JURÍDICO EM SENTIDO ESTRITO Conforme apontamos anteriormente, seria todo acontecimento natural, que acabe gerando efeitos na esfera jurídica. Por sua vez, esses fatos jurídicos em sentido estrito subdividem-se em ordinários e extraordinários a- Ordinários: São fatos da natureza de ocorrência comum, costumeira, cotidiana: o nascimento, a morte, o decurso do tempo. b- Extraordinário: São fatos que o próprio nome já o adjetiva, ou seja, são fatos inesperados, imprevisíveis: um terremoto, uma enchente, o caso fortuito, a força maior. 1.3- ATO-FATO JURÍDICO Muitos Manuais, Livros de Teoria do Direito, acabam por ignorar tal categoria. Contudo não há mais como furtar-se à ela, mesmo porque nos pautamos na obra do grandioso Pontes de Miranda. No ato-fato jurídico, o ato humano é realmente da substância desse fato jurídico, no entanto, não importa para a norma se houve, ou não, a intenção de praticá-lo. PORTANTO, A VONTADE HUMANA NESSE CASO, É IRRELEVANTE!!! No entanto, efeitos jurídicos advém desse fato. Ex: Compra e venda feita por um absolutamente incapaz. Em alguns momentos torna-se bastante difícil diferenciar o ato-fato jurídico do ato jurídico em sentido estrito. Isso porque neste último, a despeito de atuar a vontade humana, os efeitos jurídicos produzidos pelo ato encontram-se previamente determinados pela lei, não havendo espaço para a autonomia da vontade. 1.4- ATO JURÍDICO EM SENTIDO ESTRITO Existe uma ação humana lícita que, por não gozar da mesma importância atribuída ao negócio jurídico, carece de adequado tratamento legal e desenvolvimento teórico. Muitos juristas o denominavam Escol, como por exemplo, Orlando Gomes, Caio Mário, Silvio Rodrigues...e se constituí como simples manifestação de vontade, SEM CONTEÚDO NEGOCIAL, que determina a produção de efeitos legalmente previstos. Ex: Fixação do domício civil, reconhecimento de filiação não resultante de casamento, no perdão da dívida, na quitação da dívida.... Note-se que o elemento caracterizador dessa categoria reside na circunstância de que o agente não goza de ampla liberdade de escolha, na determinação dos efeitos resultantes de seu comportamento, como se dá no negócio jurídico. Diferencia-se também do negócio jurídico quanto ao plano de eficácia. Nos atos jurídicos strictu sensu, não há que se falar em condição, termo ou encargo, uma vez que não há conjunção de vontades, nem possibilidade de escolha ou limitação dos efeitos legalmente previstos. 1.5- NEGÓCIO JURÍDICO Tem origem na doutrina alemã e foi assimilado pela Itália e posteriormente por outros países. Fundamentalmente, consiste na manifestação de vontade que procura produzir determinado efeito jurídico, embora haja profundas divergências em sua conceituação na doutrina. Trata-se de uma declaração de vontade que não apenas constitui um ato livre, mas pela qual o declarante procura uma relação jurídica entre as várias possibilidades que oferece o universo jurídico. Para Antônio Junqueira de Azevedo, costuma-se definir o negócio jurídico como sendo todo o fato jurídico consistente em declaraçào de vontade, a que o ordenamento jurídico atribuí os efeitos designados como queridos, respeitados os pressupostos de existência, validade e eficácia, impostos pela norma jurídica que sobre ele incide. Para Stolze e Pamplona, suscintamente seria a declarção de vontade, emitida em obediência aos seus presupostos de existência, validade e eficácia, com o propósito de produzir efeitos admitidos pelo ordenamento jurídico pretendido pelo agente.
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