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FILOSOFIA REVISÃO PARA O ENEM

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REVISÃO DA HISTÓRIA DA FILOSOFIA PARA O ENEM
O SURGIMENTO DA FILOSOFIA
A Filosofia surgiu na Grécia antiga por volta do século VI a.C.
Representou a superação do pensamento mítico- religioso. 
No entanto, não teria havido pensamento antes de Tales? Obviamente existiu.
A PASSAGEM DO PENSAMENTO MÍTICO À FILOSOFIA
Os diferentes povos da antiguidade – assírios, babilônios, chineses e indianos, egípcios, persas e hebreus - todos tiveram visões próprias da natureza e maneiras diversas de explicar os fenômenos e processos naturais. 
Mas apenas os gregos fizeram filosofia. 
A PASSAGEM DO PENSAMENTO MÍTICO À FILOSOFIA
O pensamento mítico é uma forma fantasiosa, por meio da qual, um povo explica a realidade em que vive, a origem do mundo, o funcionamento da natureza, os processos naturais, as origens e os valores de um povo.
O mito se caracteriza por um tipo de discurso fantasioso, que faz apelo ao sobrenatural e ao mistério; e que pressupõe a adesão e a aceitação dos indivíduos.
O termo “mythos”, do grego, significa um discurso fantasioso ou imaginário, sinônimo de “mentira”.
As lendas narrativas míticas são produtos de vários autores. O mito, por isso, é fruto da elaboração de uma tradição cultural. 
A PASSAGEM DO PENSAMENTO MÍTICO À FILOSOFIA
As principais fontes de nosso conhecimento dos mitos gregos são as obras de Homero (Ilíada e Odisséia) e de Hesíodo (Teogonia e Os trabalhos e os dias), que registraram poeticamente as lendas recolhidas das tradições dos diversos povos que ocuparam a Grécia desde o Período Arcaico (mais ou menos 1.500 a.C.).
A FILOSOFIA ANTIGA
Tales de Mileto, o primeiro filósofo, insatisfeito com as explicações míticas sobre o real, buscou na própria realidade uma razão para a sua explicação.
Os seus predecessores buscaram uma explicação do mundo natural na própria natureza.
 Assim, podemos chamar os primeiro filósofos de physiólogoi ou naturalistas, isto é, estudiosos da natureza.
A FILOSOFIA ANTIGA
Essa ruptura não ocorreu de forma imediata e sim gradativa. 
Há elementos da mitologia que sobrevivem na nossa cultura até os dias de hoje. 
Os filósofos pré-socráticos legaram uma contribuição fundamental para o pensamento filosófico. 
Sua contribuição consiste num conjunto de noções e teorias que tentam explicar a realidade a partir de seus aspectos essenciais, isto é, o mundo natural a partir e suas causas.
Destacamos entre essas noções fundamentais as noções de “mundo natural (ou physis)”, “universo (ou cosmo)”, “elemento primordial “ou arque)”, “causalidade (o nexo causal entre os fenômenos)”, e o caráter crítico da filosofia (que nos permite julgar e contestar a veracidade das diversas explicações do real).
A FILOSOFIA ANTIGA
O pensamento dos pré-socráticos e a mudança do pensamento mítico resulta de transformações históricas na sociedade grega, que corresponde ao declínio da civilização micênico-cretense (XII a. C.), cuja estrutura baseada numa monarquia divina em que uma classe sacerdotal tinha grande influência e o poder político era hereditário, em uma aristocracia militar e em uma economia agrária.
A partir da invasão da Grécia por tribos dóricas vindas da Ásia central (+ ou - em torno de 900 a 750 a. C), começam surgir as cidades-estados, nas quais haverá uma participação mais ativa dos cidadãos e o desenvolvimento da sociedade. 
A religião, aos poucos, vai tendo o seu papel reduzido. E surge uma nova ordem econômica baseada em atividades comerciais e mercantis.
Em meio a essas transformações o pensamento mítico deixa de satisfazer as necessidades da nova organização social, mais preocupada com a realidade concreta, com a atividade política e com as trocas comerciais.
A FILOSOFIA ANTIGA
A FILOSOFIA ANTIGA
As colônias gregas do mar Jônico, por serem entrepostos comerciais importantes, recebiam mercadores de diversas regiões, o que levava ao choque cultural. Desse modo, desenvolve-se nelas uma diversidade cultural muito grande. 
As cidades se tornam cosmopolitas. Esse fator propicia o surgimento da filosofia na cidade de Mileto (nas costas da Ásia menor).
Os filósofos que viveram antes de Sócrates (um marco importantíssimo na história da filosofia que será tratado adiante) e, por isso, são chamados de pré-socráticos.
O pensamento dos pré-socráticos pode ser dividido em duas fases.
A primeira se caracteriza, sobretudo, pelo interesse pela physis, isto é, pelas teorias sobre a natureza.
Podemos destacar entre esses filósofos, os da escola Jônica.
Os da escola milesiana: Tales, Anaximandro e Anaxímenes.
Xenófanes de Cólofon e Heráclito de Éfeso
De modo geral eles se preocuparam com a “arqué”, ou seja, com o elemento básico constitutivo do mundo natural (a physis).
A FILOSOFIA ANTIGA
A FILOSOFIA ANTIGA
Segundo Tales, esse elemento era a água (hydor), para seu discípulo Anaximandro era o ápeiron (o ilimitado, ou indeterminado) e para Anaxímenes, discípulo de Anaximandro, o ar (pneuma). O que há de comum entre esses três pensadores, além do fato de terem vivido em mileto, é o fato de buscarem uma explicação para a origem do mundo natural nele mesmo. Eles procuraram um elemento a partir do qual todas as coisas seriam constituídas, um elemento básico constitutivo da realidade (a arqué).
Xenófanes e Heráclito identificaram essa arque com a terra e com o fogo. 
Heráclito, conhecido como “o obscuro”, foi mais além na sua visão de mundo e percebeu que “Tudo muda”. Ele percebeu certa constância no mundo natural, a qual se contrapõe os filósofos da escola eleática, Parmênides e Zenão de Eléia, e Melisso de Samos, que afirmavam que a “mudança” é apenas aparente, isto é, que o ser das coisas é “uno, eterno e imutável”.
A FILOSOFIA ANTIGA
Paralelamente a esses filósofos, os filósofos das colônias gregas na Itália, ou seja, da Escola Italiana, desenvolveram uma visão de mundo (cosmologia) baseada na matemática. 
Pitágoras de Samos e seus discípulos Alcménon e Filolau de Crotona, afirmavam que “tudo é numero”, isto é, que todas as coisas são e se diferenciam pelo numero.
 Para eles a própria forma dos objetos que compõem a realidade podem ser explicadas em termos de números. 
Esses pensadores deram inúmeras contribuições à matemática e à lógica, das quais nos servimos hoje para fazer ciência. 
Além disso, assim como Heráclito e os filósofos eleáticos, foram os primeiros a desenvolver teorias sobre a natureza buscando causas que a explicassem além dela. 
Eles iniciaram uma forma de pensar que conhecemos hoje como “metafísica”. 
Sua visão de mundo se caracterizava por uma explicação da realidade mais abstrata e menos voltada para a natureza.
A FILOSOFIA ANTIGA
 Os outros filósofos pré-socráticos, pertencentes à chamada segunda fase do pensamento pré-socrático pelos historiadores da filosofia, denominada pluralista, desenvolveram visões de mundo baseadas numa pluralidade de elementos.
Anaxágoras de Clazômena, possivelmente influenciado por Anaxímenes e pelos pitagóricos, desenvolveu uma doutrina segundo a qual, a realidade é composta por uma multiplicidade de substâncias de partes iguais, que ele chamava “homeomerias”, que são geradas e destruídas por combinação, ou, em outro sentido, que não são geradas nem destruídas, mas persistem eternamente.
Empédocles de Agrigento é conhecido pela sua doutrina dos quatro elementos, segundo a qual “fogo, água, terra e a” são as raízes (rizomata) de todas as coisas, e de sua combinação resulta a pluralidade do mundo natural.
A FILOSOFIA ANTIGA
Os atomistas, Leucipo e Demócrito de Abdera (NORTE DA GRÉCIA), desenvolveram uma doutrina de forte influência no período helenístico (difusão da língua e da cultura grega), segundo a qual, “Todas as coisas são compostas por “átomos”, isto é, por elementos que não são divisíveis, que não podem ser partidos, que são imperceptíveis e em número infinito. Estes atraindo-se ou repelindo-se devido à sua forma geométrica, geram os fenômenos naturais e o movimento.
A FILOSOFIA ANTIGA
Deixando um pouco de lado as diversas teorias
sobre o mundo natural e o universo, notamos que esses filósofos revolucionaram a forma dos gregos de ver o mundo, rompendo com as explicações míticas, com a crença tradicional e senso comum, utilizando a razão.
A FILOSOFIA ANTIGA
Mais ou menos entre os séculos V e IV, durante um período de transição entre a tirania e a oligarquia para a democracia, surgem os sofistas. 
Foram mestres itinerantes de oratória e retórica que percorrem as cidades estado vendendo seus ensinamentos, sua técnica, sua habilidade, aos governantes e aos políticos, em geral. 
Eles não chegam a formar uma “escola”, mas sua presença na sociedade indica uma difusão de uma “educação (ou Paidéia)”, voltada para a prática política. 
Podemos destacar entre eles Protágoras de Abdera, Górgias de Leontinos, Hípias de Hélis, Licofron, Pródicos (mestre de Sócrates) e Trasímaco, embora tenham existido muitos outros dos quais não sabemos o nome.
A FILOSOFIA ANTIGA
Os sofistas foram filósofos e educadores, além de mestres de oratória e retórica. 
No entanto a visão da história sobre esses homens é bastante negativa, devido ao fato de se dedicarem ao conhecimento com vistas ao lucro e não por amor a ele.
Protágoras, talvez o mais importante dos sofistas, afirmava que “o Homem é a medida de todas as coisas “das que são como são, e das que não são como não são”. Esse fragmento caracteriza uma doutrina humanista e relativista.
A FILOSOFIA ANTIGA - Sócrates
No século IV a. C. Sócrates, marca o desenvolvimento da filosofia clássica, desenvolvida por Platão e por Aristóteles. 
Devido a sua influencia sobre a juventude ateniense e às acusações feitas por seus opositores é condenado ao suicídio, tendo se negado ao ostracismo e ao pagamento de multa como penas alternativas aos seus supostos crimes.
Mesmo sendo reconhecido por muitos como um sábio, fazia questão de afirmar que nada sabia. Dizia que para conhecer o mundo, o homem precisava conhece primeiro a si mesmo. 
Podemos afirmar que foi o primeiro filósofo a se dedicar a uma explicação da natureza humana em seus aspectos práticos: a ética e a política.
A FILOSOFIA ANTIGA - Platão
Platão seu discípulo escreveu diversas obras em forma de diálogos a respeito das lições do mestre. 
Nelas ele trata dos mais diferentes temas: a justiça, a verdade, o conhecimento, o amor, as virtudes, o conhecimento, o bem, a amizade, a coragem, a possibilidade do conhecimento, o método que torna possível o conhecimento, os instrumentos usados pelo homem para o conhecimento e a questão dos objetos do conhecimento. 
Para ele havia dois mundos: o das idéias (perfeito) e o das sombras (imperfeito). 
Poucos homens têm acesso ao primeiro, enquanto a maioria vive no segundo.
A FILOSOFIA ANTIGA - Platão
Em sua concepção sobre esses assuntos, podemos identificar a oposição entre opinião e verdade, desejo e razão, interesse particular e interesse universal, senso comum e filosofia.
Platão sofre, também, influência dos pitagóricos e dos eleátas. 
O núcleo de sua concepção filosófica é a teoria das ideias ou formas. 
Para Platão a filosofia é uma forma de saber que possui um caráter essencialmente ético e político.
Ele elabora alegorias que caracterizam esse saber e sua relação com a realidade segundo o processo pelo qual ele pode ser obtido e sua dimensão ético e política.
A FILOSOFIA ANTIGA - Aristóteles
Aristóteles, discípulo de Platão, rompe com os ensinamentos do mestre após a sua morte e desenvolve o seu próprio sistema, rejeitando a teoria das ideias e o dualismo platônico. 
Valoriza a ciência empírica e a ciência natural. 
Desenvolve a lógica, objetivando a perfeição do método para o conhecimento.
A FILOSOFIA NO PERÍODO HELENÍSTICO
No século III a.C. , Alexandre Magno, rei da Macedônia, conquista a Europa, o norte da África, a Ásia Menor e parte do Oriente Médio, difundindo a língua e a cultura gregas por toda a extensão de seu império. 
Ele fundou vários centros culturais por todo o mundo antigo, nos quais a filosofia e a ciência gregas eram ensinadas. 
Esse período da história ficou conhecido como período helenístico. 
Durante esse período a ocorre o desenvolvimento da filosofia e das artes e das ciências gregas (a matemática, a astronomia, a medicina, a história, a geografia, física, etc.).
Ocorreu a fundação do Museum (a famosa biblioteca de Alexandria), literalmente templo das musas, divindades dedicadas a arte ao saber. 
Durante muitos séculos o Museum foi o centro da ciência grega cuja produção marcou toda a antiguidade. 
 Foi incendiado por Júlio Cesar em 47 a. C, em 390 pelo bispo cristão Teófilo, e destruída pelos árabes na conquista do Egito em 642. 
A FILOSOFIA NO PERÍODO HELENÍSTICO
A FILOSOFIA NO PERÍODO HELENÍSTICO
Período de síntese e reprodução da filosofia dos gregos antigos. 
Fundação de escolas filosóficas com foco na ética entendida como “a arte de viver bem”. 
Dentre as escolas desse período podemos citar: 
A Academia (platonismo) - O Liceu ou escola peripatética (aristotelismo) - O neopitagorismo - O cinismo - O neoplatonismo ou platonismo cristão - O estoicismo - O epicurismo - O ceticismo.
Durante o período em que se deu a expansão romana, a oficialização do cristianismo como religião do império, e a derrocada desse império, a filosofia enfrentou uma série de obstáculos: os conflitos entre culturas, os conflitos religiosos, os conflitos, enfim, entre as diversas visões de mundo.
A FILOSOFIA MEDIEVAL
No século V segundo a história inicia-se o período medieval. 
Esse período é conhecido como idade das trevas. 
No entanto, há muitas produções literárias e artísticas de importância. 
A filosofia é colocada a serviço da teologia cristã.
Durante todo o período medieval que se estende desde o século V d.C. até XV d. C. ocorre uma síntese entre a filosofia grega e a teologia judaico-cristã, que nasce no período helenístico.
As principais correntes filosóficas desse período são a patrística e a escolástica. 
O maior ícone da patrística é Santo Agostinho (IV d. C.), que desenvolveu o pensamento cristão em conformidade com algumas ideias de Platão. 
Da escolástica, São Tomás de Aquino, responsável pela recepção e transmissão das obras de Aristóteles.
A FILOSOFIA NO PERÍODO MEDIEVAL
O pensamento de S. Agostinho representa, no contexto do cristianismo, a primeira grande obra filosófica da antiguidade clássica, abrindo caminho para a filosofia medieval e aproximando o cristianismo do platonismo.
Um dos iniciadores da escolástica foi santo Anselmo de Canterbury (XI d. C.). Ele formulou um dos celebres argumentos ontológicos a respeito da existência de Deus, que ilustra o estilo medieval de filosofar e o tratamento das questões aproximando a teologia da filosofia ao investigar racionalmente os fundamentos da fé cristã.
Durante esse período, as obras da filosofia grega antiga ficaram confinadas aos mosteiros e às mãos dos monges copistas. Poucas chegaram até nós inalteradas.
Esse período foi marcado pela influência da Igreja na política e por uma visão de mundo geocêntrica, teocêntrica, cuja verdade era baseada na fé aos textos bíblicos e na revelação divina.
Foi no século XIII que surgiram as primeiras universidades e a retomada da ciência grega pelos escolásticos.
A filosofia de s. Tomás representa uma aproximação entre o cristianismo e o aristotelismo.
Guilherme de Ockham é o pensador mais representativo do final da escolástica, autor de uma obra original e controvertida pelas posições que assume.
Somente a partir do século XIV, com Francesco Petrarca, assentam-se as bases de um pensamento humanista, que culminará no século XV com o movimento renascentista e a intensa retomada do ideal Greco-romano de homem (como medida de todas as coisas). 
O retorno ao antropocentrismo (a valorização do indivíduo).
A FILOSOFIA NO PERÍODO MEDIEVAL
A FILOSOFIA MODERNA
No século XVI, inicia-se a modernidade para a filosofia. 
Ocorre a ruptura entre o antigo e novo, a valorização do novo e o ideal de progresso, a ênfase na individualidade
e a rejeição da autoridade institucional eclesiástica.
As principais causas dessa ruptura estão relacionadas às transformações sofridas pelo mundo europeu nos séculos XV e XVI como a descoberta do “Novo Mundo (Américas)”; surgimento de importantes núcleos urbanos em algumas regiões (principalmente em Florença na Itália) e o desenvolvimento das atividades mercantis e industriais.
Devido a esses fatores não só a filosofia, mas a arte e a literatura passam por um processo de retomada do ideal clássico Greco-romano em oposição à escolástica medieval. 
O homem, sua obra e seu cotidiano voltam a ser o centro das atenções do pensamento filosófico. 
Paralelamente a esse humanismo renascentista, dá-se início à revolução científica.
A FILOSOFIA MODERNA
A revolução científica moderna é marcada pelo heliocentrismo e a rejeição do modelo geocêntrico medieval, pela visão do espaço infinito e aberto (e não de um cosmo fechado como na antiguidade). 
A natureza passa a ser explicada em termos matemáticos. 
Prevalece um ideal de ciência ativa (em oposição à ciência contemplativa da antiguidade baseada no modelo aristotélico). 
Ocorre o conflito entre as teorias antigas e modernas, suscitando a problemática cética da ausência de critério conclusivo para a decisão sobre a validade das teorias.
Podemos citar entre os pensadores ilustres desse período: Nicolau Copérnico, Giordano Bruno, Galileu Galilei, Johannes Kepler.
A FILOSOFIA MODERNA
O pensamento de Descartes marca o inicio do período moderno. 
Ele pode ser considerado o pai da modernidade. 
Adota uma posição racionalista como ponto de partida para o conhecimento. 
Descartes enfatiza a necessidade do método para guiar a razão no conhecimento do real. 
Dessa forma ele procurou fundamentar a possibilidade do conhecimento científico, encontrando no pensamento uma verdade inquestionável para embasar toda a possibilidade de conhecimento: a verdade do cogito. 
“Cogito ergo sum.” Penso, logo existo. Um princípio que não pode ser contestado pelo cético, já que duvidar é pensar e a dúvida pressupõe o pensamento, e desse modo, a existência de uma coisa pensante.
A FILOSOFIA MODERNA
Paralelamente à tradição racionalista cartesiana, o empirismo é um dos paradigmas fundamentais da filosofia moderna em seu início. O empirismo caracteriza-se pela valorização da experiência sensível como fonte do conhecimento. O conhecimento para os empiristas tem como ponto de partida o método indutivo, a probabilidade. A ciência baseia-se no método empírico e experimental, na formulação de hipóteses, na observação e na verificação e teste dessas hipóteses através de experimentos. 
Alguns dos mais conhecidos representantes dessa tradição foram Francis Bacon (um dos iniciadores do pensamento moderno no século XVI), defensor de uma determinada concepção de método científico que valoriza a experiência e a experimentação. Kant dedicou-lhe a Critica da Razão Pura. 
A FILOSOFIA MODERNA
John Locke (século XVII) no seu Ensaio sobre o Entendimento humano, afirma que não podemos conhecer as coisas em sua essência; podemos apenas ter crenças ou opiniões sobre o mundo natural. Por outro lado o conhecimento demonstrativo (ex.: a geometria) derivado da percepção da relação entre nossas ideias é certo e definitivo diferentemente do conhecimento derivado das impressões sensíveis. Segundo ele a mente é como uma folha “em branco”, a tabula rasa, na qual a experiência deixa as suas marcas, as ideias. Os objetos externos fornecem à mente as ideias das qualidades sensíveis, que são diferentes das percepções que produzem em nós, e a mente fornece ao entendimento as ideias de suas próprias operações.
David Hume (século XVIII), foi o mais radical dos empiristas, assumindo uma posição filosófica cética. Nas suas obras Tratado sobre a natureza humana e Investigação sobre o entendimento humano, afirma a tese segundo a qual nossas ideias sobre o real se originam de nossa experiência sensível.
A FILOSOFIA MODERNA
A tradição racionalista se desenvolve a partir de Descartes com pensadores como Guelincx, Cordemoy, Malebranche e a escola de Port-Royal, com Arnauld. 
O racionalismo pós-cartesiano é marcado pela ênfase na centralidade da razão humana no processo de conhecimento, pela aceitação das ideias ou princípios inatos, pertencentes à natureza da própria mente, o que nos permite justificarmos de modo definitivo nossos sistemas teóricos.
Nem todos os racionalistas foram partidários da filosofia de Descartes como Spinoza, Leibniz e Pascal.
A FILOSOFIA MODERNA
Blaise Pascal (século XVII), autor da famosa afirmação “O coração tem razões que a razão desconhece.” Foi um grande geômetra, inventou da máquina de calcular, defendeu a autonomia da razão e a importância da experiência subjetiva.
Baruch Spinoza (século XVII) defendeu idéias liberais, fez importantes comentários à obra de Descartes. O foco central de sua filosofia foi a Ética, partindo da questão do ser que trata em termos de substância, integrando metafísica, epistemologia e ética. Seu pensamento, no entanto, não teve muita repercussão em sua época, tendo sido retomado no século XIX como alternativa ao desenvolvimento da tradição moderna.
Gottfried Wilhelm Leibniz (século XVII - XVIII) foi crítico de Descartes, de Spinoza e dos empiristas. Ele vê na lógica o caminho da fundamentação do conhecimento.
A FILOSOFIA MODERNA
Durante o século XVII desenvolve-se, também, a filosofia política do liberalismo e a tradição iluminista com Thomas Hobbes, John Locke e Jean Jacques Rousseau. O iluminismo pode ser entendido como correlato político do subjetivismo epistemológico dos séculos XVII-XVIII. A problemática central do iluminismo reside na necessidade de conciliar direitos individuais (naturais), com a necessidade da vida social.
Thomas Hobbes, John Locke e Jean Jacques Rousseau concordaram quanto a concepção de um contrato social como fundamento da sociedade organizada racionalmente, porém, tiveram concepções diferentes a respeito da natureza humana e do Estado.
O iluminismo valoriza o conhecimento como instrumento d libertação e progresso da humanidade. O uso da razão leva o homem à autonomia e a sociedade à democracia.
A FILOSOFIA MODERNA
No final do século XVIII e início do século XIX, a filosofia moderna entra em um período de crise. A obra do filósofo alemão Immanuel Kant (século XVIII-XIX) é considerada um marco na filosofia moderna. Kant é um representante do chamado racionalismo dogmático.
Kant formula um projeto de filosofia crítica. Ele define a filosofia como “a ciência da relação de todo conhecimento e de todo uso da razão com o fim último da razão humana”, tratando de quatro questões fundamentais: (metafísica)o que posso saber?(moral) o que devo fazer?(religião) o que posso esperar? (antropologia) o que é o homem? 
Sua principal obra A Crítica da Razão Pura com a qual empreende uma revolução copernicana na filosofia. Assim como Copérnico teria invertido o modelo tradicional de cosmo em que o sol girava em torno da Terra, mostrando ser a Terra que girava em torno do Sol, do mesmo modo, na relação do conhecimento, não é o sujeito que se orienta pelo objeto (real), como quis a tradição, mas o objeto que é determinado pelo sujeito.
Segundo Kant, o conhecimento resulta da contribuição das faculdades da sensibilidade e do entendimento que constituem o sujeito do conhecimento.
Kant estabelece também um sistema moral do dever, fundamentado na racionalidade humana, cujo princípio básico é o imperativo categórico “Age de tal forma que sua ação possa ser considerada como norma universal.”
A FILOSOFIA MODERNA
O último grande sistema da tradição moderna é o de Hegel. Georg Wilhelm Friedrich Hegel (século XVIII-XIX) coloca a história como o centro do seu sistema e mostra que o modo de compreensão filosófico é necessariamente histórico.
A FILOSOFIA MODERNA
Influenciado pelos hegelianos de esquerda Karl Marx (século XIX) desenvolve o materialismo histórico. 
Para Marx a filosofia como visão de mundo deve dar
lugar a um pensamento revolucionário, que leve o mundo à transformação. 
Ele inclui na tarefa crítica da filosofia a análise sociológica, política, histórica e econômica da realidade. 
A filosofia marxista influencia pensadores como Georg Lukács, os pensadores da Escola de Frankfurt, Theodor adorno, Max Horkheimer, Herbert Marcuse e Walter Benjamin. 
Além de todos esses filósofos, podemos citar Louis Althusser como um dos mais originais e influentes intérpretes do pensamento de Marx.
A FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
No desenvolvimento da discussão filosófica durante o século XIX encontramos um movimento de ruptura com a tradição racionalista moderna inaugurada por Descartes e cujo ápice são os sistemas filosóficos de Kant e Hegel. 
A centralidade da razão, a valorização do conhecimento, a ênfase na problemática do método e da fundamentação da ciência, o recurso à lógica, a preocupação com a crítica vã ser considerados por muitos dos filósofos do século XIX fatores limitadores, que não dão conta da totalidade da experiência humana em, por isso, não constituindo a melhor forma de entender a relação do home com o real e de considerar o desenvolvimento da sociedade e da cultura.
Esse movimento é iniciado pelos pensadores do período conhecido como idealismo alemão e do romantismo. 
A FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
O idealismo alemão pós kantiano é marcado pela reação contra o racionalismo e a filosofia crítica em busca de outras alternativas e formas de expressão. 
Caracteriza-se pelo novo rumo dado à concepção kantiana da filosofia, abandonando o sentido crítico e interpretando a filosofia transcendental como base para a construção de um sistema de saber. 
Os principais representantes dessa corrente foram Johann Fichte e Friedrich Schelling. 
Entre os representantes do Romantismo podemos destacar Schopenhauer, Kierkegaard e Nietzsche, que rompem com as visões de mundo kantiana e hegeliana, em uma direção diferente da obra de Marx. 
O romantismo caracteriza-se por uma aproximação maior entre a filosofia e a arte, afastando-se da problemática do conhecimento, enfatizando a sensibilidade mais do que a razão.
A FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
No século XX observamos a tentativa de encontrar respostas à crise do projeto filosófico da modernidade. 
As principais correntes do período contemporâneo visam atualizar o racionalismo e o fundacionalismo da filosofia moderna. 
Destacamos a influência de filósofos como Wittgenstein e Heidegger. 
Um dos principais aspectos dessa crise é o questionamento da subjetividade como ponto de partida da tentativa de fundamentação do conhecimento e da ética. 
A linguagem passa a ser vista como alternativa para a reflexão filosófica em diversas perspectivas.
REFERÊNCIAS
MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos à Wittgenstein, 9ª Ed. Jorge Zahar Editor.Rio de Janeiro,2005.

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