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SÃO PAULO 2016 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP Graduação em Direito Das Obrigações EDILEIA SANTOS DA CONCEIÇÃO RA: C235920. EDUARDO COBRA STOROLLI RA : C295FG7 FERNANDO SILVA GUIMARÃES RA : C524BF9 FERNANDO LUIZ DE OLIVEIRA RA: C2638E0 SIMONE LOPES DA SILVA RA: T576253 SÃO PAULO 2016 EDILÉIA SANTOS DA CONCEIÇÃO RA : C235920. EDUARDO COBRA STOROLLI RA : C295FG7 FERNANDO SILVA GUIMARÃES RA : C524BF9 FERNANDO LUIZ DE OLIVEIRA RA: C2638E0 SIMONE LOPES DA SILVA RA: T576253 Das Obrigações Projeto de pesquisa, apresentado no curso de Direito à Universidade Paulista UNIP, Tatuapé com a exigência para a disciplina Direito das Obrigações SÃO PAULO 2016 RESUMO O sistema de responsabilidade civil brasileiro evoluiu para um regime de responsabilidade objetiva, de modo que o empresário não apenas recebe os bônus, mas também arca com os ônus decorrentes da atividade empresarial; como a Light e a CEG. Por tal razão, a jurisprudência pátria acolhe a Teoria do Risco do Empreendimento, segundo a qual “todo aquele que se disponha a exercer alguma atividade no campo do fornecimento de bens e serviços tem o dever de responder pelos fatos e vícios resultantes do empreendimento, independentemente de culpa. A responsabilidade decorre do simples fato de dispor-se alguém a realizar atividade de produzir, distribuir e comercializar produtos ou executar determinados serviços. Dessa forma, como o defeito detona a responsabilidade civil objetiva do prestador de serviço ao causar um acidente de consumo, o fornecedor do serviço tem o dever de indenizar os danos causados ao consumidor, independentemente da perquirição de culpa. O simples fato de prestar serviço inadequado, sem segurança, revela o dever de indenizar e deste não pode se eximir o fornecedor. No parágrafo único do art. 927 do novo Código Civil, segundo o qual “haverá obrigação de reparar o dano, independente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”, foi adotada a teoria do risco criado. Ao lado da responsabilidade civil decorrente do ilícito civil ou do abuso de direito, inseridas nos arts. 186 e 187, referindo-se a idéia de culpa, em determinados casos analisados pelo magistrado, poderá reconhecer a responsabilidade civil do infrator, sem a indagação de culpa, isto é, responsabilidade civil objetiva, através de duas situações: a primeira, refere-se nos casos especificados em lei e a segunda quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. SÃO PAULO 2016 SUMARIO 1. INTRODUÇÃO..................................................................................................1 2. DAS OBRIGAÇÕES..........................................................................................2 2.1. Dos Danos da Esfera Civil..........................................................................2. 2.2. Dos Danos Morais.........................................................................................3 2.3. Dos Danos Materiais....................................................................................6 3. DOS DANOS E RESPONSABILIDADE DO ESTADO.....................................8 3.1. Da irresponsabilidade do Estado...............................................................10 3.2. Da Responsabilidade Subjetiva do Estado...............................................10 3.3. Teoria da responsabilidade objetiva do Estado........................................11 3.4. Da Responsabilidade Penal......................................................................12 3.5. Da Responsabilidade Administrativa.........................................................13 4. DA LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO..............................................15 5. RELATORIO......................................................................................................15 6. CONCLUSÃO....................................................................................................18 7. Referências Bibliográficas ............................................................................19 1 SÃO PAULO 2016 1. Problema Apresentado Em 29 de Junho de 2010, na esquina da Rua Republica do Peru com Avenida Nossa Senhora de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro, um bueiro explodiu e lançou chama a uma altura de mais de 3 metros e feriu gravemente dois turistas Norte-Americanos que passavam no local. Rapaz teve 30% do corpo queimado e a jovem 70%,ficando internada por 68 dias. Do fato resultaram graves danos corporais e estéticos para os dois. A responsabilidade pela ocorrência do fato parece estar dividida entre duas empresas que realizavam operações na galeria subterrânea: a empresa de gás encanado e a de eletricidade, ambas concessionarias de serviços do Estado do Rio de Janeiro. 2 SÃO PAULO 2016 2. Das Obrigações 2.1. Dos Danos; A ação sustenta que, ao colocar em risco a vida, a integridade física e o patrimônio de milhares de consumidores fluminenses, tanto a Light quanto a CEG estão prestando seus respectivos serviços com sérios vícios de qualidade. Os Promotores ressaltam que nenhuma outra metrópole mundial apresenta “tamanho descontrole das câmaras subterrâneas”, com o ”lançamento de um artefato pesado nas alturas tão somente em razão de falha de manutenção conjunta dos sistemas de distribuição de energia e de gás”. Também traçam um paralelo entre a situação do Rio e a de países onde há ataques terroristas. ”Os resultados e riscos do fornecimento do serviço são evidentemente inaceitáveis, pois as concessionárias transformaram as ruas e avenidas da cidade em verdadeiros campos minados. O vício de prestação de serviço praticado pelos réus, não encontra paralelo com qualquer outro contexto, exceto o do terrorismo. O risco de conviver com explosões letais inesperadas só existem em locais com conflitos armados e ameaças de bomba”, afirmam na ação. ”O vício na prestação de serviço é tão grave que não seria exagero compará- lo ao terror, só que provocado não por um conflito étnico-religioso, mas pela falta de investimentos em manutenção dos sistemas subterrâneos. De qualquer maneira, não resta dúvida de que toda a população está temerosa e aterrorizada”, acrescentam. Dois Inquéritos Civis instaurados pelo MPRJ apuraram os incidentes desde 2010, concluindo que estavam relacionados à falta de manutenção das instalações de responsabilidade das duas concessionárias. Instalações de gás mal conservadas causam o vazamento desse combustível, que, em contato com faíscas provenientes de instalações elétricas precárias, provocam explosões. No total, 58 ocorrências desse tipo foram apuradas. A ação menciona que as concessionárias deixaram de elaborar um cronograma de vistorias e inspeções periódicas que poderiam evitar as explosões. 3 SÃO PAULO 2016 Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial Responsabilidade por lesões a interesses dos consumidores quanto à forma de prestação do serviço publico essencial de fornecimento de energia elétrica e gás canalizado. ConcessionáriasLight e CEG que atuam em regime de monopólio no Estado do Rio de Janeiro e têm como obrigação zelar pela segura e adequada prestação do serviço público. Obrigatoriedade de manutenção adequada nas instalações subterrâneas para evitar riscos e acidentes na prestação do serviço público. Art. 9º, 10, 25 e 51, I, todos do CDC. Defeito no serviço. Art. 14 §1º, I, CDC. Violação do direito básico à prestação adequada e eficaz de serviço público essencial. Art. 6º, I, VI, e X e art. 22 e parágrafo único, todos do CDC. Dano material e moral a ser imediatamente prevenido. Tutela antecipada. 2.2. Dos Danos Morais; As diferentes definições dadas por ilustres doutrinadores ao dano a lesões de interesses não patrimoniais, como assim o coloca Zannoni De fato, acredita o supracitado autor ser o dano moral algo mais que a dor, angústia, desgosto, aflição espiritual, humilhação ou complexo que sofre a vítima do evento danoso, pois estes constituiriam o conteúdo, a consequência do dano. O dano moral seria então constituído apenas pela dor advinda da privação de um bem jurídico sobre o qual a vítima teria interesse reconhecido juridicamente.Esse dever de responder caracteriza a “responsabilidade extracontratual” que não decorre de um contrato anterior, sendo assim, no mais, ao ver que os dois turistas Norte- Americanos não possuem relação jurídica direta com empresa. Ao analisar caso aqui referido, vemos claramente, o dano causado pelo acidente, utilizando os conceitos aqui tratados, iremos então discutir a presente demanda. Os danos morais, são caracterizados por ultrapassar a esfera material da vítima e podem abranger quatro modalidades distintas, a depender da natureza do dano causado, consistentes em: a) injúria psicológica (ou danos morais puros), decorrente de agressão forte ao ânimo da vítima, capaz de lhe causar sofrimento mental, angústia ou sensação de impotência; b) agravo físico ou estético, acarretado 4 SÃO PAULO 2016 por lesões à integridade física do agente, causando dor física, redução de sua capacidade de trabalho ou deformidade; c) abalo de imagem ou de crédito, consubstanciado em ofensa à honra objetiva da vítima, diminuindo seu conceito perante a sociedade ou o mercado, inclusive de modo a reduzir seu prestígio ou aceitação; e, d) danos punitivos, que decorrem necessariamente do pedido de reparação moral em sentido amplo, porém tem a função independente de reprimir a reiteração de ações lesivas em sociedade, sob a forma de uma penalidade imposta ao agente causador do dano. O Estado impõe a obrigação de reparar esses eventuais danos, causados por atos praticados por seus agentes, no exercício de suas atribuições. Esse é, inclusive, o conceito utilizado por Celso Antônio Bandeira de Mello. A discussão acerca da possibilidade ou não de reparação de danos imateriais, de conteúdo moral, é algo que não se restringe ao tempo de nosso Código Civil atual, estando presente em nosso ordenamento de forma mais vívida desde a Constituição Federal de 1988 (vide Art. 5º, X). É de se ressaltar, então, Quando uma pessoa sofre algum dano moral, ou seja, um dano que atinja a sua dignidade, a sua honra, e lhe cause problemas médicos e/ou psicológicos, ela tem o direito de receber uma indenização por esses transtornos que passou. Mas, ao contrário dos danos materiais, onde se busca aquilo que foi gasto para reparar o carro, por exemplo, nos danos morais não é possível se utilizar desse parâmetro, já que não temos como “reconstruir” a dignidade de uma pessoa. Então, a Indenização por Danos Morais nada mais é que uma reparação financeira, uma forma de compensar tudo aquilo que uma pessoa sofreu, em razão desses danos, através do recebimento de uma quantia financeira. Os danos morais são lesões causadas à esfera imaterial da pessoa, suscetíveis de reparação cível, na forma específica (em raras hipóteses) ou mediante conversão em dinheiro. Igualmente, de acordo com este mesmo critério, resta possível separar os danos morais em injúria psicológica, agravos físicos ou estéticos abalam de imagem ou de crédito e, ainda, danos punitivos. 5 SÃO PAULO 2016 A utilidade de tal identificação das modalidades de danos morais é patente, haja vista que, mediante a descrição dos fatos ventilados em uma discussão (notadamente judicial), pode-se perceber qual a esfera jurídica afetada e, assim, discutir acerca de sua comprovação e dos respectivos critérios de cálculo. Mais do que isto, a classificação proposta é útil porque, acaso verificada a lesão em mais de uma modalidade de dano moral, é cabível a somatória dos referidos prejuízos, mormente considerando que um mesmo ilícito pode incidir negativamente em diferentes aspectos da personalidade. Com efeito, para fins de restituição integral “restitutio in integrum”, todos os prejuízos devem ser indenizados, somando-se os danos materiais com as diversas modalidades de danos morais (injúria psicológica, agravo físico ou estético, abala de imagem ou de crédito e danos punitivos). Corroborando tal conclusão, o Superior Tribunal de Justiça editou os verbetes sumulares 37 (“são cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato”) e 387 ("é lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral"), agravos físicos e estéticos decorrentes das dores causadas por submissão a tratamento médico e deformidades causadas pelo ilícito. O agravo físico ou estético, por sua vez, é a lesão causada à integridade física da vítima, ou seja, corresponde à dor incidente sobre o corpo (e não ao íntimo). Ambos os agravos (físico e estético) incidem sobre a estrutura corpórea, diferindo apenas quanto à existência de sequelas visíveis, haja vista que o agravo físico é caracterizado pela dor sem deformidade, enquanto o estético tem como característica uma redução permanente da agradabilidade estética. De qualquer modo, a reparação é feita em conjunto, porquanto os dois (físico e estético) dizem respeito à lesão corporal. Um exemplo de dano físico é aquele decorrente de um acidente de trabalho, que obriga a vítima a doloroso tratamento hospitalar ou ambulatorial, por considerável período de tempo. Já o dano estético pode ser ilustrado com a cicatriz resultante de acidente de trânsito. Por fim, cabe destacar que também esta modalidade de dano é mensurável de acordo com o critério de proporcionalidade à extensão do dano, de forma similar à injúria psicológica. O abalo de imagem ou de crédito é consubstanciado na lesão à honra objetiva da pessoa, ou seja, à sua reputação perante a sociedade e ao mercado, inclusive de modo a reduzir seu prestígio ou aceitação. Embora ambos digam 6 SÃO PAULO 2016 respeito à tutela da honra objetiva, o abalo de imagem está mais diretamente relacionado com a figura da pessoa e seu prestígio perante a sociedade, em termos profissionais e/ou na condução da vida familiar e privada. De outro lado, o abalo de crédito diz respeito à capacidade de atrair investimentos ou financiamentos, para atividades de subsistência ou enriquecimento perante o mercado. Ambos merecem valoração conjunta, em razão da sua proximidade com um mesmo bem jurídico (honra objetiva). Também aqui o critério para valoração do prejuízo é a proporcionalidade entre o montante indenizatório e a extensão do dano, como já explicitado ao se tratar da injúria psicológica. Esse dever de responder caracteriza a “responsabilidade extracontratual” que não decorre de um contrato anterior, mas de uma obrigação imposta ao Estado de reparar eventuais danos causados por atos praticados por seus agentes, no exercício de suasatribuições. Esse é, inclusive, o conceito utilizado por Celso Antônio Bandeira de Mello. 2.3. Dos Danos Materiais; Hipótese em que o autor sofreu queimaduras no corpo em decorrência de um vazamento de gás; caso típico de fato do produto. Dever de indenizar configurado. Solidariedade estabelecida na forma do CDC e, pela via de contrato, extensiva à seguradora. Sentença de procedência confirmada por seus próprios e jurídicos fundamentos; valor da condenação confirmado, tanto que estabelecida no concreto de acordo com a melhor jurisprudência. A distribuição e o fornecimento de gás são considerados atividades potencialmente nocivas e perigosas e podem gerar risco à saúde e segurança do consumidor. Portanto, a prestação desse serviço deve ser a mais adequada e cuidadosa possível, sob pena de causar acidentes que sacrificam vidas humanas e profundos danos materiais, como os frequentemente noticiados nos jornais. A necessidade de indenização pelos danos morais coletivos e danos materiais Assim, como ensina Leornado Roscoe Bessa, em artigo dedicado especificamente ao tema, “além de condenação pelos danos materiais causados ao 7 SÃO PAULO 2016 meio ambiente, consumidor ou a qualquer outro interesse difuso ou coletivo, destacou, a nova redação do art. 1º, a responsabilidade por dano moral em decorrência de violação de tais direitos, tudo com o propósito de conferir-lhes proteção diferenciada” Artigo 186 da Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Artigo 927 da Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 8 SÃO PAULO 2016 3. DOS DANOS E RESPONSABILIDADE DO ESTADO É certo que, quando causado um prejuízo em razão do descumprimento de um dever jurídico, surge a obrigação de indenizar que tem por finalidade tornar o lesado ressarcido, isto é, colocar a vítima na situação em que estaria antes da ocorrência do fato danoso. Prejuízo ou dano são expressões adotadas pela doutrina com significados semelhantes e configura-se no primeiro pressuposto da responsabilidade civil, de tal forma que, sem a sua existência, inexiste qualquer dever de reparação. No sentido jurídico, o dano se restringe ao fato humano e envolve um comportamento contrário ao jurídico. Assim, de maneira geral, a antijuridicidade o caracteriza. Contudo, é possível que nenhuma infração ocorra, mas subsista o dever indenizatório, em virtude do dano realizado. Sérgio Cavalieri Filho conceitua dano como "a subtração ou diminuição de um bem jurídico, qualquer que seja a sua natureza, quer se trata de um bem patrimonial, quer se trate de um bem integrante da própria personalidade da vítima, como a sua honra, a imagem, a liberdade etc”. É importante afirmar que a responsabilidade civil vem disciplinada no Livro I da Parte Especial do Código Civil, que trata das obrigações. O regramento está no Título IX, Capítulos I e II – "Da obrigação de indenizar" e "Da indenização", respectivamente. A responsabilidade civil do particular é tratada no artigo 927 do Código Civil, que dita que "aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo". É aquela que decorre, em regra, da reunião de três elementos: a conduta culposa do agente; a ocorrência de dano; e o nexo causal entre a conduta do agente e o dano causado. Segundo Sergio Cavalieri Filho, para que haja conduta culposa do agente, deve haver conduta voluntária com resultado involuntário, previsão ou previsibilidade, e ainda, falta de cuidado, cautela, diligência e atenção. Ainda de acordo com douto jurista, o ato ilícito: 9 SÃO PAULO 2016 É sempre um comportamento voluntário que infringe um dever jurídico, e não que simplesmente prometa ou ameace infringi-lo. É o conjunto de pressupostos da responsabilidade, que em sede de responsabilidade subjetiva a culpa integrará esses pressupostos. O nexo causal é a relação de causa e efeito entre a conduta e o resultado, estabelecendo o vínculo entre um determinado comportamento e um evento, que permite concluir, com base nas leis naturais, se a ação ou omissão do agente foi ou não a causa do dano. Dessa forma, a responsabilidade civil subjetiva, está atrelada à noção de conduta culposa do agente causador do dano, no que se aplicam todas as considerações acima sobre os elementos que devem ser reunidos para a configuração da responsabilidade. Neste regime de responsabilidade subjetiva, a vítima deve provar que o agente do dano agiu com culpa, indicando o nexo causal existente entre a conduta do agente e o dano causado, e, finalmente, o dano efetivamente ocorrido. Ao lado da responsabilidade subjetiva (aquela que depende da prova de culpa do agente), a lei brasileira também prevê a responsabilidade objetiva (ou sem culpa). Esta prevista no parágrafo único do artigo 927 e no artigo 932 e seguintes do Código Civil e é assim considerada pelos doutrinadores porque a obrigação de indenizar decorre do mandamento legal e não da prova de culpa. Atualmente é pacífico o entendimento, nos mais diversos ordenamentos jurídicos do mundo, de que o Estado é responsável pelos atos praticados por seus agentes, tendo, consequentemente, o dever de ressarcir às vítimas, eventuais danos causados. A responsabilidade é inerente ao Estado de Direito. É também consequência necessária, devido à crescente presença do Estado nas relações sociais, interferindo cada vez mais nas relações individuais. É importante entender que a atuação estatal é imposta aos administrados, que não tem como recusar a presença do Estado. O Estado age de forma imperativa, independente da vontade do indivíduo. Por isso surge um tratamento especial para o administrado, e para o Estado um maior rigor quanto à responsabilização dos seus atos. A responsabilidade civil do 10 SÃO PAULO 2016 Estado tem princípios próprios e compatíveis com a sua posição jurídica, por isso é mais extensa que a aplicável às pessoas privadas. Hely Lopes Meirelles prefere a designação “responsabilidade civil da Administração Pública”, já que em regra, essa responsabilidade surge de atos da Administração e não de atos do Estado como entidade política. Esse, porém, não é o melhor entendimento, já que Administração é a máquina estatal e não a pessoa jurídica dotada de personalidade. 3.1. Da irresponsabilidade do Estado Num primeiro momento da história, aplica-se a teoria da irresponsabilidade do Estado, onde o governante era quem dizia o que era certo ou errado. Agia, segundo a máxima americana “the king do noto wrong” (o rei não erra nunca). Ocorre que as sociedades evoluíram, e passaram a não mais aceitar esse modelo de Estado. A teoria da responsabilização do Estado começa a ganhar força. O Estado passa a ser responsabilizado em situações pontuais. No Brasil esse reconhecimento ocorre com o surgimento do Tribunal de Conflitos, em 1.873. 3.2. Da Responsabilidade Subjetiva do Estado Como o próprio nome diz, fundamenta-se no elemento subjetivo, na intençãodo agente representante do Estado, e causador do dano. Para o Estado ser chamado à responsabilidade era necessária a comprovação de quatro elementos: a conduta estatal; o dano; o nexo causal entre a conduta e o dano; e o elemento subjetivo, a culpa ou o dolo do agente. A existência cumulativa dos quatro elementos era indispensável para não causar exclusão da responsabilidade. Note que nesse momento a responsabilidade baseava-se na comprovação da culpa ou dolo do agente, o que para a vítima era um desafio enorme. Com isso a responsabilidade evolui, mas continua dentro do campo da subjetividade. Passa de subjetiva na culpa do agente para subjetiva na culpa do serviço. Nesse momento a vítima não precisa apontar o agente, basta demonstrar 11 SÃO PAULO 2016 que o serviço não foi prestado; ou não foi prestado quando deveria; ou, ainda, foi prestado de forma ineficiente (mal feito). É o que Hely Lopes Meirelles chama de “Teoria da Culpa Administrativa”. Muito embora essa evolução tenha facilitado o conjunto probatório, ainda era muito difícil demonstrar que o serviço havia sido prestado abaixo dos padrões. Com isso a responsabilidade evolui mais uma vez, e a culpa passa a ser presumida em hipóteses que a vítima ficava desobrigada do ônus da prova. Mas vale ressaltar que nem todo funcionamento defeituoso do serviço acarretava essa responsabilidade. Era necessário analisar o caso concreto e observar a diligência média que se poderia exigir do serviço. Hely nos ensina, ainda, a “Teoria do Risco Integral”, que é uma modalidade extremada da doutrina do risco administrativo, abandonada na prática, por conduzir ao abuso e à iniquidade social. Por essa doutrina a Administração ficaria obrigada a indenizar todo e qualquer dano suportado por terceiros, ainda que resultante de culpa ou dolo da vítima. Essa teoria jamais foi aceita entre nós, embora haja quem sustente sua admissibilidade no texto das constituições anteriores (Mário Massagão, Curso do Direito Administrativo, 1960, p. 339; Otávio de Barros, Responsabilidade Pública). Com o passar do tempo à atuação estatal se torna cada vez mais incisiva. Surge com isso à necessidade de aumentar a proteção em relação aos administrados, e para isso a responsabilidade evolui novamente. 3.3. Teoria da Responsabilidade Objetiva do Estado Embora já reconhecida como regra no Brasil, tornou-se constitucional com a Constituição Federal de 1.946, sendo adotada até hoje. A Constituição de 1.988 aperfeiçoou essa teoria utilizando a expressão “agente”. Mais ampla ao se referir àqueles que atuam em nome do Estado. E também reconhecendo a responsabilidade civil decorrente tanto do dano material quanto do dano moral, reconhecendo este último como figura autônoma. Nessa teoria, a caracterização se condiciona ao preenchimento de três requisitos: conduta estatal, dano e nexo de causalidade entre a conduta e o dano. Note que não se 12 SÃO PAULO 2016 exige a comprovação do elemento subjetivo do agente que age em nome do Estado. Não se falar em culpa ou dolo no dano causado. É importante ressaltar que na responsabilidade objetiva a obrigação de indenizar surge em razão de um procedimento lícito ou ilícito, que produza lesão na esfera juridicamente protegida de outrem. Destaca-se, também, a hipótese de exclusão da responsabilidade objetiva, quando ausente um dos três requisitos. Hoje, no Brasil, a responsabilidade civil do Estado está prevista no art. 37, §6º, da Constituição Federal. A responsabilidade objetiva é a regra no país, acatada como padrão a teoria do risco administrativo. Entretanto, doutrina e jurisprudência admitem a possibilidade de compatibilizá-la com a responsabilidade subjetiva, nos casos de danos decorrentes de atos omissivos, seguindo, nesse caso, a teoria da culpa do serviço. Subsistem atualmente, portanto, de forma harmônica, as duas teorias, apesar de preferencialmente se reconhecer a teoria objetiva. 3.4. Da Responsabilidade Penal Devemos ter em mente que responsabilidade penal significa a obrigação ou o direito de responder perante a Lei por um fato cometido, fato este considerado pela lei vigente como um crime ou uma contravenção, é um atributo jurídico. 1,2,3 Não se trata de uma qualidade, mas de uma consequência, quem tem capacidade de imputação e sofreu legitimamente a imputação de um ato, dá contas deste. Em Direito Penal, para que alguém seja responsável penalmente por um determinado delito são necessárias três condições básicas: I. Ter efetivamente praticado o delito; II. À época do fato ter tido entendimento do caráter criminoso da ação; e III. À época do fato ter sido livre para escolher entre praticar ou não. 5 Na perspectiva jurídica, os verbos entender e determinar-se, introduzidos na legislação penal brasileira, adquirem significado real e verdadeiro. O procurador-geral de Justiça, Cláudio Soares Lopes, adiantou que o promotor de Justiça Alexandre Graça requisitou a instauração de inquérito policial 13 SÃO PAULO 2016 para apurar as possíveis responsabilidades pelas explosões nos bueiros. A pena para esse tipo de crime é de reclusão de um a quatro anos. Segundo Lopes, há indícios de omissão por parte dos órgãos públicos e empresas responsáveis pela manutenção dos bueiros, cujas explosões vêm fazendo vítimas e causando prejuízos à cidade. “Entendemos que o Código Penal prevê crime de explosão”, disse Lopes. “Se a situação chegou a esse ponto, é porque algum responsável, ainda que não intencionalmente, deixou de adotar nos últimos anos as providências necessárias para impedir que as explosões ocorressem. E o Ministério Público não pode abrir mão da ação penal de investigação.” O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado no dia 6 de julho, que determina multa de R$ 100 mil a Light por cada bueiro que explodir, deve ser publicado no Diário Oficial da Justiça ainda nesta semana Só então, a multa passará a valer. A CEG não assinou o TAC e não pode ser multado se ficar comprovada sua responsabilidade nos acidentes. 3.5. Da Responsabilidade Administrativa Resultam das restrições impostas pelos órgãos públicos, através do Código de Obras, Código de Água e Esgoto, Normas Técnicas, Regulamento Profissional, Plano Diretor e outros. Essas normas legais impõem condições e criam responsabilidades ao profissional, cabendo a ele, portanto, o cumprimento das leis específicas à sua atividade, sob pena, inclusive, de suspensão do exercício profissional. Tema espinhoso no direito disciplinar é a responsabilidade do servidor público pela prática de atos ilícitos. Não raro, a prática de um fato considerado ilícito resvala não só na responsabilidade administrativa, como na responsabilidade penal e civil. Os membros de processo administrativo disciplinar devem ficar atentos a essas nuances, pois na apuração dos fatos exige-se que a comissão faça uma análise da conduta do servidor em todas essas vertentes (administrativa penal e civil). As comissões e a autoridade têm o dever legal de comunicar às autoridades competentes quando se deparar com indícios de cometimento de crimes, ilícitos 14 SÃO PAULO 2016 cíveis, por ventura, cometidos pelo servidor, acusado em processo disciplinar. É certo que não incumbe às comissões e nem à autoridade fazer juízo de valor acerca de fatos que possam ser considerados crimes, mas sim remeter cópia dos autos às autoridades competentes. Igualmente, não devem se descurar que o servidor responde por dolo e culpa, portanto, deve-se fazer uma análise dos ilícitos administrativos para quese possa definir qual dos elementos está presente, o dolo ou a culpa. Ministério Público do RJ ajuíza Ação Civil Pública para que a Light e CEG sejam obrigas a realizar manutenção preventiva dos bueiros Promotores requerem que as concessionárias sejam condenadas a realizar a manutenção preventiva, adotando técnicas capazes de prever uma possível falha, e também a substituir as instalações que estiverem com mais de 50 anos de operação, sob pena de pagamento de multa no valor de R$ 1 milhão por explosão de bueiro. Requerem ainda que os réus sejam obrigados a indenizar os danos patrimoniais e extrapatrimoniais aos consumidores atingidos pelos acidentes de consumo e a indenizar o dano moral coletivo causado à população, no valor de R$ 1 milhão. De acordo com a ação, assinada pelos Promotores de Justiça Rodrigo Terra, Titular da 2ª Promotoria de Tutela Coletiva de Defesa do Consumidor e do Contribuinte, e Pedro Rubim Borges Fortes, designado para a 4ª Promotoria de Tutela Coletiva de Defesa do Consumidor e do Contribuinte, vai tramitar na 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital e recebeu o número 0101795/61.2011.8.19.0001. O MPRJ entende que as concessionárias, além de violar o Código de Defesa do Consumidor, não têm respeitado princípios básicos da Constituição. “Art. 6º São direitos básicos do consumidor: VI – a efetiva proteção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; VII – o acesso aos órgãos judiciários e administrativos, com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos.” 15 SÃO PAULO 2016 4. DA LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO O Ministério Público possui legitimidade para a propositura de ações em defesa dos direitos difusos e individuais homogêneos, nos termos do art. 81, parágrafo único, I e III c/c art. 82, I, da Lei nº. 8.078/90, ainda mais em hipóteses como a do caso em tela, em que há um número expressivo de potenciais lesados, já que as rés possuem milhões de clientes em todo o Estado, atuando em regime de monopólio na prestação do serviço público em questão. Ademais, no caso em tela há um número indeterminado de consumidores que podem estar sendo lesados pela má prestação de serviços das concessionárias rés, vítimas do fato do serviço como consumidores equiparados. 5. RELATÓRIO Foi instaurado inquérito civil pela (PJDC nº 1308/2010) para apurar as causas de constantes explosões de bueiros oriundas das instalações subterrâneas de energia elétrica e gás canalizado. Os serviços de fornecimento de energia elétrica e gás canalizado são prestados na forma de monopólio pelas concessionárias Light e CEG, respectivamente. . O Ministério Público, em outro inquérito civil, realizou reuniões com o CREA- RJ em parceria com a Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes – CAPA, visando discutir os incidentes com explosões nas câmaras subterrâneas da rede de energia da Light, ocorridos em 2010 em alguns logradouros do Centro e da Zona Sul, consoante documentos que instruem a presente peça. Em reunião realizada em 15 de fevereiro deste ano, foi informado que ‘explosões de bueiro de grande magnitude exigem concentração de gás e fagulhas elétricas, havendo motivos para apurar a falta de manutenção tanto por parte da LIGHT, quanto por parte da CEG’ (Promoção em anexo). Após o regular trâmite procedimental do inquérito civil, foi constatado que: 16 SÃO PAULO 2016 * As explosões ocorrem devido à falta de manutenção das instalações de responsabilidade da Light e CEG; * As instalações de energia elétrica precárias produzem faíscas – A Light reconhece que as câmaras em que ocorreram as explosões estão na sua área de concessão, mas atribuem os acidentes a furtos de equipamentos elétricos como boias do sistema de ventilação, cabos de baixa tensão e malhas de aterramento, de onde se extrairia cobre para comercialização clandestina. Segundo a ela, a falta de tais equipamentos pode causar curtos circuitos; * As instalações de gás canalizado mal conservadas causam vazamentos desse combustível – o Laudo do ICCE constatou que ‘a atmosfera explosiva era formada por gases combustíveis’; * O conhecimento de que a associação de defeitos dos serviços prestados pelas rés tem causado as explosões não é negado pelas rés que dizem vir ‘executando, em parceria, um programa de vistoria em suas câmaras subterrâneas, visando antecipar-se na descoberta de eventuais vazamentos de gás canalizado para dentro dessas instalações a fim de que, vem sendo identificado tal vazamento possa a Ceg adotar as providências cabíveis com a maior brevidade possível’. Diante da inércia das concessionárias rés e os constantes incidentes com vítimas, não restou alternativa para o Ministério Público senão buscar a tutela jurisdicional para resguardar a segurança dos consumidores, ao passo que a atuação preventiva não se mostrou suficiente. Legislação de Segurança Contra Incêndio e Pânico - Decreto nº 897, de 21/09/76 e Legislações complementares. Disponibilizamos para consulta o Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico (COSCIP), Decreto nº 897, de 21 de setembro de 1976, que tem por propósito estabelecer os requisitos de segurança indispensáveis para as edificações construídas no território do Estado do Rio de Janeiro bem como as suas legislações complementares mais utilizadas. Clique AQUI para ler ou baixar em formato PDF o COSCIP Legislações Complementares: 17 SÃO PAULO 2016 Lei Estadual nº 2803 DE 07/10/1997 – Veda utilização e instalação subterrâneas para armazenamento ou transporte de combustíveis ou substâncias perigosas. Resolução SEDEC nº 169, de 28/11/1994 - Baixa Instruções complementares para a apresentação de projetos de segurança contra incêndio e pânico na Diretoria Geral de Serviços Técnicos do CBMERJ Parecer das Empresas (CEG e Light) CEG não aceite firmar o TAC com previsão de multa, a ação civil pública - atualmente suspensa em decorrência das negociações - continuaria em curso na 4ª Vara Empresarial. Na ação ajuizada em março deste ano, o MP requereu multa de R$ 1 milhão por explosão de cada câmara subterrânea. A Light assinou o TAC, com a previsão de multa de R$ 100 mil, no dia 6 deste mês. O documento foi homologado pela Justiça na última segunda-feira e publicado no Diário Oficial do Poder Judiciário do estado na quarta-feira. A partir de então, a empresa passou a ser penalizada por cada explosão de bueiro sobre o qual tenha responsabilidade. As concessionárias CEG e Light foram condenadas a indenizar em R$ 23.120,00, por danos morais, materiais e estéticos; disse a Light, em nota. Também reforçou que investe na recuperação e no monitoramento da rede subterrânea desde 2010 e que foi "surpreendida com o acidente". A empresa afirmou que prestou assistência aos feridos do acidente e se comprometeu com a reparação de danos materiais. A CEG vinha negando a responsabilidade nas explosões em bueiros da Light, que vêm causando estragos na cidade e ferindo pedestres. Ontem, no entanto a companhia de gás reconheceu que laudos comprovam que as explosões nas ruas Figueiredo de Magalhães, em Copacabana, no ano passado e na Rua da Assembleia neste no foram causadas por vazamento de gás. “A CEG foi considera culpada porque após 24 horas e até 72 horas após o acidente foi detectada presença de gás em nível explosivo no local, segundo informação do laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE)” 18 SÃO PAULO 2016 6. Conclusão Os danosmorais, por sua vez, são caracterizados por ultrapassar a esfera material da vítima e podem abranger quatro modalidades distintas, a depender da natureza do dano causado, consistentes em: a) injúria psicológica (ou danos morais puros), decorrente de agressão forte ao ânimo da vítima, capaz de lhe causar sofrimento mental, angústia ou sensação de impotência; b) agravo físico ou estético, acarretado por lesões à integridade física do agente, causando dor física, redução de sua capacidade de trabalho ou deformidade; c) abalo de imagem ou de crédito, consubstanciado em ofensa à honra objetiva da vítima, diminuindo seu conceito perante a sociedade ou o mercado, inclusive de modo a reduzir seu prestígio ou aceitação; e, d) danos punitivos, que decorrem necessariamente do pedido de reparação moral em sentido amplo, porém tem a função independente de reprimir a reiteração de ações lesivas em sociedade, sob a forma de uma penalidade imposta ao agente causador do dano. Quanto aos critérios para fixação dos danos morais, importa mencionar que a injúria psicológica, o agravo físico ou estético e o abalo de imagem ou crédito são medidos pela extensão do dano, de acordo com o critério da proporcionalidade entre a atuação lesiva e a lesão causada, sem olvidar das possibilidades financeiras dos envolvidos e das peculiaridades da situação concreta. Os danos punitivos, de outro lado, são fixados de acordo com a culpabilidade do agente (não pela extensão do dano), segundo o critério da exemplaridade (não da proporcionalidade), de modo que signifiquem uma reprimenda suficiente para coibir a reiteração da prática dolosa. Importa assinalar, ainda, que as diversas modalidades de danos, materiais e morais, são cumuláveis, haja vista que visam compensar diferentes lesões à personalidade. Corroborando tal conclusão, o Superior Tribunal de Justiça editou os verbetes sumulares 37 (“são cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato”) e 387 ("é lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral"). 19 SÃO PAULO 2016 7. BIBLIOGRAFIA Flávio Citro Vieira de Mello Paulo José da Rocha Soares / Especialista em Psiquiatria AMB/CFM Juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Juiz Titular do II Juizado Especial Cível da Comarca da Capital Juiz Coordenador do Centro Permanente de Conciliação dos Juizados Especiais Cíveis Juiz Gestor do Movimento pela Conciliação Investigador Principal do Centro de Estudos de Direito do Consumo de Coimbra, de Direito Comparado (Direito Luso-Brasileiro de Consumo). Obra “Direito internacional do consumidor: Proposta de diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho relativa aos direitos dos consumidores com (2008) 614 final 2008/0196, de 08.out.2008” – REVISTA LUSO-BRASILEIRA DE DIREITO DO CONSUMO, vol. III, Editora Bonijuris Celso Antônio Bandeira de Mello Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Editora Malheiros, 22ª Edição.2007 Sérgio Cavalieri Filho. Programa de Responsabilidade Civil - 10ª Edição – 2012 Sites: www.maisestudos.com.br www.jusbrasil.com.br www.conexaolight.com.br www.trj.jus.br
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