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CASOS CONCRETOS DIREITO CIVIL VI DE 8 AO 15

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CASOS CONCRETOS
 DE 8 A 15
Aula 08- Caso Concreto 1
(TJAL – adaptada) Maria casou-se com José em 20/12/1978, pelo regime de comunhão parcial de bens, com quem teve dois filhos, mas, por testamento cerrado, José reconheceu um filho que teve com outra mulher embora já casado com Maria. À época em que José realizou o testamento o casal já possuía grande patrimônio. José faleceu em 15/06/2003. Pergunta-se:
O que é testamento cerrado?
Testamento Cerrado ou Místico,antes também chamado nuncupação implícita, é o escrito pelo próprio testador, ou por alguém a seu pedido e por aquele assinado, com caráter sigiloso, completado pelo instrumento de aprovação ou autenticação lavrado pelo tabelião ou por seu substituto legal em presença do disponente e de duas testemunhas idôneas.
Quais são os seus requisitos de validade e de formalidade?
Os requisitos são: cédula testamentária, ato de entrega ao tabelião, auto de aprovação e cerramento. Art. 1.868,CC.
O reconhecimento de filhos pode ser feito por testamento cerrado? Justifique.
Sim, o reconhecimento de filhos pode ser feito por qualquer forma de testamento conforme art 1.609, III, CC.
Como serão distribuídas as cotas da herança deixada por José? Explique.
Meação – 50% dos bens adquiridos onerosamente na constância do casamento, 50% para Maria e os três filhos de José, divididos igualmente, sendo que aquela só participará da herança se José houver deixado bens particulares (art 1.829, I,CC), sendo o cálculo sobre estes bens realizado.
O testamento poderia ter sido revogado por José?
O testamento é sempre ato revogável (art 1.969; 1972 e 1.858, CC), no entanto, o reconhecimento de filho nele feito é ato irrevogável (art 1.610,CC)
Maria ou um de seus filhos poderia(m) impugnar o testamento? Explique e, em
caso positivo, destaque o prazo decadencial.
Sim, a impugnação pode ser feita por qualquer um deles, desde que demonstrados os motivos que façam concluir a incapacidade do testador no momento do registro do testamento. O prazo decadencial é de 5 (cinco) anos contados da data do registro (art 1.859, CC).
Caso Concreto 2
João, solteiro e bastante debilitado por um câncer que dia a dia lhe retirava a vida requer à sua enfermeira que escreva seu testamento, estando presentes durante todo ato de elaboração e leitura do documento Carla e Camila, amigas do testador; Mário, seu médico; Milena e Jorge auxiliares do hospital. João que não tem nenhum ascendente vivo e tão pouco descendentes resolve deixar toda a sua fortuna ao sobrinho Luiz. Após a morte de João seu único irmão Valter ingressa com ação de impugnação do testamento afirmando que João era incapaz no momento em que pediu que lhe redigissem o documento. Valter tem razão? Justifique a sua resposta.
Valter não tem razão. O simples fato de João estar acometido de doença grave, que lhe reduz a capacidade física para escrever de próprio punho não é motivo suficiente para caracterizar a incapacidade para testar. Sendo Valter parente colateral, é considerado apenas herdeiro legítimo e, portanto, poderá ser excluído da deixa testamentária. Demonstrado que todas as testemunhas acompanharam todos os atos, válido será o testamento. Negar o valor do ato é retirar do falecido o direito legítimo de dispor de seus bens.
Aula 09-Caso Concreto 1
Em 18/06/2010 noticiou-se no site G1: “Mulher deixa herança de R$ 21 milhões para cachorros – Filho de milionária herdou apenas R$ 1,7 milhão. A cachorra Conchita foi a mais sortuda dos herdeiros”.
“Os cachorros de uma milionária americana herdaram R$ 21 milhões com sua morte. A mulher deixou apenas R$ 1,7 milhão para o filho, que entrou na Justiça por se sentir lesado. Posner morreu aos 67 anos e deixou uma fortuna em dinheiro e uma casa para seus três cachorros. Uma outra parte da herança foi destinada para os funcionários da mansão em Miami. Eles terão acomodação e salário garantidos enquanto estiverem cuidando dos animais. Bret Carr, filho da milionária, ficou com apenas R$ 1,7milhão. Revoltado, ele entrou na Justiça alegando que um dos assessores da mãe a forçou a deixar a maior parte do dinheiro para os cães. Uma Chihuahua chamada Conchita foi a mais agraciada com a morte da mulher. A cachorra tem colares de pérola, um closet repleto de roupas e visita spas para relaxar em seu próprio Cadillac”. 
Pergunta-se: Se o testamento tivesse sido realizado no Brasil a deixa testamentária estaria correta? Explique sua resposta.
O direito brasileiro proíbe a deixa testamentária para coisas, portanto, não poderiam ser beneficiados em testamentos cachorros. Além disso, exige-se respeito à legítima. Então existindo um filho (herdeiro necessário) e não havendo nenhuma causa de indignidade (art 1.814, CC), teria ele o direito a 50% do patrimônio de sua mãe, restando a ela
apenas livre disposição dos 50% restantes (art 1.829 e 1.845, CC). Se a intenção da testadora era realmente beneficiar os cachorros, poderia ter nomeado por exemplo, seus funcionários seus herdeiros impondo-lhes como encargo o cuidado com os cães até o fim da vida deles (art 1.897, CC).
 Caso Concreto 2
Lucas, empresário de sucesso, ao realizar o testamento sobre a parte disponível de seu patrimônio, designou como beneficiada de sua casa na praia sua sobrinha Ana. Após a abertura da sucessão, verificou-se que Lucas possuía duas sobrinhas: Ana Luiza e Ana Marta. Como determinar a quem Lucas realizou a deixa testamentária? Justifique sua resposta.
Para se verificar a real intenção de Lucas deverá o juiz se valer de outros elementos probatórios que permitam inferir a sua vontade. Assim, por exemplo, se Ana Luiza apresentar e-mail do testador mencionando o legado e identificando-a como herdeira, verificada a autenticidade do e-mail, será ela nomeada herdeira. Na interpretação dos testamentos deve o juiz analisar elementos extrínsecos que sejam capazes de identificar qual a verdadeira intenção do testador (art 1.899,CC). Caso não seja possível identificar qual seria verdadeira beneficiária, a casa deverá ser partilhada proporcionalmente entre as duas sobrinhas (por analogia ao art 142, CC).
 Aula 10-Caso Concreto 1
Daniel é apaixonado por carros, sabendo que sua sobrinha Ana Luiza compartilha da mesma paixão, deixa a ela um legado que consiste em um carro vermelho. Morto o legante, suas filhas abrem o testamento e verificam que no momento da abertura da sucessão na coleção de carro de seu pai não existe nenhum carro vermelho. Em virtude dessa constatação pleiteiam a nulidade da deixa testamentária, uma vez que, afirmam, o testamento está a legar algo que não pertencia ao testador. Ana Luiza não concorda com esses fundamentos e requerer o cumprimento do legado. Quais seriam os motivos arguidos por Ana Luiza para fundamentar seu direito? Quem tem razão as herdeiras ou a sobrinha? Fundamente sua resposta identificando se há solidariedade entre as herdeiras necessárias quanto ao cumprimento do legado.
Ana Luiza fundamenta seu requerimento no fato da deixa testamentária ter sido feita em forma de legado de gênero (um carro vermelho), portanto pouco importa se ele pertencia ao legante ou não no momento da abertura da sucessão. Havendo acervo sucessório suficiente, deverão as filhas do legante realizar a aquisição o carro e sua entrega a Ana Luiza, observando o disposto no art 1.915, CC e o princípio do meio-termo estabelecido nos arts 1.929 e 1.930, CC. Como o testador não identificou quem deveria dar cumprimento ao legado, o encargo será transferido em igual proporção entre suas duas herdeiras necessárias, mas não há solidariedade entre elas (art 1.934, CC).
Aula 11-Caso Concreto 1
Antônio, utilizando parte disponível de seu patrimônio, nomeou como herdeiro testamentário o primeiro filho que Maria vier a ter. No entanto, quando este filho completar 18 anos deverá transmitir os bens confitados ao primeiro que Dante vier a ter. Pergunta-se:
1-Tratando-se de fideicomisso, poderia o fiduciário também ser prole eventual?
Não há impedimento de que o fiduciário seja também proleeventual. A única exigência que a lei faz é que o fideicomissário seja necessariamente prole eventual (art 1.952, CC)
2-O que ocorrerá se a sucessão for aberta antes do nascimento do filho de Maria?
Explique sua resposta.
Será necessário nomear um curador, devendo o nascimento ocorrer no máximo em 2 (dois) anos contados da abertura da sucessão (art 1.800,CC)
3-O que ocorrerá se Maria nunca tiver um filho? Explique sua resposta.
Caso Maria não tenha filhos, a herança deixada por Antônio deverá ser transmitida ao fideicomissário.
4-O que ocorrerá se além de Maria não ter filhos o fideicomissário nunca for concebido? Explique sua resposta.
Caducará o fideicomisso e os bens confitados são devolvidos aos herdeiros legítimos do testador (art 1.958,CC).
 Aula 12-Caso Concreto 1
Fábio, hoje com setenta anos, há 15 está casado com Mariana, sua segunda esposa, vinte anos mais nova. Fábio não tem filhos e tão pouco tem ascendentes vivos. Há pouco mais de um ano Fábio descobriu que seu neto tem um caso amoroso com sua esposa Mariana. Já bastante doente e entristecido com a situação Fábio, silencia, mas em testamento, com fundamento no art. 1.962, III, CC, deserda seu neto, nada dispondo quanto a Mariana. Fábio morre poucos dias depois de concluir os procedimentos referentes ao testamento. Supondo que a única parente viva de Fábio seja sua outra neta Célia, que medidas poderá ela tomar para evitar que Cássio, seu irmão mais novo que tinha um caso com Mariana, participe da herança? Explique sua resposta.
O ato de deserdação se dirigiu apenas a Cassio e, portanto, só em face dele poderia Célia invocar o testamento para excluí-lo da sucessão. No entanto, o ato praticado por Cássio não se enquadra na hipótese prevista do art 1.962, III, CC que versa apenas no relacionamento ilícito entre a madrastra e o filho do testador e não desta com o irmão do testador; bem como não corresponde a nenhuma hipótese de indignidade. Portando, Cássio terá direito a participar da herança concorrendo com Célia e Mariana (art 1.829, I, CC). Como Fábio silenciou a respeito de sua esposa e sendo o ato de deserdação um ato personalíssimo, Célia concorrerá com Mariana e Cássio na sucessão de Fábio (art 1.829, I, CC), além de Mariana ter direito a meação dos bens adquiridos onerosamente na constância do casamento. Lembre-se que o silêncio de Fábio quanto à Mariana não significou que a tenha perdoado.
Caso Concreto 2
Roberto faleceu em 20 de dezembro de 2010 deixando um patrimônio total de R$ 120.000,00. Roberto tem duas filhas Anelise, Aline e Alberta, mas deixou em testamento sua casa de campo no valor de R$ 100.000,00 à sua amiga Helena. Anelise, Aline e Alberta indignadas com a deixa de seu pai lhe procuram para saber se poderia ter ele realizado o testamento. Explique às herdeiras as consequências dessa deixa testamentária e quais caminhos poderiam elas tomar.
A deixa testamentária, sem dúvida ultrapassou a parte disponível de Roberto que era de apenas R$ 60.000,00 (art 1.789, CC). Sendo o prédio objeto do testamento indivisível e o excesso chega a mais de ¹/4 do valor da legítima o imóvel deverá permanecer na herança e a legatária Helena deverá receber das herdeiras a quantia de R$ 60.000,00 (art 1.968, CC). As herdeiras podem, portanto, ingressar com ação de redução do testamento, mas serão responsáveis pelo equivalente em dinheiro.
Aula 13-Caso Concreto 1
Rui, casado com Amanda em regime de separação de bens faleceu ‘ab intestato’ em 20 de dezembro de 2008. Rui e Amanda tinham quatro filhos e o patrimônio deixado pelo ‘de cujus’ era composto por 3 imóveis em Curitiba, uma casa em Florianópolis, um carro (todos adquiridos onerosamente na constância do casamento), saldo de FGTS e valores em conta conjunta com sua esposa. Deixou também seguro de vida em que indicou como beneficiária sua sobrinha Aline. Pergunta-se:
1- A quem caberá a administração provisória da herança? Explique sua resposta.
Em regra a administração provisória permanece com o herdeiro que detinha sua posse
No momento da abertura da sucessão (art 1.797, CC). Supondo que Amanda detivesse a
posse, será dela a administração provisória.
2- Supondo todos capazes, quem deverá ser nomeado inventariante? Explique sua resposta.
Pode ser nomeado administrador provisório. No entanto, a regra é que o cônjuge
supérstite seja nomeado inventariante, no caso Amanda (art 990, CPC).
3- Há bens que não precisam ser inventariados? Explique sua resposta.
Apenas o seguro destinado à sobrinha não precisa ser inventariado (art 792, CC) e os
valores existentes na conta corrente, uma vez que conjunta (obrigação solidária). Todo o
restante precisará ser inventariado não aplicando as exceção estudadas.
4- Qual o prazo para abertura e finalização do inventário? Supondo que o cônjuge seja
domiciliado namesma cidade em que você, haverá multa pela não observância do prazo de
abertura do inventário?
O prazo para abertura do inventário é de sessenta dias a partir da abertura da sucessão,
devendo ser finalizado em doze meses (art 983, CPC). Deverá ser verificado se no estado
há penalidades para a não observação do prazo de abertura e finalização do inventário.
Aula 14-Caso Concreto 1
(OAB-PR – 2º. Exame 2005) Quando Gregor Samsa acordou de sonhos intranqüilos, percebeu que seu casamento havia se transformado em um tormento monstruoso. Por isso, no dia 12 de dezembro de 2004, deixou o lar conjugal, onde continuaram residindo sua esposa Leni e seus quatro filhos. Ocorre que, em 12 de janeiro de 2005, um mês depois de sua separação de fato, Gregor veio a falecer, deixando quatro filhos, todos havidos durante o casamento: Franz, Kafka, Frieda e Klamm. Na data do falecimento de Gregor, o patrimônio deste consistia exclusivamente em: 1) um apartamento na Rua do Castelo, no valor de R$ 100.000,00 – calculado na data do falecimento e adquirido por meio de contrato de compra e venda em 15 de dezembro de 1999; e 2) uma grande área de terras na cidade de K, no valor de R$ 100.000,00 – calculado na data do falecimento e adquirido antes do casamento com Leni, ambos os bens registrados em nome de Gregor. Na data do falecimento não havia qualquer bem adquirido em nome de Leni. Sabendo que Gregor e Leni eram casados pelo regime de comunhão universal de bens, e supondo que o falecido não deixou qualquer dívida e que se enterro foi pago por meio do seguro-funeral, responda: 
a) à luz do Código Civil brasileiro, Leni é herdeira de Gregor Samsa? Por quê (a fundamentação deverá contemplar expressamente o(s) artigo(s) do Código Civil sobre a matéria)? 
Não, Leni não é herdeira, uma vez que o inciso I do artigo 1.829, CC exclui expressamente o direito sucessório do cônjuge sobrevivente, em concorrência com os descendentes do ‘de cujus’, quando casado com este sob o regime de comunhão universal de bens.
b) Calcule o valor do quinhão (em reais) que caberá a cada um dos herdeiros.
Tendo em vista que metade do patrimônio total de Gregor consiste na meação a que Leni faz jus por conta do regime de comunhão universal de bens, o valor a partilhar a título de herança é de 100 mil reais, donde se conclui que cada filho de Gregor tem direito a um quinhão no valor de 25 mil reais
Aula 15-Caso Concreto 1
João faleceu deixando um patrimônio de 1 milhão e três herdeiros. A um desses herdeiros (Jonas) foi doado em vida um bem no valor de 625.000. No entanto, no momento do falecimento de João seu patrimônio era de 375.000. Pergunta-se:
Houve excesso de liberalidade? Explique sua resposta.
A doação invadiu em 125.000 a parte disponível uma vez que existem herdeiros necessários cuja legítima é protegida.
Jonas deve trazer o bem à colação no processo de inventário? Explique sua resposta. 
O bem deve ser trazido à colação. No entanto, como a legítima de cada um seria de 125.000 não será necessário promover a redução da doação, permanecendo em poder do donatário (art. 2007, §3º, CC).

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