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000 Respostas Casos Concretos Teoria Geral do Processo CCJ0053

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TEORIA GERAL DO PROCESSO
Web Aula 01
1ª Questão. César promove uma execução em face de Joaquim, objetivando receber uma nota promissória. Ao despachar a inicial, o juiz determinou que o oficial de justiça cumprisse o mandado de penhora e avaliação. Ato contínuo, foi penhorado o único imóvel do devedor, que se constitui na residência de sua família. No entanto, após ter sido realizada esta penhora, foi editada a Lei nº 8.009/90, estabelecendo que o imóvel residencial passou a ser impenhorável. Indaga-se: a penhora realizada sobre este bem antes da criação da Lei nº 8.009/90 pode permanecer ou a nova lei, de natureza processual, aplica-se imediatamente?
R.: A penhora deve ser desfeita. Como a penhora é um ato de natureza processual, qualquer lei que discipline este tema terá aplicação imediata, nos termos do art. 1.211: “Este Código regerá o processo civil em todo o território brasileiro. Ao entrar em vigor, suas disposições aplicar-se-ão desde logo aos processos pendentes”. Em consequência, caso seja criada uma lei estabelecendo que um determinando bem passou a ser impenhorável, os seus efeitos serão imediatamente aplicados nos processos (e penhoras) pendentes. O tema é tratado pelo Verbete no 205 da Súmula do STJ: “A Lei no 8.009-90 aplica-se à penhora realizada antes de sua vigência”.
2ª Questão. Assinale a alternativa correta, que diga respeito à natureza das leis processuais:
a) normas privadas, dispositivas e autônomas;
b) normas públicas, dispositivas e instrumentais;
c) normas privadas, instrumentais e autônomas;
d) normas públicas, cogentes e instrumentais.
R.: Letra “d”. As leis processuais são espécies de normas jurídicas. Logo, são regras de conduta estabelecidas na sociedade com as características da generalidade, abstração, obrigatoriedade, bilateralidade, cogência e ainda, no caso específico das normas processuais, com a característica da instrumentalidade. Estão inseridas dentre as normas de caráter público, portanto, cogentes, existindo normas processuais dispositivas apenas em caráter excepcional.
Web Aula 02
Questão nº 1. Gustavo ajuíza demanda em face da União cujo pedido tem conteúdo econômico equivalente a 40 (quarenta) salários mínimos. O processo foi distribuído perante a 1ª Vara Federal do Rio de Janeiro cujo magistrado, de ofício, proferiu decisão interlocutória declinando da sua competência em prol de um dos Juizados Especiais Federais localizados na mesma cidade. Vale dizer que esta decisão foi impugnada por recurso, ocasião em que o recorrente objetou que é amplamente admitida, tanto na doutrina quanto na jurisprudência, a possibilidade conferida ao demandante de optar entre o juízo comum ou o juizado especial. Indaga-se: a) Assiste razão a Gustavo? B) Eventual conflito de competência entre Vara Cível Federal e Juizado Especial Federal, localizados na mesma cidade, deve ser decidido por qual Tribunal?
R. a) Se por um lado é praticamente pacífica a afirmação que existe a opção entre a Vara Cível e o Juizado Especial Cível Estadual, o mesmo já não pode ser dito em relação ao Juizado Especial Federal. É que a Lei nº 10.259/01, que o disciplina, tem disposição expressa que a competência do Juizado Federal é absoluta, sem oportunidade de opção pelo interessado quando naquela base territorial o mesmo já tiver sido instalado. O mais interessante é que o art. 3º, par. 3º da Lei nº 9.099/95 (Juizado Estadual) preceitua com todas as letras que há opção entre o procedimento previsto nesta Lei e o rito comum do CPC. Só que o mesmo dispositivo, da Lei nº 10.259/01 (Juizado Federal), fala exatamente o oposto, como também ocorre com o art. 2º, par. 4º da Lei nº 12.153/09 (Juizado Fazendário). O recurso indicado é o de apelação e o Tribunal competente para apreciá-lo é o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. 
B) O Verbete nº 428, da Súmula do Superior Tribunal de Justiça dispõe que: “Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de competência entre juizado especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária”. 
Questão nº 2. 
Acerca da Lei dos Juizados Especiais Cíveis (JEC), Lei n.º 9.099/1995, assinale a opção correta.: 
a) Segundo os princípios da simplicidade e da informalidade que regem o julgamento nos juizados especiais, qualquer que seja o valor da causa, a parte vencida, ainda que não possua capacidade postulatória, pode recorrer da decisão monocrática e requerer a sua revisão pela turma recursal;
b) O pedido do autor e a resposta do réu podem ser feitos por escrito ou oralmente; as provas orais produzidas em audiência, entretanto, devem ser necessariamente reduzidas a termo escrito, pois nessas demandas não se exige a obediência ao princípio da identidade física do juiz;
c) Como regra, deve ser decretada a revelia do réu que não  compareça à audiência de instrução e julgamento, ainda que compareça o seu advogado ou que seja apresentada defesa escrita, pois a presunção de veracidade dos fatos alegados no pedido inicial decorre da ausência do demandado à sessão de conciliação ou à audiência de instrução;
d) No sistema recursal dos juizados especiais, contra as decisões interlocutórias é cabível o agravo na forma retida, que impede a interrupção da marcha do processo, atendendo aos princípios da celeridade e concentração dos atos processuais, com a finalidade de assegurar a rápida solução do litígio.
R.: Letra C, arts. 20 e 23 da Lei 9.099/95. Atenção, se o autor faltar à audiência, o caso é de extinção do processo (art. 51, inciso I). O art. 41, par. 2º dispõe que: “no recurso, as partes serão necessariamente representados por advogado”, o que indica a incorreção da afirmativa “a”. A letra “b” está incorreta, diante do que prevê o art. 36. A letra “d” está incorreta, pois a Lei do Juizado Especial só permite recurso inominado e embargos de declaração da sentença (arts. 41 e 48). Todos os artigos citados são da Lei nº 9.099/95.
Web Aula 03
Questão nº 1. Fábio instaura processo em face de Carlos, perante um órgão integrante da Justiça Estadual, requerendo a desconstituição de uma obrigação representada em um título de crédito. O demandante, na própria petição inicial, postula ao magistrado a antecipação dos efeitos da tutela para que o seu credor seja impedido de executar em juízo esta dívida enquanto perdurar a presente demanda. Este pleito se afigura possível?
R.: A resposta deve ser negativa. Com efeito, o requerimento de antecipação dos efeitos da tutela, formulado por Fábio, não pode ser acolhido por implicar em vedar o livre acesso de Carlos ao Poder Judiciário, o que violaria a norma insculpida no art. 5º, inciso XXXV da CRFB-88. Além disso, também dispõe o art. 585, par. 1º, CPC, que a propositura de qualquer demanda relativa ao débito não impede o credor de se valer da via executiva.
 
Questão nº 2. 
De acordo com o princípio da correlação:
a) o juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte;
b) não é justo que a Fazenda Pública tenha prazo em dobro para recorrer e em quádruplo para contestar;
c) a Fazenda Pública tem direito ao devido processo legal;
d) o juiz pode ter iniciativa probatória desde que a mesma seja correlacionada aos fundamentos de defesa constantes na contestação.
R.: Letra A. O art. 128, CPC, já transcrito no texto da hipótese correta. Vale acrescentar que o art. 460 do CPC também cuida do mesmo assunto. Além disso, apenas se admitiria ao juiz conhecer dos chamados “pedidos implícitos”, que são aqueles não mencionados na petição inicial mas que decorrem do próprio texto legal como seria o caso, por exemplo, da condenação ao pagamento de juros (art. 293, CPC).
Web Aula 04
1ª Questão. O Ministério Público Federal ofereceu denúncia em face de Alan Cunha, em virtude do mesmo ter supostamente praticado o crime previsto no art. 171, parágrafo 3º do CP, já que vinha recebendo benefício previdenciário manifestamente indevido. O processo criminal tramitou perante uma das VarasFederais Criminais da Seção Judiciário do Rio de Janeiro, culminando pela prolação de uma sentença penal condenatória. Neste mesmo ato decisório, o  magistrado determinou que o denunciado deveria ressarcir o INSS (autarquia federal) da importância de R$ 122.820,00, que seria o montante indevidamente recebido em virtude da sua conduta criminosa. Indaga-se: pode o magistrado, lotado em juízo especializado em matéria criminal, efetuar a liquidação dos prejuízos cíveis sofridos?
R.: A Lei no 11.729/2008 alterou a redação do parágrafo único, do art. 63 do CPP, passando a admitir que o magistrado lotado em juízo criminal já possa, na sua própria sentença penal condenatória, liquidar os prejuízos sofridos pela vítima, o que dispensaria uma nova liquidação perante o juízo de competência cível. No entanto, a constitucionalidade deste dispositivo é extremamente duvidosa por alargar a pretensão inicial do demandante (violação ao princípio da inércia), conferir legitimidade ao Ministério Público para a defesa de interesses individuais disponíveis (patrimônio), ampliar os limites objetivos da coisa julgada (ao incluir a obrigação de indenizar, ainda que seja por valor mínimo), dente outros motivos mais. Sobre o assunto, recomenda-se: CÂMARA, Alexandre Freitas. “Efeitos civis e processuais da sentença condenatória criminal. Reflexões sobre a Lei no 11.719/2008”. Revista da EMERJ – Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, v. 12, no 46. 2009, p. 111, que se posiciona pela inconstitucionalidade deste ato normativo. Apesar disso, ele é aplicado na prática, de modo que o juízo penal liquida os prejuízos da vítima sempre que possível, liquidação esta que é encarada no juízo cível como liquidação mínima, podendo ser apurados e liquidados outros prejuízos perante o juízo cível.
 
2ª Questão. Assinale a alternativa correta:
a) A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal;
b)  Se tiver sido proferida sentença absolutória no juízo criminal, por qualquer que seja o seu fundamento, não se afigura possível o ajuizamento de qualquer ação civil objetivando a reparação do dano;
c) A sentença penal condenatória não é título executivo hábil a permitir a instauração de uma execução perante o juízo de competência cível;
d) A responsabilidade civil é independente da criminal e por este motivo é possível questionar sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, ainda que estas questões já tenham sido decididas no juízo criminal.
R.: letra “a”. Se o juízo criminal definir a existência do fato e da autoria, isso não mais poderá ser discutido no juízo cível, conforme indica o art. 935 do CC: “A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal”.
Web Aula 05
1a Questão. Foi proposta uma determinada demanda decorrente de litígio oriundo da compra e venda de bem móvel. O magistrado, ao analisar os autos, verifica que as partes ajustaram entre si um compromisso arbitral sobre o referido negócio jurídico. Assim, considerando a obrigatoriedade da arbitragem, o juiz imediatamente prolata sentença, extinguindo o processo. Indaga-se: Agiu corretamente o magistrado?
Na questão abordada a extinção do processo só pode ser feita se houver insurreição da parte ré, ou seja, o processo somente pode ser extinto se o réu alegar tal matéria como preliminar de defesa. Tanto assim o é que embora a matéria defensiva esteja regulada no art. 301, IX, do CPC, essa não pode ser conhecida de ofício, conforme prevê o art. 301, §4º do CPC, o que indica que se não houver resistência do réu na contestação não poderá haver extinção do feito, pois implicitamente houve renúncia a via arbitral, cabendo portanto ao Poder Judiciário a solução da questão. Assim também se manifesta a doutrina pátria, ao afirmar o seguinte: “O silêncio do réu deve ser entendido, em quaisquer casos, como um verdadeiro abandono daquele meio alternativo de solução de conflitos. Abandono que começou pelo próprio autor que, não obstante a convenção de arbitragem, ingressou no Judiciário. Depois pelo réu que deixou de argüir, como a lei lhe impõe, a sua existência, única forma de inibir a legítima atuação do Estado-juiz por força do principio agasalhado no inciso XXXV do art. 5º da Constituição Federal. Princípio que, como tal, admite seu temperamento pela lei em busca da realização de outros valores igualmente prestigiados pelo ordenamento jurídico mas que, em face das considerações aqui expostas, não foi concretamente exercido por aq2uele que tem, pela própria lei, o ônus da iniciativa do réu”. (BUENO, Cássio Scarpinella. Curso sistematizado de direito processual civil: procedimento comum : ordinário e sumário, 2: tomo I. São Paulo: Saraiva, 2007. p. 147/148), “A defesa processual que opõe à ação a preexistência de compromisso arbitral é peremptória” (THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil - Teoria geral do direito processual civil e processo de conhecimento. Rio de Janeiro: Forense, 2006. p. 418) e “É preciso afirmar, porém, que o juiz só poderá conhecer da convenção de arbitragem se a parte interessada alegar (art. 301, §4º, CPC). Assim sendo, proposta a ação, e deixando o réu de, na contestação, alegar a existência de convenção de arbitragem, ter-se-á esta por renunciada, podendo o processo desenvolver-se regularmente” (CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil: vol. I. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007 p. 313). Por tudo isso, o magistrado deve, primeiro, abrir prazo oportunidade de defesa para o Réu e, caso este invoque o compromisso arbitral, o juiz deverá extinguir o processo; caso o Réu nada diga a respeito, o juiz deve julgar o processo, porque o silêncio do Réu será entendido como um distrato quanto ao compromisso arbitral. Assim, o magistrado não poderia ter extinguido o processo liminarmente, deveria, primeiro, ter ouvido o Réu.
2ª Questão. Carlos realiza negócio com Gustavo, pagando uma determinada soma em dinheiro por um videogame. Ocorre que o aparelho eletrônico, uma vez ligado, apresentou uma série de problemas. Como Carlos não estava mais conseguindo realizar contato com Gustavo, o mesmo se dirigiu diretamente a sua residência e, ato contínuo, levou consigo um aparelho de televisão de valor compatível com o que pagou para ressarcimento do seu prejuízo. Esta postura adotada por Carlos configura:
a)      Autotutela;
b)     Autocomposição;
c)      Mediação;
d)     Arbitragem.
R.: Letra “A”. A hipótese em comento configura uma “autotutela”, que é um dos três métodos de solução de conflitos bem primitiva, que consiste na prevalência da vontade do mais forte sobre o mais frágil. Com evolução da sociedade e a organização do Estado ela foi sendo expurgada da ordem jurídica por representar sempre um perigo para a paz social. Contudo, a mesma até é possivel em caráter excepcional, como ocorre no desforço possessório. As características da autotutela são, em síntese: Ausência de um julgador distinto das partes; e a imposição da decisão de uma parte (geralmente o mais forte) em detrimento da outra.
Web Aula 06
1ª Questão.
Determinada sociedade empresarial promove demanda visando compelir a demandada a se abster de utilizar indevidamente marca cuja titularidade confere à autora o Direito de utilização exclusiva. Pleiteia, ainda, a condenação da ré ao pagamento de indenização por perdas e danos. A Ação foi proposta no foro da sede da autora com fundamento no artigo 100, parágrafo único, do Código de Processo Civil. A ré oferece exceção de incompetência, por considerar competente para o processo e julgamento da causa o juízo da comarca onde possui sua sede, devendo ser aplicada a regra geral do artigo 94 do Código de Processo Civil. Considerando o disposto nos artigos 129 da Lei 9.279/96, bemcomo a certidão constante dos autos de que não há processo criminal instaurado para apuração de eventual cometimento do delito previsto no artigo 189 da referida Lei 9.279/96, pergunta-se: deve ser acolhida a aludida tese defensiva?
R.: Esta questão foi elaborada com base em um julgado do STJ, cuja decisão está ementada da seguinte forma: Recurso especial n° 681.007-DF. Rel. Min. Nancy Andrighi. 3ª Turma do STJ. Informativo n° 283. EMENTA – “Processo civil. Competência. Ação inibitória cumulada com pedido de condenação por perdas e danos em decorrência da utilização indevida de marca. Aplicação dos arts. 100, inc. V, alínea "a" e respectivo parágrafo primeiro, do CPC. Possibilidade de opção, pelo autor, do foro perante o qual será proposta a ação, entre o do local do fato e o de seu domicílio.- A jurisprudência do STJ consolidou-se no sentido de que o delito a que se refere o art. 100, parágrafo único do CPC, é tanto o de natureza civil, como o de natureza criminal, sendo desnecessária prévia condenação penal para que o autor possa se valer da regra sobre competência. Precedentes.- A utilização indevida de marca por parte do réu, caso reconhecida em juízo, implicará tanto um ilícito civil (art. 129 da Lei nº 9.279/96), como criminal (art.189 desse mesmo diploma legal). Nessa hipótese, o artigo 100, parágrafo único, do CPC, faculta ao autor propor a ação no foro do local em que se deu o ato ou o fato, ou no foro de seu domicílio. Recurso especial conhecido e provido”.
2ª Questão.
Guilherme propõe uma demanda em face de Rodolfo. Ocorre que o magistrado ao analisar a petição inicial percebe que a questão trazida nos autos é exclusivamente de direito, também já tendo sido anteriormente proferidas pelo mesmo juízo várias outras sentenças de total improcedência em casos semelhantes. Por este motivo, o mesmo profere sentença liminar, julgando improcedente o pedido antes mesmo de determinar a citação do demandado. Assinale a alternativa correta:
a)      O juiz se equivocou, pois não poderia sentenciar com resolução do mérito sem antes determinar a citação do demandado;
b)     O juiz se acertou, pois se trata de uma hipótese de tutela de evidência, o que motiva resolução liminar do mérito do processo;
c)      O juiz acertou em parte, pois somente poderia ter resolvido o mérito liminar se fosse hipótese de procedência do pedido;
d)     Todas as alternativas estão equivocadas.
R.: Letra “b”. A resposta encontra respaldo no art. 285-A do CPC, que cuida de uma hipótese de tutela de evidência. No processo civil tem-se cogitado de muitas novidades, sobretudo com vistas à aceleração da entrega da prestação jurisdicional, dentre elas, a da tutela da evidência.  Trata-se de situação em que há possibilidade de uma decisão imediata, até mesmo com produção de coisa julgada. Assim, a tutela da evidência abriria a possibilidade de uma decisão definitiva in limine litis. "A tutela da evidëncia", em suma, é antecipação do provimento pretendido na extensão maior do que a tutela antecipada, de que trata o art. 273 do Código de Processo Civil, por dizer, intimamente, com o direito material passível de ser reconhecido desde logo, num julgamento antecipado que não reúne condições de ser modificado pela intervenção contestatória do destinatário dos efeitos. 
Web Aula 07
1ª Questão. Carlos Alberto promove demanda em face do Estado do Rio de Janeiro, perante um juízo fazendário da Comarca da Capital, objetivando o fornecimento de medicamentos para tratamento de uma determinada doença. Requereu, na inicial, a antecipação dos efeitos da tutela. O juiz, ao analisar a petição inicial, indefere motivadamente este requerimento. Foi interposto recurso de agravo, na modalidade de instrumento, perante o TJ-RJ, que, por meio de um dos seus Desembargadores, concedeu efeito ativo (art. 527, inciso III, CPC), determinando o imediato fornecimento do medicamento. O Estado, além de interpor recurso de agravo inominado (art. 557, par. 1º, CPC), poderia adotar ainda alguma outra providência?
R.: Sim, além do agravo inominado, o Estado também poderia se valer de um incidente, previsto no art. 4º da Lei nº 8.437/92, que cuida da possibilidade de a Fazenda Pública requerer, ao Presidente do Tribunal, a suspensão de decisões liminares que lhes são desfavoráveis. Trata-se de incidente bastante criticado, eis que somente pode ser manejado pela Fazenda Pública e, eventualmente, por particulares que tenham recebido delegação de algum serviço público (concessionárias de serviço público, como é o caso da COELBA), conforme entendimento do STF. Além disso, é de se destacar que, se a decisão do Tribunal violar o que foi decidido na ADC nº 4, que reputou a Lei nº 9.494/97 como constitucional, caberá também uma reclamação ao STF.
 
2ª Questão. César, no curso de processo cautelar, pleiteia a concessão de medida liminar contrária a União, que foi indeferida pelo juiz, ao argumento de que existe vedação no art. 1° da Lei n° 8.437/92. De acordo com o narrado, assinale a alternativa correta: 
a) a lei acima mencionada, ao proibir ou limitar a concessão de medidas de urgência em face da Fazenda Pública, viola o princípio da inafastabilidade, além de permitir que o Poder Legislativo possa se imiscuir na atividade jurisdicional; 
b) a lei sobredita é inconstitucional, pois ao restringir a concessão de liminares apenas contra a Fazenda Pública viola o princípio da isonomia;
c) para o STF, o dispositivo em comento, ao proibir ou limitar a concessão de medidas de urgência em face do Poder Público, é perfeitamente constitucional pois pautado em situações razoáveis e também em virtude de se tratar de uma decisão provisória; 
d) a lei em epígrafe é flagrantemente inconstitucional, devendo ser realizado sempre, em qualquer grau de jurisdição, o mecanismo de controle previsto nos arts. 480/482 do CPC;
R.: Letra “c”. Conforme restou decidido pelo STF, nos autos da Ação direta de inconstitucionalidade nº 223 MC / D: “Ementa - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE CONTRA A MEDIDA PROVISÓRIA 173, DE 18.3.90, QUE VEDA A CONCESSÃO DE 'MEDIDA LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA E EM AÇÕES ORDINÁRIAS E CAUTELARES DECORRENTES DAS MEDIDAS PROVISÓRIAS NÚMEROS 151, 154, 158, 160, 162, 165, 167 E 168': INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE SUSPENSÃO CAUTELAR DA VIGÊNCIA DO DIPLOMA IMPUGNADO: RAZÕES DOS VOTOS VENCEDORES. SENTIDO DA INOVADORA ALUSÃO CONSTITUCIONAL A PLENITUDE DA GARANTIA DA JURISDIÇÃO CONTRA A AMEAÇA A DIREITO: ÊNFASE À FUNÇÃO PREVENTIVA DE JURISDIÇÃO, NA QUAL SE INSERE A FUNÇÃO CAUTELAR E, QUANDO NECESSÁRIO, O PODER DE CAUTELA LIMINAR. IMPLICAÇÕES DA PLENITUDE DA JURISDIÇÃO CAUTELAR, ENQUANTO INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO AO PROCESSO E DE SALVAGUARDA DA PLENITUDE DAS FUNÇÕES DO PODER JUDICIÁRIO. ADMISSIBILIDADE, NÃO OBSTANTE, DE CONDIÇÕES E LIMITAÇÕES LEGAIS AO PODER CAUTELAR DO JUIZ. A TUTELA CAUTELAR E O RISCO DO CONSTRANGIMENTO PRECIPITADO A DIREITOS DA PARTE CONTRARIA, COM VIOLAÇÃO DA GARANTIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. CONSEQUENTE NECESSIDADE DE CONTROLE DA RAZOABILIDADE DAS LEIS RESTRITIVAS AO PODER CAUTELAR. ANTECEDENTES LEGISLATIVOS DE VEDAÇÃO DE LIMINARES DE DETERMINADO CONTEÚDO. CRITÉRIO DE RAZOABILIDADE DAS RESTRIÇÕES, A PARTIR DO CARÁTER ESSENCIALMENTE PROVISÓRIO DE TODO PROVIMENTO CAUTELAR, LIMINAR OU NÃO. GENERALIDADE, DIVERSIDADE E IMPRECISÃO DE LIMITES DO ÂMBITO DE VEDAÇÃO DE LIMINAR DA MP 173, QUE, SE LHE PODEM VIR, A FINAL, A COMPROMETER A VALIDADE, DIFICULTAM DEMARCAR, EM TESE, NO JUÍZO DE DELIBAÇÃO SOBRE O PEDIDO DE SUA SUSPENSÃO CAUTELAR, ATÉ ONDE SÃO RAZOAVEIS AS PROIBIÇÕES NELA IMPOSTAS, ENQUANTO CONTENÇÃO AO ABUSO DO PODER CAUTELAR,E ONDE SE INICIA, INVERSAMENTE, O ABUSO DAS LIMITAÇÕES E A CONSEQUENTE AFRONTA À PLENITUDE DA JURISDIÇÃO E AO PODER JUDICIÁRIO. INDEFERIMENTO DA SUSPENSÃO LIMINAR DA MP 173, QUE NÃO PREJUDICA, SEGUNDO O RELATOR DO ACÓRDÃO, O EXAME JUDICIAL EM CADA CASO CONCRETO DA CONSTITUCIONALIDADE, INCLUÍDA A RAZOABILIDADE, DA APLICAÇÃO DA NORMA PROIBITIVA DA LIMINAR. CONSIDERAÇÕES, EM DIVERSOS VOTOS, DOS RISCOS DA SUSPENSÃO CAUTELARDA MEDIDA IMPUGNADA”.
Web Aula 08
1ª Questão. Em demanda promovida por Marcos em face de Associação dos Idosos Brasileiros, o juiz profere o despacho saneador afastando a preliminar de ilegitimidade passiva suscitada pela parte demandada. Pergunta-se: a) Se no curso do procedimento forem produzidas provas que demonstrem a ilegitimidade da parte, poderá o juiz proferir sentença definitiva de improcedência do pedido? Fundamente com a abordagem da Teoria Eclética do Direito de Ação e da Teoria da Asserção; b) A decisão do juiz que desacolhe a preliminar de ilegitimidade passiva levantada pelo demandado sofre os efeitos da preclusão se a parte supostamente prejudicada não impugná-la a tempo e modo devidos?
R.: a) A Teoria Eclética do Direito de Ação, desenvolvida por Liebman, foi responsável por condicionar a existência do direito de ação à presença de determinados requisitos. O autor apenas terá direito ao julgamento de mérito desde que preenchidas as chamadas condições da ação. Ausentes tais condições, independente do grau de cognição desenvolvido pelo juiz, deverá ser proferida uma sentença terminativa. Para a Teoria da Asserção a presença ou ausência das condições da ação deve ser apreciada a partir das alegações trazidas pelo autor ao formular a sua demanda, admitindo-se, para tal finalidade, a veracidade de tais alegações. Qualquer outra apreciação quanto à existência ou inexistência das condições da ação fora desta sede conduzirá à apreciação do mérito. A presença das condições da ação implica no exercício regular daquele direito. b) Conforme precedentes do STJ, a decisão do magistrado não irá sofrer os efeitos da preclusão, eis que trata-se de matéria de ordem pública, que pode ser verificada a qualquer momento. É o que constou no julgamento do recurso especial nº 343.750 / MG, proferido pela 4ª Turma do STJ e cuja ementa foi a seguinte: “PROCESSO CIVIL. REQUISITOS DA TUTELA JURISDICIONAL. INOCORRÊNCIA DE PRECLUSÃO. ENUNCIADO N. 424 DA SÚMULA/STF. EXEGESE. PRECEDENTES. RECURSO PROVIDO. I - Tratando-se de matéria indisponível, não há preclusão para o tribunal de segundo grau, mesmo havendo decisão anterior de primeiro grau irrecorrida e ainda que a parte não tenha suscitado a questão. II - Inaplicável o enunciado nº 424 da súmula/STF à matéria que deve ser apreciada de ofício”.
 
2ª Questão. Fabrício promove uma demanda objetivando a cobrança de valores em face de Flávio. O réu, ao ser citado, apresenta contestação e suscita, em preliminar, a falta de interesse de agir do autor, eis que, até a presente data, a dívida questionada ainda não tinha vencido. Ocorre que, tão logo foi apresentada a peça de defesa, os autos seguiram conclusos ao magistrado, tendo neste ínterim ocorrido o vencimento do débito. Indaga-se: como o magistrado deverá proceder?
a) deverá julgar o pedido improcedente, pois as condições da ação devem ser analisadas no momento da propositura da demanda; 
b) deverá designar uma audiência preliminar, para tentar viabilizar uma composição amigável entre as partes;
c) deverá permitir a continuidade do processo, uma vez que o vencimento da dívida no curso do processo tornaria a via eleita realmente adequada para o acolhimento da pretensão deduzida; 
d) deverá reconhecer a ausência de uma das condições da ação e extinguir o processo sem resolução do mérito.
R.: Letra “C”. "Mesmo que a petição inicial seja recebida, contudo, isto não significa que as condições da ação e, consequentemente, a regularidade no exercício da própria ação não precise se manifestar ao longo de todo o processo. Por força do art. 462 (estudem este artigo do CPC), qualquer alteração relevante no plano do direito material influencia a apreciação a ser feita pelo Estado-Juiz. Assim, se, por qualquer razão, uma das condições da ação deixar de se fazer presente, o caso é de extinção do processo sem resolução do mérito (art. 267, VI). A recíproca é verdadeira: se, por qualquer razão, o exame da petição inicial em busca de regularidade da constituição do processo e da concorrência das condições da ação não foi bem realizado e, por isto, deferida mas, não obstante, o autor não reunia as condições da ação (por exemplo, a dívida reclamada em juízo não havia, ainda, vencido), o novo fato consistente no vencimento da dívida ao longo do processo faz com que o óbice anterior acabe sendo sistematicamente afastado. A falta de "interesse de agir" fica, por assim dizer, convalidado pela sucessão dos eventos ocorridos no plano do direito material." (BUENO, Cássio Scarpinella. Curso Sistematizado de Direito Processual Civil: teoria geral do direito processual civil. São Paulo: Saraiva).
AULA 9
1ª Questão.
Luciano impetra mandado de segurança apontando como autoridade coatora o gerente regional de arrecadação da Receita Federal, que presenta a União. Como teve negada a liminar pretendida pelo magistrado, o seu advogado resolver instaurar um novo processo de conhecimento, mas em rito ordinário, envolvendo as mesmas partes, pedido e causa de pedir. Há litispendência neste caso, mesmo tratando-se de processos que observam procedimento distinto?
RESPOSTA
Resposta afirmativa. Para que seja configurada a litispendência, há a necessidade de que a ação seja exatamente a mesma e isso se extrai da análise dos elementos da ação, que são as partes, pedido e causa de pedir. Assim, é irrelevante que o procedimento adotado pelo demandante seja distinto pois se existem dois processos instaurados versando sobre a mesma ação, fatalmente um deles terá que ser extinto com fundamento no art. 267, inciso V, CPC.
2ª Questão.
Assinale a alternativa correta, que diga respeito a litispendência:
a) Trata-se de matéria que pode ser conhecida de ofício pelo juiz;art. 267, parágrafo 3º e, também, pelo art. 301, parágrafo 4º, todos do CPC.
b) Trata-se de matéria que somente pode ser conhecida pelo magistrado após ter sido ventilada diretamente pela própria parte interessada;
c) Trata-se de matéria que o juiz somente poderá pronunciar após ter intimado previamente as partes e o Ministério Público para que se manifestassem a respeito;
d) Nenhuma das alternativas é correta
AULA 10
1ª Questão.
Gustavo promove demanda em face de Fabiano, perante o juízo da 1ª Vara Cível, tendo sido proferida sentença que lhe foi favorável, com a condenação do demandado a lhe pagar uma quantia superior a R$ 100.000,00. Não foram interpostos recursos e a sentença transitou em julgado. Ocorre que o devedor não honrou o pagamento fixado na sentença. Qual medida Gustavo deverá adotar? Haverá necessidade de instauração de um novo processo? O que é processo sincrético?
RESPOSTA
Gustavo deverá, por meio do seu advogado, requerer o início da fase executiva, que irá observar o procedimento previsto a partir do art. 475-J do CPC. Não haverá a necessidade de instauração de um novo processo, eis que somente ocorrerá o início de uma nova etapa dentro do mesmo processo já instaurado. É o que se denomina de processo sincrético, ou seja, um processo que tem duas etapas, sendo a primeira de caráter cognitivo e a segunda com foco executivo.
2ª Questão.
O procedimento de busca e apreensão previsto no Decreto Lei nº 911/69 se constitui em um processo de qual natureza?
a) processo de conhecimento; Apesar do nome ser idêntico a um procedimento cautelar previsto entre o art. 839 até o art. 843 do CPC, esta busca e apreensão tem o seu procedimento regulado no Decreto Lei nº 911/69 e corresponde a um processo de conhecimento autônomo e independentemente de qualquer outro como, alias, é estabelecido no próprio art. 3º, parágrafo 8º, do mencionado ato normativo específico.
b) processo de execução;
c) processo cautelar;
d) processo sui generis.
AULA 11
1ª Questão.
Se, no curso de um processo, o advogado do demandante renunciar o seu mandato e o autor não constituir outro, qual será a conseqüência processual? A resposta seria a mesma caso esta situação envolvesse o demandado?
RESPOSTA
Se o demandante não constituir novo advogado no prazo assinalado pelo juiz, o processo seráextinto sem resolução do mérito na forma do art. 267, inciso IV, CPC, eis que ausente um pressuposto processual de desenvolvimento (capacidade das partes – capacidade postulatória). Caso esta situação estivesse envolvendo o demandado, a resposta seria distinta, pois o juiz apenas se limitaria a decretar a revelia, tal como exposto no art. 265, parágrafo 2º, CPC.
2ª Questão.
A incompetência de Justiça usualmente é considerada como pressuposto processual de validade do processo. No entanto, como o magistrado deve proceder quando reconhece a incompetência absoluta:
a) deve extinguir o processo pela ausência de pressuposto processual, na forma do art. 267, inciso IV, CPC;
b) deve declinar da incompetência absoluta em prol do órgão jurisdicional competente;Há, no entanto, casos em que o magistrado não deve declinar e sim extinguir o processo, como ocorre quando há o reconhecimento de incompetência em sede de Juizado Especial Estadual (art. 51, inciso III, Lei nº 9.099/95
c) deve intimar a parte contrária para informar se renuncia a prerrogativa de tramitação do processo de acordo com as normas constitucionais e processuais;
d) nenhuma das alternativas é a correta.
AULA 12
1ª Questão.
Geisa promove demanda com o objetivo de obter a revogação da doação de um bem avaliado em R$ 500.000,00, valor este que, por sinal, foi atribuído a causa. A petição inicial foi distribuída perante um dos juízos integrantes da Justiça Estadual do Rio de Janeiro, observando o procedimento ordinário. Só que, ao analisar a petição inicial, o magistrado determina que a autora promova a sua emenda, de modo a adequá-la ao procedimento correto. Indaga-se: foi correta a postura do magistrado?
RESPOSTA
Sim, o magistrado agiu corretamente. É que, nesta hipótese, o procedimento a ser observado é o sumário. A Lei nº 12.122/2009 alterou o art. 275 e passou a incluir, em seu inciso II, alínea “g”, que na hipótese de revogação da doação este é que será o procedimento a ser adotado, independentemente do valor atribuído a causa.
2ª Questão.
Rodrigo, com 61 anos de idade, propõe demanda perante uma das Varas Cíveis da Comarca da Capital. Na petição inicial o demandante narra e comprova a sua idade, requerendo a concessão de prioridade de tramitação do processo por este motivo. Como o magistrado deve se posicionar a respeito?
a) deve indeferir, pois tal benefício somente é possível aos maiores de 70 anos;
b) deve deferir, já que a prioridade é dada aos maiores de 60 anos;A Lei nº 12.008/09, alterou a redação do art. 1.211-A do CPC, passando nele a constar que a prioridade será deferida ao maior de 60 anos. Vale dizer que, anteriormente a esta reforma, o benefício somente era concedido aos maiores de 65 anos.
c) deverá indeferir, pois tal situação violaria o princípio da isonomia;
d) somente deverá aceitar se tiver sido impetrado um mandado de segurança.
AULA 13
1ª Questão.
Proferida sentença em processo que tramitou pelo procedimento comum, ordinário, restaram vencidos os litisconsortes Aldo e Márcio. A sentença foi publicada em audiência, realizada no dia 04 de agosto de 2010, segunda-feira. As partes, presentes à audiência foram intimadas acerca da publicação da sentença, permitindo o início da contagem do prazo para a interposição do recurso de apelação (art. 506, I, do CPC). No curso do prazo, dia 11 de agosto, os litisconsortes, que eram representados pelo mesmo advogado, constituíram advogados distintos, deixando de ser representados por patrono comum. Nesse mesmo dia Aldo e Márcio juntaram petição nos autos informando o ocorrido. Pergunta-se: Como deverá ser contado o prazo para a interposição do recurso de apelação? Resposta fundamentada.
RESPOSTA
A norma contida no artigo 191 do Código de Processo Civil incidirá somente a partir da constituição dos patronos distintos. Dessa forma como até o dia 11 de agosto de 2010 já haviam decorridos 7 dias do prazo para apelar, os 8 dias restantes deverão ser contados em dobro. O termo final do prazo para apelar será o dia 27 de agosto de 2010
2ª Questão. OAB/CESPE. 1º Semestre de 2009.
Assinale a opção correta a respeito da sentença.
A) Todas as sentenças devem ser fundamentadas, mas apenas as terminativas podem ter fundamentação concisa.art. 93, inciso IX da CRFB-88 e art. 459 do CPC
B) Publicada a sentença de indeferimento liminar da petição inicial, o juiz não pode mais alterá-la, em face do princípio da inalterabilidade da sentença pelo juiz.
C) A sentença deve ser certa, salvo quando decida relação jurídica condicional.
D) Na ação que tenha por objeto obrigação de fazer, para a efetivação da tutela específica, o juiz poderá, somente a requerimento da parte, impor multa diária em caso de atraso.
AULA 14
1ª Questão.
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro deu provimento a um recurso de apelação e na mesma ocasião concedeu um prazo de 72 horas para que o advogado da recorrente, subscritor da apelação, anexasse aos autos instrumento regular de procuração para a regularização da representação processual. Esta determinação, emitida em de 10 de agosto, somente foi cumprida pelo causídico e, 25 de agosto. Pergunta-se: a inobservância do prazo de 72 horas concedido para a regularização deve conduzir a invalidade do recurso de apelação? Fundamente.
RESPOSTA
Resposta negativa, de acordo com a jurisprudência do STJ, entre as quais se pode citar: “É possível a correção, perante as instâncias ordinárias, de eventual vício na capacidade postulatória da parte, mediante a aplicação do art. 13 do CPC. O prazo assinalado pelo juízo para correção de defeito na representação do advogado tem natureza dilatória, podendo a diligência ser cumprida mesmo após seu termo final, desde que o juízo não tenha ainda reconhecido os efeitos da preclusão
2ª Questão. OAB/CESPE. 1º Semestre de 2009.
Assinale a opção correta a respeito dos atos processuais.
a) O prazo estabelecido pelo juiz é interrompido nos feriados.
b) O prazo para oferecimento da contestação, em comarca de fácil transporte, poderá ser prorrogado, desde que autor e réu, de comum acordo, o requeiram, antes do vencimento do prazo.
c) Caso tenha sido realizada a citação do réu durante as férias forenses, o prazo para se contestar a ação só começará a correr no primeiro dia útil seguinte às férias. art. 173, parágrafo único do CPC.
d) A citação somente pode ser realizada em dias úteis.
AULA 15
1ª Questão.
Luizinho, menor impúbere, representado por seu pai, ajuíza ação para entrega de coisa certa em face de Jonas. Ultrapassadas as fases postulatória, de saneamento e instrutória, sem que tenha havido intimação do Ministério Público para atuar no processo, foi proferida sentença de procedência do pedido. O Ministério Público interpõe apelação na forma do art. 499, do CPC, alegando error in procedendo por descumprimento do art. 82, I, do CPC. Aduz o órgão ministerial que a ausência do Ministério Público acarreta nulidade absoluta com prejuízo presumido, eis que desrespeitada norma cogente protetiva de interesse público. A sentença merece ser invalidada? justifique sua resposta.
RESPOSTA
A ausência do Ministério Público gera nulidade absoluta no caso concreto analisado. Contudo, o princípio do prejuízo previsto no art. 249, parágrafo primeiro é aplicável até mesmo para essa espécie de nulidade. No caso em tela, não houve qualquer prejuízo para o menor, eis que a sentença foi de procedência do pedido, razão pela qual não se pode decretar a nulidade e, consequentemente, invalidar a sentença, que deve ser mantida.
2ª Questão.
A sentença proferia por juiz impedido configura:
a) Ato inexistente, uma vez que não gera efeitos na ordem jurídica;
b) Ato viciado por nulidade absoluta, já que viola preceito de ordem pública;a sentença inquinada de uma nulidade absoluta que, se não for arguída no momento oportuno, transforma-se em rescindibilidade passível de reconhecimento até mesmo em sede de ação rescisória (art. 134 do CPC c/c art. 485, II do CPC).
c) Ato contaminado por nulidade relativa, sendo incabível a sua arguiçãoexofficio;
d) Mera irregularidade, sendo descabida a imposição de qualquer sanção ao ato processual.
AULA 16
1ª Questão.
Bruno promove uma demanda de cobrança em face de Flávio para reclamar o cumprimento de prestação que afirma estar vencida. O magistrado considera presentes as condições da ação e os pressupostos processuais, e determina a citação do réu. Citado, o réu apresenta sua resposta, sob a modalidade de contestação, e argui, em sede preliminar, a falta de interesse de agir de Bruno por se tratar, até a presente data, de dívida não vencida, conforme os documentos acostados à inicial pelo próprio autor. Após a abertura de prazo para o autor se manifestar sobre a preliminar arguida, este permaneceu inerte, e os autos foram então conclusos ao magistrado. Considerando que quando da propositura da demanda a dívida ainda não se encontrava vencida, mas entre o oferecimento da contestação e a data da conclusão ela venceu, como deverá proceder o magistrado? Resposta fundamentada, em especial quanto à presença ou ausência das condições para o regular exercício do direito de ação.
RESPOSTA
Mesmo que a petição inicial seja recebida, contudo, isto não significa que as condições da ação e, consequentemente, a regularidade no exercício da própria ação não precise se manifestar ao longo de todo o processo. Por força do art. 462, qualquer alteração relevante no plano do direito material influencia a apreciação a ser feita pelo Estado-juiz. Assim, se, por qualquer razão, uma das condições da ação deixar de se fazer presente, o caso é de extinção do processo sem resolução do mérito (art. 267, VI). A recíproca é verdadeira: se, por qualquer razão, o exame da petição inicial em busca de regularidade da constituição do processo e da concorrência das condições da ação não foi bem realizado e, por isto, deferida mas, não obstante, o autor não reunia as condições da ação (por exemplo, a dívida reclamada em juízo não havia, ainda, vencido), o novo fato consistente no vencimento da dívida ao longo do processo faz com que o óbice anterior acabe sendo sistematicamente afastado. A falta de "interesse de agir" fica, por assim dizer, convalidado pela sucessão dos eventos ocorridos no plano do direito material.
2ª Questão. 38º Concurso OAB-RJ.
Acerca de suspensão e extinção do processo, assinale a opção correta.
A) Se o autor renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, haverá a extinção do processo, sem resolução do mérito.
B) Falecendo o advogado do réu, o juiz marcará o prazo de 20 dias para que seja constituído novo mandatário. Se, transcorrido esse prazo, o réu não tiver constituído novo advogado, o processo prosseguirá à sua revelia. art. 265, par. 2º, CPC.
C) O juiz não poderá conferir ao autor a possibilidade de emendar a petição inicial quando esta não contiver o pedido, devendo, nesse caso, extinguir o processo, sem resolução do mérito.
D) A ausência de interesse processual acarreta a extinção do processo, sem resolução do mérito. Entretanto, caso não indefira liminarmente a inicial por falta de interesse processual, o juiz, em face da preclusão, não poderá, posteriormente, extinguir o processo.

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