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Prática Simulada I aula 2

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ITABUNA - BA 
 
 
 
 
 
Joana, brasileira, solteira, técnica em contabilidade, portadora da carteira de identidade nº 
________, expedida pelo________, inscrita no CPF/MF nº________, residente e domiciliada à Rua________________________, Itabuna/BA, por meio de seu advogado que esta subscreve, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor
 
 
 
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO
 
 
pelo rito comum, em face de Joaquim, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade nº ________, expedida pelo________, inscrito no CPF/MF nº________, residente e domiciliado à rua________________________, Itabuna/BA, pelos fatos e fundamentos que passa a expor. 
 
DA REALIZAÇÃO DA AUDIÊNICA DE MEDIAÇÃO
A Autora tem interesse na realização da audiência de mediação conforme art. 334, cpc.
DOS FATOS 
 
Em 20/12/2016, a autora foi surpreendida como a notícia de que seu filho Marcos, de 18 anos havia sido preso de forma ilegal e encaminhado ao presídio XXX. 
 Sendo assim, procurou rapidamente um advogado para axiliar, e orientar possivéis medidas que deveriam ser adotadas. Desta maneira, o advogado aconselhou a autora a impetrar um Habeas Corpus, e para isso, requereu a celebração de um contrato, no qual lhe cobraria a importância de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). 
 Chegando em casa a autora, se viu em desespero por não ter a quantia para realizar o contrato com o advogado, e vendo seu filho em tal situação. Muito abalada, comentou com Joaquim, seu vizinho, sobre o caso, o mesmo percebeu a oportunidade de obter uma vantagem patrimonial, visto que a autora estava muito alterada emocionalmente e faria qualquer coisa para ter o seu filho ao seu lado. Foi então que Joaquim propôs realizar a compra do veículo da autora pela quantia de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), quando na verdade o valor de mercado do veículo é de R$ 50.000,0 (cinquenta mil reais). A autora completamente desnorteada e sem conseguir pensar em uma outra saída para tal situação, no calor do momento e sem racionar de forma coerente, resolveu aceitar a proposta de Joaquim. 
 No dia seguinte, ao tomar conhecimento de que seu filho havia sido solto através de um habeas corpus, por outro advogado que a avó paterna teria contratado para ajuda- los, a autora procurou Joaquim para desfazer o negócio jurídico, porém Joaquim informou que o negócio já havia sido celebrado e que não pretendia desfazê-lo.
 
 DOS FUNDAMENTOS 
 
Com base nos fatos relatados acima, é evidente que o contrato celebrado pelas partes apresenta um vício de consentimento. O negócio iniciou-se com a incapacidade relativa do agente demonstrar a vontade de realizar o ato, além de que o filho da autora estava em estado de perigo, tornando o negócio jurídico anulável com fulcro nos seguintes artigos do Código Civil:
 
Art. 156 - Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
 
Art. 171 - Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
 
Art. 4 - São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
 
Apresenta ainda, entendimento majoritário no Tribunal de Justiça:
 
“Processo: AC 70055865521 RS; Relatora: Ana Beatriz Iser; Julgamento: 
18/09/2013; Órgão Julgador: Décima Quinta Câmara Cível; Publicação: Diário da 
Justiça do dia 25/10/2013; Ementa: APELAÇÃO CÍVE L. DIREITO PRIVA DO 
NÃO-ESPECIFICADO. AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO. 
DESPESAS MÉDICO -HOSPIT ALARES. ESTADO DE PERIGO. 
INOCORRÊNCI A.” 
 
Universidade Estácio/Macaé - Daílis Coelho de Lima Barros Lopes - Matrícula: 201102323209 
 
 DOS PEDIDOS 
 
 Ante o exposto, requer: 
1) A citação do réu para comparecimento a presente sob pena de revelia e confissão se não o fizer; 
b) Que seja julgado procedente o pedido de anulação do negócio jurídico celebrado entre as partes; 
c) A procedência do pedido de condenação do réu ao pagamento dos. 
 
Requer a produção de provas documentais e ducumentais supervenientes e depoimento pessoal do réu.
Dá-se à presente o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
N. Termos,
P. Deferimento.
Rio de Janeiro, 23 de agosto de 2017.
_________________________ 
Erica Mello
OAB/RJ

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