Trabalho Social II AV2

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
PSICOLOGIA
SOCIAL II
NOVA FRIBURGO
JUNHO / 2015
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Disciplina: PSICOLOGIA SOCIAL II
NOVA FRIBURGO
JUNHO / 2015
Justificativa
Para a psicologia social, a palavra gênero começou a ser usada por volta dos anos 80, para explicar a desigualdade entre homens e mulheres, que se desencadeava na opressão das mulheres, isso era muito visível, nos salários menores em serviços iguais e pequena participação política.
Essa desigualdade é normalmente explicada pela conservação religiosa, científica e política, além da diferença biológica, fazendo com que muitos ainda acreditem que essas diferenças são essenciais, naturais e inevitáveis.
A palavra gênero vem para explicar que essas diferenças de mulher frágil, homem forte, são produtos de uma construção social, é um modo de pensar que viabiliza a mudança nas relações sociais, e consequentemente, nas relações de poder, considerando as diferenças biológicas, reconhecendo a desigualdade e não admitindo como justificativa para a violência.
No decorrer deste trabalhao estaremos apresentando a relação de gênero como poder, as relações entre homens e mulheres e as desigualdades existentes.
	
A desigualdade entre homens e mulheres
“Quando falamos relação de gênero, estamos falando de poder. À medida que as relações existentes entre masculino e feminino são relações desiguais, assimétricas, mantêm a mulher subjulgada ao homem e ao domínio patriarcal.” (Costa, 2008)
Ao longo do tempo a desigualdade entre homens e mulheres se desdobra em diversas formas de violência contra a mulher.
	O primeiro livro da bíblia (Gênesis) por exemplo, já vem mostrando a desigualdade dos papeis sexuais, onde Deus cria a mulher a partir da costela do homem, para que ela viesse a fazer companhia ao homem, assim como os animais tinham seus companheiros.
	Esse capítulo reforça a cultura machista por se tratar da criação da humanidade, passando de geração para geração, sendo uma das responsáveis por dividir os papéis sexuais.
	A relação de gênero é compreendido como uma construção social, baseada na diferença biológica dos sexos, expresso através das relações de poder, subordinação, representado pela descriminação de funções, atividades, normas e condutas para homens e mulheres em casa sociedade.
	Pensar diferente as verdades construídas sobre os papéis sexuais, abandonaria nossa concepção do sexo masculino como, forte, corajoso, bom marido,que tem o poder, etc; e do sexo feminino, frágil, companheira, dedicada a família, etc.
“ que o poder não é algo que se adquire, arrebate ou compartilhe, algo que se guarde ou deixe escapar, o poder se exerce a partir de númeos pontos e em meio a relações desiguais e móveis; que as relações de poder não se encontram em posição de exterioridade com respeito a outros tipos de relações (processos econômicos, relações de conhecimento, relações sexuais), mas lhe são imonentes, são os efeitos imediatos das partilhas, desigualdades, desequilibrios que se produzem nas mesmas e, reciprocamente, são as condições internas destas diferenciações.” (Foucault, 1999, p.89)
Percebemos então que o papel sexual do homem em ser o machão, poderoso e dominador, e que a mulher é submissa, frágil, ocupando o lugar de vítima em qualquer situação é repassado para futuras gerações com naturalidade, e será que alguma coisa mudou no decorrer dos anos?
A seguir, temos em destaque algumas mudanças introduzidas pelo Código Civil em vigor: 
Disposições gerais do casamento: agora, o marido também poderá acrescer ao seu nome, o nome da esposa. Ou ainda, continuarem com os nomes de solteiros.
Planejamento familiar: o planejamento familiar é livre decisão do casal, ou seja, nenhuma instituição pode dizer às pessoas quantos filhos e quando eles devem ter. A opção é da mulher, do homem ou do casal.
Direção da sociedade conjugal: com este novo Código Civil, a mulher deixou de ser apenas uma colaboradora do marido, que tinha a chefia da família. Agora, a direção da sociedade conjugal passa a ser exercido por ambos, marido e mulher, um colaborando com o outro, no mesmo pé de igualdade.
Sustento da família: partindo do princípio de que, a todo direito corresponde um dever, estabelecer o direito da igualdade, estabelece, também, as obrigações para com as despesas de sustento da família e a educação dos filhos, que são obrigações tanto do homem como da mulher.
Domicílio do casal: anteriormente, o homem era quem tinha o privilégio de escolher o local de moradia da família. Entre os direitos conquistados pela mulher está a sua participação na escolha do domicílio conjugal para atender a encargos públicos, ao exercício de sua profissão, ou a interesses particulares relevantes, sem que, com isto, esteja violando um dos deveres no casamento.
Em caso de ausência: para os casos nos quais um dos côjuges esteja em lugar remoto ou não saiba de seu paradeiro, esteja encarcerado pois mais de cento e oitenta (180) dias, interditado judicialmente ou privado, mesmo que seja temporiariamente de consciência, em virtude de enfermidade ou de acidente, o outro exercerá com exclusividade a direção da família, cabendo-lhe a admiração dos bens, responsabilidades com os filhos e todos os demais direitos e deveres no casamento.
Objetivo
 Nos aprofundamos no assunto, em como surgiu e como essa desigualdade acontece, por meio de artigos e buscando as opiniões da sociedade através de uma entrevista, com o objetivo de fazer mais uma das muitas tentativas em mudar ou pelo menos fazer pensar aos que pensam nessas desigualdades de uma forma positiva e correta. 
Metodologia: 
 Além de estudos em artigos, também utilizamos uma metodologia que consideramos eficaz para buscarmos dados, que é a entrevista, procurando aplicar em gerações mais antigas e mais atuais, para analisarmos se essa concepção de que o homem se sobrepõe a mulher ainda prevalece, e se sim, o quanto ela ainda é forte. Utilizamos a seguinte entrevista, com suas respectivas respostas:
A mulher vem ganhando um espaço significativo no mercado de trabalho, assumindo atividades que antes só os homens realizavam. O que você acha que ainda pode ser melhorado?
R1: “A valorização de salário para as mulheres.Pois por mais que tenhamos espaço no mercado de trabalho os homens continuam tendo um salário a cima do nosso.”
R2: “Eu acho que as mulheres precisam ser mais bem vista e valorizada, não somente no mercado de trabalho mais também precisam ser valorizadas dentro de casa, na rua,no serviço, no salário, etc.”
R3: “No meu ponto de vista, realmente hoje muita coisa mudou, ganhamos nosso espaço, e assumimos sim trabalhos que a pouco tempo somente homens praticavam, no entanto acho injusto o nosso salário ainda ser bem abaixo dos salários pagos aos homens.” 
R4: “Acho que o que deve ser melhorado ainda é a mentalidade daqueles que mulher é sexo frágil. Adquirimos nosso espaço e ainda temos muita coisa a conquistar, e acho também que podíamos ganhar um pouco melhor em relação ao salário pago aos homens.”
R5: “Acho que tem muita coisa pra melhorar. A gente trabalha muito mais que os homens, temos que dar conta do nosso trabalho, do serviço da casa, filhos, na verdade não sei se isso foi um progresso, antes ouvíamos nossa mãe, nossa avó contar que cuidava só da casa, e o sustento era o homem quem trazia, hoje dizem que os direitos são iguais, mas trabalhamos muitos mais e ganhamos muito menos.” 
Por ser mulher você se sente ou já se sentiu ameaçada ou desvalorizada em algum momento em sua profissão? 
R1: “Não. Pois sempre trabalhei em confecções onde não havia muitos homens.”
R2: “Sim. Pois tem alguns serviços como pedreiro, mecânico, frentistas, etc. emque nós mulheres hoje conseguimos trabalhar mais na maioria das vezes não temos o devido respeito tanto com o salário, como também na questão, física e emocionalmente.”
R3: “Não, graças à Deus acho que talvez por ser nova, e por em nossos tempos modernos as coisas já terem mudado bastante, não senti isso na minha profissão não.”
R4: “Não, tenho até uma experiência muito boa em relação a isso, pois o cargo que ocupo hoje, anteriormente era ocupado por um homem, e com toda a modéstia recebo muitos elogios, sempre alguém diz que meu trabalho se destacou em relação ao dele.”
R5: “Sim, sempre fui mais bruta que minhas irmãs, sempre gostei de trabalhos mais pesados, trabalhei muito tempo na roça com meu pai, não levo jeito pra serviços delicados, e muitas vezes vejo que as pessoas me olham de um jeito diferente e até zombam de mim.” 
Os estudiosos relatam que nesta luta de conquista dos direitos, a mulher trabalha no mínimo 18 horas por dia, por também realizar as tarefas do lar que ainda são sua responsabilidade. O que pensa a esse respeito? R1: “Não concordo, pra mim as tarefas do lar é obrigação do casal, tanto a mulher quanto o homem tem a responsabilidade de ajudar nas tarefas domiciliar.”
R2: “Discordo. A responsabilidade do lar pertence tanto a mulher quanto ao homem.”
R3: “Concordo quando diz que trabalhamos às 18 horas por dia, e talvez até mais, por conta do serviço da casa. Mas discordo completamente quando diz que esse serviço é de nossa responsabilidade. Esse, além da desvalorização de nossos salários é mais um ponto que acho que deve mudar.”
R4: “Infelizmente isso é verdade, as tarefas da casa ainda são vistas como responsabilidade nossa.”
R5: “Ah, mas foi exatamente o que eu já havia dito, trabalhamos muito mais sim, acho que até hoje muita coisa mudou, mas acho que isso vai ser muito difícil de mudar.”
Você acredita que os homens são financeiramente mais bem sucedidos que as mulheres por uma questão social? R1: “Sim. Os homens tem mais oportunidades de crescer no mercado de trabalho do que nós mulheres.”
R2: “Sim. Os homens tem uma grande oportunidade de ter salários mais altos do que as mulheres. Pois a questão social diz que o homem é que põem comida dentro de casa, então eles provavelmente teriam que ganhar mais. claro que nós mulheres não concordamos com isso.”
R3: “Completamente, acho que se colocarmos na balança um homem e uma mulher que possuem a mesma profissão, a balança do homem pesará mais indiscutivelmente.”
R4: “Sim, os salários deles são sempre superiores ao nosso.”
R5: “Acho sim, pode até ser que na carteira o salário seja igual, mas por fora o homem sempre sai ganhando mais.”
Qual é a sua opinião com relação a família e sua formação e porque as mulheres hoje estão tendo menos filhos?
R1: “Bem eu acho que sim. As mulheres estão optando por ter menos filhos, devido a dificuldade financeira e tempo p se dedicar ao lar”.
R2: “Bem hoje em dia as mulheres estão querendo estudar mais, ter uma boa vida e sucesso com isso estão optando por ter filhos mais tarde, e como a vida hoje em dia está mais difícil elas optam por ter menos filhos.”
R3: “Acho que nós mulheres temos nos doado mais ao lado profissional, antigamente as mulheres para ser bem vistas tinham que casar cedo, ter filhos, isso era motivo de orgulho. Hoje estamos focando mais em uma carreira profissional bem sucedida, com isso os planos de casamento e filhos vão sendo adiados.” 
R4: “Hoje pensamos mais em estudar, ter um emprego melhor, não que não seja pra nós um sonho, casar e ter filhos, mas acabamos deixando para segundo plano, para podermos crescer profissionalmente.”
R$: “Antigamente a gente casava muito cedo e tinha filho muito cedo também, hoje as jovens que estão mais que certas, correr atrás de um bom emprego, até por que se casar, terá sim é mais um afazer, mais um trabalho.”
Conclusão: 
Após aplicarmos a entrevista, analisamos que embora a modernidade tenha trazido junto consigo, muitas mudanças, no que concerne o papel da mulher na sociedade, a opinião de que o homem se sobrepõe a mulher ainda prevalece. E ainda que tenha sido uma pequena amostra de opiniões, vimos quão grandemente essa opinião impera entre as entrevistadas.
Referências Biográficas
http://www.unifia.edu.br/projetorevista/artigos/direito/20121/desigualdade_imposta.pdf
http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/pfdc/informacao-e-comunicacao/eventos/mulher/dia-da-mulher/verbet
Procuramos artigos e outros sites que trouxesse os assuntos tratados de forma clara e objetiva, achamos importante o estudo sobre a desigualdade entre homens e mulheres, pois é algo que para nós deve ser tratado e que merece ser sempre revisto, para que cada vez mais isso possa ser ao menos diminuido na sociedade.