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ECA AULA - 6

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ECA AULA – 6
Conselho Tutelar
Introdução
Por que o Conselho Tutelar é um órgão considerado elo entre o poder público e a sociedade civil?
Nesta aula, você terá a oportunidade de responder a este e a outros questionamentos que, provavelmente, possui em relação ao Conselho Tutelar, pois é muito comum que se conheça a existência do Conselho, mas pouco se saiba sobre o que ele representa de fato.
Conselho Tutelar
Para corroborar o sistema de garantias, dar efetividade à doutrina da proteção integral e integrar a rede de atendimento, foi criado o Conselho Tutelar.
Ao conceituar o Conselho Tutelar e estabelecer a sua natureza jurídica, no artigo 131 do ECA, o legislador visou fortalecer sua missão institucional, para representar a sociedade na salvaguarda dos direitos das crianças e dos adolescentes.
Assim, temos que o Conselho Tutelar é um órgão de natureza administrativa, da esfera do Poder Público Municipal.
Vejamos o que dispõe o ECA sobre o papel do Conselho Tutelar clicando aqui.
O papel do Conselho Tutelar: “Art. 131 do ECA — O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.”
SER PERMANENTE
Significa que, uma vez criado, o Conselho Tutelar não pode mais ser extinto, sendo cabível tão somente a renovação de seus membros após mandato de quatro anos. Significa também que ele deve funcionar diuturnamente e, para tanto, deverá laborar em sistema de plantão.
SER AUTÔNOMO
Implica na não subordinação do Conselho Tutelar na escala administrativa hierárquica de qualquer órgão público. Sendo assim, como suas decisões são pautadas nos ditames legais, não admite nenhuma interferência externa. Isso não impede que essas decisões sejam revistas pelo Poder Judiciário ou que sua atuação seja fiscalizada pelo Ministério Público.
SER NÃO JURISDICIONAL
Decorre da própria natureza administrativa do Conselho Tutelar, que, como tal, pode praticar somente atos administrativos, e não judiciais.
Composição e Atuação do Conselho Tutelar
A Lei 12.696, que entrou em vigor no dia 26 de julho de 2012, alterou os artigos 132, 134, 135 e 139 do ECA. Desta forma, foi mudado o tempo de mandato dos Membros do Conselho Tutelar, que antes da alteração legislativa, era de três anos.
Clique aqui para ver o que o artigo 132 dispõe atualmente.
O Artigo 132: “Em cada município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida 1 (uma) recondução, mediante novo processo de escolha.”
A nova redação, do artigo 132, também passou a deixar claro que a recondução do conselheiro tutelar não será automática. Com isso, ele até poderá ficar oito anos, mas desde que seja submetido a uma nova eleição.
A nova lei também alterou as prerrogativas e garantias. Havia previsão de cárcere especial em caso de crime comum até o julgamento definitivo. Com a nova redação, o artigo 135 apenas manteve a previsão de que o exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral.
No entanto, o artigo 134 estabeleceu garantias que antes não eram previstas no ECA.
O Artigo 134: “Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos respectivos membros, aos quais é assegurado o direito a:
I - cobertura previdenciária;
II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço) do valor da remuneração mensal;
III - licença-maternidade;
IV - licença-paternidade;
V - gratificação natalina.
Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da do Distrito Federal previsão dos recursos necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação continuada dos conselheiros tutelares.”
1. Requisitos para a candidatura
Os requisitos encontram-se no artigo 133, do ECA, que estabelece a necessidade de reconhecida idoneidade, idade superior a 21 anos e residir no mesmo município.
Vejamos a redação do artigo clicando aqui.
O Artigo 133: “Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos:
I - reconhecida idoneidade moral;
II - idade superior a vinte e um anos;
III - residir no município.”
Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da do Distrito Federal previsão dos recursos necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação continuada dos conselheiros tutelares.”
ATENÇÃO
No entanto, o STJ entendeu que esses requisitos são mínimos, sendo possível a exigência de outros, desde que razoáveis e relacionados à função que será exercida.
2. Impedimentos
Vale ressaltar que são impedidos de servir, no mesmo Conselho, marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
Estende-se o impedimento do conselheiro, na forma deste artigo, em relação à autoridade judiciária e ao representante do Ministério Público com atuação na Justiça da Infância e da Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou distrital.
3. Escolha dos Conselheiros
Os conselheiros tutelares deverão ser escolhidos pela população local. Logo, eles serão eleitos.
A Lei 12.696/12, passou a uniformizar o processo de escolha dos Membros do Conselho Tutelar, mediante eleição em todo o território nacional. Muito embora, o ECA já trouxesse previsão de que a escolha seria feita pela comunidade local, não havia uma disposição clara acerca desse processo, ficando estabelecido que lei municipal disporia sobre o processo de escolha, que se daria sob a responsabilidade do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente e fiscalização do Ministério Público.
Com a alteração legislativa, passa a dispor o artigo 139.
O Artigo 139:
§ 1º O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o território nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês de outubro do ano subsequente ao da eleição presidencial.
§ 2º A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano subsequente ao processo de escolha.
§ 3º No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive brindes de pequeno valor.”
4. Atribuições do Conselho Tutelar
Afinal, de que forma atua o Conselho Tutelar? Para responder a essa indagação é importante que você reconheça as atribuições deste órgão, contidas no art. 136 do ECA:
I
Atender as crianças e os adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a VII.
Medidas previstas: Embora conste no art. 136, I, do ECA, a possibilidade do Conselho Tutelar aplicar as medidas protetivas contidas no art. 101, incisos I a VII, na verdade, esse órgão somente poderá aplicar os incisos I ao VI, uma vez que, pela leitura dos parágrafos 2º e 3º, do mesmo artigo, o afastamento de criança ou do adolescente, do convívio familiar, é de competência exclusiva da autoridade judiciária.
II
Atender e aconselhar os pais ou o responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII.
III
Promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança;
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de suas deliberações.
IV
Encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança ou do adolescente.
V
Encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência.
VI
Providenciara medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o adolescente autor de ato infracional.
VII
Expedir notificações.
VIII
Requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário.
IX
Assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente.
X
Representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal.
XI
Representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família natural.
XII
Promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de divulgação e treinamento para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes. (Este último inciso foi incluído pela Lei 13046/2014).
5. Atribuição
A fim de eliminar todas as dúvidas a respeito dos limites territoriais de atuação dos membros do Conselho Tutelar, o legislador estatutário fixou, sobre esta questão, que as regras do artigo 147, a princípio estabelecidas para a fixação da competência territorial da Justiça da Infância e Juventude, também são aplicadas como regras de atribuição territorial do Conselho Tutelar.
Clique aqui para ver o art. 147.
O Artigo 147: “Art. 147. A competência será determinada:
I - pelo domicílio dos pais ou do responsável;
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou o adolescente, à falta dos pais ou do responsável.
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as regras de conexão, continência e prevenção.
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade competente da residência dos pais ou responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou o adolescente.
§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma comarca, será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade judiciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras do respectivo estado.”
Assim, segundo disposição legal, a atribuição do Conselho Tutelar é determinada pelo domicílio dos pais ou responsáveis, ou, na falta destes, pelo local onde se encontre a criança ou o adolescente. Já no que tange ao ato infracional praticado por criança, esta deve ser encaminhada ao Conselho Tutelar do local da prática do ato.
ATENÇÃO
No entanto, em caso de criança que pratique ato infracional, esta deve ser encaminhada ao Conselho Tutelar da localidade do ato.
Atividades
Questão 1: Joana tem 10 anos de idade e reside na Comarca de Guararapes. Tendo fugido da casa dos pais, briga com uma menina de 11 anos, na Comarca de Guarani, causando-lhe lesões corporais de natureza leve. Ao ser encontrada, na prática de ato infracional, para aonde deve ser encaminhada Joana? 
GABARITO
Por se tratar de criança, Joana deve ser encaminhada ao Conselho Tutelar da localidade em que o ato foi praticado. Ou seja, da Comarca de Guarani.
Questão 2: Em relação aos Conselhos Tutelares, assinale a alternativa correta.
Em cada Município haverá, no mínimo, um Conselho Tutelar composto de cinco membros, escolhidos pela comunidade local para mandato de três anos, permitida uma recondução.
O processo eleitoral para a escolha dos membros do Conselho Tutelar será estabelecido em lei municipal e realizado sob a presidência de juiz eleitoral e a fiscalização do Ministério Público.
As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas pelo Conselho Municipal de Direitos Municipal da Criança e do Adolescente a pedido de quem tenha legítimo interesse.
Compete ao Conselho Tutelar aplicar as medidas socioeducativas de prestação de serviços à comunidade e de liberdade assistida aos adolescentes autores de ato infracional.
O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
Questão 3: Qual das ações abaixo NÃO se constitui em atribuição do Conselho Tutelar?
Expedir notificações.
Requisitar certidões de nascimento e de óbito de crianças e adolescentes quando necessário.
Encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração penal contra os direitos da criança.
Requisitar serviços públicos nas áreas da saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança.
Assessorar o Poder Judiciário local na elaboração da proposta orçamentária para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente.
Questão 4: Conselho Tutelar é o órgão permanente e autônomo encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente. Nesse contexto, de acordo com a Lei nº 8.069/90, o Conselho Tutelar:
É composto por servidores públicos municipais previamente aprovados em concurso público, de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo.
É órgão do Poder Judiciário que tem por finalidade atender as crianças e os adolescentes em estado de vulnerabilidade social, aplicando medidas de proteção e socioeducativas.
Deve representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família natural.
Deve, com a prévia autorização do Ministério Público, dispor sobre a participação de criança e do adolescente em espetáculos públicos e seus ensaios, bem como em certames de beleza, em sua área territorial.
Deve disciplinar, através de portaria, ou autorizar, mediante alvará, a entrada e permanência de criança ou adolescente, desacompanhado dos pais ou responsável, em boate, estádio, ginásio e estabelecimentos congêneres.

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