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RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA QUÍMICA GERAL CURSO Engenharia TURMA 3147 DATA 24/05/2017 Aluno/ Grupo Eduardo de Almeida Xavier Eric Machado de Souza Borges Luana Albuquerque Castro* (Turma 3139) Murilo Joaquim Vasconcelos Ramos TÍTULO Transferência Eletrônica OBJETIVOS Identificar, experimentalmente, reações espontâneas de oxirredução em que ocorrem transferências eletrônicas entre metais. INTRODUÇÃO A eletroquímica é um ramo da química que estuda o fenômeno da transferência de elétrons utilizando- se de reações de oxirredução para a transformação de energia química em energia elétrica e vice- versa (SANTOS et al., 2015; FOGAÇA, 2017). Nas reações de oxirredução, a espécie química que perde elétrons passa por uma oxidação e fica com o número de oxidação (Nox) maior. Já a espécie química que recebe esses elétrons passa por uma redução e o seu Nox fica menor (FOGAÇA, 2017). 𝐴 ↔ 𝐴+ + 𝑒− (𝑠𝑒𝑚𝑖𝑟𝑒𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑥𝑖𝑑𝑎çã𝑜) 𝐵 + 𝑒− ↔ 𝐵− (𝑠𝑒𝑚𝑖𝑟𝑒𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑑𝑢çã𝑜) 𝐴 + 𝐵 ↔ 𝐴+ + 𝐵− (𝑟𝑒𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑥𝑖𝑟𝑟𝑒𝑑𝑢çã𝑜) Uma maneira de quantificar a espontaneidade ou a tendência de uma espécie química adquirir elétrons e, desse modo, ser reduzida, é através do potencial-padrão de redução (E0, medido em volts). Cada espécie química possui um potencial-padrão de redução que é definido dentro de condições de um estado-padrão (temperatura de 25 °C, concentração de 1,00 M e a pressão de 1 atm). A Tabela 1 apresenta os valores de potencial-padrão de redução dos metais utilizados nos experimentos realizados nesta prática (SANTOS et al., 2015). Para que uma reação de oxirredução ocorra espontaneamente, é preciso que a soma das semi- reações de oxidação e redução dos respectivos elementos retorne um valor do potencial de reação E0 positivo e diferente de zero. Salienta-se que a semi-reação de oxidação corresponde ao caminho inverso da semi-reação de redução apresentada na Tabela 1 e o valor de potencial padrão é igual em módulo com sinal trocado. Tabela 1: Potenciais-padrão de redução (SANTOS et al., 2015). Semi-reação E0 (volts) Estado oxidado Estado reduzido Ag+ + e- ⟺ Ag +0,80 Cu+2 + e- ⟺ Cu +0,34 Pb+2 + e- ⟺ Pb -0,13 Zn+2 + e- ⟺ Zn -0,76 REAGENTES, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS Palha de aço; 9 Beckers 50 mL; Tubo de ensaio; Estante para tubo; Solução de sulfato de zinco 1,0 M; Solução de sulfato de cobre 1,0 M; Solução de nitrato de chumbo 1,0 M; Solução de nitrato de prata 0,1M; 3 lâminas de zinco; 3 lâminas de cobre; 3 lâminas de chumbo; Fio de cobre; PROCEDIMENTOS Num primeiro experimento, nove Beckers foram divididos em 3 conjuntos 3. Cada conjunto teve seus três Beckers preenchidos até cerca de ⅓ do volume com soluções salinas, um com sulfato de zinco 1,0 M, outro com sulfato de cobre 1,0 M e o último com nitrato de chumbo 1,0 M. Nove lâminas metálicas, três de zinco, três de cobre e três de chumbo foram divididas entre os Beckers de forma ortogonal, i.e., de forma que cada metal cruzasse com cada solução salina. As lâminas, anteriormente ao teste, foram limpas com palha de aço para remover camadas oxidadas já existentes, e então depositadas dentro dos Beckers designados. Aguardou-se 3 minutos para a reação ocorrer, ao final deste tempo as lâminas foram retiradas de dentro das soluções e os resultados observados. Num outro experimento, uma solução de nitrato de prata 0,1M foi colocada em um tubo de ensaio e dentro da solução foi depositado um fio de cobre. O tubo de ensaio foi posto numa estante e a reação foi observada. RESULTADOS e DISCUSSÃO A Tabela 2 resume os resultados do primeiro experimento: Tabela 2: Reatividade entre metais e soluções salinas. Ausência de reação é indicada por: () e a ocorrência da reação é indicada por (✓). Lâmina metálica Solução salina ZnSO4 CuSO4 Pb(NO3)2 Zinco ✓ ✓ Cobre Chumbo ✓ O zinco metálico, quanto em contato com uma solução sulfato de zinco não reage, pois, somando-se as semi-reações de redução e oxidação entre suas espécies químicas do zinco, temos um valor de potencial de reação E0 = 0,00 V: 𝑍𝑛0(𝑠) + 𝑍𝑛 +2 (𝑎𝑞) ↔ 𝑍𝑛 +2 (𝑎𝑞) + 𝑍𝑛 0 (𝑠), 𝐸 0 = 0,00𝑉 De forma análoga, as reações de cobre com sulfato de cobre e de chumbo com nitrato de chumbo também tem valores de potencial de reação E0 = 0,00 V: 𝐶𝑢0(𝑠) + 𝐶𝑢 +2 (𝑎𝑞) ↔ 𝐶𝑢 +2 (𝑎𝑞) + 𝐶𝑢 0 (𝑠), 𝐸 0 = 0,00𝑉 𝑃𝑏0(𝑠) + 𝑃𝑏 +2 (𝑎𝑞) ↔ 𝑃𝑏 +2 (𝑎𝑞) + 𝑃𝑏 0 (𝑠), 𝐸 0 = 0,00𝑉 Já quando o zinco metálico entra em contato com soluções de sulfato de cobre ou nitrato de chumbo, as reações ocorrem, pois, os valores de potencial de reação são maiores que zero (E0 > 0,00 V): 𝑍𝑛0(𝑠) + 𝐶𝑢 +2 (𝑎𝑞) ↔ 𝑍𝑛 +2 (𝑎𝑞) + 𝐶𝑢 0 (𝑠), 𝐸 0 = 1,10𝑉 𝑍𝑛0(𝑠) + 𝑃𝑏 +2 (𝑎𝑞) ↔ 𝑍𝑛 +2 (𝑎𝑞) + 𝑃𝑏 0 (𝑠), 𝐸 0 = 0,63𝑉 Nesses dois casos pode-se observar a formação de uma incrustação do metal que estava em solução sobre a lâmina de zinco. O cobre metálico, por sua vez, não reage nas soluções de sulfato de zinco e nitrato de chumbo, pois, os valores de potencial de reação são menores que zero (E0 < 0,00 V): 𝐶𝑢0(𝑠) + 𝑍𝑛 +2 (𝑎𝑞) ↔ 𝐶𝑢 +2 (𝑎𝑞) + 𝑍𝑛 0 (𝑠), 𝐸 0 = −1,10𝑉 𝐶𝑢0(𝑠) + 𝑃𝑏 +2 (𝑎𝑞) ↔ 𝐶𝑢 +2 (𝑎𝑞) + 𝑃𝑏 0 (𝑠), 𝐸 0 = −0,47𝑉 O chumbo metálico reage apenas com o sulfato de cobre pelo valor positivo de potencial de reação (E0 > 0,00 V) com a formação de uma crosta de alaranjada de cobre sobre a lâmina do chumbo: 𝑃𝑏0(𝑠) + 𝐶𝑢 +2 (𝑎𝑞) ↔ 𝑃𝑏 +2 (𝑎𝑞) + 𝐶𝑢 0 (𝑠), 𝐸 0 = 0,47𝑉 Não ocorre reação com o sulfato de zinco pelo valor negativo de potencial de reação (E0 < 0,00 V): 𝑃𝑏0(𝑠) + 𝑍𝑛 +2 (𝑎𝑞) ↔ 𝑃𝑏 +2 (𝑎𝑞) + 𝑍𝑛 0 (𝑠), 𝐸 0 = −0,63𝑉 No segundo experimento, onde um fio de cobre foi mergulhado na solução de nitrato de prata, pode- se observar a formação de uma crosta ao redor do fio de cobre devido a formação de prata metálica e uma leve coloração azul na solução devido a formação de íons Cu+2. 𝐶𝑢0(𝑠) + 2𝐴𝑔 + (𝑎𝑞) ↔ 𝐶𝑢+2(𝑎𝑞) + 2𝐴𝑔 0 (𝑠) , 𝐸0 = 0,46𝑉 CONCLUSÃO O experimento prático com diferentes metais e soluções salinas permitiu a observação e comprovação das condições em que as reações de oxirredução ocorrem espontaneamente. Quando numa reação temos dois metais, um no estado reduzido e outro no estado oxidado, a espontaneidade da reação se dará de forma que aquele que tiver o maior potencial de redução fique no estado reduzido. A espontaneidade dessas reações, pode ser explorada, como veremos em uma atividade posterior, na construção de pilhas e baterias. REFERÊNCIAS FOGAÇA, J. R. V. Reações de Oxirredução. Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br> Acesso em 29 de maio de 2017. SANTOS, C. M., CARVALHO, M. A. LIMA, N. S. Química Geral.1. ed. Rio de Janeiro: Lexikon. 2015. 216p.
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