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Os tr�s tipos de domina��o Weberiana e sua presen�a no fen�meno (2)

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Relação entre “Lulismo” e as Teorias de Dominação de Max Weber
Laurimar dos Passos Glória
Curso: História Professora: Giulle
 Disciplina: 146- Int. Ciências Sociais
Universidade Federal de Ouro Preto
laurimarggloria@yahoo.com.br
Palavras-chave
Max Weber; Lula; Dominação carismática; tradicional; legal: legitimidade: liderança.
Resumo
O presente trabalho tem por finalidade relacionar o fenômeno “Lulismo” com a teoria Weberiana sobre seus três tipos de Dominação. Racional Legal, Tradicional e Carismática. Lula em sua trajetória sempre lutou pelos menos favorecidos, foi um guerreiro à frente das greves lideradas pelos sindicatos, teve sua liberdade cerceada em nome do bem do povo, manteve e unificou, bem como criou políticas sociais para o povo buscando uma ascensão das classes menos favorecidas, rendendo a ele o título de “Pai dos Pobres”
 
Introdução
 Luiz Inácio Lula da Silva, oriundo de uma família simples e humilde, teve sua primeira experiência profissional ainda aos 12 anos de idade, quando ainda criança. Anos mais tarde tornou-se metalúrgico, e com o advento da crise após o Golpe Militar de 1964, Lula mudou várias vezes de emprego até ingressar nas Indústrias Villares, onde começou a ter contato com o movimento sindical. Em 1969 teve participação na Diretoria do Sindicato passando por vários cargos até ser eleito presidente sindical em 1975 com 92 por cento dos votos, dando uma nova direção ao Movimento Sindical Brasileiro. No dia dez de Fevereiro de 1980, Lula fundou o PT (Partido dos Trabalhadores), juntamente à outros sindicalistas. Neste mesmo ano ocorreu outra Greve dos Metalúrgicos o que provocou a intervenção do Governo Federal, levando Lula e outros dirigentes sindicais para a prisão. Em 1983 participa da criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT); e posteriormente participou efetivamente como principal liderança em 1984 nas Campanha “diretas já”. Em 1986 foi eleito Deputado Federal de São Paulo, sendo o candidato mais votado para a Câmara Federal do País. Foi candidato a Presidente da república pela primeira vez em 1989 sendo derrotado pelo candidato Fernando Collor de Melo, voltou a se candidatar nos anos de 1994, 1998. Saiu vencedor em 2002 onde concorreu à Presidência da República pela quarta vez em 27 de Outubro de 2002 com aproximadamente 53 milhões de votos, se tornando o segundo presidente mais votado em todo o mundo, derrotando assim o então Ministro José Serra. Foi reeleito em 2006. Adotou várias políticas sociais ficando conhecido como “Pai dos Pobres”. Passemos pois a analisar tal fenômeno importante no cenário político mundial sob a ótica Weberiana sobre o conceito dos três tipos de Dominação. 
Referencial teórico
Weber, no terceiro capítulo da obra: Economia e Sociedade, explicita de forma clara os três tipos de dominação que um líder pode exercer sobre o seu grupo. Esta obediência pode estar diretamente relacionada por vários fatores e interesses por parte daquele que obedece. Mas pode também dispender de mero “costume” hábito, podendo fundar-se também no puro afeto, mera inclinação pessoal ao súdito, herói. Nessas relações entre dominantes e dominados, a dominação costuma se apoiar em uma base jurídica, onde se funda sua legitimidade, que em sua forma mais pura são somente três onde cada uma das quais se acha entrelaçadas. A Dominação Legal é feita de um modo Burocrático tendo como ideia básica que todo sujeito pode ser modificado mediante a um estatuto sancionado, coerção. A associação dominante é eleita ou nomeada conforme competência e sua base de funcionamento técnico é a disciplina de serviço, através de quadro administrativo. Sobre isso Weber diz:
O tipo mais puro de Dominação Legal é aquele que se exerce por meio de um quadro administrativo burocrático. Somente o dirigente da associação possui sua posição de senhor, em virtude de apropriação ou eleição ou de designação da sucessão. Mas suas competências senhoriais são também competências legais. O conjunto do quadro administrativo se compõe no tipo mais puro, de funcionários individuais. (WEBER, 1999, p. 144)
Na Dominação Tradicional, acontece quando se tem crença na santidade das ordenações e dos poderes senhoriais, seu tipo mais puro é a patriarcal, é eleita de forma comunitária, quem ordena é o senhor quem obedece seus súditos. Seu quadro administrativo é formado por servidores, servos, e é impossível criar novos direitos diante das normas e da tradição. Weber sobre isso afirma:
Os “companheiros” tornam-se “súditos”, o direito do senhor, interpretado até então como direito preeminente dos associados, converte-se em seu direito próprio, apropriado por ele da mesma forma (em princípio) que um objeto possuído por natureza qualquer, valorizável (por venda, penhora ou partilha entre herdeiros), em princípio, como outra oportunidade econômica qualquer. (WEBER 1999, p. 151)
A dominação tradicional costuma atuar como forma de gestão econômica, em primeiro lugar e de modo muito geral, mediante a um certo fortalecimento das ideias tradicionais. Da maneira mais forte atuam, neste sentido, a administração gerontocrática e a puramente patriarcal, que, por não se apoiarem em um quadro administrativo particular do senhor, que se encontra em oposição aos demais membros da associação, dependem para manter a própria legitimidade, em grau extremo, da observação da tradição, em todos os seus aspectos. (WEBER, 1999, p. 156)
E finalmente, a Dominação Carismática, onde à devoção afetiva do senhor irá ditar este tipo de dominação tendo como tipo mais puro, profeta, herói, grandes demagogos, dentre outros, que são eleitos de forma comunitária onde seus subordinados são denominados apóstolos ou discípulos. Esse tipo de dominação baseia-se na crença no profeta ou no reconhecimento. Sobre isso Weber fala:
Denominamos “carisma” uma qualidade pessoal considerada extra cotidiana (na origem, magicamente condicionada, no caso tanto dos profetas quanto dos sábios, curandeiros ou jurídicos, chefes de caçadores e heróis de guerra) e em virtude da qual se atribuem a uma pessoa poderes ou qualidades sobrenaturais sobre-humanos ou pelo menos extra cotidianos específicos ou então se a toma como enviada por Deus, como exemplar e portanto, como “líder”. O modo objetivamente “correto” como essa qualidade teria de ser validada, a partir de algum ponto de vista ético, estético ou outro qualquer, não tem importância alguma pra nosso conceito: o que importa é como de fato ela é avaliada pelos carismamente dominados -os adeptos. (WEBER 1999, p. 158;159)
Conclusão
Podemos concluir que de acordo com a Teoria Weberiana sobe os três tipos de Dominação legítima o Fenômeno “Lulismo” se encaixa perfeitamente nos três. Na Dominação racional Legal; Lula em 1980 fundou o PT, (Partido dos Trabalhadores), criou várias alianças, foi eleito em 1986 como Deputado Federal em São Paulo como Deputado mais votado em todo o país para Câmara Federal em São Paulo. Candidatou-se à Presidência da República nos anos de 1989, 1994, 1998. Sendo eleito em 2002 de forma Burocrática com aproximadamente 53 milhões de votos, sendo reeleito em 2006. Na Dominação Tradicional, podemos observar a grande aceitação das camadas menos favorecidas da sociedade, estando relacionada à sua origem simples e humilde e de sua vontade de “Romper” com a tradição e trazer um pouco de equidade econômica para o povo. Participou em 1983 da criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), ganhando assim a confiança de mais adeptos ao movimento e tendo origem ao “Fenômeno Lulismo”. Em 2004 criou o Bolsa Família que unificou outros programas de transferência de renda já existente, beneficiando famílias em situação de pobreza. Lula em sua trajetória sempre lutou pelos menos favorecidos, foi um guerreiro à frente das greves lideradas pelos sindicatos, teve sua liberdade cerceada em nome do bem do povo, manteve e unificou, bem como criou políticas sociais para o povo buscando uma ascensão das classes menos favorecidas,rendendo a ele o título de “Pai dos Pobres”. Por fim a Dominação Carismática onde Lula vira Mito, fenômeno que não pode ser compreendido nem explicado. Sendo sétimo filho de uma família humilde de oito filhos, iniciando sua vida profissional aos 12 anos de idade, vivendo todo tipo de desigualdade, que é sentida pela grande maioria do povo brasileiro. É eleito presidente sindical, eleito Deputado Federal, “rompe com a tradição” e após inúmeras tentativas se mantém firme e se sagra Presidente da República em 2002 possuindo apenas o Ensino Médio Técnico, desbancando então o Ministro da Saúde, o então candidato José Serra, com quase 53 milhões de votos se tornando o segundo presidente mais votado no mundo e entrando para história, tornou-se um semideus, sendo reeleito em 2006. O poder, carisma que exercia sobre as pessoas era tão grande que posteriormente lançou sua candidata, a então ministra Dilma Rousseff, para presidente da república, onde a mesma assumiu o cargo em 2011. O povo entendeu que um homem que nasceu e viveu como eles sofrendo todo tipo de desigualdade seria como um cristo, um salvador, assim relacionando o mesmo a Jesus Cristo, que veio ao mundo em forma de homem, sofreu perseguições e mesmo assim morreu na cruz para nos salvar. Deu-se muito crédito ao Luiz Inácio Lula da Silva. 
Referências bibliográficas
WEBER, Max. Economia e Sociedade: Fundamentos da sociologia compreensiva. 4ª ed. Brasília-DF: Editora da UnB. 2009. V. I
Disponível: www.ebiografia.com/luiz_inacio_lula_silva/

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