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Aula III Administrativo I Organiza o Administrativa conceitos b sicos

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ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 
Conceitos básicos
Professora Angélika Veríssimo
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Estado, Governo e Administração
Estado – pessoa jurídica de direito público, composto pelo povo, território e governo soberano e estruturado sobre três poderes independentes e harmônicos entre si (Legislativo, Executivo e Judiciário).
Os poderes exercem função pública (atividades exercidas em nome e no interesse da coletividade).
A função pública pode ser típica ou atípica e, divide-se em:
Função legislativa;
Função jurisdicional;
Função administrativa.
 
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Estado, Governo e Administração
Governo – É o conjunto de poderes e órgãos constitucionais responsáveis pela função política do Estado.
Administração Pública – pode ser conceituada de várias maneiras, a saber:
Sentido amplo:
Órgãos governamentais (Governo) – função política (fixação de planos e diretrizes governamentais);
Órgãos e entidades administrativos – função de execução dos planos e diretrizes do Governo.
 
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Estado, Governo e Administração
Sentido estrito:
Refere-se tão somente à função de execução da política governamental;
É a área de interesse do direito administrativo;
A Administração Pública é o instrumento de que se vale o Estado para colocar em prática as opções políticas do Governo.
 
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Estado, Governo e Administração
Sentido formal, subjetivo ou orgânico:
Conjunto de agentes (pessoas investidas em cargos, empregos e funções), órgãos e pessoas jurídicas voltado à execução das atividades administrativas;
É o aparelhamento estatal (aparelho do Estado) para o exercício das políticas governamentais (finalidades públicas);
Abrange todos os Poderes e todas as esferas da Federação.
 
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Estado, Governo e Administração
Sentido material, objetivo ou funcional:
Corresponde a própria atividade administrativa, executada pelo aparelho do Estado, abrangendo as seguintes atividades:
a) serviço público;
b) polícia administrativa;
c) fomento (auxílios financeiros ou subvenções; financiamento; favores fiscais e desapropriações);
d) intervenção do Estado, cuja atuação pode ser:
- direta no domínio econômico (empresas estatais - art. 173, caput e § 1º, CF) ou em regime de regime de monopólio (art. 177, inc. V, CF);
- indireta mediante regulamentação e fiscalização da atividade econômica de natureza privada (art. 174, CF);
 
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Estado, Governo e Administração
- Chefe do Executivo – realiza funções políticas e funções administrativas;
- Funções de governo – são funções políticas, direcionadas a especificar os fins da ação do Estado;
- Funções administrativas – voltadas à administração dos interesses da sociedade, mediante normas infralegais e infraconstitucionais.
 
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Estado, Governo e Administração
	“Administração é todo o aparelhamento do Estado pré-ordenado à realização de serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. Não pratica atos de governo; pratica atos de execução, com maior ou menor autonomia funcional. Conforme a competência dos órgãos e de seus agentes, é o instrumental de que dispõe o Estado para colocar em prática as opções políticas do Governo”. 
	(MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus). 
 
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Organização administrativa
configura-se organização administrativa do Estado, o fato do Ente Estatal, no exercício de sua autonomia político-administrativa, ordenar e distribuir funções administrativas, disciplinando sobre a melhor forma de exercê-las.
modelo do aparelhamento administrativo do Estado = estruturação de entes políticos, órgãos públicos e entidades jurídicas que desempenharão as atividades administrativas;
 José dos Santos Carvalho Filho: “a organização administrativa resulta de um conjunto de normas jurídicas que regem a competência, as relações hierárquicas, a situação jurídica, as formas de autuação e controle dos órgãos e pessoas, no exercício da função administrativa.”
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Organização administrativa
 Dita organização da Administração Pública, em regra, ocorre mediante a expedição de lei e, de modo excepcional, por decreto e normas inferiores. (Ex.: Decreto-Lei nº. 200/67)
 Assim, a atuação da Administração Pública no âmbito jurídico ocorre mediante a representação de pessoas jurídicas (personalidade jurídica própria) e pessoas físicas que as compõem. 
Essa relação passou a ser definida por algumas teorias.
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Teorias
 Teoria do mandato – o agente público seria um mandatário da pessoa jurídica, mediante a assinatura de um contrato de mandato (ausência de autonomia da vontade);
 Teoria da representação – os agentes públicos como representantes do Estado por força de lei (equiparação a representação de incapaz/ausência de responsabilidade);
Teoria do órgão ou teoria da imputação – a vontade da pessoa jurídica é atribuída aos órgãos que a estruturam, os quais são compostos por agentes.
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Órgãos públicos
José dos Santos Carvalho Filho - a adoção da teoria do órgão gera como consequência a adoção do princípio da imputação volitiva (a vontade do órgão público é imputada à pessoa jurídica, a qual pertence) e a aplicação concreta da chamada função de fato (necessidade de aparente investidura e exercício da atividade pelo órgão).
Bandeira de Mello define órgãos públicos como unidades abstratas que sintetizam os vários círculos de atribuições, de poderes funcionais do Estado, repartidos no interior da personalidade estatal e expressados por meio dos agentes;
Hely Lopes considera os órgãos públicos como centros especializados de competência;
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Órgãos públicos
Art. 1º., § 2º, inc. I, da Lei nº. 9.784/99 dispõe sobre órgão como “unidade de atuação integrante da estrutura da Administração Direta e da estrutura da Administração Indireta.”
A criação e extinção de órgãos públicos dependem de lei (art. 48, inc. XI, CF);
Projeto de Lei de iniciativa privativa do Presidente da República (art. 61, § 1º, II, “e”, da CF); iniciativa dos Tribunais Judiciários (art. 96, II, “c” e “d”, CF); iniciativa do Ministério Público (art. 127, § 2º, CF);
No Poder Legislativo, a criação e extinção de órgãos públicos dependem de atos administrativos das respectivas Casas (art. 51, IV e art. 52, XIII, ambos da CF);
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Órgãos públicos
Estruturação e atribuições da A.P – art. 84, VI, “a”, CF.
Órgãos públicos não possuem personalidade jurídica (despersonalizados), apenas integram a pessoa jurídica. 
Em regra, não possuem capacidade processual (capacidade de estar em juízo), todavia adquirem dita capacidade para defesa de suas prerrogativas e competências, infringida por ato de outro órgão (Ex.: Câmara Municipal);
Art. 82, III, CDC - confere legitimidade aos órgãos da Administração Pública (direta e indireta) e Art. 97, CDC - liquidação e execução de sentença. 
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Classificação
1.	Quanto à esfera de autuação: 
	centrais (atuação em todo território nacional, estadual e municipal. Ex.: Ministérios e Secretarias) 
	e locais (atuam sobre parte do território. Ex.: Delegacias Regionais da Receita, Delegacias de Polícias, Postos de Saúde);
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Classificação
2.	Quanto à posição estatal: 
	independentes (origem constitucional, representação dos poderes do Estado, ausência de subordinação hierárquica, atribuições exercidas pelos agentes políticos. Ex.: Casas Legislativas, Chefias do Executivo, Tribunais);
	autônomos (localizados na cúpula da Administração, abaixo dos independentes, possuem autonomia administrativa, técnica e financeira. Ex.: Ministérios, Secretarias, Ministério Público); 
	superiores (órgãos de direção, controle e comando; subordinação e controle hierárquico. Ex.: Departamentos, Coordenadorias, Divisões, Gabinetes)
	subalternos (subordinados aos órgãos superiores, exercem função de execução. Ex.: Seções de expediente, de pessoal, de material, de portaria, de zeladoria);
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Classificação
3.	Quanto à estrutura: 
	
	simples (órgãos unitários, constituídos por um só centro de competência. Ex.: seção administrativa) e compostos (agregam outros órgãos menores à sua estrutura. Ex.: os hospitais e postos frente à Secretaria de Saúde);
4.	Quanto à composição: 
	
	singulares (integrados por um único agente. Ex.: Presidência da República, Governadoria, Prefeitura) e coletivos (integrados por vários agentes. Ex.: Congresso Nacional, Tribunais, Assembléia Legislativa);
5.	Quanto às funções: consultivos e controle.
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Competências Públicas
A competência é o conjunto de poderes-deveres conferidos a um agente para exercer uma determinada função do Estado, decorrentes de uma delimitação prévia em Lei, para assegurar o interesse público;
A competência do agente é a condição para a validade do ato administrativo. Nenhum ato pode ser realizado validamente sem que o agente disponha de poder legal para tanto;
A competência pode ser delegada (transferência de funções de um sujeito, normalmente para outro hierarquicamente inferior) ou avocada (órgão superior atrai para si a competência para cumprir determinado ato atribuído a outro inferior), desde que permitido pelas normas reguladoras da Administração; 
 A competência é um elemento vinculado e não pode ser alterada.
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Características da Competência
São de exercício obrigatório para órgãos e agentes, devendo ser exercitadas independentemente da vontade do seu titular;
São irrenunciáveis, de modo que não se abre mão da competência;
São intransferíveis, ou seja, não podem ser repassadas a outras pessoas, mas apenas delegadas;
São imodificáveis pela vontade do titular, sem possibilidade de dilatá-las ou restringi-las, sendo possível apenas a avocação;
São imprescritíveis, não importando por quanto tempo não sejam exercidas. 
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Formas de prestação da função administrativa
Existem formas de atuação da atividade administrativa, que poderá ocorrer de forma: 
a) centralizada;
b)descentralizada;
c) desconcentrada;
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Centralização
Centralização administrativa é quando o Estado executa suas tarefas por meio dos órgãos e agentes integrantes da Administração Direta. Nesse caso, os serviços são prestados pelos órgãos do Estado, despersonalizados, integrantes de uma mesma pessoa política (União, DF, estados ou municípios), sem outra pessoa jurídica interposta;
Pode ser denominada de centralização administrativa, ou o desempenho centralizado de funções administrativas.
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Descentralização
Descentralização administrativa é quando o Estado (União, DF, estados ou municípios) desempenha suas funções por meio de outras pessoas jurídicas;
A descentralização pressupõe a participação de duas pessoas jurídicas distintas: o Estado e a entidade que executará o serviço, por ter recebido do Estado essa atribuição;
O artigo 6º, inciso III, do Decreto-Lei nº 200, elenca a “descentralização administrativa” como um dos princípios fundamentais da Administração Federal;
A descentralização pode ser efetuada por outorga ou por delegação.
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Descentralização
A descentralização por outorga acontece quando o Estado cria uma entidade, transferindo para esta através de lei, determinado serviço público;
Assim, o Estado descentraliza a prestação dos serviços, outorgando-os a outras entidades (autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas), que são criadas para o fim de prestá-los (ex.: COPERGÁS);
A descentralização por delegação acontece quando o Estado transfere unicamente a execução do serviço, mediante contrato ou ato unilateral, para que o ente delegado o preste ao público em seu próprio nome e por sua conta e risco, sob fiscalização do Estado (ex.: concessionários e aos permissionários). Essa execução é temporária.
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Desconcentração
A desconcentração existe quando a entidade da Administração, distribui competências, dentro de sua própria estrutura, a fim de tornar mais ágil e eficiente a prestação dos serviços;
A desconcentração sempre ocorre no âmbito interno de uma mesma pessoa jurídica, sendo uma simples distribuição interna de competências dessa pessoa;
Administração Direta Federal  União subdivide poder executivo em Ministérios;
Administração Indireta Federal  Autarquia (ex.: universidade pública) elabora divisão interna de funções, criando, na sua própria estrutura, diversos departamentos (Departamento de Graduação, Departamento de Pós-Graduação, Departamento de Direito, Departamento de Filosofia, Departamento de Economia etc.).
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