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Das Obrigacoes

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SÃO PAULO 
2016 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP 
Graduação em Direito 
 
 
 
 
 
 
 
Das Obrigações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDILEIA SANTOS DA CONCEIÇÃO RA: C235920. 
EDUARDO COBRA STOROLLI RA : C295FG7 
FERNANDO SILVA GUIMARÃES RA : C524BF9 
FERNANDO LUIZ DE OLIVEIRA RA: C2638E0 
SIMONE LOPES DA SILVA RA: T576253 
SÃO PAULO 
2016 
 
EDILÉIA SANTOS DA CONCEIÇÃO RA : C235920. 
EDUARDO COBRA STOROLLI RA : C295FG7 
FERNANDO SILVA GUIMARÃES RA : C524BF9 
FERNANDO LUIZ DE OLIVEIRA RA: C2638E0 
SIMONE LOPES DA SILVA RA: T576253 
 
 
 
 
 
 
Das Obrigações 
 
 
 
 
 
 
Projeto de pesquisa, apresentado no curso de Direito à 
Universidade Paulista UNIP, Tatuapé com a exigência para a disciplina 
Direito das Obrigações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2016 
 
RESUMO 
 
O sistema de responsabilidade civil brasileiro evoluiu para um regime de 
responsabilidade objetiva, de modo que o empresário não apenas recebe os bônus, 
mas também arca com os ônus decorrentes da atividade empresarial; como a Light 
e a CEG. Por tal razão, a jurisprudência pátria acolhe a Teoria do Risco do 
Empreendimento, segundo a qual “todo aquele que se disponha a exercer alguma 
atividade no campo do fornecimento de bens e serviços tem o dever de responder 
pelos fatos e vícios resultantes do empreendimento, independentemente de culpa. A 
responsabilidade decorre do simples fato de dispor-se alguém a realizar atividade de 
produzir, distribuir e comercializar produtos ou executar determinados serviços. 
Dessa forma, como o defeito detona a responsabilidade civil objetiva do 
prestador de serviço ao causar um acidente de consumo, o fornecedor do serviço 
tem o dever de indenizar os danos causados ao consumidor, independentemente da 
perquirição de culpa. O simples fato de prestar serviço inadequado, sem segurança, 
revela o dever de indenizar e deste não pode se eximir o fornecedor. 
No parágrafo único do art. 927 do novo Código Civil, segundo o qual “haverá 
obrigação de reparar o dano, independente de culpa, nos casos especificados em 
lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, 
por sua natureza, risco para os direitos de outrem”, foi adotada a teoria do risco 
criado. Ao lado da responsabilidade civil decorrente do ilícito civil ou do abuso de 
direito, inseridas nos arts. 186 e 187, referindo-se a idéia de culpa, em determinados 
casos analisados pelo magistrado, poderá reconhecer a responsabilidade civil do 
infrator, sem a indagação de culpa, isto é, responsabilidade civil objetiva, através de 
duas situações: a primeira, refere-se nos casos especificados em lei e a segunda 
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua 
natureza, risco para os direitos de outrem. 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2016 
 
SUMARIO 
 
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................1 
2. DAS OBRIGAÇÕES..........................................................................................2 
2.1. Dos Danos da Esfera Civil..........................................................................2. 
2.2. Dos Danos Morais.........................................................................................3 
2.3. Dos Danos Materiais....................................................................................6 
3. DOS DANOS E RESPONSABILIDADE DO ESTADO.....................................8 
3.1. Da irresponsabilidade do Estado...............................................................10 
3.2. Da Responsabilidade Subjetiva do Estado...............................................10 
3.3. Teoria da responsabilidade objetiva do Estado........................................11 
3.4. Da Responsabilidade Penal......................................................................12 
3.5. Da Responsabilidade Administrativa.........................................................13 
4. DA LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO..............................................15 
5. RELATORIO......................................................................................................15 
6. CONCLUSÃO....................................................................................................18 
7. Referências Bibliográficas ............................................................................19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
SÃO PAULO 
2016 
 
1. Problema Apresentado 
 
 
Em 29 de Junho de 2010, na esquina da Rua Republica do Peru com Avenida 
Nossa Senhora de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro, um bueiro explodiu e 
lançou chama a uma altura de mais de 3 metros e feriu gravemente dois turistas 
Norte-Americanos que passavam no local. Rapaz teve 30% do corpo queimado e a 
jovem 70%,ficando internada por 68 dias. Do fato resultaram graves danos corporais 
e estéticos para os dois. A responsabilidade pela ocorrência do fato parece estar 
dividida entre duas empresas que realizavam operações na galeria subterrânea: a 
empresa de gás encanado e a de eletricidade, ambas concessionarias de serviços 
do Estado do Rio de Janeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
SÃO PAULO 
2016 
 
2. Das Obrigações 
 
2.1. Dos Danos; 
 
A ação sustenta que, ao colocar em risco a vida, a integridade física e o 
patrimônio de milhares de consumidores fluminenses, tanto a Light quanto a CEG 
estão prestando seus respectivos serviços com sérios vícios de qualidade. Os 
Promotores ressaltam que nenhuma outra metrópole mundial apresenta “tamanho 
descontrole das câmaras subterrâneas”, com o ”lançamento de um artefato pesado 
nas alturas tão somente em razão de falha de manutenção conjunta dos sistemas de 
distribuição de energia e de gás”. Também traçam um paralelo entre a situação do 
Rio e a de países onde há ataques terroristas. 
 ”Os resultados e riscos do fornecimento do serviço são evidentemente inaceitáveis, 
pois as concessionárias transformaram as ruas e avenidas da cidade em 
verdadeiros campos minados. O vício de prestação de serviço praticado pelos réus, 
não encontra paralelo com qualquer outro contexto, exceto o do terrorismo. O risco 
de conviver com explosões letais inesperadas só existem em locais com conflitos 
armados e ameaças de bomba”, afirmam na ação. 
”O vício na prestação de serviço é tão grave que não seria exagero compará-
lo ao terror, só que provocado não por um conflito étnico-religioso, mas pela falta de 
investimentos em manutenção dos sistemas subterrâneos. De qualquer maneira, 
não resta dúvida de que toda a população está temerosa e aterrorizada”, 
acrescentam. 
Dois Inquéritos Civis instaurados pelo MPRJ apuraram os incidentes desde 
2010, concluindo que estavam relacionados à falta de manutenção das instalações 
de responsabilidade das duas concessionárias. Instalações de gás mal conservadas 
causam o vazamento desse combustível, que, em contato com faíscas provenientes 
de instalações elétricas precárias, provocam explosões. No total, 58 ocorrências 
desse tipo foram apuradas. A ação menciona que as concessionárias deixaram de 
elaborar um cronograma de vistorias e inspeções periódicas que poderiam evitar as 
explosões. 
 
3 
 
SÃO PAULO 
2016 
 
Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial 
 Responsabilidade por lesões a interesses dos consumidores quanto à forma 
de prestação do serviço publico essencial de fornecimento de energia elétrica e gás 
canalizado. ConcessionáriasLight e CEG que atuam em regime de monopólio no 
Estado do Rio de Janeiro e têm como obrigação zelar pela segura e adequada 
prestação do serviço público. Obrigatoriedade de manutenção adequada nas 
instalações subterrâneas para evitar riscos e acidentes na prestação do serviço 
público. Art. 9º, 10, 25 e 51, I, todos do CDC. Defeito no serviço. Art. 14 §1º, I, CDC. 
Violação do direito básico à prestação adequada e eficaz de serviço público 
essencial. Art. 6º, I, VI, e X e art. 22 e parágrafo único, todos do CDC. Dano material 
e moral a ser imediatamente prevenido. Tutela antecipada. 
 
2.2. Dos Danos Morais; 
 
As diferentes definições dadas por ilustres doutrinadores ao dano a lesões de 
interesses não patrimoniais, como assim o coloca Zannoni 
De fato, acredita o supracitado autor ser o dano moral algo mais que a dor, 
angústia, desgosto, aflição espiritual, humilhação ou complexo que sofre a vítima do 
evento danoso, pois estes constituiriam o conteúdo, a consequência do dano. O 
dano moral seria então constituído apenas pela dor advinda da privação de um bem 
jurídico sobre o qual a vítima teria interesse reconhecido juridicamente.Esse dever 
de responder caracteriza a “responsabilidade extracontratual” que não decorre de 
um contrato anterior, sendo assim, no mais, ao ver que os dois turistas Norte-
Americanos não possuem relação jurídica direta com empresa. 
Ao analisar caso aqui referido, vemos claramente, o dano causado pelo 
acidente, utilizando os conceitos aqui tratados, iremos então discutir a presente 
demanda. 
Os danos morais, são caracterizados por ultrapassar a esfera material da 
vítima e podem abranger quatro modalidades distintas, a depender da natureza do 
dano causado, consistentes em: a) injúria psicológica (ou danos morais puros), 
decorrente de agressão forte ao ânimo da vítima, capaz de lhe causar sofrimento 
mental, angústia ou sensação de impotência; b) agravo físico ou estético, acarretado 
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SÃO PAULO 
2016 
 
por lesões à integridade física do agente, causando dor física, redução de sua 
capacidade de trabalho ou deformidade; c) abalo de imagem ou de crédito, 
consubstanciado em ofensa à honra objetiva da vítima, diminuindo seu conceito 
perante a sociedade ou o mercado, inclusive de modo a reduzir seu prestígio ou 
aceitação; e, d) danos punitivos, que decorrem necessariamente do pedido de 
reparação moral em sentido amplo, porém tem a função independente de reprimir a 
reiteração de ações lesivas em sociedade, sob a forma de uma penalidade imposta 
ao agente causador do dano. 
O Estado impõe a obrigação de reparar esses eventuais danos, causados por 
atos praticados por seus agentes, no exercício de suas atribuições. Esse é, 
inclusive, o conceito utilizado por Celso Antônio Bandeira de Mello. 
A discussão acerca da possibilidade ou não de reparação de danos 
imateriais, de conteúdo moral, é algo que não se restringe ao tempo de nosso 
Código Civil atual, estando presente em nosso ordenamento de forma mais vívida 
desde a Constituição Federal de 1988 (vide Art. 5º, X). 
É de se ressaltar, então, 
Quando uma pessoa sofre algum dano moral, ou seja, um dano que atinja a 
sua dignidade, a sua honra, e lhe cause problemas médicos e/ou psicológicos, ela 
tem o direito de receber uma indenização por esses transtornos que passou. 
Mas, ao contrário dos danos materiais, onde se busca aquilo que foi gasto 
para reparar o carro, por exemplo, nos danos morais não é possível se utilizar desse 
parâmetro, já que não temos como “reconstruir” a dignidade de uma pessoa. 
Então, a Indenização por Danos Morais nada mais é que uma reparação 
financeira, uma forma de compensar tudo aquilo que uma pessoa sofreu, em razão 
desses danos, através do recebimento de uma quantia financeira. 
Os danos morais são lesões causadas à esfera imaterial da pessoa, 
suscetíveis de reparação cível, na forma específica (em raras hipóteses) ou 
mediante conversão em dinheiro. 
Igualmente, de acordo com este mesmo critério, resta possível separar os 
danos morais em injúria psicológica, agravos físicos ou estéticos abalam de imagem 
ou de crédito e, ainda, danos punitivos. 
5 
 
SÃO PAULO 
2016 
 
A utilidade de tal identificação das modalidades de danos morais é patente, 
haja vista que, mediante a descrição dos fatos ventilados em uma discussão 
(notadamente judicial), pode-se perceber qual a esfera jurídica afetada e, assim, 
discutir acerca de sua comprovação e dos respectivos critérios de cálculo. Mais do 
que isto, a classificação proposta é útil porque, acaso verificada a lesão em mais de 
uma modalidade de dano moral, é cabível a somatória dos referidos prejuízos, 
mormente considerando que um mesmo ilícito pode incidir negativamente em 
diferentes aspectos da personalidade. Com efeito, para fins de restituição integral 
“restitutio in integrum”, todos os prejuízos devem ser indenizados, somando-se os 
danos materiais com as diversas modalidades de danos morais (injúria psicológica, 
agravo físico ou estético, abala de imagem ou de crédito e danos punitivos). 
Corroborando tal conclusão, o Superior Tribunal de Justiça editou os verbetes 
sumulares 37 (“são cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral 
oriundos do mesmo fato”) e 387 ("é lícita a cumulação das indenizações de dano 
estético e dano moral"), agravos físicos e estéticos decorrentes das dores causadas 
por submissão a tratamento médico e deformidades causadas pelo ilícito. 
O agravo físico ou estético, por sua vez, é a lesão causada à integridade 
física da vítima, ou seja, corresponde à dor incidente sobre o corpo (e não ao 
íntimo). Ambos os agravos (físico e estético) incidem sobre a estrutura corpórea, 
diferindo apenas quanto à existência de sequelas visíveis, haja vista que o agravo 
físico é caracterizado pela dor sem deformidade, enquanto o estético tem como 
característica uma redução permanente da agradabilidade estética. De qualquer 
modo, a reparação é feita em conjunto, porquanto os dois (físico e estético) dizem 
respeito à lesão corporal. Um exemplo de dano físico é aquele decorrente de um 
acidente de trabalho, que obriga a vítima a doloroso tratamento hospitalar ou 
ambulatorial, por considerável período de tempo. Já o dano estético pode ser 
ilustrado com a cicatriz resultante de acidente de trânsito. Por fim, cabe destacar que 
também esta modalidade de dano é mensurável de acordo com o critério de 
proporcionalidade à extensão do dano, de forma similar à injúria psicológica. 
O abalo de imagem ou de crédito é consubstanciado na lesão à honra 
objetiva da pessoa, ou seja, à sua reputação perante a sociedade e ao mercado, 
inclusive de modo a reduzir seu prestígio ou aceitação. Embora ambos digam 
6 
 
SÃO PAULO 
2016 
 
respeito à tutela da honra objetiva, o abalo de imagem está mais diretamente 
relacionado com a figura da pessoa e seu prestígio perante a sociedade, em termos 
profissionais e/ou na condução da vida familiar e privada. De outro lado, o abalo de 
crédito diz respeito à capacidade de atrair investimentos ou financiamentos, para 
atividades de subsistência ou enriquecimento perante o mercado. Ambos merecem 
valoração conjunta, em razão da sua proximidade com um mesmo bem jurídico 
(honra objetiva). Também aqui o critério para valoração do prejuízo é a 
proporcionalidade entre o montante indenizatório e a extensão do dano, como já 
explicitado ao se tratar da injúria psicológica. Esse dever de responder caracteriza a 
“responsabilidade extracontratual” que não decorre de um contrato anterior, mas de 
uma obrigação imposta ao Estado de reparar eventuais danos causados por atos 
praticados por seus agentes, no exercício de suasatribuições. Esse é, inclusive, o 
conceito utilizado por Celso Antônio Bandeira de Mello. 
 
 
2.3. Dos Danos Materiais; 
 
Hipótese em que o autor sofreu queimaduras no corpo em decorrência de um 
vazamento de gás; caso típico de fato do produto. Dever de indenizar configurado. 
Solidariedade estabelecida na forma do CDC e, pela via de contrato, extensiva à 
seguradora. Sentença de procedência confirmada por seus próprios e jurídicos 
fundamentos; valor da condenação confirmado, tanto que estabelecida no concreto 
de acordo com a melhor jurisprudência. 
A distribuição e o fornecimento de gás são considerados atividades 
potencialmente nocivas e perigosas e podem gerar risco à saúde e segurança do 
consumidor. Portanto, a prestação desse serviço deve ser a mais adequada e 
cuidadosa possível, sob pena de causar acidentes que sacrificam vidas humanas e 
profundos danos materiais, como os frequentemente noticiados nos jornais. 
A necessidade de indenização pelos danos morais coletivos e danos 
materiais 
Assim, como ensina Leornado Roscoe Bessa, em artigo dedicado 
especificamente ao tema, “além de condenação pelos danos materiais causados ao 
7 
 
SÃO PAULO 
2016 
 
meio ambiente, consumidor ou a qualquer outro interesse difuso ou coletivo, 
destacou, a nova redação do art. 1º, a responsabilidade por dano moral em 
decorrência de violação de tais direitos, tudo com o propósito de conferir-lhes 
proteção diferenciada” 
 
Artigo 186 da Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, 
comete ato ilícito. 
 
Artigo 927 da Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 
 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, 
fica obrigado a repará-lo. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de 
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente 
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de 
outrem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
SÃO PAULO 
2016 
 
3. DOS DANOS E RESPONSABILIDADE DO ESTADO 
 
 
É certo que, quando causado um prejuízo em razão do descumprimento de 
um dever jurídico, surge a obrigação de indenizar que tem por finalidade tornar o 
lesado ressarcido, isto é, colocar a vítima na situação em que estaria antes da 
ocorrência do fato danoso. Prejuízo ou dano são expressões adotadas pela doutrina 
com significados semelhantes e configura-se no primeiro pressuposto da 
responsabilidade civil, de tal forma que, sem a sua existência, inexiste qualquer 
dever de reparação. 
No sentido jurídico, o dano se restringe ao fato humano e envolve um 
comportamento contrário ao jurídico. Assim, de maneira geral, a antijuridicidade o 
caracteriza. Contudo, é possível que nenhuma infração ocorra, mas subsista o dever 
indenizatório, em virtude do dano realizado. 
Sérgio Cavalieri Filho conceitua dano como "a subtração ou diminuição de um 
bem jurídico, qualquer que seja a sua natureza, quer se trata de um bem patrimonial, 
quer se trate de um bem integrante da própria personalidade da vítima, como a sua 
honra, a imagem, a liberdade etc”. 
É importante afirmar que a responsabilidade civil vem disciplinada no Livro I 
da Parte Especial do Código Civil, que trata das obrigações. O regramento está no 
Título IX, Capítulos I e II – "Da obrigação de indenizar" e "Da indenização", 
respectivamente. 
A responsabilidade civil do particular é tratada no artigo 927 do Código Civil, 
que dita que "aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica 
obrigado a repará-lo". É aquela que decorre, em regra, da reunião de três 
elementos: a conduta culposa do agente; a ocorrência de dano; e o nexo causal 
entre a conduta do agente e o dano causado. 
Segundo Sergio Cavalieri Filho, para que haja conduta culposa do agente, 
deve haver conduta voluntária com resultado involuntário, previsão ou 
previsibilidade, e ainda, falta de cuidado, cautela, diligência e atenção. Ainda de 
acordo com douto jurista, o ato ilícito: 
9 
 
SÃO PAULO 
2016 
 
É sempre um comportamento voluntário que infringe um dever jurídico, e não 
que simplesmente prometa ou ameace infringi-lo. É o conjunto de pressupostos da 
responsabilidade, que em sede de responsabilidade subjetiva a culpa integrará 
esses pressupostos. 
O nexo causal é a relação de causa e efeito entre a conduta e o resultado, 
estabelecendo o vínculo entre um determinado comportamento e um evento, que 
permite concluir, com base nas leis naturais, se a ação ou omissão do agente foi ou 
não a causa do dano. 
Dessa forma, a responsabilidade civil subjetiva, está atrelada à noção de 
conduta culposa do agente causador do dano, no que se aplicam todas as 
considerações acima sobre os elementos que devem ser reunidos para a 
configuração da responsabilidade. Neste regime de responsabilidade subjetiva, a 
vítima deve provar que o agente do dano agiu com culpa, indicando o nexo causal 
existente entre a conduta do agente e o dano causado, e, finalmente, o dano 
efetivamente ocorrido. 
Ao lado da responsabilidade subjetiva (aquela que depende da prova de culpa 
do agente), a lei brasileira também prevê a responsabilidade objetiva (ou sem culpa). 
Esta prevista no parágrafo único do artigo 927 e no artigo 932 e seguintes do Código 
Civil e é assim considerada pelos doutrinadores porque a obrigação de indenizar 
decorre do mandamento legal e não da prova de culpa. 
Atualmente é pacífico o entendimento, nos mais diversos ordenamentos 
jurídicos do mundo, de que o Estado é responsável pelos atos praticados por seus 
agentes, tendo, consequentemente, o dever de ressarcir às vítimas, eventuais danos 
causados. 
A responsabilidade é inerente ao Estado de Direito. É também consequência 
necessária, devido à crescente presença do Estado nas relações sociais, 
interferindo cada vez mais nas relações individuais. 
É importante entender que a atuação estatal é imposta aos administrados, 
que não tem como recusar a presença do Estado. O Estado age de forma 
imperativa, independente da vontade do indivíduo. 
Por isso surge um tratamento especial para o administrado, e para o Estado 
um maior rigor quanto à responsabilização dos seus atos. A responsabilidade civil do 
10 
 
SÃO PAULO 
2016 
 
Estado tem princípios próprios e compatíveis com a sua posição jurídica, por isso é 
mais extensa que a aplicável às pessoas privadas. 
Hely Lopes Meirelles prefere a designação “responsabilidade civil da 
Administração Pública”, já que em regra, essa responsabilidade surge de atos da 
Administração e não de atos do Estado como entidade política. 
Esse, porém, não é o melhor entendimento, já que Administração é a 
máquina estatal e não a pessoa jurídica dotada de personalidade. 
 
3.1. Da irresponsabilidade do Estado 
 
Num primeiro momento da história, aplica-se a teoria da irresponsabilidade do 
Estado, onde o governante era quem dizia o que era certo ou errado. Agia, segundo 
a máxima americana “the king do noto wrong” (o rei não erra nunca). 
Ocorre que as sociedades evoluíram, e passaram a não mais aceitar esse 
modelo de Estado. A teoria da responsabilização do Estado começa a ganhar força. 
O Estado passa a ser responsabilizado em situações pontuais. No Brasil esse 
reconhecimento ocorre com o surgimento do Tribunal de Conflitos, em 1.873. 
 
3.2. Da Responsabilidade Subjetiva do Estado 
 
Como o próprio nome diz, fundamenta-se no elemento subjetivo, na intençãodo agente representante do Estado, e causador do dano. Para o Estado ser 
chamado à responsabilidade era necessária a comprovação de quatro elementos: a 
conduta estatal; o dano; o nexo causal entre a conduta e o dano; e o elemento 
subjetivo, a culpa ou o dolo do agente. A existência cumulativa dos quatro elementos 
era indispensável para não causar exclusão da responsabilidade. Note que nesse 
momento a responsabilidade baseava-se na comprovação da culpa ou dolo do 
agente, o que para a vítima era um desafio enorme. 
Com isso a responsabilidade evolui, mas continua dentro do campo da 
subjetividade. Passa de subjetiva na culpa do agente para subjetiva na culpa do 
serviço. Nesse momento a vítima não precisa apontar o agente, basta demonstrar 
11 
 
SÃO PAULO 
2016 
 
que o serviço não foi prestado; ou não foi prestado quando deveria; ou, ainda, foi 
prestado de forma ineficiente (mal feito). 
É o que Hely Lopes Meirelles chama de “Teoria da Culpa Administrativa”. 
Muito embora essa evolução tenha facilitado o conjunto probatório, ainda era muito 
difícil demonstrar que o serviço havia sido prestado abaixo dos padrões. Com isso a 
responsabilidade evolui mais uma vez, e a culpa passa a ser presumida em 
hipóteses que a vítima ficava desobrigada do ônus da prova. 
Mas vale ressaltar que nem todo funcionamento defeituoso do serviço 
acarretava essa responsabilidade. Era necessário analisar o caso concreto e 
observar a diligência média que se poderia exigir do serviço. 
Hely nos ensina, ainda, a “Teoria do Risco Integral”, que é uma modalidade 
extremada da doutrina do risco administrativo, abandonada na prática, por conduzir 
ao abuso e à iniquidade social. Por essa doutrina a Administração ficaria obrigada a 
indenizar todo e qualquer dano suportado por terceiros, ainda que resultante de 
culpa ou dolo da vítima. Essa teoria jamais foi aceita entre nós, embora haja quem 
sustente sua admissibilidade no texto das constituições anteriores (Mário Massagão, 
Curso do Direito Administrativo, 1960, p. 339; Otávio de Barros, Responsabilidade 
Pública). 
Com o passar do tempo à atuação estatal se torna cada vez mais incisiva. 
Surge com isso à necessidade de aumentar a proteção em relação aos 
administrados, e para isso a responsabilidade evolui novamente. 
 
3.3. Teoria da Responsabilidade Objetiva do Estado 
 
Embora já reconhecida como regra no Brasil, tornou-se constitucional com a 
Constituição Federal de 1.946, sendo adotada até hoje. 
A Constituição de 1.988 aperfeiçoou essa teoria utilizando a expressão 
“agente”. Mais ampla ao se referir àqueles que atuam em nome do Estado. E 
também reconhecendo a responsabilidade civil decorrente tanto do dano material 
quanto do dano moral, reconhecendo este último como figura autônoma. Nessa 
teoria, a caracterização se condiciona ao preenchimento de três requisitos: conduta 
estatal, dano e nexo de causalidade entre a conduta e o dano. Note que não se 
12 
 
SÃO PAULO 
2016 
 
exige a comprovação do elemento subjetivo do agente que age em nome do Estado. 
Não se falar em culpa ou dolo no dano causado. 
É importante ressaltar que na responsabilidade objetiva a obrigação de 
indenizar surge em razão de um procedimento lícito ou ilícito, que produza lesão na 
esfera juridicamente protegida de outrem. 
Destaca-se, também, a hipótese de exclusão da responsabilidade objetiva, 
quando ausente um dos três requisitos. Hoje, no Brasil, a responsabilidade civil do 
Estado está prevista no art. 37, §6º, da Constituição Federal. 
A responsabilidade objetiva é a regra no país, acatada como padrão a teoria 
do risco administrativo. Entretanto, doutrina e jurisprudência admitem a possibilidade 
de compatibilizá-la com a responsabilidade subjetiva, nos casos de danos 
decorrentes de atos omissivos, seguindo, nesse caso, a teoria da culpa do serviço. 
Subsistem atualmente, portanto, de forma harmônica, as duas teorias, apesar de 
preferencialmente se reconhecer a teoria objetiva. 
 
3.4. Da Responsabilidade Penal 
 
Devemos ter em mente que responsabilidade penal significa a obrigação ou o 
direito de responder perante a Lei por um fato cometido, fato este considerado pela 
lei vigente como um crime ou uma contravenção, é um atributo jurídico. 1,2,3 Não se 
trata de uma qualidade, mas de uma consequência, quem tem capacidade de 
imputação e sofreu legitimamente a imputação de um ato, dá contas deste. 
Em Direito Penal, para que alguém seja responsável penalmente por um 
determinado delito são necessárias três condições básicas: 
I. Ter efetivamente praticado o delito; 
II. À época do fato ter tido entendimento do caráter criminoso da ação; e 
III. À época do fato ter sido livre para escolher entre praticar ou não. 5 
Na perspectiva jurídica, os verbos entender e determinar-se, introduzidos na 
legislação penal brasileira, adquirem significado real e verdadeiro. 
O procurador-geral de Justiça, Cláudio Soares Lopes, adiantou que o 
promotor de Justiça Alexandre Graça requisitou a instauração de inquérito policial 
13 
 
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para apurar as possíveis responsabilidades pelas explosões nos bueiros. A pena 
para esse tipo de crime é de reclusão de um a quatro anos. 
Segundo Lopes, há indícios de omissão por parte dos órgãos públicos e 
empresas responsáveis pela manutenção dos bueiros, cujas explosões vêm fazendo 
vítimas e causando prejuízos à cidade. 
“Entendemos que o Código Penal prevê crime de explosão”, disse Lopes. “Se 
a situação chegou a esse ponto, é porque algum responsável, ainda que não 
intencionalmente, deixou de adotar nos últimos anos as providências necessárias 
para impedir que as explosões ocorressem. E o Ministério Público não pode abrir 
mão da ação penal de investigação.” 
O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado no dia 6 de julho, que 
determina multa de R$ 100 mil a Light por cada bueiro que explodir, deve ser 
publicado no Diário Oficial da Justiça ainda nesta semana Só então, a multa passará 
a valer. A CEG não assinou o TAC e não pode ser multado se ficar comprovada sua 
responsabilidade nos acidentes. 
 
3.5. Da Responsabilidade Administrativa 
 
Resultam das restrições impostas pelos órgãos públicos, através do Código 
de Obras, Código de Água e Esgoto, Normas Técnicas, Regulamento Profissional, 
Plano Diretor e outros. Essas normas legais impõem condições e criam 
responsabilidades ao profissional, cabendo a ele, portanto, o cumprimento das leis 
específicas à sua atividade, sob pena, inclusive, de suspensão do exercício 
profissional. 
Tema espinhoso no direito disciplinar é a responsabilidade do servidor público 
pela prática de atos ilícitos. Não raro, a prática de um fato considerado ilícito resvala 
não só na responsabilidade administrativa, como na responsabilidade penal e civil. 
Os membros de processo administrativo disciplinar devem ficar atentos a essas 
nuances, pois na apuração dos fatos exige-se que a comissão faça uma análise da 
conduta do servidor em todas essas vertentes (administrativa penal e civil). As 
comissões e a autoridade têm o dever legal de comunicar às autoridades 
competentes quando se deparar com indícios de cometimento de crimes, ilícitos 
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cíveis, por ventura, cometidos pelo servidor, acusado em processo disciplinar. É 
certo que não incumbe às comissões e nem à autoridade fazer juízo de valor acerca 
de fatos que possam ser considerados crimes, mas sim remeter cópia dos autos às 
autoridades competentes. Igualmente, não devem se descurar que o servidor 
responde por dolo e culpa, portanto, deve-se fazer uma análise dos ilícitos 
administrativos para quese possa definir qual dos elementos está presente, o dolo 
ou a culpa. 
 Ministério Público do RJ ajuíza Ação Civil Pública para que a Light e 
CEG sejam obrigas a realizar manutenção preventiva dos bueiros 
Promotores requerem que as concessionárias sejam condenadas a realizar a 
manutenção preventiva, adotando técnicas capazes de prever uma possível falha, e 
também a substituir as instalações que estiverem com mais de 50 anos de 
operação, sob pena de pagamento de multa no valor de R$ 1 milhão por explosão 
de bueiro. Requerem ainda que os réus sejam obrigados a indenizar os danos 
patrimoniais e extrapatrimoniais aos consumidores atingidos pelos acidentes de 
consumo e a indenizar o dano moral coletivo causado à população, no valor de R$ 1 
milhão. 
De acordo com a ação, assinada pelos Promotores de Justiça Rodrigo Terra, 
Titular da 2ª Promotoria de Tutela Coletiva de Defesa do Consumidor e do 
Contribuinte, e Pedro Rubim Borges Fortes, designado para a 4ª Promotoria de 
Tutela Coletiva de Defesa do Consumidor e do Contribuinte, vai tramitar na 4ª Vara 
Empresarial da Comarca da Capital e recebeu o número 
0101795/61.2011.8.19.0001. O MPRJ entende que as concessionárias, além de 
violar o Código de Defesa do Consumidor, não têm respeitado princípios básicos da 
Constituição. 
“Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
VI – a efetiva proteção e reparação de danos patrimoniais e morais, 
individuais, coletivos e difusos; 
VII – o acesso aos órgãos judiciários e administrativos, com vistas à 
prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e 
difusos.” 
 
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4. DA LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
O Ministério Público possui legitimidade para a propositura de ações em 
defesa dos direitos difusos e individuais homogêneos, nos termos do art. 81, 
parágrafo único, I e III c/c art. 82, I, da Lei nº. 8.078/90, ainda mais em hipóteses 
como a do caso em tela, em que há um número expressivo de potenciais lesados, já 
que as rés possuem milhões de clientes em todo o Estado, atuando em regime de 
monopólio na prestação do serviço público em questão. 
Ademais, no caso em tela há um número indeterminado de consumidores que 
podem estar sendo lesados pela má prestação de serviços das concessionárias rés, 
vítimas do fato do serviço como consumidores equiparados. 
 
 
5. RELATÓRIO 
 
 Foi instaurado inquérito civil pela (PJDC nº 1308/2010) para apurar as 
causas de constantes explosões de bueiros oriundas das instalações subterrâneas 
de energia elétrica e gás canalizado. 
 Os serviços de fornecimento de energia elétrica e gás canalizado são 
prestados na forma de monopólio pelas concessionárias Light e CEG, 
respectivamente. 
. O Ministério Público, em outro inquérito civil, realizou reuniões com o CREA-
RJ em parceria com a Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes – CAPA, 
visando discutir os incidentes com explosões nas câmaras subterrâneas da rede de 
energia da Light, ocorridos em 2010 em alguns logradouros do Centro e da Zona 
Sul, consoante documentos que instruem a presente peça. 
 Em reunião realizada em 15 de fevereiro deste ano, foi informado que 
‘explosões de bueiro de grande magnitude exigem concentração de gás e fagulhas 
elétricas, havendo motivos para apurar a falta de manutenção tanto por parte da 
LIGHT, quanto por parte da CEG’ (Promoção em anexo). 
 Após o regular trâmite procedimental do inquérito civil, foi constatado que: 
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* As explosões ocorrem devido à falta de manutenção das instalações de 
responsabilidade da Light e CEG; 
* As instalações de energia elétrica precárias produzem faíscas – A Light reconhece 
que as câmaras em que ocorreram as explosões estão na sua área de concessão, 
mas atribuem os acidentes a furtos de equipamentos elétricos como boias do 
sistema de ventilação, cabos de baixa tensão e malhas de aterramento, de onde se 
extrairia cobre para comercialização clandestina. Segundo a ela, a falta de tais 
equipamentos pode causar curtos circuitos; 
* As instalações de gás canalizado mal conservadas causam vazamentos desse 
combustível – o Laudo do ICCE constatou que ‘a atmosfera explosiva era formada 
por gases combustíveis’; 
* O conhecimento de que a associação de defeitos dos serviços prestados pelas rés 
tem causado as explosões não é negado pelas rés que dizem vir ‘executando, em 
parceria, um programa de vistoria em suas câmaras subterrâneas, visando 
antecipar-se na descoberta de eventuais vazamentos de gás canalizado para dentro 
dessas instalações a fim de que, vem sendo identificado tal vazamento possa a Ceg 
adotar as providências cabíveis com a maior brevidade possível’. 
 Diante da inércia das concessionárias rés e os constantes incidentes com 
vítimas, não restou alternativa para o Ministério Público senão buscar a tutela 
jurisdicional para resguardar a segurança dos consumidores, ao passo que a 
atuação preventiva não se mostrou suficiente. 
Legislação de Segurança Contra Incêndio e Pânico - Decreto nº 897, de 21/09/76 e 
Legislações complementares. 
Disponibilizamos para consulta o Código de Segurança Contra Incêndio e 
Pânico (COSCIP), Decreto nº 897, de 21 de setembro de 1976, que tem por 
propósito estabelecer os requisitos de segurança indispensáveis para as edificações 
construídas no território do Estado do Rio de Janeiro bem como as suas legislações 
complementares mais utilizadas. Clique AQUI para ler ou baixar em formato PDF o 
COSCIP 
 
Legislações Complementares: 
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Lei Estadual nº 2803 DE 07/10/1997 – Veda utilização e instalação 
subterrâneas para armazenamento ou transporte de combustíveis ou substâncias 
perigosas. 
Resolução SEDEC nº 169, de 28/11/1994 - Baixa Instruções complementares 
para a apresentação de projetos de segurança contra incêndio e pânico na Diretoria 
Geral de Serviços Técnicos do CBMERJ 
 
Parecer das Empresas (CEG e Light) 
 
 CEG não aceite firmar o TAC com previsão de multa, a ação civil pública - 
atualmente suspensa em decorrência das negociações - continuaria em curso na 4ª 
Vara Empresarial. Na ação ajuizada em março deste ano, o MP requereu multa de 
R$ 1 milhão por explosão de cada câmara subterrânea. 
A Light assinou o TAC, com a previsão de multa de R$ 100 mil, no dia 6 deste 
mês. O documento foi homologado pela Justiça na última segunda-feira e publicado 
no Diário Oficial do Poder Judiciário do estado na quarta-feira. A partir de então, a 
empresa passou a ser penalizada por cada explosão de bueiro sobre o qual tenha 
responsabilidade. 
 As concessionárias CEG e Light foram condenadas a indenizar em R$ 
23.120,00, por danos morais, materiais e estéticos; disse a Light, em nota. Também 
reforçou que investe na recuperação e no monitoramento da rede subterrânea desde 
2010 e que foi "surpreendida com o acidente". 
 A empresa afirmou que prestou assistência aos feridos do acidente e se 
comprometeu com a reparação de danos materiais. 
A CEG vinha negando a responsabilidade nas explosões em bueiros da Light, 
que vêm causando estragos na cidade e ferindo pedestres. Ontem, no entanto a 
companhia de gás reconheceu que laudos comprovam que as explosões nas ruas 
Figueiredo de Magalhães, em Copacabana, no ano passado e na Rua da 
Assembleia neste no foram causadas por vazamento de gás. 
“A CEG foi considera culpada porque após 24 horas e até 72 horas após o 
acidente foi detectada presença de gás em nível explosivo no local, segundo 
informação do laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE)” 
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6. Conclusão 
 
 
Os danosmorais, por sua vez, são caracterizados por ultrapassar a esfera 
material da vítima e podem abranger quatro modalidades distintas, a depender da 
natureza do dano causado, consistentes em: a) injúria psicológica (ou danos morais 
puros), decorrente de agressão forte ao ânimo da vítima, capaz de lhe causar 
sofrimento mental, angústia ou sensação de impotência; b) agravo físico ou estético, 
acarretado por lesões à integridade física do agente, causando dor física, redução 
de sua capacidade de trabalho ou deformidade; c) abalo de imagem ou de crédito, 
consubstanciado em ofensa à honra objetiva da vítima, diminuindo seu conceito 
perante a sociedade ou o mercado, inclusive de modo a reduzir seu prestígio ou 
aceitação; e, d) danos punitivos, que decorrem necessariamente do pedido de 
reparação moral em sentido amplo, porém tem a função independente de reprimir a 
reiteração de ações lesivas em sociedade, sob a forma de uma penalidade imposta 
ao agente causador do dano. 
Quanto aos critérios para fixação dos danos morais, importa mencionar que a 
injúria psicológica, o agravo físico ou estético e o abalo de imagem ou crédito são 
medidos pela extensão do dano, de acordo com o critério da proporcionalidade entre 
a atuação lesiva e a lesão causada, sem olvidar das possibilidades financeiras dos 
envolvidos e das peculiaridades da situação concreta. Os danos punitivos, de outro 
lado, são fixados de acordo com a culpabilidade do agente (não pela extensão do 
dano), segundo o critério da exemplaridade (não da proporcionalidade), de modo 
que signifiquem uma reprimenda suficiente para coibir a reiteração da prática dolosa. 
Importa assinalar, ainda, que as diversas modalidades de danos, materiais e 
morais, são cumuláveis, haja vista que visam compensar diferentes lesões à 
personalidade. Corroborando tal conclusão, o 
Superior Tribunal de Justiça editou os verbetes sumulares 37 (“são 
cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo 
fato”) e 387 ("é lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral"). 
 
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7. BIBLIOGRAFIA 
 
Flávio Citro Vieira de Mello 
Paulo José da Rocha Soares / Especialista em Psiquiatria AMB/CFM 
Juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro 
Juiz Titular do II Juizado Especial Cível da Comarca da Capital 
Juiz Coordenador do Centro Permanente de Conciliação dos Juizados 
Especiais Cíveis 
Juiz Gestor do Movimento pela Conciliação 
Investigador Principal do Centro de Estudos de Direito do Consumo de 
Coimbra, de Direito Comparado (Direito Luso-Brasileiro de Consumo). 
Obra “Direito internacional do consumidor: Proposta de diretiva do Parlamento 
Europeu e do Conselho relativa aos direitos dos consumidores com (2008) 614 final 
2008/0196, de 08.out.2008” – REVISTA LUSO-BRASILEIRA DE DIREITO DO 
CONSUMO, vol. III, Editora Bonijuris 
Celso Antônio Bandeira de Mello 
Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Editora Malheiros, 22ª 
Edição.2007 
Sérgio Cavalieri Filho. Programa de Responsabilidade Civil - 10ª Edição – 2012 
 
Sites: 
 www.maisestudos.com.br 
www.jusbrasil.com.br 
www.conexaolight.com.br 
www.trj.jus.br

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