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ICSA – Departamento de Ciências Econômicas Disciplina: IH 222 – Introdução à Economia I Professor: José Antônio SÚMULA DE AULA N. 1 O PROBLEMA DA ESCASSEZ[2: Transcrito, em parte, do livro Princípios de Economia, de Carlos Roberto Martins Passos e Otto Nogami, publicado pela Editora Thomson. ] A escassez é o problema econômico central de qualquer sociedade. Se não houvesse escassez, tampouco haveria a necessidade de se estudar economia. Mas, por que existe a escassez? A escassez existe porque as necessidades (e os desejos) humanas a serem satisfeitas através do consumo dos mais diversos tipos de bens (e serviços) são infinitas e ilimitadas, ao passo que os recursos de produção (ou fatores de produção) à disposição da sociedade e que são utilizados na produção dos mais diferentes tipos de bens (e serviços) são finitos e limitados, ou seja, são insuficientes para se produzir o volume de bens (e serviços) necessários e desejados para satisfazer as necessidades de todas as pessoas e da sociedade como um todo. Pode-se dizer, então, que a escassez é a preocupação básica da Ciência Econômica. Somente devido à limitação dos recursos de produção (ou fatores de produção) em relação às ilimitadas necessidades (e desejos) humanas é que se justifica a preocupação de utilizá-los da forma mais racional e eficiente possível. Da dura realidade da escassez decorre a necessidade da escolha. Já que não se pode produzir tudo o que as pessoas desejam, devem ser criados mecanismos que de alguma forma auxiliem as pessoas e as sociedades a decidir quais bens (e serviços) serão produzidos e quais necessidades (e desejos) serão atendidas. DIVISÕES BÁSICAS DA ECONOMIA[3: Transcrito, em parte, do livro Economia: princípios básicos e introdução à microeconomia, de Flávio Riane, publicado pela Editora Pioneira.] Como toda ciência, a econômica passa também por um processo de conhecimento que vai da descrição dos fenômenos econômicos, da teorização desses fenômenos e da sua utilização como forma de influir nas relações entre as variáveis a ela inerentes, alterando seus efeitos sobre diversos segmentos da sociedade. FASE DA DESCRIÇÃO A fase da descrição, também conhecida como a “Economia Descritiva”, tem a característica básica de descrever o conjunto de observações e inter-relações que ocorrem entre as variáveis econômicas. A fase descritiva relata a forma pela qual as diversas variáveis se comportam na Economia, sem se preocupar em explicar como, por que e de que forma elas deveriam se comportar. Desse modo, a Economia Descritiva trata de identificar o fato econômico e a partir de levantamentos descritivos inicia-se o processo de conhecimento da realidade econômica. A Economia Descritiva procura descrever o comportamento de produtores, de consumidores, de instituições e de outros agentes que se preocupam com a tarefa de utilizar os recursos escassos, transformando-os em bens e serviços que satisfaçam às necessidades individuais e coletivas da sociedade. Devido à heterogeneidade dos agentes econômicos e de seus comportamentos, mesmo esta fase de identificação no mundo real é uma tarefa de elevada complexidade. FASE DA TEORIZAÇÃO A teorização dos fatos econômicos observados na fase da Economia Descritiva dá origem ao processo da formação teórica das relações econômicas. Dessa forma, a “Teoria Econômica” procura dar um ordenamento lógico aos elementos fornecidos pela Economia Descritiva que seja capaz de ligar os fatos entre si, de forma que fique clara a cadeia de ações e reações das diversas variáveis econômicas, bem como o grau de dependência de um fenômeno em relação ao outro. A passagem da Economia Descritiva para a Teoria Econômica se manifesta através desse processo de transformação das observações em relações lógicas, inteligentes e úteis para explicar e influenciar no comportamento das variáveis econômicas. O caráter de ciência da Economia é estabelecido quando através do conjunto de “Teorias Econômicas” se formula um arcabouço de princípios, leis, teorias e modelos, que, de forma lógica e coerente, é capaz de explicar o comportamento das variáveis econômicas. FASE DA POLÍTICA ECONÔMICA (a utilização da teoria econômica) A utilização da Teoria Econômica manifesta-se de forma diferenciada tanto por agentes individuais do sistema econômico quanto por seus elementos agregados. Do ponto de vista individual a teoria é utilizada pelos agentes (econômicos) a fim de que eles possam, com base nos seus pressupostos e nas inter-relações de suas variáveis, obter parâmetros que os orientem na sua tomada de decisão para a produção de mais ou novos bens e serviços, bem como na sua definição de consumo. Do ponto de vista agregado, a Teoria Econômica tem o objetivo de servir à Política Econômica necessária para o alcance de algum objetivo determinado. Uma vez definido o objetivo que se pretende alcançar, que seja, por exemplo, gerar mais renda, mais emprego, crescer o produto da economia, etc., utilizam-se, então, as Teorias Econômicas disponíveis que melhor atendam a essa meta. Portanto, é através da Política Econômica que serão utilizados, de forma consistente, os princípios, as teorias, as leis e os modelos explicativos da realidade em busca do objetivo predeterminado. Nesse sentido, a Política Econômica é uma forma de utilização da Teoria Econômica, condicionando os agentes econômicos a se comportarem de tal modo que os seus objetivos traçados sejam alcançados. Dessa forma, quando se emprega o termo “Política Econômica Governamental”, na realidade o que se está querendo dizer é de que forma o governo está utilizando os instrumentais econômicos teóricos a fim de condicionar, balizar e conduzir o sistema econômico em função dos objetivos econômicos e sociais politicamente estabelecidos.
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