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A evolução da terapia familiar A etiologia da esquizofrenia e dinâmica familiar A terapia familiar emergiu da pesquisa sobre a esquizofrenia. Nas décadas de 40 e 50, a pesquisa sobre o vínculo entre a vida familiar e a esquizofrenia levou ao trabalho pioneiro dos primeiros terapeutas familiares (Grupo de Palo Alto -Califórnia). Os interesses do grupo – O desenvolvimento de uma teoria da comunicação que explicasse a origem e a natureza do comportamento esquizofrênico, especialmente no contexto da família. O que torna uma família patológica? É a comunicação patológica. A evolução da terapia familiar A observação de que o comportamento esquizofrênico parece se encaixar em algumas famílias não significa que as famílias causam a esquizofrenia. Famílias de membros esquizofrênicos sofreram muitos anos sob a suposição de que eram culpadas da tragédia da psicose de seus filhos. - As investigações sobre a dinâmica familiar na esquizofrenia focalizaram duas tradicionais preocupações psicanalíticas: papéis familiares rígidos e modelos parentais de identificação falhos. Década de 1950 - reconhecimento da influência da família no curso do tratamento. quando um paciente melhorava, alguém na família piorava, quase como se a família precisasse de um membro sintomático. O impacto da melhora de um paciente sobre a família nem sempre é negativo? Fisher e Mendell (1958) relatavam uma difusão de mudanças positivas do paciente para outros membros da família. O importante: não é se a influência que os pacientes e suas famílias têm uns sobre os outros é benigna ou maligna. O ponto essencial é que a mudança em uma pessoa muda o sistema. DINÂMICA DE PEQUENOS GRUPOS Alguns conceitos foram utilizados na terapia familiar. As dinâmicas grupais são relevantes para a terapia familiar - a vida em grupo é uma mistura complexa de personalidades individuais e propriedades grupais. Kurt Lewin (1890 – 1947) Psicólogo – Pesquisa-Ação e Dinâmica de grupo orientou uma geração de pesquisadores, psicólogos do trabalho e terapeutas de grupo. Equilíbrio social quase-estacionário (velhos comportamentos - hábitos sociais - que precisava ser desestabilizados.) Terapeutas familiares com sistemas familiares - e com a sua resistência à mudança. Gestalt de Fritz Perls - as técnicas gestálticas são utilizadas para estimular a interação emocional na terapia de família. Descongelamento (mudança - romper a homeostase) -sacode as crenças de um grupo e seus membros estarão preparados para aceitar a mudança. A teoria de campo – (derivada da Gestalt) todo fenômeno psicológico ocorre em um determinado campo — o campo vital do indivíduo. O Campo psicológico seria o ambiente, concluindo suas forças sociais de maneira como é visto ou percebido pelo indivíduo. Wilfred Bion (1897 - 1979) Psicanalista - enfatizou o grupo como um todo, com dinâmica e estrutura próprias. A maioria dos grupos se desvia de suas tarefas primárias, engajando-se em padrões de luta-fuga, dependência ou formação de pares ("supostos básicos“). Luta-fuga - famílias diante do conflito contornam as questões polêmicas - usam a terapia apenas para dar vazão à sua irritação, preferindo brigar interminavelmente a considerar concessões mútuas e, ainda menos, mudança. Dependência ou formação de pares - um dos pais entra em conluio (tipo de união ) com os filhos para ridicularizar e diminuir o outro. A distinção processo/conteúdo na dinâmica de grupo teve um grande impacto sobre o tratamento familiar. O terapeuta aprende a prestar atenção tanto no como a família fala (processo) - como as informações são fornecidas - e no conteúdo de suas discussões. Ex: A família discute o que fazer a respeito da recusa do filho de ir à escola (conteúdo), o terapeuta observa se os pais parecem estar no comando e se apoiam um ao outro (processo). Ex: boneca Barbie - O processo + oculto A teoria do papel – ( psicanálise e da dinâmica de grupo), teve aplicações importantes para o estudo das famílias. As expectativas que acompanham os papéis trazem regularidade a situações sociais complexas. Importância: como os papéis organizam o comportamento nos grupos. Quando os membros de uma família infeliz ficam atolados em papéis limitados e rígidos artrite interpessoal, uma doença que leva a família à rigidez e atrofia de vida. O problema é que esses papéis são difíceis de abandonar. Famílias -os papéis tendem a ser recíprocos e complementares. Ex: pai e mãe querem que os filhos comportem-se bem à mesa do jantar. O pai tem um pavio curto - manda que fiquem quietos imediatamente quando fazem barulho, ao passo que a mãe espera mais tempo. Se o pai fala primeiro, a mãe não terá chance. Esses pais podem ficar polarizados em papéis complementares de rigidez e tolerância - reforçam-se mutuamente - e cada pessoa espera que a outra mude. Jacob Levy Moreno (1889 - 1974) Médico, psicólogo e filósofo - O psicodrama – encenações dramatizadas a partir da vida dos participantes, empregando técnicas para estimular a expressão emocional e esclarecer conflitos - o foco está na ação interpessoal. Espontaneidade, criatividade, aqui-e-agora, teoria dos papéis (role-playing), etc.,.. - Role-player (alemão - a interpretação de papéis) é a adoção de um papel acabado, plenamente estabelecido, que não permite ao individuo nenhuma variação, Pichon-Rivière (1907-1977) Médico psiquiatra - Grupos-Operativos - inclui a família na sua compreensão da doença mental. Desenvolve a noção de "bode expiatório" como depositário da patologia que é de toda a família. Bode Expiatório - Paciente identificado (depositário) - assume os aspectos negativos e atemorizantes do grupo familiar: culpa, medo, vergonha... Acordo tácito onde ele se compromete tanto quanto os outros membros. Isto dá origem a mecanismos de segregação e de exclusão. Porta-voz - é aquele que expressa (através da fala, do silêncio ou do gesto) - fantasias que o move o grupo familiar, ele é o emergente que “denuncia” as ansiedades dominantes que está impedindo a tarefa. A doença mental é o emergente (surge de um conjunto) de um grupo familiar, e o doente, o porta-voz de uma problemática desse mesmo grupo - Essa doença também comunicaria algo do grupo familiar do qual a pessoa faz parte. - diferentes "portadores", como o porta-sintoma, o porta-ideal, o porta-sonho, o porta-silêncio etc. O conceito de porta-voz não se refere apenas à "voz", algo que é comunicado oralmente, mas a tudo que ocorre a um determinado elemento do grupo que nos remeta ao conjunto no qual está inserido, ou seja, toda forma de conduta. O MOVIMENTO DA ORIENTAÇÃO INFANTIL Os profissionais que trabalham em orientação infantil - verdadeiro problema não era os sintomas da criança, e sim as tensões familiares. A tendência inicial foi culpar os pais, em especial a mãe. superproteção materna – (David Levy (1943) Dominadoras ou complacentes (filhos submissos ou desobedientes com dificuldades de estabelecer relacionamtos) Mãe esquizofrenizante – (com homens passivos) Frieda Fromm-Reichmann (1948). Forneceriam a maternagem patológica que produz a esquizofrenia. Transmissão das lacunas de superego - (Adelaide Johnson e Szurek, 1954) – comportamento antissocial em delinquentes e psicopatas devia-se a defeitos no superego transmitidos pelos pais aos filhos A ênfase no movimento de orientação infantil mudou Bowlby John (1907 - 1990) –(psicólogo, psiquiatra e psicanalista) - pioneiro na teoria do apego. A psicopatologia não estava no indivíduo nem nos pais e sim na interação entre ambos. Nathan Ackerman (1908 - 1971) (Psiquiatra e psicanalista) Fundou a primeira Clínica Saúde Mental Familiar em Nova York 1957. Ele recomendou que se estudasse a família para compreender a criança - e não o oposto A INFLUÊNCIA DO TRABALHO SOCIAL Os assistentes sociais – longa história com a família - como unidade social e como foco de intervenção. - Século XIX - dedicavam-se a melhorar as condições das pessoas pobres e desfavorecidas da sociedade. O visitante amigo - o assistente social visitava as famílias em casa para avaliar suas necessidades e oferecer ajuda - ajudavam a romper o distanciamento do modelo médico-paciente Mary Richmond (1861 – 1928) - considerada a fundadora do Serviço Social. Foi a precursora do diagnóstico social A personalidade é fruto de do inato e particular e tudo que se adquiriu através da educação, da experiência e das relações humanas, isto é, do meio envolvente. via as famílias como sistemas dentro de sistemas - influencia e é influenciado por seu funcionamento Os grupos de terapia são planejados para fornecer uma atmosfera de afetividade e apoio - não pode ser parte da terapia familiar, pois, em vez de separar o tratamento do ambiente estressante, o ambiente estressante é trazido ao tratamento. A terapia familiar - junta pais e filhos para transformar suas interações – não isolar os indivíduos das origens emocionais de seus conflitos . NICHOLS, Michael P. e SCHWARTZ Richard C. A evolução da terapia familiar, pp. 29-64. Em: Terapia familiar: conceitos e métodos; tradução Maria Adriana Veríssimo Veronese. 7ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 480
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