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Contestação - Prática Simulada Cível

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 6ª VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO – RJ
Processo nº
CLAÚDIA, já qualificada, vem por meio desse advogado que subscreve respeitosamente, com endereço profissional (endereço completo), nos autos da AÇÃO DE COBRANÇA, que tramita pelo procedimento comum, movida pelo HOSPITAL CUIDAMOS DE VOCÊ LTDA, vem a este juízo, oferecer:
CONTESTAÇÃO
Expor e requerer o que segue:
PRELIMINARES
É importante salientar que no caso concreto em questão existe uma INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA, nos termos do art. 337, inciso II do CPC, tendo em vista que a situação fática trazida ao poder judiciário não versa sobre interesse público, seja da União, do Estado ou do Município, e sim se trata somente de interesse privado pertinente a comodidade das partes. 
Assim como preceitua Humberto Theodoro Júnior:
“Absoluta é a incompetência insuscetível de sofrer modificação, seja pela vontade das partes, seja pelos motivos legais de prorrogação (conexão ou continência de causas). Trata- se de regra fixada em atenção ao interesse público”. (Curso de Direito Processual Civil, v.01, p. 210, Edição 58, 2017)
Além disso, a ré em questão é casada e por isso se faz presente a NECESSIDADE DE CITAÇÃO DO SEU MARIDO, nos termos do art. 337, inciso I do CPC, já que o caso concreto é um litisconsórcio passivo necessário nos termos do art. 115, § único do CPC.
MÉRITO
A parte ré relata que no último dia 17 setembro no município do Rio Janeiro esteve presente com seu marido como acompanhante no Hospital Cuidamos de Você LTDA por conta de uma fratura exposta do mesmo, e precisando de uma cirurgia após diagnostico médico.
O valor da cirurgia era de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), sendo que o paciente tem plano de saúde, este por sua vez conveniado a parte autora e custeou toda a cirurgia. 
Todavia, mesmo com a autorização do plano de saúde o Hospital exigiu da ré um CHEQUE CAUÇÃO, que por sua vez constitui CRIME no Código Penal em seu art. 135 – A, além de ser considerado ilegal pela Agência Nacional de Saúde desde 2003, através de uma resolução normativa nº 44. 
Cabe ressaltar que na situação vivenciada pela ré é possível identificar um vício de negócio jurídico, a COAÇÃO nos termos do art. 151 do CC. Pois a mesma foi forçada pelo Hospital em realizar um negócio contra sua vontade por temor ao que poderia acontecer ao seu marido caso não fosse realizada a cirurgia de caráter emergencial. 
Bem como ilustríssimo autor Carlos Roberto Gonçalves dista: 
“Coação é toda ameaça ou pressão injusta exercida sobre um indivíduo para forçá-lo, contra a sua vontade, a praticar um ato ou realizar um negócio. O que a caracteriza é o emprego da violência psicológica para viciar a vontade”. (Direito Civil Brasileiro, v.01, p.428, Edição 13ª, 2015)
Ademais, caberia afirmar outro vício no negócio jurídico, o ESTADO DE PERIGO presente no art. 156 do CC, uma vez que a parte autora se aproveitou do estado de necessidade da vítima que a conduziu a celebração de um negócio jurídico que não seria realizado longe dessas circunstâncias. 
Nesse sentido o Tribunal de Justiça de São Paulo vem decidindo: 
*CAMBIAL. DUPLICATA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS MÉDICO HOSPITALARES. ONEROSIDADE EXCESSIVA. ESTADO DE PERIGO. 1. Está configurado o estado de perigo quando um parente é compelido a assinar termo de responsabilidade como condição de tratamento emergencial hospitalar. Esse parente assume responsabilidade excessivamente onerosa, premido pela necessidade de resguardar a vida de pessoa da família. 2. Cambial inexigível, dado o estado de perigo. 3. Recurso provido.*
(TJ-SP - APL: 10264786820138260100 SP 1026478-68.2013.8.26.0100, Relator: Melo Colombi, Data de Julgamento: 11/11/2014, 14ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 11/11/2014).
Também é presente no caso em questão uma violação a um dos princípios basilares do ordenamento jurídico brasileiro como um todo e não somente no âmbito civil, que é o PRINCÍPIO NO BIS IN IDEM, consistente na vedação de uma repetida sanção sobre um mesmo fato. Exemplificado no art. 8º, inciso IV do Pacto de São José da Costa Rica. 
Logo, não são prudentes as alegações da parte autora por todo o exposto pela parte ré.
PEDIDO
Diante do exposto, requer à vossa excelência:
O acolhimento da preliminar da incompetência absoluta, remetendo-se os autos para uma das Varas Cíveis da Comarca do Rio de Janeiro – RJ;
Julgar improcedente o pedido da parte autora por todo o exposto;
Condenação da autora ao pagamento dos ônus da sucumbência. 
PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 396 e seguintes do CPC, em especial documental e depoimento pessoal do autor.
Espera deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB/UF nº.

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