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Processos de Moldagem (MANO; MENDES, 2004) 1. Vazamento: É o processo de moldagem descontínuo mais simples, aplicável tanto para polímeros termoplásticos quanto para termorrígidos. Consiste em verter, isto é, vazar no molde a composição moldável do polímero, sob a forma de uma solução viscosa de mistura do polímero com o seu monômero (exemplo: placas de PMMA), ou de mistura de monômeros e reagentes (exemplo: blocos de PU), da qual vai resultar o polímero. Nos casos em que as peças são ocas e devam ter espessura uniforme, o material viscoso é submetido à movimentação dentro dos moldes, em máquinas próprias, e o processo é chamado rotaciona1 (exemplo: bolas de PVC). 2. Fiação por fusão: É um processo contínuo, aplicável a polímeros termoplásticos de difícil solubilidade e alta resistência ao calor, permitindo a obtenção de fibras. Através da passagem do polímero fundido por uma placa contendo orifícios (feira), formam- se filamentos viscosos que se solidificam por resfriamento e são continuamente enrolados em bobinas. Como exemplo, podemos citar fibras de poliamida e de poli (tereftalato de etileno). 3. Compressão: É um processo de moldagem descontínuo, que se aplica comumente a materiais termorrígidos. Consiste em comprimir o material, amolecido ou fundido por aquecimento, dentro da cavidade do molde, cujo desenho deve prover dispositivos para a retirada de rebarbas e para a ejeção da peça, enquanto o molde ainda está aquecido. É o processo empregado para a fabricação de produtos elastoméricos, como pneumáticos e solados de borracha, peças imitando louça e placas laminadas de papel etc. Representação esquemática da moldagem através da Compressão. Fonte: MANO; MENDES, (2004). 4. Injeção: A moldagem por injeção é o mais comum dos processos empregados na fabricação de termoplásticos. Consiste em introduzir, em molde, a composição moldável fundida em um cilindro aquecido, por intermédio da pressão de um êmbolo. As máquinas injetoras, geralmente, dispõem de uma câmara cilíndrica preliminar, aquecida, dotada de parafuso sem fim, que funciona como plastificador e homogeneizador da massa polimérica antes que seja admitida à seção onde será transmitida aos canais de injeção do molde. A refrigeração do material é feita dentro do molde, de forma a permitir a sua solidificação e a remoção do artefato sem deformação. O processo de injeção é descontínuo, aplicável a termoplásticos, muito comum na obtenção de pequenas peças em curtos ciclos de moldagem. Exemplo: utensílios domésticos, brinquedos, bijuterias, pré-formas para moldagem por sopro etc. Representação esquemática da moldagem através da Injeção. Fonte: MANO; MENDES, (2004). Um dos inconvenientes da moldagem por injeção é a grande quantidade de material descartado após a retirada da peça injetada, contudo esses resíduos, após a fragmentação em moinhos apropriados, são normalmente reutilizados. 5. Calandragem: O processo de calandragem permite a obtenção continua de lâminas e lençóis plásticos, cuja espessura deve ser continuamente mantida regular; a composição polimérica moldável passa entre rolos superpostos, sucessivos, interligados geralmente na forma de “L”, ”T” ou “Z”. Devido às características do equipamento e às exigências de mercado dos filmes produzidos, esse processo é, em geral, empregado na produção em larga escala de materiais termoplásticos (exemplo: cortinas de PVC para banheiro, passadeiras etc.). Pode também ser utilizado para a fabricação de materiais termorrígidos, desde que a composição moldável seja devidamente formulada para evitar pré-vulcanização. Exemplo: esteiras transportadoras, pisos antiderrapantes. O processo de calandragem está geralmente associado ao emprego de máquinas com grandes dimensões e elevado volume de produção, o que exige amplas áreas para armazenamento das bobinas dos produtos calandrados. Representação esquemática da moldagem através as Calandragem. Fonte: MANO; MENDES, (2004). 6. Extrusão: A moldagem de peças extrusadas é processo contínuo, que consiste em fazer passar a massa polimérica moldável através de matriz com o perfil desejado; por resfriamento em água, a peça extrusada vai solidificando progressivamente. O extrusado pode ser enrolado em bobinas, cortado em peças de dimensões especificadas, ou cortado em grânulos regulares, com uma faca rotativa. O processo permite a fabricação contínua de tarugos, tubos, lâminas ou filmes, isto é, produtos que apresentam perfil definido. O processo de extrusão é aplicável a termoplásticos (exemplo: tubos de PVC) ou termorrígidos (exemplo: pisos e gaxetas de borracha), desde que a formulação da massa a extrusar seja adequada. Tal processo permite o revestimento de fios metálicos, a formação de camadas sobrepostas para a obtenção de laminados, a produção de filmes, planos ou inflados, a preparação de pré-formas para moldagem por sopro etc. 7. Sopro: A moldagem por sopro é processo descontínuo, adequado para a obtenção de peças ocas, através da insuflação de ar no interior de uma pré-forma, inserida no interior do molde. No caso mais comum, a pré-forma é um segmento de tubo recém-extrusado; no caso de frascos ou garrafas que exijam maior resistência mecânica, a pré-forma é uma peça injetada, com formato adequado. O processo de moldagem por sopro é aplicável a materiais termoplásticos e é amplamente usado na indústria de embalagens dos mais variados tipos (exemplo: frascos para usos diversificados, garrafas plásticas para refrigerantes, brinquedos volumosos). Representação esquemática da moldagem através do Sopro. Fonte: MANO; MENDES, (2004). 8. Termoformação: Este processo de moldagem descontínuo utiliza o aquecimento de folhas ou placas plásticas, geralmente de PS, PMMA ou PC, pela sua aproximação a um conjunto de resistências elétricas, até seu amolecimento. A folha aquecida é imediatamente aplicada sobre um molde maciço contendo perfurações, apoiado sobre uma base no interior da qual se aplica vácuo. Conforme o grau de complexidade, em detalhes da superfície da peça a ser moldada, pode-se ainda sobrepor pressão à folha. O processo emprega moldes de baixo custo, sendo utilizado na fabricação de protótipos industriais, peças de grandes dimensões e artefatos descartáveis, sem exigências especiais de acabamento. Por exemplo: copos, pratos, bandejas para lanchonetes, letreiros em relevo, luminárias, revestimentos para interiores de geladeira etc. Os moldes podem ser confeccionados com gesso, madeira, metal etc., pois serão submetidos às pressões baixas e instantâneas durante a preparação da peça. Os orifícios através dos quais será aplicado o vácuo devem ser distribuídos adequadamente, de modo a permitir uma boa cópia da superfície do molde na placa polimérica aquecida. 9. Fiação seca: É um processo aplicável para a obtenção de fibras de polímeros pouco resistentes ao calor, porém sensíveis a solventes aquecidos. A solução deve ser altamente viscosa e é passada através dos orifícios da fieira; os filamentos formados se solidificam pela evaporação do solvente, dentro de uma câmara adequada à sua recuperação. Representação esquemática da moldagem através da Fiação seca. Fonte: MANO; MENDES, (2004). 10. Fiação úmida: Possibilita a obtenção de fibras a partir de polímeros termorrígidos físicos, isto é, infusíveis, porém solúveis, mesmo que de difícil dissolução. Baseia-se na modificação química do polímero, passando-o à condiçãode solúvel em água e formando soluções muito viscosas, capazes de formar filamentos contínuos pela imersão em banhos de composição adequada, onde é recomposto o polímero original. Esses filamentos são agora suscetíveis de tratamento mecânico para constituir fibras industriais de características apropriadas. No caso mais comum, a fiação úmida é usada para obter fibras de celulose de alta qualidade têxtil a partir de celulose de qualquer origem, pela transformação em sal de sódio de xantato de celulose, que é solúvel em água. Após passar a massa viscosa pela fieira, a celulose regenerada é precipitada em banho aquoso de pH levemente ácido. Assim são obtidas as fibras de rayon viscose. Representação esquemática da moldagem através Fiação úmida Fonte: MANO; MENDES, (2004). 11. Imersão: Este processo de moldagem permite a obtenção de peças ocas por imersão do molde em solução viscosa, seguida de remoção do solvente, ou em emulsão do polímero, seguida de coagulação. A espessura do artefato é determinada pelo número de vezes que se repete o procedimento. Balões de aniversário, luvas de borracha ou de PVC são artefatos obtidos pelo processo de imersão. Esse processo tem as restrições impostas pelas características de elasticidade do material e pela forma “removível” do artefato, que se consolida sobreposto ao molde. Para facilitar a remoção da peça sem danos, o molde deve estar devidamente revestido por um agente desmoldante, em geral à base de silicone. No caso de emulsões elastoméricas, é empregado nesse revestimento um agente coagulante.
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