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Engenharia de reservatórios de petróleo I AULA 16: FLUXO DE GASES EM MEIOS POROSOS - 2ª PARTE ENGENHARIA DE RESERVATÓRIOS DE PETRÓLEO I Aula 16: Fluxo de gases em meios porosos - 2ª parte Engenharia de reservatórios de petróleo I AULA 16: FLUXO DE GASES EM MEIOS POROSOS - 2ª PARTE Apresentação do conteúdo da aula 1. Fluxo de Gases no meio poroso; • Equações fundamentais; • Difusividade hidráulica - Gás Real; o Fluxo linear; o Fluxo Radial; • Fluxo Turbulento e efeito de película; • Poços horizontais. Engenharia de reservatórios de petróleo I AULA 16: FLUXO DE GASES EM MEIOS POROSOS - 2ª PARTE Difusividade hidráulica Fluxo de gás real • Como os efeitos gravitacionais sobre o fluxo são desprezíveis, o potencial de gás real pode ser expresso não em termos da pressão e sim da relação p/𝛾 pressão/peso específico do fluido; • A viscosidade do gás é altamente influenciada pela pressão, daí sua forte dependência e a dificuldade de linearizar a expressão de difusividade; • Dois métodos foram apresentados em 1966: Russell e Goodrich; A-Hussainy et al. O segundo sendo mais aceito.; • Equações de fluxo são expressas nas condições de superfície; • No segundo método apontado (A- Hussainy), a equação básica de fluxo tem a seguinte expressão conhecida como pseudopressão do gás real: m(p₂)-m(p₁) = 2 𝑝𝑑𝑝 𝜇𝑍 𝑝 𝑝𝑏 Engenharia de reservatórios de petróleo I AULA 16: FLUXO DE GASES EM MEIOS POROSOS - 2ª PARTE Difusividade hidráulica Fluxo de gás real • As equações do escoamento em função da pseudopressão do gás conduzem a equação da difusividade hidráulica para o fluxo tridimensional e o fluxo radial horizontal, respetivamente: 𝜕²𝑚 𝜌 𝜕𝑥² + 𝜕²𝑚 𝜌 𝜕𝑦² + 𝜕²𝑚 𝜌 𝜕z² = ϕ𝜇𝑐𝑔 𝑘 𝜕𝑚 𝜌 𝜕𝑡 1 r 𝜕 𝜕r [r 𝜕𝑚(𝑝) 𝜕𝑟 ] = ϕ𝜇𝑐𝑔 𝑘 𝜕𝑚(𝑝) 𝜕𝑡 • Essas equações não são lineares, visto que a compressibilidade e a viscosidade do gás dependem da pressão; porém, a primeira é função descrente e a segunda crescente, que reduz a dependência do produto 𝜇𝑐g em relação à pressão. Nas altas pressões, esse produto é praticamente constante; • A pressão sendo muito alta, o gás se comporta como se fosse líquido, daí se usarem as equações para fluxo líquidos estudadas na aula XI; • As equações obtidas para o fluxo de gás real são de utilidade nos testes de poço de gás. Vide Dake op. cit. em “saiba mais”. Engenharia de reservatórios de petróleo I AULA 16: FLUXO DE GASES EM MEIOS POROSOS - 2ª PARTE Soluções da equação de difusividade Gás Real /Fluxo Linear/Regime Permanente A equação de difusividade para fluxo linear de um gás real: 𝜕²m(𝑝) 𝜕𝑥² = 𝛷𝑢𝑐𝑔 𝑘 𝜕𝑚(𝑝) 𝜕𝑡 • No regime permanente: 𝜕𝑚(𝑝) 𝜕𝑡 = 0 m(p) = m(pw) + [m(pₑ) - m(pw)] 𝑥 𝐿 • A vazão na face x=0 é: qw= 𝑘𝐴 𝜇𝑤 ( 𝜕𝑝 𝜕𝑥 ) e nas condições padrão qₒ= 𝑘𝐴 𝐿 𝑇ₒ 𝑝ₒ𝑇 𝑚 𝑝ₑ − 𝑚(𝑝𝑤) 2 Engenharia de reservatórios de petróleo I AULA 16: FLUXO DE GASES EM MEIOS POROSOS - 2ª PARTE Gás Real/Fluxo Linear/Regime Pseudopermanente • A equação de fluxo linear em regime pseudopermanente: mp) = m(pw) + 𝐿 𝑘𝐴 2𝑇ₒpₒqₒ 𝑇ₒ [( 𝑥 𝐿 ) - 1 2 𝑥² 𝐿² ] • A equação de vazão : qₒ= 𝑘𝐴 𝐿 𝑇ₒ 𝑇 𝑚 𝑝ₑ −𝑚(𝑝𝑤) 𝑝ₒ Soluções da equação de difusividade Engenharia de reservatórios de petróleo I AULA 16: FLUXO DE GASES EM MEIOS POROSOS - 2ª PARTE Gás Real/Fluxo Radial/regime permanente As equações de fluxo radial, segundo A J Rosa op. cit., “são as mais utilizadas na prática da engenharia de reservatórios.” • A equação de fluxo radial em regime permanente está expressa em: m(p) = m(p w) + 1 2𝜋𝑘ℎ 2𝑞ₒ𝑝ₒ𝑇 𝑇ₒ ln (r/rw) • A equação que explica o valor da vazão: qₒ = 2𝜋𝑘ℎ 𝑇ₒ 𝑝ₒ𝑇 𝑚 𝑝 −𝑚(𝑝𝑤) 2 ,(ln 𝑟ₑ/𝑟𝑤)−1/2- Soluções da equação de difusividade Engenharia de reservatórios de petróleo I AULA 16: FLUXO DE GASES EM MEIOS POROSOS - 2ª PARTE Gás Real/Fluxo Radial/regime pseudopermanente • A equação para o cálculo da função m(p) no poço em regime pseudopermanente e para várias geometrias de reservatório, usando o conceito de forma de Dietz, 1965 (aula XIII slide 16), é: m(p) –m(pw) = 1 2𝜋𝑘ℎ 2𝑞ₒpₒT 𝑇ₒ [½ln( 4𝐴 𝛾𝐶𝐴𝑟²𝑤 )] • O valor da vazão de produção em condições padrão: qₒ= 2𝜋𝑘ℎ 𝑇ₒ 𝑝𝑇 𝑚 𝑝 −𝑚(𝑝𝑤) ,ln 4𝐴 𝛾𝐶𝐴𝑟²𝑤 - Acompanhar o problema resolvido no exemplo 4.2, página 297 da op. cit. A J Rosa em “saiba mais”. Soluções da equação de difusividade Engenharia de reservatórios de petróleo I AULA 16: FLUXO DE GASES EM MEIOS POROSOS - 2ª PARTE Fluxo turbulento e efeito de película Fluxo turbulento Nas imediações do poço, normalmente, as vazões são altas e a velocidade do fluxo é máxima. Além da força viscosa, existe outra componente devido aos efeitos inerciais e de turbulência. • A equação que expressa esses efeitos é denominada de equação de Forchheinnmer. Em coordenadas cartesianas, essa equação é a seguinte: - 𝜕𝑝 𝜕𝑠 = 𝜇 𝑘𝑠 vs − 𝛽𝜌𝑣² Onde s é trajetória do fluxo; vs é velocidade aparente de fluxo na direção s; 𝜌 é peso específico e 𝛽 é coeficiente de resistência inercial • A equação de Forchheimer para fluxo radial, isto é, em coordenadas cilíndricas, tem a expressão: - 𝜕𝑝 𝜕𝑟 = 𝜇 𝑘𝑠 v - 𝛽𝜌𝑣² ; sendo v a velocidade do fluxo na direção radial. O terno 𝛽𝜌𝑣² é desprezível em velocidades baixas nos líquidos, porém, nos gases, pela baixa viscosidade, suas velocidades são superiores às dos líquidos. Engenharia de reservatórios de petróleo I AULA 16: FLUXO DE GASES EM MEIOS POROSOS - 2ª PARTE Fluxo turbulento e efeito de película Fluxo Turbulento em Fluxo Linear Permanente Sendo v = - q/A; pela lei dos gases, q= 𝑝ₒ𝑍𝑇𝑞ₒ 𝑇ₒ𝑝 ; assim v = 𝑝ₒ𝑍𝑇𝑞ₒ 𝐴𝑇ₒ𝑝 ; também pela mesma lei, 𝜌 = 𝑀𝑝 𝑍𝑅𝑇 . A equação de Forchheimer passa a ter a expressão seguinte: - 𝜕𝑝 𝜕𝑠 = 𝜇 𝑘 𝑝ₒ𝑍𝑇𝑞ₒ 𝐴𝑇ₒ𝑝 − 𝛽 𝑀𝑝 𝑍𝑅𝑇 [ 𝑝ₒ𝑍𝑇𝑞ₒ 𝐴𝑇ₒ𝑝 ]². Quando integrada nos limites face de saída (x=0 e p=pw) e da face de entrada (x=L p=pₒ), obtém-se a equação de segundo grau em qₒ e permite o cálculo da vazão: 𝛽𝑀𝑝𝑘 μ𝑅𝑇ₒ𝐴 q² + qₒ - 𝑘𝐴𝑇ₒ(𝑝²ₑ−𝑝²𝑤) 2𝑝ₒ𝜇𝑍𝑇𝐿 = 0 Engenharia de reservatórios de petróleo I AULA 16: FLUXO DE GASES EM MEIOS POROSOS - 2ª PARTE Fluxo turbulento e efeito de película Fluxo Turbulento em Fluxo Linear Permanente Para fluxo radial, a equação de Forchheimer passa a ter outra expressão quando a velocidade é definida v = - q/A = - 𝑞 2𝜋𝑟ℎ = − 𝑝ₒ𝑍𝑇𝑞ₒ 2𝜋𝑟ℎ𝑇ₒ𝑝 e 𝜌 = 𝑀𝑝 𝑍𝑅𝑇 . - 𝜕𝑝 𝜕𝑟 = - 𝜇 𝑘 𝑝ₒ𝑍𝑇𝑞ₒ 2𝜋𝑟ℎ𝑇ₒ𝑝 - 𝛽 𝑀𝑝 𝑍𝑅𝑇 [ 𝑝ₒ𝑍𝑇𝑞ₒ 2𝜋𝑟ℎ𝑇ₒ𝑝 ]² Chega-se a equação da vazão do poço que passa a ter a seguinte expressão reduzida com a definição das constantes C₁ C₂ e D: qₒ = C₁(𝑝²ₑ−𝑝²𝑤) C₂ +D qₒ ; onde C₁ = 𝜋𝑘ℎ𝑇ₒ 𝜇𝑍𝑝ₒ𝑇 C₂= ln( 𝑟ₑ 𝑟𝑤 ) e D = 𝛽𝑀𝑝ₒ 2𝜋ℎμ𝑅𝑇𝑟𝑤 (coeficiente de Turbulência). Engenharia de reservatórios de petróleo I AULA 16: FLUXO DE GASES EM MEIOS POROSOS - 2ª PARTE Fluxo turbulento e efeito de película Efeito de Película • À equação de Forchheimer se adiciona um fator de película devido às condições mecânicas do poço, preferencialmente nas suas imediações, pois a turbulência estariarestrita a essa região em volta do poço. • Para um regime pseudopermanente, adicionando o coeficiente de turbulência D: m(pw)= m(p)- 𝑝ₒ𝑇𝑞ₒ 𝜋𝑟ℎ𝑇ₒ [ln( 𝑟ₑ 𝑟𝑤 )- 3 4 +s + Dqₒ] S+Dqₒ é o fator de película total • O coeficiente de turbulência é determinado através de testes de poços. • Consulte o capítulo 8 L P Dake op.cit. em “saiba mais”. Engenharia de reservatórios de petróleo I AULA 16: FLUXO DE GASES EM MEIOS POROSOS - 2ª PARTE Poços Horizontais em reservatórios de gás Equações de fluxo para poços horizontais • As equações de fluxo para esses casos podem ser obtidas a partir das equações válidas para poços verticais substituindo-se o raio do poço pelo raio de um poço vertical equivalente ao horizontal. • Para o caso em que o reservatório é anisotrópico, a expressão do raio equivalente é dada por Joshi 1991 (em op. cit. A J Rosa): r’wvh = 𝑟( 𝐿 2 ) 𝑎*1+ 1−( 𝐿2𝑎)²+,βh/(2rw)-𝛽𝑘/𝐿 • A vazão do poço horizontal pode ser calculada pela expressão: qₒ= 2𝜋𝑘ℎ 𝜇 𝑇 2𝑍𝑝ₒ𝑇 (𝑝²ₑ −𝑝²𝑤) ln(𝑟/𝑟′𝑤𝑣ℎ) Acompanhe os exercícios do capítulo 4 de A J Rosa e do capítulo 8 L P Dake citados em “saiba mais”. Engenharia de reservatórios de petróleo I AULA 16: FLUXO DE GASES EM MEIOS POROSOS - 2ª PARTE DAKE, L. P. Engenharia de reservatórios. Fundamentos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. cap. 6 a 8. JAHN, F. et al. Introdução à exploração e produção de hidrocarbonetos. Rio de Janeiro: Elsevier Campus, 2012. ROSA, Adalberto Jose et ali. Engenharia de reservatórios de petróleo. Rio de Janeiro: Interciência, 2006. cap. 4. Saiba mais Fluxo de Gases Engenharia de reservatórios de petróleo I AULA 16: FLUXO DE GASES EM MEIOS POROSOS - 2ª PARTE
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